CONTRATO DE CASAMENTO - A  VINGANÇA DO CEO
img img CONTRATO DE CASAMENTO - A VINGANÇA DO CEO img Capítulo 2 Mais um dia normal, ou talvez não
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Capítulo 6 Preparando o plano ( parte 2 ) img
Capítulo 7 O Plano img
Capítulo 8 Esperando img
Capítulo 9 O primeiro encontro ( parte 1 ) img
Capítulo 10 O primeiro encontro ( parte 2 ) img
Capítulo 11 Paixão ameaçada img
Capítulo 12 Os fins justificam os meios img
Capítulo 13 Insegurança img
Capítulo 14 Conversa sincera img
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Capítulo 2 Mais um dia normal, ou talvez não

Realmente, eu não sou muito querida pela galera que frequenta esses bailes, principalmente as amiguinhas da Gabriela. Eles dizem que sou metida e que me acho melhor que os outros simplesmente porque eu não gosto de me misturar.

-Claro. Você só anda com esse nariz empinado. -Diz se olhando no espelho.

-Não. Eu não ando com nariz empinado, apenas seleciono bem as pessoas que merecem minha atenção. Você deveria fazer o mesmo, Gabriela, principalmente com aquele bosta* que você corre atrás. Ele não vale a pena.

-Não fala assim do Russo. Ele é um cara legal. Todos aqui vivem bem por causa dele.

-Muito legal. Um anjo -Ironizo.

O Russo é o atual dono da Cachoeirinha, pelo menos é assim que todos aqui o conhecem: o dono do morro. Que breguice. A minha irmã é louca por aquele bandido idiota*, vive correndo atrás dele igual uma cadelinha, isso me tira do sério. Uma pena que a polícia não sobe aqui e leva aquele merda, eles até tentam, mas até hoje não conseguiram pegar ele.

-Ele me trata bem e me enche de presentes - Diz orgulhosa. Mas eu consigo enxergar também uma leve tristeza.

-Claro. Você abre as pernas pra ele sempre que ele quer. Se valoriza, Gabriela, você merece mais que isso.

-Até parece que você nunca abriu também! - Responde irritada. Eu também fico depois de ouvir sobre essa passagem da minha vida que quero esquecer. -Não adianta fingir que você nunca subiu naquela laje pra trepar* com o Russo, Graziela, todos sabem que você já foi e mais de uma vez. Então não me julgue. Ela acaba de falar e sai do quarto batendo a porta. Eu não gosto de lembrar dessa fase da minha vida, eu não era muito inteligente naquela época, tanto que me envolvi e me entreguei para o Russo. Ele era só o Ruan Santos, estudante de direito há seis anos, mas já estava no mundo do crime, e eu sabia.

Não era pra menos, ele é o sobrinho do dono do morro e há três anos ele assumiu o posto de chefe quando o tio foi preso, agora é ele quem comanda isso aqui. No começo ele não aceitou bem o fim do nosso relacionamento, eu também não, era apaixonada por ele, louca, só terminei porque ele me traiu. Como eu sofri. Mas depois que ele se formou, ao invés de sair daqui e seguir a carreira de advogado em outro lugar, ele ficou trabalhando para o crime, defendendo os integrantes da facção, e depois quando pegaram o Drake, tio dele, ele assumiu o lugar, virou criminoso de vez, aí eu desencantei, passou o sentimento. Não nasci pra ser mulher de bandido. Mas ele ainda é advogado, pelo menos até a polícia descobrir a verdadeira identidade do Russo.

-Você e a Gabriela brigaram de novo? -Minha mãe pergunta entrando no meu quarto.

-Não mãe, foi só um desentendimento de irmãs -respondi me sentando na cama.

-O motivo foi o Russo outra vez? -Arqueia a sobrancelha.

-Foi e não foi -Suspiro. -Mãe, eu só não quero que a Gabriela sofra. A Senhora sabe que aquele cara não quer nada sério com ela, isso é só diversão pra ele.

-Graziela, eu sei que não é nada fácil pra você, mas não podemos fazer nada -suspira profundamente. -Sua irmã é apaixonada por aquele homem, e não é só uma paixão passageira como você sentiu, parece que ela o ama de verdade. -Reviro os olhos.

-Para com esse papo, mãe. Aquela idiota* caiu na conversa fiada daquele filho da puta*, mas uma hora ela vai abrir os olhos e ver que não é nada disso, que ela é exatamente como eu fui, uma iludida. O Russo só está usando ela pra tentar chamar minha atenção, quando vê que não deu certo ele descarta ela. -Falo francamente, deixando minha mãe um pouco aborrecida.

-Você já pensou que ele pode estar realmente interessado na Gabriela? Já passaram muitos anos, ele também pode ter te esquecido - Reviro os olhos novamente. Como minha mãe é iludida. Não é à toa que foi enganada duas vezes e por homens diferentes, ainda teve que criar duas filhas sozinha.

Acordo com o barulho do maldito despertador, o barulho ecoa pelo quarto. Pego ele e jogo no canto da cama, faço isso todos os dias, depois de olhar as horas, claro. Como eu queria pelo menos uma vez, olhar pra ele e não ser quatro e meia da manhã. Me arrasto para fora da cama e sigo cambaleando sonolenta até o banheiro. Escovo os dentes, arrumo o cabelo, conserto um pouco minha cara com um rímel, uma base com protetor solar e um delineador, também passo um batom, ficar apresentável é o mínimo. Minha mãe sai do seu quarto esfregando os olhos.

-Bom dia, minha filha -diz bocejando.

-A benção, mãe -dou um beijo. -Já estou saindo. A Gabriela voltou? -Pergunto antes de entrar de volta no meu quarto.

-Voltou. Ela não demorou muito lá. -Responde.

-Que milagre foi esse? Ela não quis se hospedar no cafofo do traficante dessa vez, já é um começo - ironizei. Ouço minha mãe suspirar descontente. Tudo bem, eu fui um pouco longe demais, espero que não tenha acontecido nada de ruim lá, se bem que se tratando daquele bosta*, é difícil, provavelmente teve treta, coitada da minha irmã.

-Graziela! -Bufa.

-Desculpa! -Ergo as mãos -estou indo, tchau! - Beijo sua bochecha e saio. Mais um dia normal de trabalho duro me aguarda.

Entro na van, paro no centro, entro no ônibus e finalmente chego no Jardins. É, a rotina é puxada, mas eu prefiro isso a trabalhar naquele postinho fuleiro lá da favela. Sete horas da manhã e as ruas estão quase vazias, a "peruada" toda dormindo o sono da beleza, essa é a vida que eu queria pra mim, mas ao invés disso estou aqui, acordada desde às quatro da manhã, aff. Pelas ruas só vejo os funcionários seguindo para seus trabalhos.

-Cuidado!

Ouço um grito agudo próximo de mim e em seguida sou puxada para o lado, caindo sobre um corpo forte e suado. Suado, mas cheiroso. Tem cheiro de perfume caro. Um carro, mais precisamente um Lamborghini, passa voando por nós e bate com tudo no poste à nossa frente.

-Ai! -Digo massageando meu nariz que bateu forte nos músculos do homem, músculos que mais parecem aço de tão duros.

-Se machucou? -Pergunta. Ele tem uma voz grossa que chega arrepiar. E olha que eu ainda nem vi a cara do fortão que me salvou.

-Só meu nariz, eu... bati ele no seu... -toco seu peito forte sobre a camiseta regata. -Desculpa. - digo quando ele afasta minhas mãos.

-Tudo bem -diz erguendo nós dois do chão numa facilidade incrível, mas também com aquele corpo todo, o homem parece um armário. Quando estamos sentados no gramado, de frente um para o outro, eu finalmente posso olhá-lo com atenção, faço uma avaliação rápida em cada pedacinho e só consigo pensar: Jesus, que homem perfeito! Sem exagero, o homem na minha frente ganha em disparada de qualquer modelo de capa de revista. Moreno, provavelmente deve ter seus um metro e noventa e cinco de altura, cabelos pretos, um belo par de olhos verdes e uma boca que é um convite para beijar de tão bem desenhada. O corpo é outro espetáculo à parte, ombros largos, músculos bem desenhados e bem firmes, mãos grandes que devem ter uma pegada boa, enfim... queria um desse pra mim, já sonhei muitas noites com isso.

-Algum problema? -Pergunta meio rude, acho que notou minha sutil avaliação. Tudo bem, não foi tão sutil assim.

            
            

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