Capítulo 3 Segredos à tona

De regresso a casa, Hélio viu Esmeralda como nunca antes, sentada no banco que ficava frente ao balcão da cozinha.

-Boa noite querida.

-Onde estavas?-Respondeu Esmeralda, com a voz fria

-Dormi na casa de um amigo- Mentiu

-O teu amigo usa Perfume-de-rosas?

-Rosas?- Perguntou, perplexo, tentando recordar que perfume que não sentiu e como negligenciou, deixando as roupas na lavandaria de casa.

-Tens andado a trair-me, a desrespeitar-me, nunca pensei que te comportarias como um lixo, que tipo de homem repugnante te tornaste...

-Posso expicar Esmeralda..- Replicou, tentando sem sucesso cortar o discurso directo e severo de sua esposa

-...Se tinhas tanta sede da rua, porquê que pediste a minha mão aos meus pais? eu nunca vou aceitar ser o teu lixo, não vou..

Esmeralda continuou seu discurso em tom alto, chorando e chorando, enquanto Hélio tentava desculpar-se sem ter culpa do que fez, e perdurou a noite até que em silêncio dormiram, Esmeralda no quarto e Hélio no sofá, apesar de houver mais dois quartos em casa cujo um tiveram mobilado para hóspedes.

***

"Pela manhã

já não a vi,

já não havia

nem ela ali,

nem o que ela sentia,

restei eu

pedidindo para voltar"

***

Acordei com o telefonema de uma mulher que pretendia saber se eu estava bem, disse-a que estava, mesmo sendo irónico, senti o quanto parecia preocupar-se comigo, era ela, a desconhecida que conheci, sem saber porquê tentava buscá-la nas minhas lembranças mas não a via, nem seu rosto, pensei em ligá-la mas já tinha problemas a mais, e os passos de Esmeralda pela casa citavam a sua tristeza e ira.

-Bom dia Amor!

-Bom!-Retorquiu Esmeralda.

-Temos que conversar- Travei-a que avançava, segurando-na pelos antebraços.

-Tu sabes que não foi bem assim como imaginas.

Pareceu ouvir-me por segundos mas avançou gélida, o que me obrigou a soltá-la. Sinceramente, não sei o que fazer para emendar a situação.

            
            

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