- Faz uma ficha deles, para você ter um pouco mais do gostinho... - Helena deu risada e Ana lambeu os beiços, saindo em passos largos.
- Pode deixar comigo!
- Helena, quem é Ana e onde fica sua sala de espera? - Danúbia questionou completamente intrigada? - Como é possível você ter uma secretária e eu não saber?
- É que desde a primeira vez que você veio, permiti seu acesso imediato ao meu escritório, que é todo esse andar, mas no andar da diretoria, abaixo desse, fica também uma sala de reunião e uma sala de espera. Ana não é apenas minha secretária, mas também da diretoria. Na verdade mais deles...
- Eu conheci um de seus diretores, o Herbert...
- Hummm, esse seu jeito de falar está me deixando entender alguma coisa...
- Não, não... Ele na verdade veio com todas as garras pra cima de mim, com conversa, mas eu sei que não se deve confiar em homens. Ainda mais naqueles que dão em cima da gente já logo na primeira oportunidade. - Danúbia realmente acreditava naquilo, não que ela tivesse forças para seguir o que pensava todas as vezes, mas pelo menos tentava.
- Olha, para ser justa, apesar de eu não ter muito contato, ele nunca deu em cima de mim. Também não me parece alguém que sai por aí cantando qualquer pessoa que vê pela frente. Quer ver? - Helena apertou e segurou um botão em sua mesa. - Ana, está com o fone de ouvido?
- Sim! - A voz da secretária respondeu pelo auto-falante embutido.
- Pois então responda novamente apenas com sim ou não, de forma bem direta e sincera. O Sr. Herbert alguma vez deu em cima de você ou pelo menos deu a entender que estava interessado de alguma forma em você? - Provavelmente a questão de Helena pegou Ana de surpresa, mas ela não titubeou a responder.
- Não! Não! De jeito nenhum! Jamais!
- Obrigado, Ana, continue a explicar com carinho a eles como preencher os dados, viu!
- Pode deixar que eu farei assim mesmo! - Ela respondeu parecendo gostar muito daquela simples missão.
- Viu só? Às vezes... - Helena já havia soltado o botão de comunicação com a secretária e tentou argumentar em favor do diretor, sem nem saber sequer o motivo pela qual estava fazendo isso.
- Não tem às vezes! A gente não pode se envolver sentimentalmente com homens. E sexualmente o envolvimento deve estar estabelecido sob alguma ótica que nos ofereça vantagem. Um homem jamais deve acreditar que te conquistou. Você consegue perceber como a própria palavra conquista já vem carregada de uma série de conceitos que coloca alguém em detrimento do outro. E quando essa tal conquista é mútua, a mulher sempre estará em desvantagem. Não, não... Eu gostava de ser modelo, daquela forma que eu era, porque isso me dava poder. Todo homem que me pegava, poderia acreditar naquele momento que dava as ordens, mas era eu quem controlava se ia atendê-lo, eu quem estabelecia as regras do que podia ou não podia ser feito e ainda recebia um bom dinheiro para isso. Não quero ofendê-la, espero que não leve o que vou dizer para o lado pessoal, mas eu aproveitava a parte que era mais gostosa e deixava para a esposa os problemas, as crises, as brigas. Mesmo quando eu era paga para escutar, ainda assim, a bagunça não era comigo, eu ainda me sentia bem de poder fazer o cara se sentir melhor.
- Bom, talvez você tenha uma nova oportunidade agora de potencializar isso, sem a necessidade de ter que aceitar as fantasias deles. - Helena nem se importou com a memória de que Danúbia havia mencionado justamente a situação de seu falecido marido.
- Como isso? - Danúbia parecia que ainda não tinha entendido o que aconteceria realmente naquele negócio que Helena estava imaginando.
- Ué... As fantasias serão nossas. Eu quero contratar esses caras para ficarem a minha disposição para fazermos o que quisermos com eles. Só que nesse caso, eu não abrirei nenhuma exceção. Eles não vão ter o que você teve, nem esse direito... Não poderão escolher o que querem fazer. Se aceitarem entrar para o meu Harém, terão que obedecer qualquer um de meus comandos, mesmo eu ainda não estando muito certa de tudo que eu gostaria de pedir para eles.
- Bom, imagino que comer a gente bem gostoso, deva estar nos seus planos, né? Porque vou te contar uma coisa... Estou aqui até piscando de vontade, não estou acostumada a ficar tanto tempo sem! - Danúbia revelou o fato e Helena gargalhou.
- Eu também não é com certeza, além de estar muito mais tempo sem, do que você, eu ainda estava fazendo com um único homem... Sempre o mesmo, aliás.
- Que vamos ser sinceras, nem era tudo isso...
- Ah, para mim, durante os bons tempos, tenho que dizer que eu gostava.
- Amor, sério... Você precisa ser bem comida! Torço pra algum desses meninos ser bom o suficiente pra pelo menos te dar um gostinho.
- Meu marido era tão ruim assim?
- Não era ruim, digamos que ele era esforçado... - Danúbia riu, mas depois as duas ficaram um pouco pesarosas por estarem falando de alguém que morreu. - Não, não fique com dó... Ele teve o que merecia, assim como você.
- Bom, ele poderia não ter me deixado nada... Ainda assim aqui estou... Não consigo só olhar com ódio para ele.
- Pois, então, não olhe mais para o passado, olhe para o futuro! Você não tem câmeras para ver lá embaixo, não? - Danúbia perguntou e a resposta de Helena foi ligar o televisor que ficava escondido numa parede lateral, como um quadro digital. - Não acredito que esse quadro era uma TV, que incrível!
Helena foi trocando a câmera através de outro botão em sua mesa. Olhando bem agora, não parecia uma mesa empresarial, apenas, mas uma mesa de comando.
- Ali! - Danúbia deu um grito e Helena voltou para a captura anterior onde mostrava os três modelos, sentados, preenchendo uma ficha, com Ana indo e voltando, de um lado para o outro, rebolando. - Essa moça é mesmo uma figura! - Danúbia comentou.
- Bom acho que é nossa vez de descer e rebolar... - Helena decidiu.