Ela deixou que a água lhe escorresse pelos cachos, encharcando-os e esfregando-os enquanto a espuma se formava. Enxaguou então, a cabeça, observando a espuma do cabelo escorrer por sobre a pele escura e, após passar o condicionador, cuidadosamente, em cada madeixa, passou a ensaboar o corpo enquanto o produto surtia seu efeito.
Se surpreendeu quando, ao ensaboar os pequenos seios, sentiu seus mamilos sensíveis e entumecidos. Uma sensação gostosa atravessou seu corpo, então, decidiu observar até onde aquilo iria. Envolveu um dos seios com a mão e o apertou, massageando-o devagar, porém firmemente.
Sentiu o corpo se aquecer à medida que passeava suas mãos pelo pescoço, as descia pelo peito, contornando os seios, pressionava-as contra a pele da barriga, cravando, levemente, as unhas sobre ela. Como se um lampejo a atingisse de maneira repentina, imaginou como seria se suas mãos fossem maiores, mais fortes e consideravelmente mais calejadas. Surpreendeu-se por um momento, quando se pegou a imaginar as mãos fortes de Matheus a acariciar sua pele. Se lembrou da respiração quente do primo em seu pescoço, como no momento em que eles se haviam envolvido em um abraço, minutos antes.
Naquela hora, ele havia acabado de sair do banho e usava uma fina camiseta de algodão. Ela, de maneira quase instintiva, havia enterrado seu rosto no peitoral do primo e sorvido seu aroma da maneira mais discreta que havia conseguido. Sentiu-se estranhamente bem e aconchegada entre os braços compridos que a haviam envolvido pelos ombros. E as mãos a apertá-la de maneira firme e protetora, como se a estivessem tranquilizando.
Um abraço depois de tantos anos. E como ela desejou ter prolongado ainda mais aquele ato. Que sensação havia sido aquela? Tão errada e tão correta ao mesmo tempo.
Censurou-se por aquilo, mas, à medida que a água quente lavava seu corpo e a sujeira do dia era levada até o ralo junto da espuma, permitia-se, mais e mais, se envolver por aqueles pensamentos tão proibidos.
Tentava espantar a lembrança daquela sensação tão acolhedora, mas falhava à medida que o corpo pedia toques mais ousados.
- Ahn! – Ouviu-se gemer, de maneira involuntária.
Uma das mãos havia avançado, desbravadora, por entre suas coxas. Quando o dedo médio e o indicador separaram os lábios úmidos de sua vagina e um deles avançou por sua entrada pouco explorada. Victoria se sentiu espasmar. Não que nunca se houvesse tocado ali. Mas naquele dia, seu corpo a implorava por algo mais.
"É tão errado" Pensou enquanto seu dedo explorava seu sexo, espalhando sua umidade por toda a região
- Hmmm, Matheus. – Sussurrou, com a sensação de algo proibido e perigoso se aproximando.
Imaginou os lábios carnudos do primo a envolver os seus. Suas línguas dançando em volta uma da outra. "Seria tão errado assim se fosse apenas um beijo?"
O indicador pressionou o pequeno ponto na extremidade de sua vulva, que se encontrava inchado e sensível e ela precisou levar o indicador da outra mão à boca e mordê-lo com força para abafar o gemido que se formava no seu peito e ameaçava saltar pela garganta. Ela acelerou o movimento, tornando-o frenético e repleto de promessas. Sentia seu corpo se aproximar de algo. Uma sensação intensa de urgência. De proibição.
"Tum, tum, tum" a porta ressoou, alto, assustando-a e trazendo-a de volta à realidade.
- Victoria. – Chamou a voz do pai. – Não demore, filha. A Sara quer tomar banho.
A garota suspirou, frustrada. "Quase lá".
Ela enxaguou os cachos e os torceu para tirar o excesso de água. Secou-os como pôde e depois secou o corpo. Vestiu seu pijama de manga longa cujo qual havia ganhado para suportar o frio que teria de enfrentar, calçou suas pantufas e saiu do banheiro.
- Queria acabar com a água da casa, realeza? – Debochou o pai. – Tem mais duas pessoas para tomar banho ainda.
Victoria revirou os olhos, rindo.
- Está muito frio. É difícil de entrar no banho e ainda mais difícil de sair.
Sara esperava do lado de fora do banheiro, segurando nos braços seu espalhafatoso pijama de capuz que simulava um dinossauro rosa e felpudo.
- Ai! Que fofo o seu pijama, Vic! – Ela se referia à estampa repleta de gatinhos.
Victoria dignou à madrasta um sorriso amarelo, murmurando um agradecimento rápido e seguindo para o quarto, onde se dedicou a terminar o processo que repetia toda vez que lavava os cabelos.
Enquanto passava creme nos cabelos, seus olhos captaram, no espelho, seu primo, que ia passando em direção ao seu quarto, parar e se virar para ela, se encostando no batente da porta. Ele a observava, em silêncio. Victoria lhe sorriu com os olhos, sem para aquilo que fazia. De quando em quando, encarava Matheus através do espelho, percebendo, por algumas vezes, seus olhos negros passearem pelo resto do seu corpo.
Victoria sentia seu rosto se aquecer, mas, da maneira mais dissimulada, fingia ignorar sua presença.
- Gosto do cheiro desse creme. – Matheus comentou.
Quando terminou seu ritual, Victoria se virou para o primo, captando o momento exato em que seus olhos desceram de seu rosto até os bicos dos pequenos seios, marcados claramente sob a blusa de pijama.
Ela levou sua mão à porta. Seu coração quis saltar pela garganta quando, por um momento, lhe pareceu que o primo avançaria e a abraçaria.
- Eu te vejo amanhã? – Ela perguntou, fechando a porta devagar enquanto tentava escapar de seus próprios e confusos anseios.
- Uhum. Boa noite. – Matheus pareceu um pouco desapontado, como se esperasse que ela o convidasse para entrar. Ela ainda esperou por alguns segundos, torcendo para que aquilo se prolongasse ao mesmo tempo em que tentava não distorcer o que deveria sentir.
Quando finalmente fechou a porta, sentiu, novamente o anseio lhe surgir de entre suas pernas. Quem sabe dormir não a fizesse esquecer aquela euforia.