Capítulo 7 Seis da Manhã

Seis da manhã, o despertador me acorda e me leva da cama para o banheiro, tomo um banho rápido e me seco rapidamente, visto qualquer roupa e corro para a cozinha, comprimento Yolanda e me sirvo um pouco do seu café, dou duas viradas da xícara e deixo ela vazia por dentro da bacia de pia, respiro fundo e me vou para a entrada, Daniel desce as escadas e com um sorriso no rosto, ele me deseja boa sorte no meu primeiro dia de trabalho e eu agradeço com um sorriso e um beijo em sua bochecha.

Daniel: Quando volta? - olhando a mochila nas costas de Bianca.

Olho num pedaço de papel - Bianca: Às três da tarde.

Cara de pensador - Daniel: Que bom, vai dá tempo então.

Bianca: Tempo? - Franze as sobrancelhas.

Olha no relógio de pulso - Daniel: Seis e meia, a senhora está atrasada.

Bianca: Não! Olha, depois você me fala o que está aprontando - corre e bate a porta.

Sorte, é só nisso que eu penso em todo o meu trajeto até o orfanato, me pergunto se vou encontrar obstáculos nesse novo trabalho, e se isso acontecer, me pergunto porque teria em um trabalho tão bonito desses, aquelas crianças merecem ser cuidadas e amadas, aquele conto de novela existe, no sentido em que são crianças cheias de esperança, de amor

"Quem de mal coração gostaria de atrapalhar a estadia delas ou pessoas que querem vê todas bem?"

Bom, acho que estou pensando demais.

Sétimo ponto, hora de descer e encarar essa nova fase em minha vida, não tenho um currículo lotado, por isso estou extremamente entusiasmada, agoniada e um tanto ansiosa para passar por aquela porta e descobrir o que vou ter que fazer, quem terei de cuidar.

Sala da diretoria, é aí que encontro a diretora.

Roberta: Aqui nós priorizamos a disciplina e por isso que não toleramos [...]

Cara, ela me joga uma lista de coisas pela a sua boca e é cada regra mais restrita que a outra, para ter noção não é aceitável exageros de emoções. (E agora?)

Agora, eu dou um passo para trás e volto a ser a Bianca antes do casamento, dispensando o sarcasmo e o humor ácido, mas com seriedade, frieza, discreta e muito mais muito fechada, não quero que meu exagero de emoções me deixe sem emprego logo no primeiro dia, só que uma coisa quase me deixou fora de mim... quer dizer, fora do meu novo eu... motivo: uma criança super fofa e adorável veio até mim me dá boas vindas.

Essa criança me ofereceu um abraço meigo, lágrimas surgiram em meus olhos e faltou pouco para...

Não chorar, eu nao posso fazer isso, é proibido, acredito por mexer com a criança e os seus sentidos, não sei se concordo com isso, o que eu sei é que não quero ficar sem emprego, quero ficar aqui e pode oferecer o meu amor e o meu cuidado, nem que seja de uma forma bastante moldada.

Limpo as lágrimas - Bianca: Obrigada - sorri.

Ergue a cabeça - Criança 1 - Você vai adorar esse lugar.

Roberta aparece e eu me seguro e volto a ficar firme.

No refeitório, descubro que nós funcionários almoçamos antes das crianças e é assim com todas as refeições naquele orfanato.

Me apresento a todos ou melhor, Roberta me apresenta a todos.

Levando sua mão para o lado em que estou - Roberta: Essa é a nova tutora do Lar.

Bianca: É um prazer - abaixo e levanto minha cabeça em forma de referência.

Todos me olham e acenam com a cabeça.

Roberta: Agora, eu gostaria que aos poucos cada um de vocês pudessem familiarizar a novata com todas as regras e espaços que temos, acredito que posso contar com a ajuda de vocês.

Olhando para a minha roupa - Roberta: Já pegou o uniforme?

Aceno com a cabeça - Bianca: Sim, peguei ontem.

Roberta: Vai vesti-lo então.

Bianca: Sim senhora.

Assim que Roberta sai, eu converso com todos que querem conversar comigo, isso me ajudou muito agora, pude descobrir que Roberta não é um monstro e que tem uma história por trás desse jeito seco dela.

Em casa, eu vou para o navarro e lavo minhas mãos, o dia de hoje foi bastante importante para mim, cada minuto naquele orfanato me abriu os olhos para muitas coisas e principalmente em ter empatia, empatia com as pessoas e educação, estava com falta dela.

Chego na cozinha e pego nos braços da Yolanda.

Bianca: Gostaria que me desculpasse por ter sido grossa contigo esses dias... prometo ser mais gentil.

Yolanda: Não se preocupe garota, eu entendo você e sei que não chegou aqui porque quis.

Não mesmo, mas ali com Yolanda, algo me diz que vou começar a querer ficar nessa casa, a sentir vontade de voltar correndo para cá, para Daniel.