Vingança do Ceo
img img Vingança do Ceo img Capítulo 2 Dois
2
Capítulo 6 Seis img
Capítulo 7 Sete img
Capítulo 8 Oito img
Capítulo 9 Nove img
Capítulo 10 Dez img
Capítulo 11 Onze img
Capítulo 12 Doze img
Capítulo 13 Treze img
Capítulo 14 Quartoze img
Capítulo 15 Quinze img
Capítulo 16 Dezesseis img
Capítulo 17 Dezessete img
Capítulo 18 Dezoito img
Capítulo 19 Dezenove img
Capítulo 20 Vinte img
Capítulo 21 O Final. img
img
  /  1
img

Capítulo 2 Dois

Nana, minha assistente, percebeu o quanto eu estava exausta e abatida. Na verdade seu nome é Nancy Galles, sempre sabe do que preciso, alem de minha assistente é minha amiga e confidente. Mais no momento preferi não contar-lhe o ocorrido.

- Por que não descansa um pouco, Srta. Lya? - sugeriu gentilmente ela. - Vá para casa. Posso tomar conta do serviço sozinha. Se tiver alguma dúvida, eu lhe telefono.

- Obrigada, Nana. Estou mesmo precisando descansar. Só que não vou para casa. Ficarei aqui mesmo, em minha sala.

- Então lhe trarei um capuccino para que a senhora possa relaxar um pouco e se sentir a vontade. - fala ela.

Aqui no trabalho ela insiste em me tratar como sua chefe. Mais fora daqui somos mais que colegas de trabalho, por assim dizer.

Vagarosamente, eu caminhei em direção ao meu pequeno escritório, logo na entrada da biblioteca. Sentando-me à mesa, coloquei os olhos na enorme pilha de cartas que esperavam para ser respondidas. Talvez aquela tarefa me ajudasse a esquecer um pouco aquele problema. Tomei fôlego, e começei a ler, uma a uma.

- Entre, Nana - respondi, ao ouvir batidas na porta.

Quando levantei meus olhos para atender à minha amiga, me deparo com Vincent Stewart, parado de pé bem à minha frente.

- Sr. Stewart! - exclamei, surpresa, enquanto ele fechava a porta atrás de si.

- A Srta. Galle insistiu para que não a perturbasse, mas... - começou ele, divertido.

Perturbar? Perturbar era muito pouco para expressar o que eu estava sentindo naquele momento. As minhas pernas ficaram bambas, o coração batia descompassado e as minhas mãos trêmiam mal eu conseguia segurar a folha de papel.

- Sente-se, por favor - convidei, educadamente, quando na verdade minha vontade era colocar ele dali para fora.

Vincent sentou-se de frente para mim, me olhando intensamente.

- Em que posso ajudá-lo? - pergunto, tentando parecer natural, sem tirar os olhos daquele rosto impenetrável.

- Então não sabe por que vim até aqui? - perguntou ele, irônico. Eu fiquei sem ação.

- Pensei que teríamos combinado que eu lhe daria uma resposta por telefone.

- Achei melhor vir até aqui para esclarecer que não estava brincando quando lhe propus casamento - ele falou, sério, sem tirar os olhos de mim. - Case-se comigo e seu pai terá o prazo que tanto deseja.

- Não acha que está sendo... digamos, um pouco severo conosco? - pergunto, escolhendo as palavras certas.

- Tenho razões mais do que suficientes para agir assim! - rebateu, pegando um charuto que ele tinha em seu bolso. - E uma delas é que Leoncio Flaming assinou promissórias comprometendo-se a pagar a dívida até o próximo domingo.

Em seguida ele tirou uma baforada no charuto, agora mais do que nunca eu estava convencida de que havia algum segredo entre aqueles dois homens.

- Quanto o meu pai lhe deve? - perguntei, corajosa tentando ainda arranjar uma saida.

- Meio milhão de dólares - respondeu Vincent calmamente. O escritório começou a rodar e eu precisei respirar fundo para não perder o ar. Meio milhão de dólares! Aquilo era uma fortuna! Não era à toa que aquele homem estava pressionando o meu pai.

- Sr. Stewart... não há outro modo de resolvermos o problema?

Ele deu de ombros.

- Claro! Vendam tudo o que têm e o assunto será dado por encerrado.

- Não pode imaginar o que aquela casa significa para meus pais - falei amargurada. - Ela faz parte das nossas vidas.

- Felizmente não sou do tipo sentimental, Srta. Lyanna - ele falou, seco. - Tenho os pés no chão, lido com os fatos! Aprendi, há algum tempo, que não se devem misturar sentimentos com negócios.

Eu levantei-me e fui até a janela que dava para a rua. De fato, aquele homem parecia mais um robô do que um ser de carne e osso. Lá fora, no parque, crianças brincavam sem preocupações às crueldades que as cercavam. Eu senti até um pouco de inveja delas!

- Bem, e... e se eu me casar com o senhor? - perguntei, de volta à realidade daquela sala.

- Nesse caso, darei o tempo que seu pai me pede. Se ele me pagar tudo dentro desse novo prazo, você estará livre.

- Caso contrário... - pergunto, contendo a respiração.

- Terá sua liberdade ao final de doze meses, em qualquer circunstância, se é isso que a apavora, Srta. Lya. Antes, porém, espero que me recompense devidamente.

Ele disse aquilo com malícia e cinismo, descendo o olhar atrevido até os meus seios enquanto eles arfavam incontrolavelmente por conta da minha respiração.

- É revoltante! - desabafei, com voz sufocada.

- Sou um homem de trinta e oito anos, Lyanna, e não um romântico adolescente! Não me diga que, por algum momento, lhe passou pela cabeça que nosso casamento seria apenas no papel?

fiquei olhando enquanto ele se levantava, impaciente. A virilidade que emanava daquele corpo másculo despertava em meu íntimo, como nenhum outro homem havia despertado antes. Nem minhas paixões mais antigas conseguiu me deixar tão excitada.

- E quanto aos meus sentimentos? - perguntei, indignada, com o orgulho ferido e o coração magoado.

- Tenho observado você há alguns meses, bela dama, e concluí que, se realmente possui algum sentimento, está muito bem escondido.

- Parece estar certo de que vou aceitar sua proposta. Por quê?

- Você não tem outra escolha, minha flor! Traçou seu próprio destino ontem à noite, ao entrar no escritório de seu pai. Agora, só me resta descobrir o que há por detrás desse coração de gelo.

- E que diferença faria se ontem eu não tivesse entrado na conversa?

Ele riu, divertido, naquele momento um misto de ódio e prazer invadiu meu ser

- Seria lamentável, mas a esta altura seu pai já teria colocado a casa à venda.

Eu admito que ele dizia a verdade e que não teria pena de meu pai.

- Como você é mesquinho! - acuso-o, revoltada. - Está mesmo decidido a explorar o ramo de construções de toda a região, não é? Não importa se está prejudicando outras famílias, destruindo seus lares, desde que você satisfaça à sua maldita ambição! Mas existe uma coisa que jamais poderá comprar: a felicidade. Nunca, ouviu bem?

Ele não se assustou com o que eu disse.

- E quem está se preocupando com isso? Não estou em busca da felicidade, mas sim de justiça, e pouco me importa se você aprova ou não os meus métodos.

Achei que aquilo que ele falou já era demais.

- O quê? Justiça? E o que meu pai tem a ver com isso? Que mal ele lhe fez para que você queira arruiná-lo? - Falo exaltada

- Será que já não é o bastante o fato de não ter cumprido a palavra, pagando.a dívida dentro do prazo estipulado? - argumentou ele.

- Pois não vejo crime algum em dever dinheiro para alguém - revidei.

- Não? Pois saiba que, se eu quiser, posso colocar seu pai na cadeia! É só recorrer aos meios legais para receber o que por direito me pertence - disse Vince, agora bastante irritado.

- Meu pai não está fugindo do compromisso. Será que não entende? Só precisa de mais algum tempo. Se recorrer à Justiça, terá que se conformar em receber um pouco por mês - lembrou ela, tentando amenizar a conversa.

Ele calou-se por um momento. Depois voltou a falar calmamente:

- Pelo visto, não sabe mesmo como está a situação do seu pai. Fique ciente de uma coisa: você e sua mãe estão vivendo exclusivamente da antiga reputação de Leoncio. Ele está devendo à cidade inteira e, se eu abrir a boca, será o fim...

Eu estremeci só de imaginar. Vincent reparou na minha reação e ergueu as duas mãos.

- Mas fique tranqüila, porque não pretendo processá-lo. Posso dar-lhe mais uma chance. Adiarei a dívida, mas quero você como garantia. Embora saiba que ao final de um ano seu pai continuará sem condições de me restituir o dinheiro, e que tudo ficará como antes...

Eu tentei defender o meu pai daquela situação.

- Isso é o que você pensa! - protestei, irritada.

- Acha que estou errado? Então me responda como é que seu pai pretende me pagar? Não me diga que Leoncio está pensando em participar da concorrência para a construção da nova siderúrgica.

Ele parecia estar lendo os meus pensamentos. Meu segundo de silêncio fez ele responder.

- Se for isso, é bom desistir.

- Se meu pai pretende concorrer é porque tem condições de vencer: Ele sabe o que faz - murmurei, tentando convencer a mim mesma.

- Pare de dizer tolices - cortou ele, seco.

- Por quê?

- Por um motivo muito simples: a obra será minha! - disse, confiante.

Eu mordi o lábio inferior, com raiva, quase me ferindo. Jamais conheci um homem tão arrogante, mas ao mesmo tempo tão firme em suas decisões. Eu poderia até o admirar se a situação fosse outra.

- Você já ganhou tantas outras concorrências. Deixe essa oportunidade para o meu pai - humilhei-me mais uma vez, levada pelo desespero.

Mais ele não teve piedade.

- Vivemos num país democrático, portanto os direitos são iguais e vencerá o melhor.

- Como pode ser tão perverso! - exclamei, horrorizada, meus olhos cheios de lágrimas.

Vincent parecia nem reparar.

- Avise a seu pai que vou telefonar à noite, lá pelas oito horas, e quero uma resposta - concluiu ele, calmamente.

Depois, levantou-se decidido e saiu do escritório, fechando a porta.

Ainda sentada na cadeira, eu tremia incontrolavelmente. E agora? Precisava me decidir. Teria de se casar com Vincet para proteger o pai e salvar a família. Mas... e eu? O que seria do meu futuro, dos meus sonhos, dos meus sentimentos? Oh Deus! Era um preço alto demais a se pagar.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022