Os dedinhos, inadvertida e inocentemente passeando pelas suas costas, em um abraço que poderia ter durado mais. A silhueta de suas costas nuas, e até mesmo a maneira como ela havia avançado para o abraçar, faziam com que Matheus perguntasse a qualquer que fosse a divindade que pudesse estar ouvindo, o porquê de ela ser tão linda.
Inutilmente, tentava transformar a imagem da prima na de qualquer outra garota que já houvesse beijado, mas, Victoria tornava a assombrá-lo, de novo e de novo.
Sentia o sexo pulsar, desejoso de alguma atenção. A imaginava ali, à distância de menos de um braço, separada dele por uma mera parede de madeira e queria poder atravessar a mão por entre alguma fresta, apenas para que a pudesse tocar.
O silêncio, ali, imperava. Durante o inverno, até mesmo as criaturinhas da noite pareciam se intimidar com o frio e, por conta disso, em alguns momentos, quando trancava a própria respiração, tinha a impressão de escutar os suspiros da prima no quarto ao lado.
Por várias vezes, conteve o ímpeto de levantar, caminhar alguns passos e bater à porta. Ou mesmo, chamar pelo seu nome para que pudessem conversar, madrugada a dentro até que pegassem no sono devagarinho.
A mão, de quando em quando, seguia de maneira inexorável até o seu sexo, apertando-o dolosamente em busca de alguma satisfação. Quando caía em si, abortava o ato, receoso de que a atitude libidinosa pudesse tornar o que estava sentindo ainda mais real.
Os adultos haviam ficado com os quartos no outro corredor e, se os dois fizessem silêncio, a acústica da casa os permitiria, até mesmo, fazer algum barulho sem que os pais se acordassem.
Toda vez que pensava naquilo, no entanto, balançava a cabeça, tentando jogar aquelas ideias para longe.
"Será que ela ainda está acordada?" Pensou, se sentando com as costas recostadas na cabeceira.
Observou a ereção entre suas pernas e se despiu da bermuda, que naquele momento, servia apenas para atrapalhar. Levou a mão até uma caixa de lenços de papel que mantinha no criado mudo e pegou alguns dos lenços. Segurou, então, o próprio pênis com força, puxando a pele para baixo e descobrindo a glande que se encontrava completamente úmida. Suspirou ante o próprio toque e até mesmo se obrigou a se sentir culpado por aquilo, mas, se continuasse naquela situação, não seria capaz de dormir.
O movimento da mão começou lento, para cima e para baixo e, por mais que tentasse evitar, imaginava a mão miúda de sua prima lhe entregar aquele prazer. Em sua imaginação, ela o encarava, sorrindo repleta de desejo enquanto avançava de gatinhas sobre seu corpo.
Quando seus rostos se emparelhavam, perigosamente próximos um do outro, ela posicionava as coxas aos lados de seu quadril e guiava seu pênis, com a mão, até a entrada de sua vagina. "Como será que ela é?" Tentava imaginar, montando em sua mente pervertida o desenho da vulva que mais poderia combinar com Victoria.
- Ahn! – Ele ouviu a voz de sua prima, quando a imaginou envolvendo seu pênis com o próprio sexo e o engolindo, centímetro a centímetro.
Sua mente se encontrava tão ativa que o gemido baixo o havia feito se exaltar, tão real havia sido.
- Hmmm. – Um murmúrio prolongado o arrancou de sua fantasia, fazendo-o se perguntar se aquilo havia, também, sido a sua imaginação.
Ele colou o ouvido na parede, fechando os olhos e tentando isolar os sons que vinham do quarto ao lado. Acendeu o abajur ao lado da cama como um ato reflexo.
- Aaahn! – Um miadinho longo e, agora, com a orelha colada à parede, outros sons que vinham de onde a prima estava começaram a se fazer presentes.
A respiração ofegava enquanto a cama de molas rangia, baixinho. O som característico de tecido sendo arrastado o fazia pensar no quanto a garota se contorcia em sua cama.
- Hmm, Matheus. – A vozinha sussurrou, tornando-se mais urgente.
*
Não estava acostumada a um silêncio tão intenso.
Não havia som do motor e nem das buzinas dos carros, nem das pessoas caminhando nas calçadas, nem mesmo das sirenes ao longe.
Ali, naquele específico momento, nem mesmo as folhas das árvores farfalhavam ao vento. Tudo o que ela era capaz de ouvir, era o som da própria respiração.
Não havia conseguido, nem mesmo por um segundo, espantar da sua memória, o olhar que Matheus a havia dispensado da porta de seu quarto. "Gosto do cheiro desse creme" Ele havia dito, enquanto os olhos dardejavam pontos específicos de seu corpo. Ela se havia sentido intensamente aquecida por aquele olhar. O calor que emanava de entre suas pernas apenas se intensificava à medida que a noite virava madrugada e, apesar de saber que devia estar exausta, sentia-se desejosa demais para se entregar ao sono.
Ela se virou de bruços na cama, sentindo o algodão do pijama roçar contra os mamilos sensíveis. Esfregava as coxas uma na outra fazendo com que a calcinha se umedecesse mais e mais. Ela mordeu a fronha do travesseiro e ergueu o quadril para o alto. Imaginou as mãos de Matheus a firmarem pelas ancas e a puxarem contra ele com força. Ela precisava de mais. "Só mais um pouco" Ela levou as mãos para trás, engatando os polegares no elástico da calça do pijama de estampa de gatinhos e o puxou para baixo, junto com a calcinha. O ar gelado lhe lambeu a pele, fazendo-a se arrepiar.
As peças de roupa foram empurradas para o lado, assim que haviam passado pelos seus pés e, completamente nua da cintura para baixo, ela afastou as pernas, ficando de joelhos arrebitando a bunda para o alto enquanto o rosto permanecia colado ao travesseiro. "Um pouquinho mais" Pensou, levando um dedo até o sexo, completamente umedecido.
- Ahn! – Se permitiu gemer o mais baixo que foi capaz, quando o indicador pressionou o clitóris rígido e sensível.
Com todos ali dormindo, dificilmente seria interrompida.
Os dedinhos passeavam pelos grandes lábios, buscando lubrificação. Sentia-se exposta, nua sobre a cama, e aquilo a deixava ainda mais excitada.
- Hmmm. – Cravou as unhas da mão esquerda na pele do interior da coxa enquanto permitia que seus movimentos se tornassem mais frenéticos.
Ela aproximou o rosto de uma fresta por onde uma nesga de luz se acendeu, se assustando com a possibilidade de o primo ter se acordado por causa de seus gemidos.
As pernas se contorciam. Ela sabia que deveria parar com aquilo e, ao menos, fingir dormir. Mas o desejo lhe açoitava tão intensamente que tudo o que conseguia fazer, era acelerar ainda mais os movimentos de seus dedos.
- Aaahn! – Ela pouco podia ver por através da fresta, mas, percebia que a pele nua do primo se movia de maneira ritmada.
Seus dedos passaram a se mover mais e mais freneticamente e, quando ouviu a voz de Matheus escapar em um gemido baixo, sentiu o corpo se descontrolar e se aquecer ainda mais, o que a obrigou a acelerar seus movimentos.
- Hmm, Matheus. – Os pés cavavam contra o lençol e os joelhos a erguiam à medida que algo se aproximava.
Uma movimentação repentina no quarto ao lado a fez se assustar e, então, ela pegou rapidamente a calça do pijama e a vestiu, permanecendo estática na cama.
"Toc, toc, toc"
A batida veio da porta. Seu coração, que já batia fora de compasso, quis saltar pela garganta. Ela havia chamado. Ele veio.
Victoria não sabia o que fazer. Precisava pensar rápido.
- Entre. – Disse, sem calcular as consequências.