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O dia em que o pai da Sarah me fez um convite oficial para conversarmos, foi tenso.
Duvido quem já não passou por isso, agente até pode passar pela casa da namorada, entrar para tomar uma água, até bater um papo com a sogra, é moleza, ficava um pouco acanhado mais dava para levar de boa, mas o dia que o pai dela disse que queria falar comigo, aí suei frio viu.
Uma coisa que a gente nunca imagina né, em ficar de frente a frente com o sogro, o cara que criou sua filhinha com todo amor e carinho, e de repente aparece um cara de fora, de outra família, com uma história completamente diferente e quer levar sua filha embora, penso eu que sera bem estranho quando isso acontecer comigo, claro, porque um dia vou ter filhos e chega minha vez também.
Foi um sábado, o sol estava rachando de quente, peguei o ônibus e fui para casa da minha namorada Sarah, é o dia mais tenso depois de quase um ano de paquera e rolinho, agora o namoro esta mais serio, a mãe dela tinha conversado com o pai dela, até então era apenas amizade, eu ia à casa dela fazer trabalho da escola, e ela ia na minha, la no morro.
Tudo ia bem, até o dia que o pai dela descobriu que eu morava no moro do alemão. Eu achei que iria ser pior, mas até que ele levou de boa.
Enquanto eu balançava no gingado do ônibus que mi levava até o ponto mais próximo da casa da Sarah, eu ficava pensando e lembrando nossos momentos. Porque eu não sabia qual seria a conversa que o pai dela ia ter comigo.
Sera que ele ia mi oferecer dinheiro para sumir e deixar a filha dele em paz?
-- Imaginei isso! Mas, por outro lado, eu pensei - já estou levando isso pro lado de novela, né, essas coisas acontecem em novela, impossível ele fazer uma proposta dessa para mim...
"I se fizer?"
Hum, eu não vou vender o meu amor assim, vou lutar por ela ate o fim, pensei...
Depois de tantas paradas e freiadas o ponto que eu ia descer chegou, cada passo que eu descia no degrau do ônibus, era um frio na barriga que dava. A ansiedade aumentava. E olha que ainda tinha que andar apé mais uma meia hora para chegar na casa dela.
E la foi eu, caminhando contando os passos, preocupado, pensativo, com medo, suando, não sei si, era do calor ou da tensão. Caramba! - Como vou chegar na casa da minha namorada sem levar nada para minha sogra? - Pensei mi questionando!
Parece coisa do destino, enquanto continuava a caminhada para casa de Sarah, e pensando no que levar para fazer uma média para minha sogra, fui consultar minha carteira nessa hora, então vi que tinha somente 20 reais, que seria para pegar o ônibus de volta para casa...
E agora? Perguntei para mim... um quarteirão a frente tinha um mercadinho, resolvi entrar e da olhada, então veja só oque eu encontrei, sabe aqueles mini cactos, que parece que vem plantado em uma espécie de chicara? Então ele olhou para mim, foi paixão a primeira vista, ele era pequeno e tinha 5 florzinha, vermelhas lindas, e o melhor de tudo era o preço!
4,99. Sim, era o preço da florzinha, nem exitei, já peguei a florzinha, e perguntei para o caixa do mercadinho si, tenha como embrulhar para presente, a caixa era uma moça muito atenciosa, e percebeu que eu estava um pouco tenso, e perguntou: - Vai da de presente para namorada?
- Não, vou levar para minha sogra, o pai da minha namorada quer falar comigo e para não ficar muito feio quero levar algo para mãe dela...
A moça do caixa sorriu e disse: -- Eu que achava que os cavaleiros não existissem mais, viu!
Vou fazer um pacote bem bonito para você agradar sua futura sogra ta.
Assim ela fez, eu não tinha palavras para agradecer, ficou perfeito, ela colocou ele em uma caixinha transparente com um lindo lacinho vermelho, que pelo que percebi até perfume ela tinha colocado no laço.
Fui no caixa, paguei pela florzinha e continuei minha caminhada, já faltavam umas 10 quadras para chegar na casa da minha namorada, agora eu já não estava de mãos abanando. Em passos largos fui indo, enfim cheguei em frente ao portão da casa dela.
Ai da para imagina né, toco o interfone ou não, vou embora, largo tudo, si o pai dela mi der um muro? Ou um tiro por eu ser um pobre morador do moro? Era tanta pergunta, que mi perdia entre elas.
Respirei fundo e falei comigo mesmo... - Calma Ryan, no máximo que pode acontecer é o pai dela não aceitar o namoro, ai você vira as costas e vai para sua casa apé, já que desinteirou o dinheiro da passagem pra comprar o vasinho de flor para futura sogra.
Foram duas interfonadas, e a Sarah apareceu na janela, com aquele sorriso maravilhoso, que enche meu coração com aquele calorzinho gostoso, minhas mãos ficaram geladas, acho que era ansiedade.
Ela grita da janela - Já vou meu amor, e saiu correndo.
Ao chegar no portão, que já tinha destravado lá de dentro da casa, mi deu um abraço de urso, que parecia que fazia um ano que não si víamos, e mi beijou, foi um beijo demorado, nossas línguas si encontrando, até parecia que elas estavam conversando, ali por alguns minutos, sentindo o calor do corpo um do outro, sempre era algo mágico, inexplicável quando você consegui sentir o amor incondicional de alguém.
Um sentimento que pra mim é o mais lindo, mais puro de todos, pena que as vezes outros sentimentos como o ciúme a desconfiança acaba destruindo, mas ali naquele momento não existia isso.
Quando paramos de beijar, olhei involuntariamente para porta da casa dela e lá estava o pai dela em pé na porta...
Eu não sei explicar qual foi o pior sentimento que senti naquele momento, pra você ter uma ideia, mi deu até fraqueza...
Minhas pernas bambiaram, Parece que deixei de sentir as pernas e as mãos, Sarah falava comigo, mas eu não conseguia ouvir, era como eu tivesse morrido eu acho...
Ela foi mi puxando pra casa dela, nisso o pai dela virou as costas e foi pra dentro de casa,
Quando cheguei na porta já não vi ele.
Então, Sarah perguntou: - Você que tomar água, suco?
Eu respondi com outra pergunta, tem pinga aí?
Ela sorriu e mi levou pra cozinha...a casa era bem grande, acho que tinha duas cozinhas, quando chegamos na cozinha principal, lá estava dona Mariane, mãe da minha amada Sarah.
Cheguei e logo ela de maneira muito simpática, mi comprimentou, dizendo: - Como vai Ryan? E mi puxou pela mão e mi deu um beijinho no rosto, Dona Mariane olhou na minha mão e perguntou: Oque é isso na sua mão menino?
Ryan : É.... uma florzinha dona Mariane, eu vinha andando e vi uma loja que tinha essa florzinha, e lembrei da senhora, espero que não repare meu presentinho.
Mariane - Nossa Ryan, não precisava, nunca ganhei uma flor nem do meu marido... Que lindo isso, muito obrigado, e mi deu um super abraço.
Pensei naquela hora, ganhei a coroa!
Continue....