Ela ouviu o "clic" do interruptor logo antes de ser ofuscada pela luz. Os olhos demoraram a se acostumar à claridade recém adquirida e, Victoria os apertou para tentar focalizar a imagem de Matheus à porta. Ele tinha o dorso desnudo e ela passeou rapidamente o olhar sobre o peitoral magro e definido do primo. Ele tinha uma das mãos dentro do bolso da bermuda e Victoria percebia que ela estava posicionada à frente de sua virilha.
- Pensei ter te ouvido chamar meu nome. - Ela arregalou os olhos, envergonhada. Quanto barulho havia feito, afinal?
Ela imaginava o que o primo estava fazendo em seu quarto, pois, ao lusco fusco lançado por uma luminária de cabeceira, o pôde ver enquanto se movia de maneira ritmada em sua cama.
- É mesmo? - Perguntou, o cinismo feito óbvio em sua voz. - Devia estar tendo um pesadelo, então.
Ela riu de maneira debochada.
Matheus revirou os olhos a princípio e, depois, riu da piada.
- Muito engraçado. - Ele levou a mão ao interruptor. - Me acordou para nada.
Ela sabia que ele não estava dormindo, mas compraria sua pantomima, uma vez que ele parecia ter comprado a sua.
Ele levou a mão ao interruptor para apagar a luz e ia fechando a porta para sair.
- Matheus. - Ela chamou, sentindo a ansiedade lhe atingir ainda mais forte.
- O que? - O primo perguntou de imediato.
Um breve silêncio se fez enquanto ela decidia se levava aquilo adiante ou não.
A luz foi novamente acesa. Ele a observava, curioso. A mão se movia, inquieta dentro do bolso.
- Nada não. - Se sentiu aliviada por ter conseguido conter seus impulsos, ao menos, temporariamente.
Ele a encarou, aparentemente, um tanto frustrado.
- Agora fala. - Ele exigiu. - Fiquei curioso.
Ela meneou a cabeça. Por um lado, havia se arrependido de ter iniciado aquilo, por outro, queria ter coragem para ir até o fim.
- Nada. - Ela abraçou o cobertor e o puxou contra si, encarando-o durante todo o tempo. - Eu tenho vergonha.
Ele revirou os olhos. Victoria não podia evitar, de quando em quando, passear com os olhos em direção à mão inquieta do primo.
- Ah, fala sério, Vi. - O coração se aqueceu quando ele a chamou por aquele apelido. - Agora, me fala.
Ela suspirou, cobrindo metade do rosto com a coberta.
- É que meus pés estão gelados. - Ela percebeu uma mudança clara em seu semblante. - Eu não estou conseguindo dormir direito.
- Quer que te traga uma outra coberta? - Ele perguntou de maneira, aparentemente, inocente. Foi a vez de Victoria se sentir um pouco frustrada com aquilo. Sentia seu corpo queimar com a vontade de ser tocada. Certamente não precisava de outra coberta.
Ela permaneceu em silêncio por um instante, em busca do bom senso que se recusava a dar o ar de sua graça.
- Não pode se deitar aqui um pouco e os esquentar para mim? - Seu coração pareceu parar por um momento enquanto esperava uma resposta que demorou a vir.
Matheus a encarou. Seu semblante traía vários tipos distintos de sentimentos, o que o acabava por tornar uma incógnita.
"Clic". A luz foi apagada e o ranger da porta se fez ouvir no breu que havia coberto o cômodo.
Quando a porta se fechou, um momento que pareceu longo demais se passou, dando a breve impressão de que o primo havia deixado o quarto.
Foi quando o colchão se afundou ao seu lado na cama de solteiro e um arrastar de tecido seguido de uma indesejada lufada de ar gelado denunciaram que Matheus se posicionava sob as cobertas.
Victoria sentiu seu corpo responder, quase que de maneira involuntária, com um suspiro, quando a mão do primo roçou seu braço. Sentiu-se nervosa. Não estava habituada àquele tipo de proximidade com um garoto.
Ela deu espaço para que ele se acomodasse e, juntando toda a coragem que o desejo lhe emprestava, se deitou sobre seu ombro, envolvendo seu peitoral com o braço.
Ela sentiu o coração do primo bater cada vez mais forte contra o peito e sua respiração se acelerar à medida que ela se aconchegava ao seu corpo.
A garota enfiou os pés por entre os de Matheus e ele os aconchegou da melhor maneira que pôde.
- Você é quente. - Ela sussurrou ao ouvido do primo, fazendo com que ele contraísse os ombros, como se tivesse sentido um arrepio lhe percorrer a espinha. - Pode ficar comigo até que eu durma?
- Uhum.
Victoria sentia seu corpo responder violentamente a toda aquela proximidade e sentia um crescente desejo de puxar o rosto do primo contra o seu e se entregar a ele em um beijo demorado e feito em brasa. Ela resistia, usando as regras que havia aprendido ao longo da jovem vida como um laço que a prendia ao senso de realidade. Não queria estragar a relação quase fraterna que tinha com Matheus. No entanto, o desejava e aquilo já se havia feito claro.
Os rostos estavam próximos. Tão próximos, que ela sentia o calor emanado pela respiração do primo em seu próprio rosto.
A mão de Matheus apertou seu ombro de maneira firme e ela precisou reunir toda a força que tinha para não soltar um gemido.
- O que vamos fazer amanhã? - Ela perguntou, iniciando um passeio discreto com os dedos por sobre a pele nua do peitoral de Matheus.
Seus mamilos, sensíveis, eram pressionados contra o flanco superior, enquanto uma das pernas estava lançada por cima das do primo.
- Se der sol, vamos andar de pedalinho. - Ele acariciava seu ombro, lançando lampejos pelo seu corpo a cada movimento do polegar. – Aí, podemos pescar no meio da lagoa.
- Hm. - Ela suspirou quando, tão próxima havia chegado do primo, que tinha, não intencionalmente, o envolvido com uma das coxas, o que acabou fazendo com que sua vagina fosse pressionada contra a anca, coberta apenas pela bermuda.
O silêncio se abateu, novamente, sobre o quarto enquanto eles se acariciavam da maneira mais discreta e comedida que conseguiam
- Vira para lá. - Matheus sugeriu.
Victoria ponderou por um momento e, então, decidiu acatar, se virando de costas para ele. Lhe estava muito agradável acariciar o peitoral de seu primo enquanto os dois apenas respiravam próximos um do outro, o que a fez lamentar silenciosamente.
- O que vai fazer? - Ela perguntou.
Ela sentiu a mão do primo a envolver pela barriga, os dedos, completamente espalmados. Ele a puxou de maneira firme, porém, gentil, contra si, arrancando um gemidinho de sua garganta.
Victoria o auxiliou, atirando-se para trás. Quando o peitoral de seu primo cobriu suas costas, ela deixou o ar correr livre pela garganta em um longo murmúrio.
- Que gostoso, assim. – Ela não pôde evitar de se assustar quando uma saliência rígida e quase fervente avançou por entre suas nádegas que estavam cobertas pelas calças do pijama, e se alojaram ali, confortavelmente.
A garota sentiu seu corpo inteiro se arrepiar quando a boca do primo pousou em seu pescoço, em um leve e receoso beijo.
Os dedos de Matheus lhe acariciavam a barriga. A sensação era algo inédito e ela sentia o corpo espasmar, sensível.
Sabe-se lá por quanto tempo vinha fazendo aquilo, mas caiu em si quando o um gemidinho deixou a garganta de Matheus.
Seu quadril se movia, para cima e para baixo. "Só mais um pouco".