ENCONTREI O AMOR
img img ENCONTREI O AMOR img Capítulo 4 4
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Capítulo 4 4

Gustavo Osvaldo Castro?! Esse é o nome completo dele? Osvaldo... assim como meu primeiro encontro pelo site. Levanto de suas pernas quando tudo se encaixa em minha cabeça.

- O Osvaldo era você?

Pergunto em choque e Gustavo apenas confirma com a cabeça.

- Mas... como... por que?

Não consigo formular uma pergunta completa e parece que estou fora do meu corpo, meio anestesiada.

- Não sabia como esses encontros funcionavam e marquei no meu bar pra poder ver antes quem era a pessoa. Tenho medo de me aproximar das mulheres porque elas sempre ficam deslumbradas pelo que sou por fora.

Ando de um lado para o outro, sentindo agora minhas mãos frias.

- Eu queria antes saber como era, pra depois me apresentar.

Paro de andar e olho pra ele.

- Poxa, que legal! Eu posso enfiar minha cara, engolir minhas inseguranças e medos pra encontrar você, mas o senhor"sou lindo demais e sofro com isso", não pode expor sua beleza de cara?

- Catarina!

Levanta e quando vem se aproximar ergo minha mão.

- Não! Fique a uma distância segura de mim ou te pico em vários pedaços do meu tamanho.

Grito furiosa e não consigo se quer olhá-lo.

- Quer dizer que esse tempo todo me avaliava e via se eu servia pra você?

Deus, isso está doendo tanto quanto imaginar ele com a minha irmã.

- O belo Gustavo decidia see a estranha Catarina supriria suas expectativas?

- Não!

Fala desesperado e passa as mãos pelos cabelos.

- Não sou bom em encontros e sempre acho que as pessoas só estão ali por isso...

Aponta pra ele todo.

- E não pra conhecer isso.

Aponta para o seu peito, especificamente seu coração. Cruzo meus braços e finalmente o encaro.

- Você assim que me viu soltou um "Deus grego".

- Você é um Deus grego, nada vai mudar isso. Te olhar e te admirar é algo impossível de controlar, mas em nenhum momento me joguei ou dei a entender que te queria. Estava ali pelo Osvaldo, o cara que a merda daquele site me apontava como perfeito pra mim.

- Eu sou perfeito pra você!

- Mas parece que eu não sou perfeita pra você, já que me deixou ir embora e nunca me contou isso enquanto nossa amizade crescia.

- Catarina, eu não consegui.

Solta nervoso e se passar mais uma vez as mãos no cabelo, vai ficar careca.

- Você foi incrível aquela noite e fiquei o tempo todo querendo te contar sobre mim, mas não consegui. Quando estava indo embora me desesperei e fui atrás de você.

- Pra me mandar ter encontros na sua cara? Isso significa ir atrás de mim?

- Estava assustado com o fato de gostar de você. Fiquei surpreso por ter me encantado com a mulher de um site de relacionamentos.

Não digo nada, me mantenho nervosa e afastada.

- Na hora eu tive a ideia idiota de tentar te conhecer melhor, enquanto tinha seus encontros.

- Você é um completo idiota, Gustavo!

- Eu sei!

- Enquanto eu procurava o amor, você viria por fora ganhando espaço na minha vida?

- Sim!

- Ideia idiota!

Vou até ele e dou dois tapas em seu braço.

- Com o tempo fui tentando ganhar espaço no seu coração.

- E eu tentando te arrancar de dentro de mim, porque achava errado esse sentimento.

Grito e tento me acalmar.

- Percebeu que a cada dois passos que dava em direção ao meu coração eu recuava três, apavorada de como estava perto dele?

- Eu não sabia que estava fugindo desse sentimento. Achei que quando percebesse, viria pra mim. Achei que em algum momento nos entregaríamos à paixão.

- Você não pensou em nenhum momento que eu poderia encontrar alguém em um dos encontros?

- A forma como nos encaixávamos me fazia achar que logo se apaixonaria por mim. Dentro do meu coração você já estava e acreditava que estava perto do seu. Testei sua reação com o beijo roubado pra saber se estava pelo menos mais entregue a possibilidade da gente junto.

- Aquele beijo foi um teste?

- Sim! E você entrou em choque.

- Queria que eu fizesse o que? Você nunca demonstrou interesse.

- Nunca percebeu nada em meu toque, meus abraços, meus olhares?

- Gustavo eu imaginava tudo, menos paixão. Na minha mente você estava grato por te apoiar na hamburgueria.

Vem se aproximando e recuo, até bater as costas na pia da cozinha.

- Eu sou grato pelo apoio.

Apoia as mãos na pia, uma de cada lado do meu corpo.

- Grato por ser uma companheira incrível pra mim. Catarina eu só conseguia imaginar o quão perfeito seria se a nossa caminhada fosse juntos como homem e mulher e não amigos. Ficava imaginando viver o meu sonho agarrado a um grande amor.

Seus olhos focam nos meus.

- Você!

Fecho meus olhos pra tentar me acalmar, mas não consigo. Estou decepcionada demais pra me acalmar.

- Quando você descobriu que se apaixonou por mim?

Pergunto e abro meus olhos, encarando os do Gustavo.

- Quando se deu conta que sua caminhada pra me conquistar acarretou em uma paixão?

- Eu já queria ter uma chance com você desde que conversamos no bar, no nosso primeiro encontro.

- Não chame aquilo de primeiro encontro. Chame do que quiser menos disso. Encontro pra mim é quando as duas pessoas marcam e as duas aparecem, mostrando quem são. Ficar ali comigo me analisando, me julgando, vendo se eu presto pra você não é encontro.

O empurro pra longe de mim e saio da pia, indo pra outro canto.

- Quando descobriu que se apaixonou?

Mesmo em lados opostos na cozinha, ainda nos olhamos profundamente.

- Quando me disse que o Miguel te beijou e me contou como foi.

Passo a mão em meu rosto e respiro fundo.

- Vai me dizer que nunca pensou nessa possibilidade?! Um encontro com alguém que me fizesse bem e que poderia render mais.

- Desejei que não chegasse a esse ponto. Quis acreditar que antes disso você estivesse apaixonada por mim.

Ficamos em silêncio e encosto na parede fria de azulejo, sentindo que minha cabeça vai explodir com tudo isso.

- Você chegou a se apaixonar pelo Miguel também?

Sua voz sai baixa demais e nos olhamos mais uma vez.

- Miguel é um homem incrível, que me fez um bem enorme. Ele merecia e merece um amor de verdade e não o resto de alguém apaixonado por outro. Cheguei a pensar em tentar com ele, eliminar você de dentro de mim, mas não seria justo com o Miguel.

Seus olhos estão ainda mais tristes.

- Então não... eu não me apaixonei por ele. Mesmo sendo perfeito pra merecer esse sentimento.

Abaixa a cabeça e agora é a minha vez de perguntar.

- Quando descobriu que se apaixonou por mim na hora que também percebeu que poderia me perder para o Miguel, o que pretendia fazer? O que pensou em fazer sobre tudo isso?

Ergue a cabeça e vejo lágrimas em seus olhos.

- Você parecia feliz! Deixou claro que o Miguel te fazia muito bem e que tentaria.

- Não perguntei sobre o que achava que eu iria fazer ou me sentia. Quero saber o que o Gustavo pretendia fazer sobre mim, sobre o sentimento dele.

Ando até ele e paro a sua frente.

- Me responde!

- Pela sua felicidade, estava disposto a guardar esse sentimento só pra mim.

- Você não lutaria por mim?

Agora sou eu quem tem os olhos cheios de lágrimas.

- Você simplesmente me entregaria ao Miguel sem lutar?

- Eu não sabia dos seus sentimentos por mim.

- Não importa meus sentimentos, mas sim o quanto eu sou importante pra você.

- Você é importante pra mim!

- Não parece!

Limpo minhas lágrimas na manga do pijama.

- A gente luta pela pessoa quando ela é importante e não entrega de mão beijada pra outro. Quando descobri meus sentimentos por você, me afastei de todos e morri por dentro com a possibilidade de te perder. De perder meu amigo, o homem por quem havia me apaixonado.

Minhas mãos tremem e tento controlar o misto de sentimentos que me consomem agora.

- Depois de entender que eu não poderia lutar contra o que sinto, decidi te contar. Estava disposta a te dizer o que eu sentia.

- Você me entregou pra sua irmã sem lutar, sem ao menos nos ouvir.

- Vai embora, Gustavo!

- Não é diferente, Catarina! Assim como você achou que eu seria mais feliz com a Cassandra, achei que você seria mais feliz com o Miguel.

- São situações diferentes.

Ando em direção à sala e ele me segue. Entro na sala e paro perto da porta, segurando a maçaneta.

- Eu nunca seria capaz de lutar por um homem com a minha irmã.

Abro a porta e respiro fundo.

- Agora por favor, vai embora.

- Catarina, eu...

- Por favor! Eu realmente preciso ficar sozinha.

Apenas vejo seu corpo passar pelo meu e quando já está fora da porta, a fecho com tudo e sinto meu corpo desmoronar no chão.

            
            

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