"Olhe para mim, Bianca."
Deus, se ele continuar por esse caminho, eu vou gozar só de ouvir sua voz rouca dando-me ordens.
Um pouco trêmula, ergo o olhar somente para ver fogo no dele.
"Meu nome é Nicholas. Você sabe quem eu sou?" Minha melhor fantasia sexual tornando-se realidade?
Eu aceno com a cabeça, incapaz de falar.
"Quando eu fizer uma pergunta, quero ouvir sua resposta."
Não há qualquer nota de ameaça em sua voz, mas ainda assim, quero obedecê-lo.
"Sim senhor." - digo, sem nem mesmo saber o porquê.
Ele não é velho. Deve ter uns dez anos a mais do que eu.
Mas minha resposta parece agradá-lo e um arrepio de luxúria atravessa meu corpo.
"Você me mostrará a propriedade?"
Fico em dúvida sobre como responder.
Olho para o relógio em meu pulso para ver se está na hora de Roberto chegar para o almoço. Sei o que ele faria se me pegasse sozinha com o jardineiro.
Ele o demitiria imediatamente e eu passaria semanas sendo humilhada como punição.
"Eu não ouvi sua resposta ainda."
A voz sai perigosamente baixa e sei que é porque ele não gosta de esperar.
"Sim," - finalmente decido-me e, não conseguindo impedir-me de brincar com fogo, completo. - "senhor."
◆◆◆
Andamos por toda a propriedade e sinto seus olhos em mim a cada passo.
Não me casei virgem, tive um namorado antes de Roberto e essa é só mais uma das razões pelas quais meu marido me ofende diariamente, mas aqui perto de Nicholas sinto-me como uma virgem.
Eu não preciso ser uma grande conhecedora de sexo para saber que ele é experiente.
Com sua aparência não há como as mulheres não pularem em seu colo implorando por atenção.
Então, ser alvo de seu interesse depois de passar toda a minha vida de casada sendo ignorada está deixando-me tonta de desejo.
Paramos na parte de trás da casa, à sombra de uma árvore e enquanto eu estou quase derretendo de calor, ele não parece nem um pouco incomodado.
"Fale-me sobre você."
Em um primeiro momento acho que não escutei direito.
"O que?"
Ele ergue uma sobrancelha e eu penso que deveria ser proibido alguém ser tão gostoso.
"Eu sou casada." - começo pelo óbvio, mas a seguir sinto as bochechas pegarem fogo.
"Há quanto tempo?"
"Um ano."
"E antes disso?"
Dou de ombros, sem saber como responder. Minha vida nunca foi emocionante.
"Eu morava com meu pai. Minha mãe morreu quando eu nasci." - não sei o motivo, mas sinto necessidade de completar. - "Eu fui trocada por uma dívida."
Jesus, eu devo ser louca. Eu não conheço esse cara. Se ele contar para Roberto o que eu acabei de falar, ele vai me matar.
Mas, para minha surpresa, Nicholas não parece nem um pouco espantado.
"Você está feliz?"
"Eu preciso ir. A casa tem que estar impecável antes dele voltar."
"Não ainda."
"O que isso significa?"
"Que eu ainda não disse que você poderia ir."
E agora, o que eu falo? Porque não posso fingir que suas palavras não arrepiaram todos os pelos do meu corpo.
Ele está me oferecendo tudo o que sempre sonhei. Desde que me entendo por gente, desejo ser dominada por um homem. A ideia de obedecer excita-me demais.
Sei que você deve estar pensando por que então isso não funciona com relação ao meu marido. O motivo não poderia ser mais simples. Ele não é um dominador, mas um sádico. Eu tenho lido a respeito. Ele não quer ser um mestre. O meu sofrimento não é para o seu prazer, mas pela simples necessidade de fazer-me sofrer, humilhar-me.
Mesmo sabendo que há uma grande chance de eu estar colocando uma corda em volta do meu próprio pescoço, não resisto.
"Sim senhor." - respondo, baixando os olhos.
Ele dá um passo para mais perto e a temperatura dos nossos corpos poderia incendiar uma cidade inteira.
"Você gosta de brincar, garotinha?"
Penso um instante antes de responder.
"Para dizer se gosto ou não de brincar, antes eu precisaria aprender.... senhor."
Ele faz um som parecido com um grunhido.
"Você não me mostrou a estufa ainda. Vamos até lá."
Ainda que minha intuição me diga que estou assumindo um risco enorme, não posso ignorar o desejo do meu corpo e sem olhar para ver se ele está me seguindo, começo a andar para a parte de trás da casa.
◆◆◆