Tinha um jardim enorme e era toda de vidro. Ficava em um lugar um pouco mais afastado e, pelas fotos, parecia o paraíso. İmaginou o filho correndo pelo jardim.
- Essa! Marque um horário com o corretor. E a conferência e o acordo?
- Papéis prontos. Não esqueça, ela deve assinar antes da conferência.
- Ela assinará.
- Suhan não acha uma boa ideia.
- Ótimo, pode segurar a mão de Zeynep quando ela chorar. Você acha que devo ir de terno ou uma roupa mais esportiva?
- Meu amigo...
- Vou com uma roupa simples.
Se despediram e Emir subiu para se trocar. Antes de encontrar Zeynep tinha marcado um almoço com o pai e a madrasta.
Contaria do neto, e informaria da sua volta com a ex-mulher.
Estava preparado para o chororô de Elif.
Terminou de se arrumar, pegou o presente da futura namorada e ligou para Zeynep antes de sair.
- Olá, minha princesa, como está nosso filho?
- Sua atuação a essa hora do dia não me afeta e meu filho está muito bem. Ele perguntou por você, e avisei que vamos passar a tarde juntos, senhor Ozkurt.
- Não vai me chamar de príncipe, nem de meu amor?
- Não. Sei que você está magoado comigo, mas não precisa ser irônico.
- Se você não fosse vingativa e não tivesse privado nosso filho de ter o pai presente, nada disso teria acontecido.
- Que seja.
- Princesa, irei almoçar com meus pais e assim que acabar por lá eu passo para buscar vocês. Vamos conhecer nosso novo ninho de amor. E Çağlar vai com a gente? Ou você quer consumar nosso namoro?
- Çağlar vai com a gente.
- Ótimo, minha querida. Quero você linda e coloque seu melhor sorriso quando eu chegar. Não quero que seu amigo pense que você está comigo por obrigação.
Zeynep suspirou no outro lado da linha.
- O meu amigo tem outros problemas para resolver. Agora, se me dá licença eu preciso organizar algumas coisas; Rüya chega à tarde...
- Eu te levo para vê-la, fique tranquila. Há várias surpresas para você esta tarde... Um beijo.
Zeynep desligou o telefone, Emir estava tramando alguma coisa. Queria fugir, mas o olhar de Jülide sobre si mostrava que aquilo era impossível.
- Como você conseguirá olhar para Rüya?
- Da mesma forma que olho para você, com desprezo. O destino foi cruel com Emir, o filho dele deveria ter sido gerado no ventre de Suhan.
- Eu amo meu filho, Jülide, ele é a melhor coisa que poderia ter me acontecido. E talvez eu não seja mesmo a melhor mãe que ele poderia ter, mas com certeza ninguém o amaria mais do que eu. Não espero que você saiba o que é isso.
Zeynep subiu e foi escolher uma roupa, estava muito cansada.
***
Emir pegou o carro que o seguro lhe dera, o Mercedes estava no conserto; a revolta em seu sangue não diminuía em nada a felicidade de ter um filho.
Infelizmente, antes de vê-lo, precisava comunicar à família que ele era pai.
***
Fazilet atendeu o telefone de casa depois do segundo toque. O celular estava com o visor quebrado e imaginava que fosse Zeynep, mas foi surpreendida por Jülide.
- Madame Fazilet? Sou eu, Jülide.
- Olá! Há quanto tempo... Desde que os meninos se separaram a gente não se fala, mas me diga, o que você quer?
- Te contar uma coisa.
- Está tudo bem com Emir?
- Sim. Madame Fazilet, o senhor Emir tem um filho.
- Não acredito. - A senhora Baysal sentiu as pernas bambas, Zeynep era louca por aquele homem.
- Acredite, para mim também foi difícil aceitar. Principalmente sabendo quem é a mãe do menino... Acredita que ela o escondeu de Emir?
Um pressentimento invadiu Fazilet, que abanou a cabeça tentando afastá-lo.
- Jülide, por que está me ligando?
- Por que eu queria saber se Zeynep caiu do berço... Com que coragem vocês esconderam o menino de Emir?
- Zeynep teve um filho?
- Ora, vai me dizer que você não sabia...
Fazilet desligou o telefone enquanto Jülide ainda falava. Lembranças de uma Zeynep roliça, convites negados e muitas coisas pequenas mostravam a verdade. Iria para a mansão.
**
Elif esperava Emir na sala, o rapaz mal entrou e recebeu um abraço da madrasta que quase o sufocou.
- Por que não me visita? Ömer está aqui; mesmo famoso e morando em outro lugar, não fica sem me ver.
- Chame o meu pai, por favor, preciso falar com vocês juntos.
iuElif ordenou que um empregado
chamasse Nihat, enquanto alisava a roupa de Emir.
- Você está tão bonito, meu filho.
- Obrigado.
- Por que você não me ama?
- Elif, eu...
Nihat entrou na sala e, para a sorte de Emir, interrompeu aquela situação corriqueira.
– Ótimo, os dois estão juntos. Eu voltei a namorar Zeynep e temos um filho.
- Filho? Ela está grávida?
- Não, nós já temos. O menino tem cinco anos e achamos por bem mostrá-lo agora.
- Esconderam o meu neto? - Elif perguntou espantada.
Emir saiu sem dar maiores explicações, não via necessidade de ficar para ao almoço.
Desceu as escadas submerso em perguntas e entrou no carro, seguindo para a casa de Zeynep.
No meio do caminho recebeu a confirmação para visitarem a propriedade.
Chegou e encontrou Zeynep, ela vestia um jeans claro, os cabelos presos em um rabo de cavalo e estava visivelmente chorosa. Emir a achou perfeita, exceto pelos olhos inchados.
- Esse é um papel que comprova que eu soube do menino somente ontem, assine.
Ela leu e assinou.
E Emir começou a expor o seu plano.
- Vamos namorar ou então ir para o tribunal, onde eu vou expor que meu filho estava trancado dentro de um carro em movimento, ou seja, depois de cinco anos em cárcere privado, você quase matou meu filho. A partir de hoje você é minha namorada.
- Não! Eu não quero namorar você!
- Ótimo. - Emir pegou o celular do bolso e discou. - Murat, abra um processo imediatamente e chame a polícia. Eu quero tirar Çağlar da mãe ainda hoje.
- Não! Eu aceito! Eu faço tudo o que você quiser, mas não tire o meu filho.
- Dói, não é, pensar em ficar sem ele? Mas não doeu tirá-lo de mim... Troque-se, vamos passar o dia com o menino, quero você bem arrumada e muito feliz. Assumiremos nossa família hoje. Uma família maravilhosa e nos moldes tradicionais.
- Eu nem falei com minha mãe...
- Não é problema meu, agora suba e se troque, coloque um vestido, uma maquiagem linda e saltos baixos, afinal, vamos escolher nossa casa hoje.
- Vai ser isso? Você me manipulando?
- Ou vamos para o tribunal. Só que acho menos traumático para o menino conviver conosco, juntos, por um tempo.
- O que você pretende?
- Se você for boazinha, guarda compartilhada, mas para isso o menino precisa de adaptação.
- Vou me trocar... Mais alguma recomendação?
- Quero que use isso.
Emir estendeu uma caixinha para Zeynep.
- É sério isso? - Ela olhou para a cara dele com ódio após ver o objeto.
- Não vai fazer um agrado para o seu namorado?
- Isso é humilhante.
- Você escolheu esta tornozeleira e eu te dei, você a deixou em casa.
- Você a deu para sua "amiga".
– É, eu dei, e agora estou dando para você. E vou ficar muito chateado se você não usar.
- Você vai ficar me humilhando, é isso? A partir de agora eu sou sua propriedade ou eu perco meu filho? Você é podre, Emir.
- Um casal perfeito. Agora vá se arrumar e traga Çağlar. Começa hoje uma nova era... Os Ozkurt estão de volta e nunca se amaram tanto.
O que Emir não sabia é que o amor é um jogo onde todos são perdedores.