Capítulo 4 Festa!

Quando o horário do intervalo chegou, juntei as minhas coisas e fui atrás de conversar com a Marina. Apesar de ser extremamente escroto, eu ainda consigo achar o que a Bruna fez inadmissível, principalmente porque a Marina não tinha nada a ver com a história.

Encontrei ela logo na entrada da cantina e apressei o passo para alcança-la antes de ela entrar, porque tudo que eu não queria era plateia para ouvir nossa conversa.

"Marina!", chamei. Ela olhou para trás procurando quem a chamou, e quando me viu abriu um sorriso fraco.

"Oi professor"

"Queria pedir desculpas pela confusão de mais cedo", falei.

"Não, tudo bem. Eu que peço desculpas por ter atrapalhado seu namoro. Causado briga e tal.

"Ela não é minha namorada, não. É uma puta que eu saio para transar. Não tenho nada além disso com ela." Ela riu, mas com ironia.

"Delicadeza em pessoa", eu ri, mas resolvi mudar de assunto.

Minha futilidade em lidar com mulheres não precisa entrar em discussão, principalmente com uma garota de 18 anos.

"Olha, você mostrou os braços", brinquei.

"Eu não sou nenhuma árabe também, ok?", nós rimos. "Só não gosto de ser vulgar."

"Não deixa de ser um milagre", ela riu. "Vai lá comer. E desculpa de novo."

"Não foi ada. Tchau", ela virou as costas e eu segui pra sala dos professores.

Depois do intervalo eu fui dar a última aula que tinha no dia e depois fui embora. Quando cheguei em casa, encontrei três criaturas jogadas no meu sofá.

"Chegou, meu professor!", Brenno foi o primeiro a se manifestar.

"E aí veado", Bruno continuou.

"Fala bicha.", Caio falou por último.

"Seus gays, tão fazendo o que aqui?", apontei para o Bruno. "E tire o pé do meu sofá."

"Nossa, calma. Que houve, que está nervoso?"

"A Bruna me enchendo o saco."

"Que ela fez agora?", Caio perguntou.

"Foi fazer a maior cena na porta da escola porque eu não a respondi ontem."

"Estava transando com quem?"

"Pior que nem estava. Fui correr na orla. Depois sentei naquela pedra que a gente costumava brincar quando era criança. Aí apareceu uma aluna minha lá. Fiquei lá ensinando ótica pra ela."

"Espera, espera, espera. Você dando aula na praia? A menina era feia, certo", Caio, idiota como sempre.

"É uma das mais bonitas que tem no terceiro ano. Pelo menos de rosto, porque ela estava de calça e blusa de frio, não vi o corpo."

"Por que se tivesse visto, te interessava, não é safado?"

"Não. A menina tem no máximo 18 anos e é minha aluna. Acha que vou transar com minha aluna?"

"Acho sim, você transa com qualquer uma que passe na sua peneira", foi Bruno quem respondeu.

"Marina não é uma delas", me sentei ao lado deles e olhei pra cara feia de cada um. "Ainda não disseram o que vieram fazer aqui."

"Programar nossa sexta-feira."

"Ah! Eu tenho uma festa da galera do terceiro ano pra ir e vocês vão comigo. Conhecer as crianças."

"Ok. Vai ter mulher?"

"Se tu levar, vai. Porque os meninos são crianças, ficam abobados com aquelas menininhas de escola, como a gente já foi um dia."

"Levo na hora." Brenno logo se animou.

"Sem Bruna." Caio zombou.

"Totalmente sem Bruna", concordei, sentindo até um calafrio me subir quando lembrei dela.

"Diz aí, agora que você está com o pé atrás com a Bruna, vai transar com quem?", Caio perguntou.

"Não sei. Vou ter que achar outra igual a Bruna, mas ela de novo é fora de cogitação."

"Tu não presta."

"Presto mais que tu", eu ri, dando um tapa no pescoço dele. "Vodka ou whisky?", levantei.

"Vodka", disseram em uníssono.

Eu concordei e fui pegar a vodka e os copos. Cida fazia nosso almoço na cozinha então tive que esperar.

~Sexta-feira - 10 de fevereiro de 2017

Hoje o dia foi um tanto entediante. Plena sexta-feira e os meninos, que estão para dar uma festa, estavam todos meio dormindo. Os únicos acordados no terceiro ano eram Marina e Felipe.

Agora estou me arrumando para a tal festa dos meninos. Bruno disse que selecionou as mulheres mais gatas da lista, que também gostam de garotos mais novos, para levar. Se aqueles meninos transarem com alguma delas, eles vão enlouquecer.

Para mim não são nada demais, mas fazer o que...

"Vamos Cinderela. É uma festa na piscina, não precisa disso tudo". Caio já veio logo me perturbar.

"Se fode Caio."

"Estou falando sério. Quero conhecer tua pupila"

"Que pupila? Está maluco?"

"Aquela lá, qual o nome dela mesmo?", ele fingiu pensar. "Aah! Sim. Marina."

"Cara... Marina é minha aluna. Tem 18 anos a menina. Eu tenho cara de quem fica com criança?"

"Se a menina for gostosa, se ela quiser e você também, qual o problema?"

"Ela não é gostosa. E ela nem deve ir. Ela não se enturma muito com o povo da sala dela."

"Já sabe tudo da garota."

"Vai se foder, vai, Caio", ele riu.

"Vamos logo veado. Que coisa!"

Eu ri e peguei as chaves do meu carro, carteira e celular. Também peguei uma toalha e uma muda de roupa pro caso de eu resolver entrar na piscina.

Os meninos foram cada um em seu carro, mas todos me seguindo. A casa que seria a festa não era muito longe do meu prédio, então o caminho foi mais rápido, difícil foi arrumar vaga pra quatro carros.

Quando finalmente conseguimos arrumar eu sai do carro e só vi mulher saindo dos carros do Bruno e do Brenno. Esses dois não prestam para nada mesmo.

Entramos na casa e parecia que a festa estava até bom animada. Tinha uma música agitada e tinha muita bebida, isso já é um bom começo. Estava bem parecida com a do Bruno pra falar a verdade. A sala da casa era a pista de dança, mas a maior parte do pessoal estava na piscina.

"Suas alunas são tão simplesinhas." Brenno se manifestou.

"Na nossa época de escola tu adorava menina assim, Brenno. E elas eram até mais feias."

"Aí depois eu aprendi a pegar mulher", rimos.

"Realmente", concordei. "Vamos beber, porque foi para isso que eu vim." Eles concordaram e nós fomos até um bar.

Peguei um drink bem forte e fui dar uma volta na piscina, para ver se tinha algum alvo possível ou se eu só ficaria aqui uma hora no máximo.

As meninas dançavam até o chão ou grudadas nos meninos. Alguns garotos estavam dando em cima das minas que o Bruno trouxe e um ou outro até conseguia ficar. Para mim, não tinha nada de interessante aqui.

"Até que não está tão ruim. Peguei uma morena ali que beija muito bem." Caio chegou todo animado.

"Papa-anjo", zombei.

"Hoje pode irmão, parece que as minas estão todas querendo dar."

"Parecem?", ironizei, e nós rimos.

"Eu peguei foi uma loirinha. A menina me deixou de pau duro.", Brenno comentou, entrando na conversa.

"Vai lá se enfiar nela então, ué."

"Vou selecionar primeiro."

"E tu, Nick, vai pegar ninguém não?", Caio me perguntou.

"São minhas alunas, Caio! Eu não vou transar com uma aluna."

"Vai me dizer que aquela morena ali é sua aluna também."

Ele apontou para porta e lá estava Marina, descendo para área da piscina. Ela estava com a parte de cima do biquíni e um short. GOSTOSA PaRA CARALHO. Eu não costumo me impressionar com o corpo dessas meninas, mas ela me surpreendeu. As curvas, os movimentos. Tudo nela quase hipnotizava.

"Caralho, essa é minha.", Bruno falou, todo assanhado.

"Tu não vai nem chegar perto da Marina.", esbravejei.

"Ela que é a Marina?", Caio me olhou como se eu fosse um ET. "Tu disse que ela não era gostosa!"

"Eu ainda não tinha visto ela de biquíni, cala a boca."

Ele ia responder, mas se calou quando viu Marina se aproximando.

"Professor?", ela abriu um sorrisinho tímido.

"Oi.", respondi.

"Não sabia que teria professores aqui.", eu ri.

"Me convidaram, eu vim. E trouxe amigos.", apontei pros idiotas do meu lado.

Nem precisei falar nada e eles ia foram se apresentando.

"Opa. Prazer, Caio."

"Prazer, Brenno."

"Satisfação, Bruno. Prazer só na cama."

"Marina.", sorriu. "Bem delicado ele.", apontou com a cabeça para o Bruno.

"Ele é idiota, nem liga.", eu ri. "E que milagre, largou as roupas compridas."

"Eu ia pagar mico se viesse de calça e blusa larga.", ela riu. "Mas eu não quero ficar aqui, não gosto de festa."

"Ah, eu posso te levar pra um outro lugar rapidinho.", Caio falando besteira, como sempre.

"Caio, vai procurar uma ruiva aí pra você pegar, vai. Vocês também.", apontei para os outros. "Respeitem a menina."

"Sim senhor, capitão." Brenno zombou. Eles riram da minha cara e saíram pra qualquer canto da casa.

"De que lugar ele estava falando?", como assim Marina????

"Sério que você não sabe?"

"Bom, eu não costumo ter muito contato com homens, muito menos idiotas assim. Sem ofensas."

"Ele queria dizer que te levava pro motel."

"Eita, pesado.", ela fez uma careta fofa.

"Para a gente é comum. Já viramos amigos íntimos do porteiro."

"E você não está por aí se pegando com alguém por quê? Sua namorada veio?"

"Já falei que não tenho namorado, porra. E não tem ninguém aqui que me satisfaz. Eu tenho nível de busca sabe? Não pego qualquer uma."

"Ah, entendi."

"E você, vai pegar quantos?"

"Nenhum. Não tenho paciência pra esses meninos da escola. São todos idiotas que só pensam em sexo."

"Obrigado.", fingi ofensa.

"Por quê?"

"Pelo 'idiotas'.", fiz aspas com os dedos.

"Ah, desculpa.", riu. "Você não deveria ser assim. É uma pessoa legal, devia arrumar uma mulher pra gostar."

"Não. Obrigado.", fiz careta. "Eu estou bem assim, só levando pra cama, transando e indo embora."

"Ai que escroto! Tenho nojo de homem assim."

"Oi?"

"Achei que tivesse mais maturidade professor. Mas você é igualzinho a eles.", ela riu, mas sem um pingo de humor. "Com licença."

            
            

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