Confusões do Amor
img img Confusões do Amor img Capítulo 5 Presentes de coração °
5
Capítulo 10 Altos e baixos ° img
Capítulo 11 Perseguida ° img
Capítulo 12 Salva por ele ° img
Capítulo 13 Medo ° img
Capítulo 14 Em apuros ° img
Capítulo 15 Um pedido ° img
Capítulo 16 Tal mãe, tal filho ° img
Capítulo 17 Vencendo mais um medo ° img
Capítulo 18 Desconfiança ° img
Capítulo 19 Certo, Thomas ° img
Capítulo 20 Apaixonada img
Capítulo 21 Confusa ° img
Capítulo 22 Então é assim ° img
Capítulo 23 Estou apaixonado ° img
Capítulo 24 Ele sempre me encontra ° img
Capítulo 25 Minha namorada ° img
Capítulo 26 Fim da lua de mel ° img
Capítulo 27 Homem misterioso ° img
Capítulo 28 Meus pais estão aqui ° img
Capítulo 29 Jantar em família ° img
Capítulo 30 Caos em família ° img
Capítulo 31 O que está acontecendo img
Capítulo 32 Estou presa ° img
Capítulo 33 Descoberta ° img
Capítulo 34 Desespero ° img
Capítulo 35 Rumo ao desconhecido ° img
Capítulo 36 Fuga ° img
Capítulo 37 Caçador de anjos ° img
Capítulo 38 Descobertas ° img
Capítulo 39 Vivo ° img
Capítulo 40 A avó fofa ° img
Capítulo 41 Toda a verdade ° img
Capítulo 42 Arrependimento ° img
Capítulo 43 Amigos para sempre ° img
Capítulo 44 Família em apuros ° img
Capítulo 45 Conversa necessária ° img
Capítulo 46 Um lapso de sabedoria ° img
Capítulo 47 Nas mãos do homem cruel ° img
Capítulo 48 De frente com o inimigo ° img
Capítulo 49 No covil do vilão ° img
Capítulo 50 Ele me salvou ° img
Capítulo 51 Você é preciosa ° img
Capítulo 52 Verdades ° img
Capítulo 53 Foragido ° img
Capítulo 54 Acabou... img
img
  /  1
img

Capítulo 5 Presentes de coração °

Resmungo incomodada, quem está me balançando? Estava em um sonho tão bom. Mickael estava vivo e bem, sorrindo como sempre e junto a mim, sendo o melhor amigo e irmão que alguém poderia querer.

- Acorda, Sol. Pelo amor de Deus, mulher. Deixe de ser preguiçosa. - A voz se manifesta, mas para de me balançar.

Sinto o colchão ao meu lado se afundar. Estou de bruços, agarrando o travesseiro e aperto mais, antes de abrir os olhos e encarar o meu despertador.

- Como entrou aqui? - Pergunto a Daniel. Ele está deitado, com os braços esticados para cima e parece que lê algo, pois seus olhos estão focados. - Isso é invasão.

Volto a fechar os olhos, me aninhando mais no colchão e soltando um longo suspiro. O quarto está bem claro, isso indica que eu dormi bastante. Ontem, assim que entrei no quarto, tomei um banho e deitei, estou aqui até agora. Não fiz nada, apenas renovei as energias que o homem ao lado me fez perder.

- Por que não me disse que era virgem? Só soube por causa do De... - Para por alguns segundos e me desespero, uma pontada no peito me faz sentar com rapidez. - Por causa que deixou isso alí em cima. - Vejo em suas mãos a minha lista de itens a cumprir.

- Por que entrou em meu quarto? - Tomo o papel de sua mão e me preparo para levantar, mas minha cintura é agarrada com força e logo estou com as costas na cama. - Me larga. - Ordeno, virando o rosto pro lado e evitando olhar o rosto do homem. - Sai do meu quarto, Daniel. - Resmungo.

- Olhe para mim. - Faço que não, e tento ignorar o corpo dele sobre o meu. Mesmo desperta do sono, esse contato faz meu corpo vibrar. - Solar? - Meu nome saí tão bonito de seus lábios que acabo sendo atraída e o encaro.

Engulo seco quando ele se apoia em um braço, e com a mão livre coloca meu cabelo atrás da orelha, deixando meu rosto totalmente exposto. Meu coração está acelerado, estou bem nervosa.

O rosto dele está machucado ainda, a coloração vermelha saiu, além do inchaço, e agora deu lugar a um roxo esverdeado, o corte está seco, mas deve estar doendo. Isso impede que me beije, isso é bom, pois se tentar qualquer coisa, irei ceder sem pestanejar. Tem algo nele que me atrai, me deixa encabulada e propensa a cometer loucuras.

- Gosto de te ver com o rosto calmo e tranquilo, e acabei de perceber que você com esse rostinho de sono é muito mais linda. - Não sei o que esse homem quer de mim, mas estou disposta a cooperar. O jeito que me sinto hipnotizada por ele é tão surreal. - Deveria ter me contado que era sua primeira vez, eu seria mais... atencioso. - Ele é tão fofo.

Não falo nada, até porque, não escovei os dentes ainda. Apenas abraço seu pescoço, puxando mais para mim e deixando a cabeça ao lado de seu rosto, encostada no ombro.

- Você foi ótimo, não se preocupe. - Sou sincera, apesar de tudo, mesmo sendo minha primeira vez, foi bom. Ele parecia empolgado? Sim, mas não deixou de ser carinhoso. - Agora, sai de cima de mim, você é pesado. - Jogo ele pro lado, o homem começa a rir enquanto deita onde antes estava.

Me levanto rapidamente, fugindo de seus toques energizantes. Pego a lista na cama, ando até a mesa e busco uma caneta, para marcar o item três: Conheces novas pessoas. Sinto que estou sendo observada em cada movimento, mas ignoro totalmente a presença do homem. Marco e me viro, Daniel está deitado na cama ainda, como um deus grago em seu divã. Sua cabeça está apoiada em sua mão, que está com o cotovelo no colchão.

- Você gosta de usar roupas curtas. - Salienta e olho para baixo. Estou usando um top preto e uma calcinha box rosa. Me sinto, levemente, nua e puxo a toalha para cobrir meu corpo. Olho para ele, que apenas coloca a cabeça sobre os braços cruzados e olha pro teto. - Já te vi nua, Solar. Não adianta esconder mais nada.

- Para! Não precisa me lembrar disso toda hora. - Resmungo indignada. - Alias, como entrou aqui? - Cruzo os braços. - Isso é errado.

- Por alí. - Aponta para a sacada, com a porta aberta. - Esqueceu que meu quarto é ao lado?

- Você é louco? - Ando até a pequena varanda, não pude observar antes, mas tenho certeza que não é uma área compartilhada.

Saio e faço careta quando o sol entra em contato com meus olhos, preciso cobrir o rosto com a mão para me adaptar. Olho pro lado, e vejo que a sacada ao lado fica a um bom espaço da minha. Ele pulou? Céus, ele é, realmente, louco.

Seguro na parede de proteção e olho para baixo, é alto. Isso me dá vertigem. Me afasto rapidamente, mas paro por bater no peito do homem, fico estática.

- Só não conte para minha avó. - Sussurra em meu ouvido. - Já estou sentindo dores demais para um mês. - Prendo a respiração quando sua mão roça em meu pescoço, tirando meu cabelo e deixando minha pele exposta. - Se arrume, temos um dia cheio pela frente.

- O que faremos? - Com muita dificuldade consigo perguntar.

- Vamos resolver o item seis de sua lista. Vou te ajudar a cumprir os itens, os que estão ao meu alcance, na verdade.

- Tenho muito medo de altura, não vai dar para superar assim, de uma hora para outra. - Retruco.

- Confie em mim como me confiou algo tão importante anteontem. - Seu pedido vem acompanhado de um sussurro e uma mão segurando em minha cintura.

Sou maleável demais quando se trata desse homem, isso é tão errado, pois acabei de conhecê-lo. Deve ser por ele ser bonito e me tratar bem, minha carência e fragilidade pelo que passei me deixa assim. Lá no fundo sinto certa segurança, mas também sei que isso pode acabar me prejudicando.

- Podemos? - Desperto de meus pensamento quando faz uma leve pressão em minha cintura. - Tenho certeza que vai amar.

- Certo. Vou me arrumar. - Me afasto dele, o dia mal começou e tem um fogo querendo subir pela minhas pernas. - Você sai e me espera lá embaixo. - Me viro e cruzo os braços. - Não pule mais a sacada. É perigoso!

- Sim, patroa. - Presta continência e reviro os olhos. - Te espero na recepção.

- Vai assim? - Ele faz que sim.

Olho ele de cima para baixo, coisa que não reparei antes. O homem está usando uma blusa florida com todos os botões abertos, deixando seu abdômen definido de fora, o que acaba mostrando um pedaço de um roxo que segue em direção a cintura. Ele está usando chinelo, sua bermuda é preta de treino. Decido não insistir.

- Vai me contar o motivo da briga?

- Mulher. - Dá de ombros despreocupado.

- Ah... - Solto surpresa. - Por que mais seria? - Abro um sorriso fraco, antes de voltar a entrar no quarto. - Tinha que ser por mulher. - Entro no banheiro e tranco a porta. Sequer olhei para trás.

Por que ele continua em cima de mim? Se está até brigando por causa de outra mulher e apanhou por isso. Sou um passatempo. Isso me deixa triste. Mas, já era de se esperar. Foi apenas uma noite de sexo que ao menos foi planejada, apenas aconteceu. Será que ele tem namorada? Céus, eu não perguntei.

- Oh. - Levo a mão à boca quando me dou conta do que deve ter acontecido.

Ele namora, mas, como é safado, acabou ficando comigo e por isso apanhou. Deve ter sido do irmão na garota. Sua vó deve não saber desse relacionamento, já que me recebeu tão bem. Eu sou uma pessoa horrível. Preciso acabar com qualquer coisa entre nós.

(...)

Eu não estou bem, definitivamente, não. Tomei um banho, mas decidi não sair do quarto. Coloquei apenas um cropped listrado colorido e uma bermuda preta, de cintura alta e larguinha, que fica na altura do joelho. Coloquei um coturno, pois irei tomar café em breve, mas, não sai do quarto e fui ao encontro do Daniel.

Não serei tão boba assim, a ponto de ser a outra na vida dele. Estou triste? Sim. Depressiva? Também. Maleável? Demais, porém tenho um pingo de noção, mesmo que seja uma gotinha. Vou me distrair, sem ser com ele ou seu corpo convidativo.

Sento no sofá, coloco as duas caixinhas que recebi do meu cunhado antes de sair ao meu lado e abro a carta. Minha testa se franze quando vejo o conteúdo, mas, suaviza quando lembro que são meus pais e é normal. Tem dinheiro dentro do envelope, bastante, a única coisa escrita é: "Te amamos." Acho que o coração torto foi feito na pressa. Acabo rindo, amo esses doidinhos.

Pego a caixinha que com toda certeza é deles, ela é azul escuro e tem pontinhos brancos desenhados, como se fossem estrelas. Abro e fico encantada pelo conteúdo. Eles mandaram fazer para mim. Nunca vi um parecido com esse.

Seguro o colar com a ponta dos dedos, tentando ser delicada, pois parece tão delicado que pode quebrar. A jóia é de prata, e tem um pingente redondo pequeno, que parece uma retratação fiel do sistema solar. Ele é, em sua grande maioria, preto e tem uns pontinhos de luz para retratar o sol, os planetas e... é lindo demais. Porém, não é isso que me surpreende, percebo que é dupla face quando viro, e que a outra metade do círculo é transparente, com um fundo branco e escrito: "Você é incrível e linda, como o sistema solar, o nosso próprio sistema 'Solar'." A letra é bonita demais. Isso me faz sorrir.

- Eu também amo vocês. Estou com saudades. - Sussurro encostando o colar em meu peito e fechando os olhos. É uma maneira de tê-los perto de mim, mesmo que estejam longe.

Coloco o colar imediatamente em meu pescoço, seguro no pingente e levanto. Eu amei tanto, ficou lindo demais. Vou usar sempre, não irei tirar jamais. É um presente especial, em um momento delicado, em que quero me agarrar a todo tipo de gesto carinhoso.

- Agora, o do crush. - Pego a caixinha e fico, levemente, assustada quando vejo o nome que estampa: Pandora. Céus, ele se empenhou. - Uau. - Minha boca fica mais aberta ainda pelo choque ao ver o conteúdo. Mesmo sem pesquisar, sei que é muito cara.

É um bracelete maleável da pandora moments, meu sonho era ter um, mas não tive condições para comprar. A pulseira é de prata com o fecho da carruagem da Cinderela. É tão linda que fico encantada. Minha segunda princesa favorita é a Cinderela, a Rapunzel é a primeira. Quem me deu ela, provavelmente sabe disso. Queria muito colocar vários berloques, mas agora parece tão insignificante.

Se for o crush que me deu de presente, terei de devolver, mesmo que não seja ele, devolveria para qualquer outra pessoa. É algo caro demais para se aceitar assim. Vejo um pequeno bilhete preso ao canto da almofada preta, junto a um pequeno saquinho brilhoso com alguns charms. Céus, essa pessoa gastou muito.

Deixo a pulseira cuidadosamente na almofada, pego o papelzinho e o saquinho, quando viro, meu coração acelera e o que seguro cai de minha mão. Não consigo acreditar no que acabei de ler. Não é possível. Fecho os olhos, puxo o ar com força e solto lentamente. Ainda estou nervosa, não consigo sequer controlar o tremor de minhas mãos. Engulo seco, abro os olhos e encaro o papel, com a parte escrita para cima, estampando claramente: Presente surpresa.

Levo a mão lentamente ao papel e seguro, sem acreditar no que vejo. Como Mickael fez isso? Não sei como ele morreu, mas, será que ele já sabia e preparou isso? Não, não pode ter sido isso. Ele sempre me surpreende, já que em meu aniversário sempre estou com o humor ruim, por ser esquecida. Esse seria o terceiro aniversário que ele estaria presente caso estivesse vivo. Tomo coragem e abro, ansiosa para saber o que ele disse.

"Primeiro de tudo, espalhe os charms pela cama. Irei especificar cada um."

Deixo o papel ao lado e faço o que pede, espalhando os berloques, voltando a segurar o bilhete e vendo que tem cinco, antes que eu volte a ler.

"Tem cinco, um para cada gosto seu em específico. Infelizmente, não tinha uma pulseira que representasse a Rapunzel, mas, sei que vai amar a da Cinderela também. Vamos ao que interessa, Gafanhota. Como um bom irmão mais velho, preciso saber momentos que te descrevam e até que fui bem, só foi difícil achar alguns. O charm de chapéu de chef, é para representar seu amor pela gastronomia e sua conquista pelo curso sonhado."

Paro de ler quando sinto uma lágrima escorrer, ele não está mais aqui para saber que perdi essa chance. Que meu amado curso de gastronomia acabou escorrendo pelo meus dedos por causa de apenas um atraso. Agora, só ano que vem terei uma nova oportunidade. Limpo o rosto, e volto a ler.

"O charm de tênis, é para representar seu amor por todos os tipos de sapatos, menos os de salto fino (incomodam, eu sei). O da Torre Eiffel eu nem preciso explicar, é para quando for para Paris estudar Pâtisserie. O de galáxia eu também não preciso explicar, é auto explicativo. Esse de coração com uma entrada para chave no meio é uma representação do seu coração, quero que adicione uma de chave quando encontrar aquele que vai te resgatar quando mais precisar, que vai te ajudar a ser mais expressiva e não se isolar, pois você merece ser feliz. Agora, levante a almofada do bracelete."

Faço o que ele me pede no papel, tirando a almofada preta e encontrando um charm sozinho. Analiso o pingente, e abro um sorriso. Na verdade, são dois charms, eles são ligados por um quebra cabeça, ou seja, um encaixa no outro e está escrito: amigos verdadeiros.

"Não podia esquecer o mais importante, que sou eu. São dois charms, mas, prefiro que use, para sempre lembrar de nós. Nossa amizade é muito importante para mim, não quero perdê-la por nada. Independente do que aconteça, saiba que te amo e que espero que seu aniversário seja incrível. É isso, Gafanhota. Até breve. Beijos, seu irmão do coração."

A carta acaba, e sinto as lágrimas escorrendo. Olho pro teto, tentando apaziguá-las, isso foi tão importante e necessário, mas, queria que o até breve fosse verdade. Não posso devolver algo que significa tanto, apenas pego a pulseira e encaixo todos os berloques.

Minha mão treme um pouco, mas consigo prender em meu pulso, cai como uma luva. Levanto, ando até a cama e me deito, deixando o pulso próximo ao peito. Fecho os olhos e abro um sorriso, recebi presentes com tanto peso que preciso me recompor antes de ir tomar café. Eu quero usar essa viagem para ficar melhor, ficar bem por eles, não posso cair quando tudo que mais fizeram foi tentar me levantar.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022