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-Eu vim cobrar uma dívida.-disse à ela, o que fez seus olhos arregalarem em um misto de confusão e curiosidade.
-Há uma divida entre nós?-ela perguntou levando o copo até os lábios, deixando que o drink os umedecesse.
-Como pode ter se esquecido? Eu só penso nisso desde a noite em que dançamos juntos na inauguração desse bar.-tentei esconder o pequeno desapontamento que senti por ela não ter ficado tão obcecada com isso quanto eu.
Ela continuou sem parecer entender do que eu falava, o que me fez atropelar as coisas e propor o convite apressadamente, bem diferente da forma em que eu tinha planejado fazer.
-Você me deve um encontro, e eu pensei que pudéssemos fazer isso amanhã, aproveitando o feriado prolongado. –eu disse, confiante.
Sophia ficou tensa imediatamente, o que pra mim não era um bom sinal.
-Hm, nesse feriado eu não posso.-ela disse devagar, e eu quase pude ver as engrenagens do seu cérebro funcionando, enquanto ela tentava inventar uma boa desculpa para não sair comigo.
Eu não era um home paciente que aceitava ser facilmente contrariado ou rejeitado, se eu queria sair com Sophia, eu o faria, independentemente da tática que tivesse que usar, ao a que recursos tivesse que recorrer.
-Vamos poupar o nosso tempo Sophia, diga exatamente o que te faz não querer ir à esse encontro comigo, e assim podemos negociar as condições.-eu sei, estava falando como se aquilo se tratasse de negócios, o que de certa forma era.
Ela pensou por um tempo, cogitando se deveria dizer a verdade.
-Tá bom, vou ser direta Matteo.-ela respirou fundo antes de prosseguir.-Eu não tenho certeza se é uma boa ideia ficarmos sozinhos.-ela disse sem me encarar, brincando com o canudo do seu drink.
-Porque não?-eu perguntei, fazendo a se virar para mim.
-Bom, nós mal nos conhecemos.-ela disse.
Estella apareceu nesse mesmo instante, nos cumprimentando. E então eu tive uma ideia, e torcia para que desse certo.
-Mas não estaremos sozinhos, Estella e o seu acompanhante irão conosco.-Sophia aprece surpresa com a revelação, e Estella parece confusa com o que digo, pisco discretamente pra ela, implorando silenciosamente para que ela entre em meu jogo, e depois de alguns minutos, a compreensão parece a atingir, e ela se recompõe.
-Isso é verdade Estella?-Sophia pergunta apara a amiga, que assente imediatamente.-Então porque não me disse nada?-Sophia parecia um pouco desconfiada.
-Eu estava esperando que o Matteo fizesse a surpresa antes de que eu dissesse alguma coisa.-Estella soou convincente, o que me fez perceber que ela era uma boa mentirosa.
Mesmo diante da confirmação de que não estaríamos sozinhos, Sophia ainda aparecia reticente com a ideia de um encontro.
-Qual é o plano?-ela perguntou, o seu interesse me fez sorrir, talvez ela estivesse cedendo.
-Isso eu não posso dizer, é uma surpresa.-eu digo.-Mas não se preocupe, garanto que vai ser divertido para todo mundo.
Ela parece estar considerando o meu convite.
-Vamos Sol, vai ser divertido. Quanto tempo não saímos para fazer algo assim?-Estella insiste para que Sophia aceite, e então depois de muitos argumentos, a mulher finalmente aceita.
-Tá, tá bom.-ela diz olhando pra mim.
Comemoro internamente.
SOPHIA MANCINI.
Eu ainda estava remoendo se era uma boa ideia ou não ter aceito o convite do Matteo, Estella estava sentada no sofá da minha sala, ao lado de Luigi, o seu namorado da vez, esperávamos por Matteo que ainda fazia surpresa sobre o nosso destino.
Um som alto começou a rondar o prédio, o que inicialmente nos assustou, o som foi ficando cada vez mais alto, quase ensurdecedor, e vinha do meu telhado. Antes mesmo de chegar ao meu terraço, eu sabia que isso tinha algo a ver com a surpresa do Matteo, e quando avistei um helicóptero pousando no terraço, tive certeza.
Estella e Luigi pareciam tão impressionados quanto eu, de fato Matteo havia conseguido nos surpreender. Mas não fora o helicóptero o que mais me chamou atenção, mas sim a visão dele saindo da cabine e caminhando em minha direção.
Matteo vestia uma jaqueta de couro que contrastava bem com a brancura de sua camiseta por baixo, um óculos escuros cobriam os seu olhos, e ele não poderia mais lindo. Fiquei um tempo paralisada apenas observando a sua beleza, até notar que ele havia dito algo e esperava de mim uma resposta.
-O que você disse?-eu perguntei pra ele, que sorriu ao notar o meu desconcerto.
-Eu disse que esperava que você não tivesse medo de voar.-ele respetiu, o sorriso lindo ainda mais largo.
-Oh, não, eu definitivamente amo altura e adrenalina- disse, retribuindo o seu sorriso.
-Otimo, podemos ir?-ele perguntou, pegando a minha mão e me guiando para o Helicóptero.
Matteo me ajudou a embarcar, segurando a minha mão e apoiando as minhas costas.
Eu passei toda a viagem olhando ao redor, a paisagem e o céu. Era muito linda ver a cidade dali de cima. Matteo observava atento cada um dos meus movimentos, e a sua atenção não me fazia sentir exposta, como eu normalmente me sentia quando era observada, a sua atenção na verdade me fazia sentir adorada, o que era muito bom, na verdade.
Quando embarcamos, Matteo finalmente revelou o mistério.
-Essa ilha pertencia aos meus pais, sempre era possível tirar algumas férias, eles me traziam até aqui.-ele disse, gentilmente. O tom que usou para falar dos pais era amável, diferente de sua forma mais contida e até fria de conversar normalmente.
-É lindo aqui.-Estella diz, e eu concordo.
-Estella tem razão, é incrível. Obrigada por nos trazer até aqui.-eu digo com sinceridade, o abraçando rapidamente. Mesmo em um abraço tão curto, o calor se espalha por meu corpo.
Matteo sorri, e se virando para todos nós anuncia.
-Bom que gostaram, pois já tenho atividades programadas para agora.
Matteo nos leva até o Iate espaçoso que estava atracado à beira da praia, designando os quartos para cada um de nós, depois de deixarmos bagagens nos quartos e vestirmos nossos trajes de banho, nos encontramos todos no deck.
Haviam dois jet skis estacionados próximos ao deck, os olhos de Luigi brilharam assim que os viram.
-Cara, quanto tempo não subo em uma dessas.-Matteo lhe joga as chaves, que ele pega animadamente, colocando Estella na garupa, ele parte mar adentro, sem olhar pra trás. Os vendo se afastar, Matteo se vira para mim, os olhos brilhando.
-Gostaria de dar uma volta comigo?-ele pergunta, estendendo a mão.
Eu adorava adrenalina e jet skis, o fato de estar agarrada à cintura do Matteo era apenas um bônus.
Quando Matteo dá a partida, e o motor ronca de baixo de nos, eu o agarro com força, fechando os meus olhos e agradecendo mentalmente por estar ali, já fazia tempos que eu não me divertia tanto.