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Tudo indicava que o meu plano era perfeito, não fosse o meu corpo teimar em desobedecer-me. Normalmente depois de uma noite de pesadelos a noite que se seguia era de um sono profundo de doze horas. Mas hoje isso não aconteceu, pelo contrário, a minha mente ainda estava mais desperta.
Quando tentava fechar os olhos sentia a mão áspera e forte do JP a tocar a minha e a enviar uma onda de eletricidade pelo meu corpo. Conseguia ouvir nitidamente a sua voz imponente perto de mim, a entrar na minha cabeça e a ecoar dentro de mim até atingir pontos que desconhecia existirem. Não entendi até agora como é que o meu corpo reagiu desta forma, como se aquele homem exercesse algum tipo de poder sobre mim. Como se fosse possível... Em três meses nunca falou comigo ou sequer me dirigiu um olhar, permanecendo para mim no anonimato. Com as palavras que me dirigiu, aparentemente insignificantes, saiu do anonimato e agora não conseguia parar de pensar nele.
Para tentar afastar os meus pensamentos decidi ir até à varanda do apartamento. A noite estava agradável e tranquila. Por algum motivo o universo não está a meu favor, só pode ser uma conspiração cósmica. Quando olho para baixo vejo um homem alto, ombros largos e fortes. Era ele... João Pedro... Observo o seu corpo a sair da penumbra a passos firmes. Sinto a pele a queimar e os bicos dos meus seios a ficarem duros. Ele estava ali mesmo, a caminhar pela rua e a olhar para mim como se me quisesse devorar. O luar deixava-o ainda mais intimidante e atraente. Conseguia sentir o calor no meu ventre e a minha intimidade a ficar molhada. Não consegui desviar o olhar mesmo depois dele ter entrado no prédio. Que homem é este?
***
Estou há duas horas a olhar para os mesmos papéis e não me consigo concentrar. Sentado no escritório do ginásio, a minha mente viaja a todo o momento para aquela mulher. Aqueles olhos castanhos assustados de quando eu falei com ela deixaram-me fascinado. Nunca fui de andar atrás das mulheres, elas é que me procuram. Mas hoje senti a necessidade de falar com a Laura, não sei bem porquê. Talvez porque estava com um ar cansado e preocupado e eu senti uma vontade de lhe dar carinho e de protegê-la. Mais uma vez não entendo a razão. Nunca quis tocar uma mulher como quero com ela.
A madrugada já vai longa e decido abandonar os papéis e ir para casa. Cá fora está tudo calmo e silencioso. Mas do outro lado da rua há uma imagem que me desperta a atenção.
Com as ondas do seu cabelo a tocar levemente nos seus ombros, as curvas do seu corpo delicadamente cobertas por uma curta camisola de noite. Senti o meu pau a latejar de tesão quando os meus olhos passaram pelos seus belos seios. O fino tecido deixava notar os seus bicos enrijecidos. Ela estava a deixar-me louco.
Enquanto caminho em direção ao meu prédio os nossos olhos cruzam-se, aumentando o meu desejo. Sem desviar o olhar continuo a andar até entrar pela porta. A minha respiração acelera e sinto o meu pau a pulsar novamente. Que poder é esse que esta mulher exerce sobre mim? Preciso de um banho bem gelado!