Capítulo 5 IV - Capítulo 4

4 MESES ANTES

Naquele final da tarde, Semião Lorgon apanhou um papel com escritas de uma língua por ele desconhecida e olhou com muita atenção, de uma forma minuciosa a procura da resposta que tanto lhe presenteava com pesadelos. Ele estava em frente de uma casa que consumida por um incêndio monstruoso. Bem na entrada havia um corpo parcialmente carbonizado.

De um casaco negro e calças da mesma cor, Lorgon examinava o papel nas suas mãos e percebera que as palavras escritas eram de uma tinta natural, o sangue, porém restava saber se era humano ou não.

Felizmente, ele trazia luvas como sempre. No local, ele não estava sozinho, no entanto com os seus colegas detetives que investigavam o caso das pessoas que eram mortas por algo que deixava marcas no pescoço das vítimas, feito vampiro e isso era associado a uma lenda que a cada dia que passava ganhava destaque.

Perto do corpo o cheiro pútrido incomodava a qualquer, inclusive o Semião se segurava para não poder vomitar por conta da pujança do odor.

Um dos seus colegas, que era gordo e com um bigode dos anos 90, aproximou da cena para depois colocar a questão:

– Alguma coisa que nos possa trazer alguma resposta, ou pelo menos nos aproximar? – o nome do profissional da polícia era Roger Kull.

– Infelizmente, ainda não tenho muita coisa para nós. Mas olha para isso. – disse Semião entregando o papel ao outro que também olhou com atenção.

– Isso me parece uma provocação, não tem nada a ver com algo sobrenatural como Lucas acha.

– Na verdade, eu também não vejo nada de sobrenatural nisso. Então, é melhor conservar isso, porque de certeza que vamos precisar para nos ajudar em algo.

– Pois.

Os dois conversavam enquanto estavam perto do corpo, que por conta da atenção do Roger Kull descobriram que era mais um caso do mesmo fenômeno que acabava com muitas vidas na cidade de Orge.

Semião abaixou lentamente para poder verificar de perto as marcas no pescoço. Quanto mais chegava perto e assolando com a sua visão o seu alvo, mais claro ele conseguia ver as marcas de dentes que pareciam de vampiro.

– Olha o que nós temos aqui. São meses que se passam e não conseguimos encontrar esse serial killer que se faz passar por vampiro.

– Claramente que é um idiota, ele acha mesmo que nós vamos acreditar nessa criancisse? – Kull colocou a sua pergunta retórica com um riso entre as suas palavras.

– Este fedor é fatal. Se eu não estivesse acostumado com situações assim por conta desta profissão, acho que não suportaria ficar aqui mais de 2 minutos.

– Ya, está um inferno isso. Vamos despachar isso, estou sentindo uma fome dos infernos.

– Está bem. Eu também já não aguento, apenas me segurando aqui. Que tal, a ambulância já está chegando.

– Sim, sim. – Kull disse, mas antes de terminar as suas palavras de repente passou o gato preto numa velocidade absurda correndo para nunca mais ser visto.

Os dois ficaram assustados, mas antes de se recuperarem do susto, repentinamente a mão do corpo carbonizado agarrou o pé do detetive Semião Lorgon, com uma força que deixou o homem alarmado e gritou, o seu colega o agarrou para assim o ajudar a sair daquela mão morta, no entanto a força da mão continua pujante.

Lorgon foi puxado e juntamente com o seu colega caiu e instintivamente tirou a sua arma e disparou contra o corpo carbonizado, porém mesmo assim a mão ainda o segurava com uma força infernal. Ele sentia que os dedos mortos penetravam a sua pele, sentindo uma sensação de queimação.

Kull soltou o seu colega petrificado com a cena diante dos seus olhos, vendo as pálpebras do homem carbonizado abrindo-se e revelando olhos vermelhos como sangue fresco. Agora a segunda mão do possuidor dos olhos vermelhos, agarrou o pé do Semião e em seguida abriu a sua boca com o intento, de morder o talvez devorar a pé do Lorgon. As mãos do homem assustador subiram até o tornozelo.

Semião chutou a face daquela coisa com muita força, uma vez, duas vezes, três vezes, mais vezes repetidas, mas o ser continuava obstinado, não o soltava de jeito nenhum.

– Kull, faça alguma coisa, merda!!! – desesperado por ver que o colega não faz nada para o ajudar, gritou.

Kull nada disse além de levar a arma e com muito cuidado disparou de uma forma certeira na cabeça do homem que vinha diretamente do inferno.

Antes de sentir os dedos soltarem o seu pé, Semião senti uma imensa dor com a penetração dos dedos do homem na sua carne. Ele gritou de agonia e felizmente, estava livre daquilo.

– Meu Deus, o que foi isso? – disse Semião após conseguir escapar de uma situação excêntrica.

Não demorou e a ambulância chegou para poder tirar aquele corpo carbonizado dali e Semião aproveitar para poder receber o devido tratamento dos ferimentos peculiares causados pelo homem assustador.

Continua...

...

            
            

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