Doentia Obsessão - Do céu ao inferno em milésimos de segundos.
img img Doentia Obsessão - Do céu ao inferno em milésimos de segundos. img Capítulo 4 Adrenalina
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Capítulo 6 Limite da educação img
Capítulo 7 Gente que arrota santidade tem lugar garantido no inferno img
Capítulo 8 Mais uma dose da droga chamada prazer img
Capítulo 9 A carona img
Capítulo 10 Tequila e Chuva: Combinação Perfeita img
Capítulo 11 Ego Ferido img
Capítulo 12 Vinte oito primaveras img
Capítulo 13 Bônus Annie img
Capítulo 14 Nostalgia img
Capítulo 15 Fim da calmaria img
Capítulo 16 Havaí img
Capítulo 17 Desejo voraz img
Capítulo 18 Surpresa deliciosa img
Capítulo 19 Inconveniente img
Capítulo 20 Flor de lótus img
Capítulo 21 Desejos conflitantes img
Capítulo 22 passado e presente anda lado a lado img
Capítulo 23 Dor na alma img
Capítulo 24 Rosas azuis img
Capítulo 25 Bônus Marco img
Capítulo 26 Lembranças ruins img
Capítulo 27 Pedido nada sutil img
Capítulo 28 O clube img
Capítulo 29 Estúdio img
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Capítulo 4 Adrenalina

Lorenzo

A manhã começa estressante para Lorenzo. Impacientemente bate os dedos na mesa de madeira branca, recostado em sua cadeira alta e confortável, de couro também branco, em sua sala recém redecorada toda em branco. Ele tem bom gosto, escolheu e decidiu cada detalhe, desde os quadros com emoldurados negros, até o carpete debaixo de seus pés.

Estar estressado ou irritado é, basicamente, para aqueles que o conhece, sua marca natural, faz parte de sua personalidade implacável. E quando algo não lhe agrada, sua expressão, que já não é muito amigável, consegue ficar ainda pior.

O motivo de estar mais irritado que o normal é que no setor de fotografia, coordenado por sua irmã, o fotógrafo e a modelo de uma campanha em que estão trabalhando haviam discutido seriamente e Lorenzo precisou intervir para resolver a situação. Sem paciência para brigas fúteis, acabou demitindo o fotógrafo.

Nesse momento, Annie entra nervosa em sua sala.

- Não estou acreditando que você demitiu o fotógrafo em uma véspera de desfile, Lorenzo!

- Para começo de conversa, Annie... - Lorenzo fala com a voz firme, olhando com fúria para irmã. - Sou eu quem manda nessa merda e nessa cidade há muitos fotógrafos desempregados. Você vai conseguir outro fotógrafo logo. - fala com convicção. "Existe tanta gente desempregada nessa cidade, impossível que ela não consiga uma competente", pensa, querendo logo dar um fim naquela discussão. - pensa contrariado.

- Você está insuportável! E desse jeito ninguém vai aceitar trabalhar aqui!

- Olha o respeito comigo, garota!

- Ah! Logo você querendo respeito! Logo você que não respeita ninguém aqui!

- É aqui mesmo que não devo respeito a ninguém. Muito pelo contrário, me devem respeito e obediência. E quem não estiver satisfeito, a porta da rua é serventia da casa. - Lorenzo responde, levantando da sua cadeira e apontando para a porta.

- Nosso pai não tratava as pessoas assim, Lorenzo! - diz Annie, encarando o irmão, ainda de pé em frente a sua mesa.

- É mesmo? É por isso que essa empresa virou essa bagunça! E trate de se acostumar logo, porque eu não sou o nosso velho. - debocha, pois achava que seu pai dava confiança demais aos funcionários.

- Sinceramente, não te conheço mais! - fala encarando o irmão, furiosa. Sua vontade é voar no seu pescoço e lhe ensinar boas maneiras.

- Que bom, porque aqui eu sou seu chefe e exijo respeito! - declara Lorenzo, passando as mãos nos cabelos e sentando na cadeira novamente.

- Ah! Quer saber? Que se dane se você é o chefe! Para mim, isso não interessa! Não tinha o direito de demitir ninguém do meu setor, principalmente em minha ausência!

- Então avisa ao seu pessoal para, na sua ausência, não me chamar para resolver seus problemas.

- Vá se ferrar, Lorenzo! E não se meta mais no meu setor!

Annie sai da sala do irmão batendo a porta e totalmente irritada. "O que vou fazer agora sem o fotógrafo? ", se pergunta, quase entrando em desespero. Porém consegue pensar em uma pessoa que pode ajudá-la nesse momento. O único problema é que terá de convencê-la a lhe quebrar esse galho.

Lorenzo ainda está bastante irritado. Passa as mãos várias vezes em seus cabelos compridos e na barba, tentando acalmar a frustração. Pensa que se sua irmã não contratasse pessoas incompetentes estaria livre de problemas como esses. Não é porque Annie é sua família que tem que tratá-la com regalias na empresa. E decidiu que, quando se acalmar, conversará seriamente com ela.

Lorenzo assumiu a agência há seis anos, quando seu pai ficou muito doente. Sua filosofia de trabalho é a de que se não tratar todos com mão de ferro, virará uma completa bagunça. Se tornou, além de um dos donos, o presidente e não permite intimidades com os funcionários, pois, se o vissem como amigo, poderiam confundir as coisas. Alguns amigos lhe dizem que ele só vive para o trabalho. É sempre o primeiro a chegar e o último a sair do escritório e, apesar de pensarem o contrário, nas horas vagas, se diverte do seu jeito.

Horas mais tarde, a empresa já se encontra quase vazia. Cansado e com fome, Lorenzo sai em direção a garagem, a procura de sua "menina", uma moto Ducati Panigale de 1.299 cilindradas, uma de suas paixões, além de alguns esportes radicais. Sai do edifício rumo à noite fria e solitária de Londres, tendo, como sua única companhia, a adrenalina correndo em suas veias.

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