Capítulo 6 Desconhecido adeus

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-Não sei o que se passou, apenas ouvimos gritos e um vidro a quebrar, minutos depois surgiu o alvoroço lá fora, o corpo dela estava esburrachado no pavimento- explicava James -Não vimos nínguem.

« Hoje completaríamos 4 meses de namoro, e acontece-nos isso, Ângela está morta, a polícia não sabe se foi um homicídio ou suicídio, a família dela está na porta e eu aqui no corredor, morrendo também. Ela tornou-se no sedativo para a ferida que a Esmeralda deixou, nem me posso aproximar da família e nem do corpo, já que a família não me conhece, nós preferimos assim, o plano era oficializar tudo após 6 meses de relacionamento» Pensava Hélio , cabisbaixo, com o coração gelado e entre a pergunta se afastar ou se aproximar? Mas sem resposta desceu o elevador e caminhou até algum lugar onde poderia chorar, ele não a amava como à Esmeralda, mas a amava.

Enquanto as lágrimas caíam, as lembranças do jeito dela de sorrir, andar, tocar e abraçar visitavam-no, permaneceu ali até escurecer.

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Cheguei em casa, não tinha corrente elétrica, fundi a minha angústia com a escuridão, e adormeci. Pela manhã senti a sua falta, a falta do seu cheiro e daquela mania de antecipar os pensamentos que sempre teve, invadindo os meus pensamentos. Admito que ainda não esqueci a Esmeralda, mas quando costumava estar com a Ângela, eu conseguia viajar para algures longe das lembranças que me uniam a ela (Esmeralda). Levantei as 8h00, liguei para o James para pedir notícias sobre o caso:

«Mas o porquê que ela se teria suicidado? ou ainda, quem a teria assassinado?» pensei.

James disse-me que não haviam notícias, o corpo foi retirado ontem as 4h00 (tarde), e a família emudeceu a voz da polícia sobre o caso a fim de não atribuir asas na intrusão da midia, eu não sei o que fazer, mas para já está na hora do serviço, tenho que ir, hoje é quinta-feira, um dia difícil por causa dos pagamentos das lojas que sobrelotam ao fim-de-semana.

            
            

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