"Do tipo que um homem gosta?", Tom me olha com um sorriso e uma sobrancelha levantada.
"Tom, meus favores são de outra natureza, acho que algo não ficou claro, me desculpe se você não entendeu bem", digo o mais calmamente que consigo.
"Que pena, doutora, achei que você honrasse sua palavra", ele me olha sério.
"Eu honro, mas eu não vou trocar uma mensagem por sexo. Você me deprecia Tom", digo franzindo os lábios como se estivesse magoada.
Tom ri e me olha de perto. "Você pensa rápido doutora promotora".
Ele levanta e estende o braço para me puxar.
"Ai!", o gemido me escapa, meu tornozelo está doendo muito.
Tom me pega de novo nos braços e desce as escadas me levando para a cozinha.
"Carne, doutora?", estou nos braços dele e ele aproxima o rosto até quase encostar o nariz no meu.
"Adoro bife, sangrando", olho nos olhos dele e profiro palavra por palavra.
Os olhos de Tom escurecem e sinto seu batimento acelerar.
"É melhor parar de brincar com o Tom, ou isso não vai acabar bem", eu penso, vendo os olhos dele ainda nos meus e me arrependendo da brincadeira.
Ele me põe em uma cadeira, não sem antes cheirar profundamente o meu pescoço, antes de ir para a geladeira.
"Estou com o seu cheiro? Só tinha esse gel de banho lá", escapa antes que eu pudesse pensar direito.
Tom não vira para me olhar, apenas olha sobre o ombro, suspira forte e me adverte: "Doutora, não se arrependa".
Meu coração dá um salto. Fui longe demais?
Ele pega vários itens na geladeira e começa habilmente a cozinhar.
"Hummm, quem diria, temos um chef?", sorrio brincando, já esquecida do aviso.
Ele levanta uma sobrancelha e sorri. Os lábios grossos se curvam e prendem o meu olhar.
Continuo acompanhando o hábil Tom na cozinha. Ele está lavando vegetais na pia. Meus olhos pousam nas costas dele debaixo da camiseta branca. Ele é forte, com certeza não foi só o trabalho na fazenda que fez isso por ele, mas malhação pesada. Os bíceps dele também depõe sobre a tese da academia.
Ele vem em minha direção e senta na mesa para cortar os legumes e a carne. Meus olhos pousam nas mãos grande e fortes dele. Sempre tive um fascínio pelas mãos dos homens, na verdade, na minha opinião elas são muito reveladoras. Estou olhando as mãos dele sobre a tábua de corte, se movendo e mordo o meu lábio inconscientemente.
"Gosta?", ele parou de cortar de repente e me mostra as mãos.
Levo ainda um segundo para voltar aos sentidos. Olho para ele com olhos vazios até entender. Sorrio.
"Só estava pensando", eu digo.
Ele levanta e vem na minha direção, arrasta a minha cadeira comigo nela da mesa, seus olhos são ferozes. Eu sorrio, preparando algo para dizer, quando os lábios dele caem sobre os meus. Ele me puxa da cadeira me pondo em pé e me aperta nos braços, enquanto sua língua entra forte na minha boca, o beijo se aprofundando até que sinto o fôlego me faltar.
"Doutora promotora, estou condenado", ele diz encostando a testa na minha, ele bufa e ri balançando a cabeça, me solta e volta para a tábua de corte sem me olhar, o maxilar endurecendo e a testa se franzindo.
Logo vejo a frigideira girando e o cheiro profundo da carne sendo frita. Em pouco tempo alguns vegetais e bifes estavam na minha frente. Ele colocou dois pratos, talheres e duas taças e trouxe uma garrafa de vinho.
"Bon appetit", ele me diz enquanto serve o vinho.
"Porto?", pergunto e ele assente com a cabeça, sentando do meu lado.
Ele coloca um bife no meu prato e começa a cortar. "Que cavalheiro", eu penso e um sorriso me escapa. Tom me olha de soslaio.
"Legumes?", ele pergunta e eu assinto. Ele serve o vinho.
Comemos em silencio. Meu bife como eu gosto, pelo visto exatamente como o dele.
Reconfortada pela comida depois de um dia cansativo, me senti relaxar, bebendo pequenos goles de vinho, girando a taça com o líquido precioso.
Senti a respiração do Tom no meu pescoço e virei a cabeça, encarando seu rosto bonito.
O beijo veio suave, lambendo, puxando, roçando.
"Tão bom", pensei, enquanto ele me abraçava e afundava o rosto no meu pescoço, se movendo com gentileza.
Meus dedos afundaram no cabelo de Tom e ele me pegou no colo para me beijar. Ficamos um longo tempo na cozinha, como dois adolescentes que descobriram o quanto beijar é bom.
"Doutora, posso cobrar o meu favor agora?", Tom me beija no canto da boca, acariciando meu cabelo.
"Tem certeza que você quer, agora, o favor?", eu digo suavemente, acariciando o cabelo dele, não querendo estragar esse tempo bom.
Ele me olha, respira fundo e me beija, me lembrando que esse homem pode ser feroz. Ele levanta comigo nos braços e me leva para o quarto. Me coloca na cama e continua a me beijar e acariciar, mas não faz nenhum avanço inconveniente.
Nós dois estamos aproveitando a doçura nessa noite chuvosa, apenas isso.