Confusões do Amor
img img Confusões do Amor img Capítulo 6 Discussão °
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Capítulo 10 Altos e baixos ° img
Capítulo 11 Perseguida ° img
Capítulo 12 Salva por ele ° img
Capítulo 13 Medo ° img
Capítulo 14 Em apuros ° img
Capítulo 15 Um pedido ° img
Capítulo 16 Tal mãe, tal filho ° img
Capítulo 17 Vencendo mais um medo ° img
Capítulo 18 Desconfiança ° img
Capítulo 19 Certo, Thomas ° img
Capítulo 20 Apaixonada img
Capítulo 21 Confusa ° img
Capítulo 22 Então é assim ° img
Capítulo 23 Estou apaixonado ° img
Capítulo 24 Ele sempre me encontra ° img
Capítulo 25 Minha namorada ° img
Capítulo 26 Fim da lua de mel ° img
Capítulo 27 Homem misterioso ° img
Capítulo 28 Meus pais estão aqui ° img
Capítulo 29 Jantar em família ° img
Capítulo 30 Caos em família ° img
Capítulo 31 O que está acontecendo img
Capítulo 32 Estou presa ° img
Capítulo 33 Descoberta ° img
Capítulo 34 Desespero ° img
Capítulo 35 Rumo ao desconhecido ° img
Capítulo 36 Fuga ° img
Capítulo 37 Caçador de anjos ° img
Capítulo 38 Descobertas ° img
Capítulo 39 Vivo ° img
Capítulo 40 A avó fofa ° img
Capítulo 41 Toda a verdade ° img
Capítulo 42 Arrependimento ° img
Capítulo 43 Amigos para sempre ° img
Capítulo 44 Família em apuros ° img
Capítulo 45 Conversa necessária ° img
Capítulo 46 Um lapso de sabedoria ° img
Capítulo 47 Nas mãos do homem cruel ° img
Capítulo 48 De frente com o inimigo ° img
Capítulo 49 No covil do vilão ° img
Capítulo 50 Ele me salvou ° img
Capítulo 51 Você é preciosa ° img
Capítulo 52 Verdades ° img
Capítulo 53 Foragido ° img
Capítulo 54 Acabou... img
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Capítulo 6 Discussão °

Escuto uma movimentação e me sento rapidamente, olho para a janela e vejo Daniel parado, seu semblante não está dos melhores. Será que eu cochilei? Só lembro de deitar e acordar devido ao barulho.

- De novo? - Cruza os braços, parece irritado. - Pensei que tinha acontecido algo. Custa deixar a porta aberta?

- O que faz aqui? - Lembro do motivo de deixar ele esperando e fico séria. - Já disse que não quero que entre aqui sem permissão. Vou contar para sua avó. - Me arrasto para levantar da cama e ir em direção a porta.

Meu objetivo é interrompido quando Daniel para em minha frente e não deixa nem que eu levante. Ele me avalia e sua testa se franze. Não entendo o motivo disso, e nem por que parece incomodado.

- Estava chorando novamente? - Coloca as mãos nos quadris e me encara, aparentemente, furioso. - Sério Solar? Ainda nessa? Por que está chorando? - Mesmo irritada com ele e chateada pelo que aconteceu de manhã, estico o braço e mostro a ele o motivo de minha recaída.

- Meu amigo sempre me fazia surpresas de aniversário, ele me enviou antes de morrer. - Sussurro e ele segura em meu pulso, maleando para ver melhor a peça.

- Aquele idiota. - Resmunga, parecendo mais irritado do que nunca. - Vai acabar estragando tudo!

- Por quê? - Questiono confusa. - Ele não era um idiota.

- Não? Olha seu estado, você estava tão bem e agora, está com o rosto todo inchado. Parece que retrocedeu todos os passos que havia dado.

- Ele não tinha como saber o que aconteceria. - Digo irritada.

- Argh! - Se expressa irritado e se inclina em minha direção. - Podemos ir? - Parece deixar de lado nossa discussão atual, para focar na antiga. - Está ficando tarde.

- Não vou com você! - Me arrasto para trás.

- Por que não?

- Porque eu não quero! - Não vou dizer que é por estar, levemente, chateada por ele ter feito sexo comigo, e logo após, ter ido brigar por alguma mulher.

- Que seja. - Penso que vai desistir, mas não é isso que acontece.

- Daniel, para. O que está fazendo? - Me debato quando o homem agarra no cano de meu coturno e começa a puxar minha perna. - Me larga. - Não consigo fugir, pois ele é forte demais, queria que a surra que tomou tivesse deixado seu corpo mais frágil.

- Deixe de ser teimosa. - Chama minha atenção quando consegue me puxar e agarrar meus braços, quando vejo, já estou sendo lançada em seu ombro.

- Você não pode fazer isso. Eu não quero ir. - O homem ignora totalmente meus protestos. - Céus, como eu te odeio! - Me expresso irritada, mas ele não para, apenas prossegue para a saída.

Ninguém para ele quando passamos, mesmo com meus protestos e murmúrios de socorro. Já estamos do lado de fora da pousada, indo por um caminho que leva a um matagal e não sei bem o que pensar. Tive de prender meu cabelo durante o trajeto, para gravar bem o caminho que está fazendo para meu possível fim. Afinal, se envolve altura não é bom. Agora, posso analisar bem as coisas, sem o cabelo jogado no rosto.

Daniel mudou de roupa, agora ele usa um coturno, uma bermuda camuflada verde com preto e uma regata verde, da mesma cor que a peça debaixo. Pouco antes de ser jogada em seu ombro, pude observar a faixa preta em sua cabeça. Desse jeito ele parece até um soldado, até a postura tem. Ignorando minha raiva dele agora, posso dizer que está bem sexy.

- Eu não quero ir, Daniel. - Bato em suas costas, esperando que, por um milagre, me obedeça. - Não pode me obrigar a algo que não quero. Meu sangue está indo todo para a cabeça. - Tento apelar, vai que ele sente compaixão.

Nada, absolutamente nada. Nem um pio sequer e por isso, acabo respirando fundo. Ele não pode fazer o que quer comigo, só porque fizemos sexo e estou na pousada de sua avó. Eu ganhei essa viagem, não é como se tivesse obrigações com ele. Além do mais, ele está brigando por mulheres e ainda assim, não quer me deixar em paz. Ele pensa que sou um estepe? Acabo ficando mais irritada ainda só por esse pensamento.

- Me solta!

A fúria faz com que eu volte a me debater em seu ombro. Acabo dando um soco com força na altura de sua cintura esquerda, isso faz com que o homem solte um resmungo alto de dor e perca as forças, caindo de joelho. Acabo arregalando os olhos enquanto me afasto, pois o homem acabou me soltando. Ele ainda está ajoelhado, sua mão está no local onde bati e lembro do roxo em seu abdômen que sumia na altura da cintura, sua careta de dor me faz crer que fui longe demais.

- Qual é o seu problema? - Recuo uns bons passos quando seu olhar irado pousa em mim, e sua voz parece como uma faca afiada, fico um pouco assustada.

- Você não pode me obrigar a sair com você. - Digo lentamente, como se estivesse tentando me convencer de que o motivo é esse.

- Que ódio! - Consigo sentir o que sente apenas com as palavras que profere.

Parece irritado demais quando se movimenta para levantar. O homem comprime os lábios com força e fecha os olhos. Céus, eu não queria machucá-lo. Só não queria vir com ele, pois, pela minha inexperiência com relacionamentos, saber que ele tem outras mulheres em vista me deixou com ciúmes. Não que eu goste dele ou coisa parecida, mas, creio que sou adepta a exclusividade.

- Eu sinto muito. - Sussurro. - Não era minha intenção te machu...

- O que está fazendo, Solar? - Me interrompe abruptamente, e não entendo sua pergunta. - Estou tentando te ajudar, por que está tão relutante?

- Não pedi sua ajuda, Daniel. Eu que tenho que perguntar o que você está fazendo. - Cruzo os braços, já não me sinto mais culpada, agora me sinto brava com sua pergunta. - Por que está fazendo isso? Eu disse que não queria vir.

- Porque eu não quero que você morra! - Diz exaltado e me surpreende o seu descontrole. - Mas, se é isso que você quer, problema é seu. Eu tentei! - Passa por mim com pressa, isso faz com que acabe batendo em meu braço direito, pelo caminho entre o mato ser estreito.

O homem sempre está calmo, feliz e animado, vê-lo tão descontrolado assim me deixa estática. Por isso, só consigo reagir e me virar quando ele já sumiu no caminho acima.

- Daniel? - Pergunto mais alto, porém não tenho retorno.

Ele está tentando me ajudar desde sempre, e eu, burra, estou afastando ele por ciúmes de algo que não temos. Eu quis que ele fosse o meu primeiro, não é obrigação dele aguentar esse fardo e lidar com alguém tão confusa como eu. Se ele gosta de outra, ok, posso aceitar. Mas, não posso afastá-lo quando sua presença, mesmo que às vezes me irrite, torna meu dia mais animado com sua áurea boa. Me lembra tanto Mickael.

- Daniel! - Começo a correr caminho a cima, indo em direção ao local que ele foi. O homem não deve estar tão longe.

Começo a correr pelo único caminho que é possível, uma reta de terra entre um matagal enorme. Por que estamos aqui? Tudo bem que é uma subida, mas não creio que ele me colocaria para fazer trilha sem me preparar. Eu sou sedentária demais para isso.

- Daniel! - Grito quando chego ao que me parece o fim do caminho, mas paro quando vejo que não é bem assim. Coloco a mão no quadril para recuperar o folego enquanto analiso o local em que estou.

O caminho dá em uma clareira, com o mato bem rente e um espaço grande que deve servir para acampamentos, piqueniques e afins. Porém, não é isso que me surpreende, é o fato de mais a frente, essa clareira se abrir em três caminhos totalmente diferentes. O da minha esquerda parece descer, pois se afunila bastante, o do meio parece seguir uma linha reta, sem descer e nem subir, já o da direita parece subir. Para qual eu vou? No momento, parece que essa vai ser a decisão mais importante da minha vida.

Poderia voltar por onde vim, é mais fácil e menos complicado, não gosto de complicações, mesmo que eu seja uma pessoa bem complicada. Minha cabeça manda eu voltar, mas meu coração manda eu seguir em frente e me desculpar pelo que fiz. Daniel é bem intrometido, mas é por um bom motivo. Ele quer me ajudar, certamente ele tem algo a ver com meu computador desligado e remédio sumidos.

- Direita. - Resmungo e vou em direção ao caminho que me parece o certo. Ele queria me fazer superar o medo de altura, faz sentido que seja ali.

O único problema é, meu coturno é novo e está machucando bastante meu pé atrás enquanto roça na pele. Tomara que não fique ferido, já usei outros que fizeram isso, a pele tem de estar mais resistente.

Por que não tem ninguém por aqui? Está um silêncio sinistro, os únicos barulhos vem de animais e da floresta, isso até me dá calafrios. Acho que preferia que um grupo estivesse acampando, poderia me indicar a direção certa a seguir. O caminho vai ficando mais estreito à medida que avanço, além de parecer mais alto do que já estava subindo antes.

- Oh, merda! - Grito desesperada quando tenho de parar com rapidez, pois o precipício à minha frente indica que o caminho acabou.

Começo a recuar lentamente, enquanto tento controlar as batidas do meu coração. Tudo bem, não é um precipício, mas é uma vala enorme e bem funda. Mesmo que pareça ter um caminho ao lado, não acho que Daniel veio por aqui. O caminho desce e não parece prosseguir com a subida.

Volto correndo para o lugar de onde vim. Já estou tão nervosa que sinto vontade de chorar. Por que tratei ele daquela forma? Eu não devia ter feito aquilo. Me tornei uma pessoa horrível e agressiva. Paro no centro da clareira e olho ao redor, não vou me arriscar mais. Ele vai ter de voltar por aqui. Já não estava me sentindo bem pelo que fiz, minha experiência quase morte de agora só me deixa pior.

Ando até um tronco e me sento, olho para os três caminhos e torço para que ele venha logo. Infelizmente, não consigo reprimir o choro que vem. Eu sou tão fraca. Céus, por que sou assim? Ajeito as pernas para apoiar a cabeça, mas sinto dor no local em que o coturno está em atrito com a pele.

- Só pode ser brincadeira. - Resmungo irritada quando vejo o sangue escorrer, deveria ter colocado uma meia mais longa ainda, pois a que coloquei acabou descendo à medida que andava.

O dia começou dando errado. Vim para essa viagem disposta a cumprir minha lista e estou indo ladeira abaixo em um carrinho rolimã sem freio algum. Isso me assusta, mas, ainda assim, parece empolgante.

- Eu sou uma idiota. - Murmuro com raiva, enquanto retiro o coturno e deixo sobre o tronco ao lado. - Patética. - Complemento. - Que sente ciúmes sem necessidade. Pareço uma adolescente boba. - Amarro as duas meias envolta do machucado em cada perna, dando um nó e impedindo que saia mais sangue. Colocarei um band-aid quando voltar pro quarto.

- Por que parece uma adolescente boba? - Levo um susto quando alguém agacha na minha frente, quase caio para trás, mas Daniel tem um reflexo ótimo e segura meu braço. Impedindo uma queda de costas no chão. - O que aconteceu com sua perna? - Olha para baixo e apenas me lanço para frente, abraçando seu pescoço. - Osh!

- Desculpa. - Sussurro. - Te agradeço por me ajudar. Sinto muito se fui rude, não foi minha intenção. - Aperto mais ainda seu pescoço, não quero que fuja. - Você tem sido ótimo para mim, mas tudo que faço é reclamar. Prometo não fazer mais isso.

Com muita dificuldade, ele consegue soltar meu braço e se afasta um pouco, ainda agachado e me encarando. Faço o biquinho mais fofo que consigo, para que me perdoe. Ele ri, olhando pro lado e balançando a cabeça em negativa.

- Vamos logo. Temos um dia corrido pela frente. - Fica de pé e abro um sorriso enorme, praticamente pulo, mas acabo pisando em falso pela dor na panturrilha e segurando em sua barriga. - O que aconteceu? - Questiona confuso.

- Não foi nada. - Me firmo e pego o coturno, sigo para o lado e espero que comece a andar, indicando o local que temos de ir. - Vamos? - Pergunto, ele apenas me avalia por um bom tempo.

- Vê se não me ataca como antes. - Sua fala vem seguida de um grito meu, pois não estava esperando que me pegasse no colo.

- Não precisa, Daniel. Eu consigo andar. - Tento descer, mas ele aperta o braço em minha cintura e perna. - Aí.

- Fique quietinha, já atrapalhou demais por um dia.

- Desculpa. - Fico envergonhada com sua acusação verdadeira, por isso, evito até de respirar muito. Apenas seguro meu coturno e deixo que me carregue para onde iremos. Me sinto favorável, como uma noiva indo para sua lua de mel.

O homem acaba indo pelo caminho da direita, o que eu fui e acabei voltando, me sinto um pouco melhor ao saber que quase acertei. Ele vira pouco antes da vala enorme, indo pelo caminho entre o mato. Não sei para onde vamos, mas ele está tão decidido a me levar que estou curiosa para descobrir.

            
            

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