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SOPHIA MANCINI.
Meu celular vibra sobre a mesa, chamando a minha atenção.
Uma mensagem brilha na tela, e o pego rapidamente ao ver o número do detetive
Morales.
"Cheque o seu e-mail o mais breve possível, encontrei
evidencias que podem nos ajudar a resolver o mistério do colapso na mina."
Mal termino de ler a mensagem e corro para pegar o meu
notebook no quarto, me atrapalho com as mão tremulas para abri o e-mail.
-Vamos ver o que temos aqui.-digo para mim mesma no escuro
do meu quarto.
Mas quando a caixa de entrada do e-mail se abre, eu encontro
outro e-mail além do detetive Morales, uma mensagem anônima.
Abro o e-mail com curiosidade e cautela.
"Não remexa onde não deve, ou terminará como os seus pais: A
sete palmos da terra."
A pequena ameaça envia arrepios por toda a minha espinha,
mas ao contraria de me afastar do caso, ele me joga diretamente nele.
Se alguém queria esconder algo, com certeza tinha culpa no
cartório.
Despois de ler o e-mail de ameaça quase 20 vezes, resolvi deixar isso para outra hora, eu precisava saber mais sobre o colapso na mina, para só depois descobrir quem de fato estava por trás das ameaças. Eu tinha certeza de que a mesma pessoa que estava por trás do colapso na mina e do acidente de carro dos meus pais, também era responsável por aquele e-mail.
Abri o e-mail encaminhado pelo detetive Morales, e a cada linha que eu lia, ficava mais certa de que havia algo de muito errado em toda essa história, haviam muitas evidencias de que os acidentes que aconteceram tinha sido provocados, e não eram apenas meras obras do acaso.
No dossiê de evidencias que o detetive Morales havia anexado ao e-mail, constava o nome de uma testemunha, alguém que tinha presenciado os acontecimentos na mina, e poderia me ajudar a coletar mais informações sobre os acidentes.
Aquilo era exatamente o que eu precisava para seguir em frente e começar de fato a investigar os acontecimentos. Enquanto estive n asca de Aldo, eu limitei os meus movimentos e investigações, pois eu nem tinha certeza se poderia confiar 100% nele ou em sua casa. Mas agora que eu já estava instalada e com a minha privacidade garantida no meu apartamento, eu poderia ter mais segurança para investigar tudo.
Guardei o computador na gaveta e decidi ir até o estúdio de artes marciais perto de casa, sempre que eu precisava descarregar um pouco das energias, eu ia até Marco e treinava até a minha mente se esvaziar dos meus problemas.
Marco já sabia que algo estava acontecendo sempre que me via passar pela porta, ele sorria e então acenava com a cabeça, me indicando o tatame. Depois d um breve aquecimento, já estávamos no chão, praticando jiu-jitsu.
Eu era muito boa, sempre me dediquei a aprender técnicas que me permitissem me proteger e também proteger a minha irmã, eu sabia lutar bem, e também atirava e dirigia como uma profissional.
Eu estava a um passo de conseguir algo realmente substancial sobre a morte dos meus pais, a única coisa em que eu conseguia pensar era no Matteo Moretti. Minha cabeça estava tão longe dali que em determinado momento tomei um golpe doloroso do meu treinador.
-Sophia, preste atenção, concentre sua mente a esse tatame.-ele disse, afrouxando o golpe em meu pescoço e me deixando respirar novamente.
-Eu sei, estou um desastre hoje, não consigo nem me concentrar no treino.-digo para ele.
Ele franze a sobrancelha, me dando espaço se sentando no tatame de frente para mim.
-Você parece preocupada, o que foi?-ele perguntou me olhando com olhos igualmente preocupados.
-Nada demais, apenas estou com a cabeça em outrop lugar hoje.-eu jamais assumiria para Marco que era um homem o responsável por eu estar tão dispersa durante o treino.
Ele ri.
-Isso significa que não vai me dizer quem é ele, né?
Eu dou um pequeno soqueinho no seu braço de brincadeira.
-O que te faz pensar que é um homem?-eu pergunto, também rindo.
-Eu já conheço você o suficiente para conseguir decifrar o seu humor.-ele diz.-Mas não vou insistir, vai me contar quando se sentir confortável pra isso.-ele diz me dando um rápido abraço.
Marco e eu tínhamos uma boa relação, eu treinava com ele há anos, e com o passar do tempo a nossa relação evolui de profissional para uma bela amizade.
-Mas agora levanta dai e vem lutar de verdade.-ele disse, me provocando.
Eu até tentei treinar por mais um tempo. Mas Matteo definitivamente tinha conquistado um espaço na minha mente, me impossibilitando de fazer qualquer outra coisa.
MATTEO MORETTI
Depois da noite passada em que não consegui sequer consumar o ato com a virgem que um dos meus subordinados trouxe até a minha casa, por não conseguir tirar Sophia de minha mente, resolvi que era hora de finalmente termos aquele encontro que havíamos planejado, eu precisava desesperadamente de algum tipo de contato com ela, talvez assim conseguisse a tirar do meu sistema.
Tentei soar casual, aparecendo de surpresa no bar da Estella, ao invés de ligar para Sophia, era bem provável de que ela estivesse lá na bar da amiga.
Quando atravessei a porta do moderno bar, avistei Sophia sentada próxima ao balcão, era impossível não nota-la, a sua beleza se destacaria em qualquer que fosse ambiente.
Me aproximei sem chamar a sua atenção, e só quando estava bem posicionado atrás dela, que chamei o seu nome, a fazendo se virar para me encarar.
-Sophia.-eu disse, próximo demais dela, era possível sentir o suave perfume do seu shampoo herbal.
-Matteo. Oi.-sua voz soou calorosa, e havia algo em seus olhos, como se estivesse feliz em me ver.
Me sentei no banco alto ao seu lado, pedindo uma bebida ao barman, Sophia tomava um drink colorido, com um pedaço de fruta na borda do copo, e pela sua expressão relaxado, eu supus que aquele não o seu primeiro drink da noite.