Ela olha a tela do computador.
- Alice?
Cacete!!! Não acredito que ele deu meu nome verdadeiro.
- Sim...
- Pode subir.
Apenas dou um pequeno sorriso, agradecendo e sigo para o elevador. O segurança aperta o botão do elevador que abre as portas.
- Não preciso apertar nada, já sei.
Digo e ele sorri.
- Tenha uma boa noite!
Pisca para mim como se eu fosse fazer algo muito safado e meu rosto queima. As portas do elevador se fecham. Será que ele acha que sou uma garota de programa? Em segundos as portas do elevador se abrem e perco o fôlego. Dou dois passos para fora do elevador, com os olhos focados nele. Escuto as portas do elevador se fecharem atrás de mim. Ele retirou tudo da sala, só deixando a cadeira, onde está.
- Alice!
Sussurra meu nome. Ele está com o rosto triste e cansado. Sua gravata solta pelo pescoço e em sua mão um copo de bebida.
- Me chame de Lois.
Ele solta um longo suspiro e faz uma cara de nada satisfeito.
- Quero te chamar de Alice.
Dou mais alguns passos para dentro da sala.
- Por quê?
- Porque sim.
Diz colocando o copo no chão.
- Você não me parece bem. Quer que eu vá embora?
- Não...
Diz rapidamente com a voz firme.
- Fique e dance pra mim.
- Tem certeza?
Não me responde e apenas tira meu celular de seu bolso. Mexe nele e uma das músicas que uso, começa a tocar. Coloca no chão ao lado do copo.
- Apenas dance.
Como alguém pode pedir algo de um jeito quase implorado e ainda sair sexy? Respiro fundo e ando até perto dele. Seus olhos sempre buscando os meus e os meus fugindo dos dele. Hoje não uso sobretudo ou roupas íntimas chamativas. Uso apenas um vestido longo preto, que possui um zíper lateral nele todo. Uma calcinha e um sutiã da mesma cor do vestido. Começo a me mexer na sua frente. Fecho meus olhos, deixando a música me levar. Minhas mãos começam a alisar meus seios, pescoço e desço para a minha barriga. Viro de costas pra ele e lentamente vou descendo, quase até o chão. Abro meus olhos e viro um pouco a cabeça, olhando-o por cima do ombro. Ele morde o lábio, aparentemente segurando seu desejo. Começo a subir, rebolando e ele engole a seco o tesão. Sim... tesão, pois posso vê-lo duro na calça, apontando lindamente para cima. Olho para o zíper e quando vou abri-lo ele me manda parar.
- Vai de novo, atrapalhar minha dança?
Viro pra ele brava.
- Não...
Ergue o dedo e me chama.
- Quero que faça isso mais perto de mim. Se não vai me deixar te tocar, me deixe ver bem de perto.
Me aproximo, ficando entre suas pernas abertas.
- Assim está melhor?
- Por enquanto sim.
Abre um sorriso lindo.
- Agora não me interrompa mais.
Volto para o zíper e novamente ele me manda parar.
- O que foi dessa vez?
Desequilibro e caio em cima do seu colo, mais exatamente sobre sua ereção. O vejo fazer uma pequena cara de dor e depois sorri, me fazendo sorrir junto.
- Desculpa!
- Tudo bem!
Vou tentando sair de cima dele, mas seus braços não deixam, já que estão me segurando firme.
- Preciso voltar a dançar.
Digo baixo, perto de sua boca.
- Não precisa voltar.
Sua mão sobe pelas minhas costas, me puxando ainda mais para ele. Para a minha surpresa a cadeira reclina e muito. Me seguro em sua gravata, estando quase por cima dele. Meu coração está acelerado. Muito acelerado e o calor de sua boca perto da minha, não me deixa pensar em mais nada, a não ser beija-lo.
- Me deixa te tocar.
Ele pede me olhando.
- Preciso te tocar pra esquecer esse dia de merda que tive.
Solto sua gravata e coloco minha mão sobre seu peito. Posso sentir seu coração acelerado na palma da minha mão.
- Não vou conseguir terminar nunca uma dança para você.
Ele dá um sorriso de canto de boca que me deixa encantada.
- Você pode vir todas as noites essa semana para tentar terminar sua dança.
Sua mão vem para o meu braço e ele desliza suavemente, me causando arrepios pelo corpo todo.
- A semana toda?
- Sim...
Afasto-me dele, um pouco atordoada.
- Não posso.
Saio do seu colo, rapidamente.
- Tem alguém agendando para essa semana?
- Não...
- Então por que não pode?
Levanta-se da cadeira.
- Porque isso é estranho.
- Não acho estranho. Ganhei uma stripper do meu irmão e gostei. Quero você todas as noites nessa semana.
O que ele disse me machuca um pouco. Certo! Sou uma stripper e ambos me pagaram para dançar. Mas a forma como ele disse, parecia que sou um objeto, uma coisa, algo para satisfazer suas vontades.
- Sinto que te magoei.
- Sabia que não devia ter vindo.
Passo por ele e ando até meu celular. Me abaixo para pegá-lo.
- Ser uma stripper não significa que faço o que vocês querem. Não se paga por pacote. Apenas venho e danço.
Pego o celular do chão e me levanto.
- Garotas de programa fazem pacotes de coisas a se fazer com o cliente e também passam todas as noites com eles em um hotel, se pagarem por isso.
Seguro firme o celular para não esquecê-lo.
- Já disse que não sou garota de programa.
- Eu sei e entendi.
- Não... você não entendeu.
Digo furiosa.
- Não se compra as minhas noites. Se compra a minha dança. Se quer alguém que preencha suas noites vazias, todos os dias, deveria procurar outra pessoa.
Ando acelerado e passo por ele.
- Não vai...
Ele agarra a minha mão e me segura firme. Bruno parece desesperado.
- Por favor, me desculpe se dei a entender que queria você como uma garota de programa aqui comigo.
Não sei o que acontece com nossos corpos, que eles sempre se aproximam, quase fundindo. Já estamos novamente colados um no outro.
- Só quero que não me deixe sozinho. Que venha me fazer esquecer tudo, tentando dançar pra mim.
Mordo o lábio, tentando não rir.
- Você estraga sempre a minha dança.
- A culpa é sua.
- Minha?
Ele vem para o meu ouvido.
- Você me proíbe de te tocar.
Sussurra e sinto sua boca beijar de leve meu ouvido.
- E estou desesperado para te tocar.
Fecho meus olhos e sua boca desliza em meu pescoço.
- Você não tem vontade de me tocar?
Pergunta e volta a me olhar. Subo minha mão para o seu pescoço.
- Tenho...
Ele sorri.
- Então me toca com a sua boca.