A STRIPPER
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Capítulo 4 -4

Estou há vinte minutos encarando a entrada do hotel. Meu coração está disparado e tento me acalmar para entrar. Começo a andar novamente de um lado para o outro e o segurança na porta já está me olhando esquisito. Não devia ter vindo. Me viro para ir embora, mas minhas pernas travam. Não quero ir embora. Quero subir, quero dançar pra ele e estou apavorada com os outros quero da lista. Olho meu relógio e já são 20h20min. Merda!!!! Respiro fundo e entro no hotel, passando pelo segurança desconfiado. Chego à recepção e a recepcionista sorri pra mim.

- Quarto 2034.

Ela olha a tela do computador.

- Alice?

Cacete!!! Não acredito que ele deu meu nome verdadeiro.

- Sim...

- Pode subir.

Apenas dou um pequeno sorriso, agradecendo e sigo para o elevador. O segurança aperta o botão do elevador que abre as portas.

- Não preciso apertar nada, já sei.

Digo e ele sorri.

- Tenha uma boa noite!

Pisca para mim como se eu fosse fazer algo muito safado e meu rosto queima. As portas do elevador se fecham. Será que ele acha que sou uma garota de programa? Em segundos as portas do elevador se abrem e perco o fôlego. Dou dois passos para fora do elevador, com os olhos focados nele. Escuto as portas do elevador se fecharem atrás de mim. Ele retirou tudo da sala, só deixando a cadeira, onde está.

- Alice!

Sussurra meu nome. Ele está com o rosto triste e cansado. Sua gravata solta pelo pescoço e em sua mão um copo de bebida.

- Me chame de Lois.

Ele solta um longo suspiro e faz uma cara de nada satisfeito.

- Quero te chamar de Alice.

Dou mais alguns passos para dentro da sala.

- Por quê?

- Porque sim.

Diz colocando o copo no chão.

- Você não me parece bem. Quer que eu vá embora?

- Não...

Diz rapidamente com a voz firme.

- Fique e dance pra mim.

- Tem certeza?

Não me responde e apenas tira meu celular de seu bolso. Mexe nele e uma das músicas que uso, começa a tocar. Coloca no chão ao lado do copo.

- Apenas dance.

Como alguém pode pedir algo de um jeito quase implorado e ainda sair sexy? Respiro fundo e ando até perto dele. Seus olhos sempre buscando os meus e os meus fugindo dos dele. Hoje não uso sobretudo ou roupas íntimas chamativas. Uso apenas um vestido longo preto, que possui um zíper lateral nele todo. Uma calcinha e um sutiã da mesma cor do vestido. Começo a me mexer na sua frente. Fecho meus olhos, deixando a música me levar. Minhas mãos começam a alisar meus seios, pescoço e desço para a minha barriga. Viro de costas pra ele e lentamente vou descendo, quase até o chão. Abro meus olhos e viro um pouco a cabeça, olhando-o por cima do ombro. Ele morde o lábio, aparentemente segurando seu desejo. Começo a subir, rebolando e ele engole a seco o tesão. Sim... tesão, pois posso vê-lo duro na calça, apontando lindamente para cima. Olho para o zíper e quando vou abri-lo ele me manda parar.

- Vai de novo, atrapalhar minha dança?

Viro pra ele brava.

- Não...

Ergue o dedo e me chama.

- Quero que faça isso mais perto de mim. Se não vai me deixar te tocar, me deixe ver bem de perto.

Me aproximo, ficando entre suas pernas abertas.

- Assim está melhor?

- Por enquanto sim.

Abre um sorriso lindo.

- Agora não me interrompa mais.

Volto para o zíper e novamente ele me manda parar.

- O que foi dessa vez?

Desequilibro e caio em cima do seu colo, mais exatamente sobre sua ereção. O vejo fazer uma pequena cara de dor e depois sorri, me fazendo sorrir junto.

- Desculpa!

- Tudo bem!

Vou tentando sair de cima dele, mas seus braços não deixam, já que estão me segurando firme.

- Preciso voltar a dançar.

Digo baixo, perto de sua boca.

- Não precisa voltar.

Sua mão sobe pelas minhas costas, me puxando ainda mais para ele. Para a minha surpresa a cadeira reclina e muito. Me seguro em sua gravata, estando quase por cima dele. Meu coração está acelerado. Muito acelerado e o calor de sua boca perto da minha, não me deixa pensar em mais nada, a não ser beija-lo.

- Me deixa te tocar.

Ele pede me olhando.

- Preciso te tocar pra esquecer esse dia de merda que tive.

Solto sua gravata e coloco minha mão sobre seu peito. Posso sentir seu coração acelerado na palma da minha mão.

- Não vou conseguir terminar nunca uma dança para você.

Ele dá um sorriso de canto de boca que me deixa encantada.

- Você pode vir todas as noites essa semana para tentar terminar sua dança.

Sua mão vem para o meu braço e ele desliza suavemente, me causando arrepios pelo corpo todo.

- A semana toda?

- Sim...

Afasto-me dele, um pouco atordoada.

- Não posso.

Saio do seu colo, rapidamente.

- Tem alguém agendando para essa semana?

- Não...

- Então por que não pode?

Levanta-se da cadeira.

- Porque isso é estranho.

- Não acho estranho. Ganhei uma stripper do meu irmão e gostei. Quero você todas as noites nessa semana.

O que ele disse me machuca um pouco. Certo! Sou uma stripper e ambos me pagaram para dançar. Mas a forma como ele disse, parecia que sou um objeto, uma coisa, algo para satisfazer suas vontades.

- Sinto que te magoei.

- Sabia que não devia ter vindo.

Passo por ele e ando até meu celular. Me abaixo para pegá-lo.

- Ser uma stripper não significa que faço o que vocês querem. Não se paga por pacote. Apenas venho e danço.

Pego o celular do chão e me levanto.

- Garotas de programa fazem pacotes de coisas a se fazer com o cliente e também passam todas as noites com eles em um hotel, se pagarem por isso.

Seguro firme o celular para não esquecê-lo.

- Já disse que não sou garota de programa.

- Eu sei e entendi.

- Não... você não entendeu.

Digo furiosa.

- Não se compra as minhas noites. Se compra a minha dança. Se quer alguém que preencha suas noites vazias, todos os dias, deveria procurar outra pessoa.

Ando acelerado e passo por ele.

- Não vai...

Ele agarra a minha mão e me segura firme. Bruno parece desesperado.

- Por favor, me desculpe se dei a entender que queria você como uma garota de programa aqui comigo.

Não sei o que acontece com nossos corpos, que eles sempre se aproximam, quase fundindo. Já estamos novamente colados um no outro.

- Só quero que não me deixe sozinho. Que venha me fazer esquecer tudo, tentando dançar pra mim.

Mordo o lábio, tentando não rir.

- Você estraga sempre a minha dança.

- A culpa é sua.

- Minha?

Ele vem para o meu ouvido.

- Você me proíbe de te tocar.

Sussurra e sinto sua boca beijar de leve meu ouvido.

- E estou desesperado para te tocar.

Fecho meus olhos e sua boca desliza em meu pescoço.

- Você não tem vontade de me tocar?

Pergunta e volta a me olhar. Subo minha mão para o seu pescoço.

- Tenho...

Ele sorri.

- Então me toca com a sua boca.

            
            

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