SEM SAÍDA
img img SEM SAÍDA img Capítulo 2 STARBLIK DAIRY
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Capítulo 6 NICHOLLAS THOMAS BEHRING E KATHERINE MARIE HEINSTER img
Capítulo 7 A APOSTA img
Capítulo 8 ASSASSINATO img
Capítulo 9 GREEN É CORRUPTO img
Capítulo 10 MÁFIA img
Capítulo 11 NÓS MESMOS LEVAMOS NOSSAS SENTENÇAS DE MORTE img
Capítulo 12 EU NUNCA VOU COBRAR DE VOCÊ img
Capítulo 13 A NAMORADA DO TOM img
Capítulo 14 'PRODUÇÃO' img
Capítulo 15 HEINSTER BEHRING img
Capítulo 16 ELA É A MULHER DELE img
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Capítulo 2 STARBLIK DAIRY

KATHERINE

Sigo pela longa estrada ladeada pela cerca até a grande casa branca.

"Que singelo", penso, "cerquinha branca, casa branca, leite branco".

Vejo uma grande árvore e paro meu carro abaixo dela e vou em direção à porta. Meu corpo ainda trêmulo do longo caminho acidentado.

Não tem campainha. Olho de novo, pensando em uma forma de chamar alguém. Bato palmas, "alô, alguém", tento chamar a atenção. Nada. Apenas o vento morno da tarde e o silêncio.

"Droga, só falta isso agora! Imagina eu voltar todo esse caminho com essa intimação nas mãos! Não, isso não pode acontecer, não mesmo!", eu penso chateada, mesmo porque tenho certeza que o Green me manda outra vez aqui!

Estou sentada há um bom tempo quando vejo uma grande camionete RAM preta chegando em alta velocidade e para atrás do meu carro.

Imediatamente levanto e vou na direção de quem chegou.

"Oi..." sou interrompida.

"Essa é a vaga dos Behring, ninguém pode estacionar aqui", o homem já vem dizendo e andando na minha direção carrancudo.

"Desculpe, só vim trazer um documento e já estou de saída", digo em um fôlego.

Ele me olha e seu rosto irritado agora está feroz.

"Documento?", ele pergunta levantando a sobrancelha esquerda

"Sim", estendo para ele.

"Nichollas Behring?", pergunto.

"Não, eu sou Tom", ele me devolve o documento mais carrancudo.

"Tom, posso te chamar de Tom? Onde posso encontrar o Sr. Nichollas Behring?", pergunto tentando manter a calma e cumprir a missão.

"Ele não está aqui?", ele levanta o queixo e indica a casa e os prédios.

"Eu não sei, eu vim de Lansing pela manhã e depois que cheguei não encontrei ninguém a quem perguntar. Será que você pode me ajudar?", olhei esperançosa para Tom.

Ele me olhou, avaliando e bufou, abrindo um sorriso.

"Tudo bem", ele disse franzindo os lábios.

Entrou na camionete partiu. Imaginei que ele ia embora e fiquei desanimada. Voltei para minha cadeira.

Após algum tempo, vi Tom se aproximando.

"Achei que tinha ido embora", eu digo cansada.

"Eu disse que ia te ajudar, não disse?", ele devolve.

"Vamos", ele diz em voz plana e aponta para a casa.

Ele abre a porta da frente e realmente é incrível. Incrível porque do lado de fora ninguém imaginaria que existe tudo isso do lado de dentro.

Não é uma decoração convencional, como se esperaria pelo visual externo, mas uma mistura de madeiras que é simplesmente linda. Pessoalmente não gosto muito de visual rústico e muita madeira definitivamente não me agrada, mas isso... é definitivamente de muito bom gosto. A parede principal é revestida em madeira natural, com tábuas estreitas no sentido horizontal em pedaços de 40cm de diversos tons de castanho, proporcionado apenas pelo verniz. A parede do fundo é em tábuas naturais largas envernizadas no mesmo tom da principal, agora na posição vertical. O piso tem um revestimento cerâmico castanho que acompanha o padrão da madeira natural do ambiente. Apenas sofás brancos, tapete e algumas cadeiras rústicas acompanham a decoração com três toras gigantes naturais minimamente tratadas, cortadas em alturas diferentes que servem como mesa. O teto estilo catedral segue o estilo de tábuas largas naturais envernizadas com a iluminação feita por pontos de luz. Mais adiante se vê a sala de jantar com uma imensa mesa de madeira rústica com acabamento sofisticado e diversas cadeiras integrando o ambiente. A iluminação da sala de jantar pende do teto com argolas rústicas e é finalizada por um domo em forma de estrela. Realmente fiquei impressionada com a integração de tanta madeira no espaço, não que eu seja uma aficcionada pelo design ou não tenha visto muitas coisas muito chiques na vida, mas isso é diferente e muito bonito.

"Já podemos ir?", diz ele em tom de deboche.

"Desculpe, mas a decoração é bem diferente e inesperada", eu digo explicando porque tomei meu tempo olhando.

"Não sabia que os promotores gostavam tanto de design", ele diz ainda provocando.

"Em primeiro lugar eu não sou promotora, sou apenas assistente de promotoria. E em segundo lugar, como tenho olhos, posso muito bem olhar e ter minha opinião sobre o design, você não acha?", respondo já irritada com a zombaria dele.

"Vamos", ele bufa e ri, ainda zombando.

Andamos pela casa toda, abrindo cada porta.

"Ele não está aqui como você pode ver", diz Tom.

"E lá?", aponto para os grandes prédios do lado de fora.

"Então você quer ir lá?", Tom sorri e me pergunta.

"Eu preciso", franzo os lábios e aceno com a cabeça.

"Ok", Tom estende a mão sinalizando para eu ir na frente.

Andamos lado a lado e chegamos ao primeiro prédio.

O cheiro dos animais era inconfundível. Era um enorme galpão, com uma estrutura circular gigante, onde as vacas eram colocadas como se fosse ao redor de uma mesa redonda, com cochos à sua frente, as "cadeiras" eram baias onde se encaixavam e atrás haviam instrumentos mecânicos para ordenha.

Era realmente espantoso, mas não me atrevi a ficar muito tempo olhando, para evitar mais uma rodada da zombaria de Tom.

Ele me conduziu por todo o prédio, onde cumprimentou os funcionários.

Na saída, meu estômago roncou firme, pudera, até minha água tinha acabado.

Tom me encarou, mas não disse nada e prosseguimos para o próximo prédio, mais distante.

Novamente fui surpreendida. Era como um galpão de alta tecnologia onde haviam pequenas baias como suítes, onde estavam filhotes, bezerras, cada um com água e comida e fichas, como fichas médicas, onde estavam todas as informações do bichinho.

Balancei a cabeça, isso é estranho!

"O quê?", Tom me pergunta soando acusatório. "Os animais também gostam de ser bem tratados", ele me olha irritado.

"Eu não disse nada", eu arregalo meus olhos e levanto as mãos.

"Mas pensou", ele diz e continua andando por todo o ambiente comigo atrás.

Quando saímos, já escureceu. Ele aponta o próximo prédio, ainda mais distante.

            
            

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