Confusões do Amor
img img Confusões do Amor img Capítulo 7 Se conhecendo °
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Capítulo 10 Altos e baixos ° img
Capítulo 11 Perseguida ° img
Capítulo 12 Salva por ele ° img
Capítulo 13 Medo ° img
Capítulo 14 Em apuros ° img
Capítulo 15 Um pedido ° img
Capítulo 16 Tal mãe, tal filho ° img
Capítulo 17 Vencendo mais um medo ° img
Capítulo 18 Desconfiança ° img
Capítulo 19 Certo, Thomas ° img
Capítulo 20 Apaixonada img
Capítulo 21 Confusa ° img
Capítulo 22 Então é assim ° img
Capítulo 23 Estou apaixonado ° img
Capítulo 24 Ele sempre me encontra ° img
Capítulo 25 Minha namorada ° img
Capítulo 26 Fim da lua de mel ° img
Capítulo 27 Homem misterioso ° img
Capítulo 28 Meus pais estão aqui ° img
Capítulo 29 Jantar em família ° img
Capítulo 30 Caos em família ° img
Capítulo 31 O que está acontecendo img
Capítulo 32 Estou presa ° img
Capítulo 33 Descoberta ° img
Capítulo 34 Desespero ° img
Capítulo 35 Rumo ao desconhecido ° img
Capítulo 36 Fuga ° img
Capítulo 37 Caçador de anjos ° img
Capítulo 38 Descobertas ° img
Capítulo 39 Vivo ° img
Capítulo 40 A avó fofa ° img
Capítulo 41 Toda a verdade ° img
Capítulo 42 Arrependimento ° img
Capítulo 43 Amigos para sempre ° img
Capítulo 44 Família em apuros ° img
Capítulo 45 Conversa necessária ° img
Capítulo 46 Um lapso de sabedoria ° img
Capítulo 47 Nas mãos do homem cruel ° img
Capítulo 48 De frente com o inimigo ° img
Capítulo 49 No covil do vilão ° img
Capítulo 50 Ele me salvou ° img
Capítulo 51 Você é preciosa ° img
Capítulo 52 Verdades ° img
Capítulo 53 Foragido ° img
Capítulo 54 Acabou... img
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Capítulo 7 Se conhecendo °

Daniel ainda está me carregando e, mesmo que eu tenha pedido para me colocar no chão, ele não fez isso. O caminho se estendeu um pouco mais do que imaginei e agora, estamos chegando no local.

- O que iremos fazer aqui? - Pergunto quando estamos prestes a chegar na porta da enorme construção que fica de frente para o mar.

Jamais imaginei que nosso destino seria um farol. Sequer sabia que o mar era aqui perto. Mas, de uma coisa eu sei, estou com fome e está perto de escurecer, ou seja, fiquei o dia todo sem me alimentar. Acordei tarde, e ainda tiveram todas as emoções dos presentes e o leve rapto de Daniel ao me carregar para fora do quarto.

- Item seis da lista, superar o medo de altura. - Diz parando frente a porta e me afasto um pouco, ele abre a porta e faz menção de me segurar de novo.

- Eu consigo. - Faço sinal de beleza para ele com as duas mãos.

- Tem certeza? - Acho fofa a preocupação do homem, mas, é apenas um machucadinho, nada alarmante.

- Estou acostumada a isso. - Garanto e entro, olho ao redor e abro a boca surpresa.

Nunca entrei em um farol, mas imaginei que fosse totalmente diferente. Algo como uma casa e uma escada para subir. A estrutura é imensa, e parece tão alta que chega dar um nervoso bem no fundo do meu ser, mas não parece uma casa. Tem um espaço pequeno no térreo, onde tem um colchão encostado na parede e uma fogão. O restante, é o início de uma escada que segue em caracol, serpenteando as paredes de toda a construção.

- Sempre imaginei uma casa bem longa. - Olho para Daniel que, por algum motivo, estava me olhando meio aéreo. Abro um sorriso e sinto meu rosto corar. - O que foi? - Pergunto ainda sem entender sua reação.

- Nada, nada. Vamos? - Se adianta para ir em direção a escada e começa a subir.

O homem para no quarto degrau, creio que lembrando o motivo que os trouxe até aqui e desce novamente, segura em minha mão e começa a me puxar com ele. Eu conseguiria ir sozinha até um pouco antes da metade, mas do meio pra cima seria impossível me movimentar sozinha.

Não sei de onde veio meu medo de altura, talvez seja por passar boa parte da infância em planetários, olhando sempre para cima e com pais doidos que estar no alto era mais importante que a segurança das filhas. Deve ter sido nas situações que me colocaram em perigo durante esse tempo.

Após subir vários degraus, que pareciam não ter fim, chegamos a parte que creio ser a de comando. Olho ao redor, mas não vejo o grande refletor que fica vagueando pelo mar para orientar os navios. Acabo franzindo a testa quando vejo uma cabana de acampamento montada, uma lareira de canto que parece ser de ferro, com o cano bem longo para cima, que some no teto e ao lado, tem mais um lance de escada.

- O que é isso? - Pergunto olhando para Daniel.

- Um encontro, oras. - Diz como se não fosse algo alarmante e vai em direção a escada. - Me espere, vou ligar o refletor. Ele fica na cabine de cima. - Faço um som em entendimento, como se ele tivesse lido minha mente e entendido minha confusão inicial.

Mordo os lábios e ando mais para o centro do espaço, evitando as janelas que mostram o quão longe do chão estou. Tem uma pequena varanda que circula a estrutura, mas tenho certeza que jamais irei ali. Estou tentando me manter tranquila, mas estou surtando por dentro só de saber que isso é um encontro. Como irei encará-lo? Minhas bochechas vão queimar e vão ficar bem vermelhas.

Ando até a cabana, deixo o coturno ao lado e fico de joelhos para abrir o zíper. Preciso me alimentar ou meu estômago vai fazer um barulho bem alto frente ao homem e isso será mais vergonhoso que o normal. Quase pulo de alegria quando vejo duas garrafas térmicas, uma cesta bem fofa de piquenique e uma cestinha bem pequena. Pego logo a grande e abro, meus olhos quase saltam do rosto.

- Muffins, eu amo muffins. - Por incrível que pareça, é de chocolate e tem gotas de chocolate. Daniel está tornando impossível não sentir ciúmes, tô quase tomando posse.

Meu olhar é atraído para fora quando uma luz bem forte se faz presente mais a frente, passeando pela paisagem laranja do pôr do sol. Agora, não sei se como ou se aprecio a visão esplêndida.

Ainda encantada pelo que vejo do lado de fora, me sento e fico de boca aberta. Parece uma pintura de tão lindo, acho que nunca presenciei algo tão perfeito nessa altura, sinto que estou dentro da arte detalhada.

- Pensei que o conceito do encontro era curtir junto com a outra pessoa. - Escuto a voz de Daniel e olho para trás, só então me dou conta que acabei mordendo o muffin, mas ainda não mastiguei por ficar dispersa com o que vi.

- Quer? - Estendo para ele o doce.

- Não, obrigado. - Tira o coturno e vem para perto, se sentando ao meu lado. Volto a olhar para fora, constrangida demais para ter uma conversa informal. - O que achou?

- Gostoso. - Respondo sem encará-lo ainda.

- Eu sei que sou gostoso, Solar. Estava falando da paisagem.

No momento, não sei onde enfiar meu rosto. Ele poderia ter especificado melhor sua pergunta, estávamos falando sobre comida. Quero levantar, sair correndo e fugir, mas, teria de descer a escada sozinha, isso não é viável.

- Aliás, minha avó cozinha muito bem. - Sinto que me encara e preciso fazer o mesmo, ou vai ficar uma situação estranha.

- Tem razão. - Olho rapidamente para ele e abro um sorriso, mas volto a olhar para frente.

- O que foi? Está tudo bem? Parece estranha. - Como esse homem consegue me ler tão bem?

- Nunca fui a um encontro. - Resolvo ser sincera. - É estranho.

- Ah, isso? Não é como se fosse a primeira vez. Esqueceu que nós passamos seu aniversário juntos? É quase a mesma coisa. - Mordo os lábios, não vou dizer que penso diferente.

- Por que aqui? - Olho para ele, o homem apenas sorri e olha para frente, como se estivesse dando a resposta com esse gesto. Acompanho seu olhar, a porta que leva a varanda, está posicionada estrategicamente no local em que dá para ver o sol sumindo pouco a pouco. É incrível. - Faz sentido. - Murmuro. - É lindo.

- Sim, demais. - O homem concorda e olho para ele, mas, pensei que estivesse olhando para fora, porém, ele está olhando diretamente para mim. Comprimo os lábios e desvio o olhar para o muffin em minha mão.

Ele quis dizer que eu sou linda? Céus, esse homem está a ponto de me deixar louca. Ele briga por uma mulher, mas está aqui, olhando esquisito para outra. Nunca entendi bem a cabeça dos homens, às vezes não entendo nem a minha, mas lembro que Mickael era bem sem vergonha, uma mulher sendo iludida a cada semana. Daniel tem um charme nesse estilo, devo ser a escolhida da vez. Não vou negar que estou gostando. É bem legal ter alguém por perto, que parece se importar e quer te ver bem.

- Como esse lugar vai me ajudar em relação ao medo de altura? - Mudo de assunto e volto a encará-lo. Mordo o muffin e o homem ri, balançando a cabeça em negativa. Ele percebe tudo que faço, é surreal. Com certeza notou minha súbita mudança de assunto quando tentou ser galanteador, não sei lidar ainda. - Não irei ali fora. - Aponto enquanto termino de devorar o doce.

- Tenho algumas coisas em mente. - Diz com um sorriso sacana e o olho desconfiada.

- Por exemplo? - Arqueio a sobrancelha direita.

- É surpresa. - Responde tentando dar um certo mistério e reviro os olhos. - Mas, me diga uma coisa. Sua pulseira nova. - Aponta. - Tem um chapéu de chef. Gosta de cozinhar?

- Eu amo. - Abro um sorriso verdadeiro.

- Não parece. - Claramente se refere a minha magreza de um mês atrás para agora e a falta de coisas em minha casa.

- Perdi a vontade de cozinhar e comer. Foi um mês bem complicado.

- Compreendo. Ainda terei a chance de comer algo que preparou? - Sinto uma certa ansiedade em relação a minha resposta.

- Vou pensar, quem sabe quando eu completar o último item de minha lista, eu volte a sentir vontade. - Dou de ombros. - Não sinto mais prazer nisso. - Sou sincera e encolho os ombros. - Mas, e você, o que faz? - Inverto a situação para ele, eu não conheço nada do homem, isso pode ser ruim.

- Sou da polícia. - Sua resposta me deixa chocada e abro a boca por isso, acho que até meus olhos se arregalaram. Imaginei que fosse um desses riquinhos que não quer nada com a vida. - To brincando, eu sou cantor. Sua expressão foi ótima. - Comenta rindo. - Foi como se dissesse: Esse garoto que parece viver mais em academia, do que trabalhando, tem um trabalho tão sério assim? Você é uma julgadorazinha, Sol.

- Palhaço. - Acerto um tapa em seu ombro. - Eu não pensei isso. - Faço um bico enorme, mas por não querer dar o braço a torcer. Realmente pensei que ele não poderia trabalhar em algo desse tipo. - Estamos em uma conversa séria, se comporte. - Falo bem séria. - Eu disse que queria fazer sexo com um desconhecido, mas, acho que já estamos precisando nos conhecer mais... - Seu semblante estampa uma certa malícia. - Nos conhecer como pessoas, Daniel. Céus!

- Eu não disse nada. Por que me julga tanto?

- Você tem cara de safado. - Dou de ombros e vejo que nem afeta o homem, deve ouvir isso com frequência. - Já sabe que tenho vinte anos, e você, quantos anos tem? - O homem se apruma e não entendo bem.

- Vamos lá então. Me chamo Thomas Blake, tenho vinte e três, faço aniversário dia quinze de julho e...

- Thomas Blake? - Interrompo sua fala.

- Ah! - Se dá conta do que disse e abre um sorriso. - Pode-se dizer que sou como você, não gosto muito do meu nome e uso o... segundo. - Dá de ombros. - Thomas Daniel Blake é horrível, Daniel é mais legal de se usar, combina com minha personalidade.

- Eu tenho motivos, não é? - Olho para ele como se fosse doido. - Queria ter um nome comum e o único problema ser esse aí. O meu é horrível e ... seria bom se me chamasse de Mica, eu prefiro. - Toco em um assunto que queria desde antes, ele vive me chamando de Sol ou Solar, parece tão estranho, e não por ser ruim, é por eu gostar da forma que fica e não quero que isso aconteça.

- Eu amo seu nome. - Diz como se não fosse nada e faço um som de desagrado com a garganta.

- O que está fazendo? - Pergunto quando ele se ajoelha e vem engatinhando em minha direção. - Daniel? - Ele não diz nada só mantém a expressão de predador. - Nós estamos conversando. - Me viro, ficando de joelhos e tentando me abrigar dentro da cabana. O homem puxa a minha perna e acabo caindo de barriga quando já estou dentro, acabo rindo e me viro para cima, ficando de costas para o colchão fofo que cobre o chão.

Não me mexo, apenas espero para ver o que vai fazer. Ele entra na cabana, fica sobre mim e abre um sorriso sacana. Seu rosto se aproxima lentamente do meu, fecho os olhos e espero o contato de seus lábios nos meus. Não sei o que planeja, mas sei que não sou forte para resistir a todo esse charme. A mão dele toca em minha cintura e só a leve pressão que faz me deixa bem molinha, isso resulta em um arfar bem prazeroso e sedento.

- Eu... - Sussurra contra meus lábios. - Vou continuar te chamando de Solar. - Apenas abro um sorriso grande, mas não abro os olhos. Daniel para de falar, mas sinto sua respiração próxima a minha e seu dedo deslizando em minha testa, para jogar os cabelos rebeldes pros lados. - Tenho que... - Para de falar quando um barulho alto se faz presente. Abro os olhos e faço careta.

- É o toque do meu celular? - Pergunta confusa e o toque fica mais alto.

- Peguei na cômoda antes de sair do quarto. - Todo o clima que estava se formando se vai, ele senta sobre a perna dobrada e me sento, pegando o celular que tirou do bolso e me estende. - Pode ser importante, depois continuamos. - Minha expressão de desgosto é nítida, mas ele não percebe pois já está saindo.

- Oi? - Atendo sem ver quem é voltando a me deitar.

- Mica? Cadê você? - Arregalo os olhos quando escuto minha irmã.

- Ah, eu? - Fico sem saber o que responder. - Estou ocupada.

- Onde fica seu quarto? A mulher da recepção não quer falar.

- Como? - Me sento rapidamente.

- Estou aqui na pousada, chegamos agora. Leon está fazendo a ficha de entrada.

- Mas...

- É, Leon disse que era um ótimo lugar, eu pesquisei e gostei. Preciso de um descanso e viemos.

- Para cá? - Quase choramingo, mas me contenho. Não posso ao menos viajar em paz.

- Me diz o número do seu quarto, irei até você. Estava mal antes, agora estou melhor e quero te ver.

- Então...

- Sol, tudo bem? - Daniel aparece na portinha e assinto.

- É minha irmã. Ela e o namorado estão na pousada. - Respondo a ele.

- Solar? - Chama meu nome quase gritando. - Você está com um homem? - A mulher parece chocada, apenas faço um sinal de beleza para Daniel ver que está tudo bem.

- Vou pegar lenha para a fogueira. Volto já. - Assinto para a fala do homem e ele se vai.

- Solar? Me responde! - Minha irmã diz do outro lado da chamada.

- Com quem ela está? - Escuto Leon.

- Com um homem. - Responde a ele. - Vocês estão dormindo juntos? - Sua pergunta é direcionada a mim agora.

- Olha, eu não estou no quarto, ele vai me mostrar um lugar que gosta. Amanhã eu falo com vocês. Tchau, amo você e até amanhã. - Desligo a chamada.

Não sei se isso é bom ou ruim, mas, no momento, quero só aproveitar essa noite. Não quero saber de ninguém, estou curtindo e preciso tanto disso. Vou curtir o máximo que posso. Não sei quando tudo isso vai acabar.

            
            

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