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- Uma o quê? – Perguntou Brittany encarando Michelle sem nem piscar, muito assustada.
- Uma súcubo, você sabe... Como nos animes, ou, quase... Quer dizer, os animes sensualizam muito. Súcubos são mais que diabinhas peitudas, gostosas, que atraem todos os garotos. Na verdade, sou metade demônio e metade vampiro, uma "filha" de Lilith. Não é tão ruim quanto aparece. Não vou matar você nem roubar sua alma. Nada disso. Sou como qualquer monstro dessa cidade... Só quero... Paz. – Falou Michelle.
- Há outros? – Perguntou Brittany.
- Como eu? Hum rum. Sabe a Grace? Maya? Christopher? Henry? Todos vampiros! – Falou Michelle.
- Christopher? Não! Impossível! – Falou Brittany.
- Eu tô te dizendo... E ele é assim há MUITO tempo. – Falou Michelle.
- Qual de vocês matou o Alex? – Perguntou Brittany com ódio. De repente tudo pareceu fazer sentido... A morte estranha de Alexander, finalmente parecia ter uma explicação, ele fora assassinado por um... Vampiro.
- Eu sei que eu não fui! – Falou Michelle. – A verdade é que... Ninguém sabe. Mas essa... COISA, como chamamos, está à solta, fazendo mais vítimas. Ao que parece, tudo é parte de um ritual maior para despertar a escuridão.
- Como é? Espere? Devagar. Não estou entendendo nada! – Falou Brittany confusa.
- Tudo o que você precisa saber é que... Não vou te fazer mal, nunca. Seria incapaz, porque eu te amo! – Falou Michelle se aproximando dela.
- Não! Por favor? Fica longe de mim! Eu... Não posso! Não consigo! Meu deus! Que pesadelo é esse? Isso não pode estar acontecendo. Não pode ser real! Você não pode ser um...
- Monstro? – Falou Michelle, calma. – Sabia que cedo ou tarde, descobriria... De novo.
- De novo? – Repetiu Brittany. – Como assim? Eu não...
- Uma vez, me descuidei e você tirou a venda dos olhos como fez agora e viu minha verdadeira forma.
- Por que não me lembro disso?
- Apaguei sua memória.
- O quê?
- Você não estava pronta para aceitar a verdade e... Ainda não está. – Michelle abriu suas asas e saltou. Brittany quis correr, mas não deu tempo. Michelle pulou em cima dela e a segurou pelos pulsos, imobilizando-a, facilmente.
- Por favor? Não me machuque? – Pediu Brittany encarando Michelle.
- Eu já disse que nunca machucaria você, Brit. Acredite em mim? – Falou Michelle aproximando seu rosto do dela.
- Eu...
- Shhh.... – Michelle beijou os lábios de Brittany. Então, a encarou e tocou sua testa. Brittany desmaiou. Michelle saiu de cima dela, a pegou em seus braços e a levou para cama, certa de que na manhã seguinte, ela não se lembraria de nada. A cobriu e saiu do quarto, sem reparar que Brittany estava usando um anel de pedra rosa, discreto, mas com a capacidade de proteger contra certo tipo de magia. O anel foi um presente de Christopher. Na última vez em que viu Brittany no colégio, ele a achou muito pálida e ficou preocupado. Sabia que aquilo era obra de Michelle, mas não podia alertar Brittany sem se expor, então, o que ele fez? Deu um anel a Brittany para protegê-la da influência de Michelle.
|Antes:
- O que é isso, Chris? Por que tá me dando um anel? A Emma sabe disso? Porque não quero problemas com ela. Ela parece ser uma garota legal e... – Disse Brittany rindo, nervosa.
- Deixe que com a Emma, eu me entendo. – Falou Christopher colocando o anel no dedo de Brittany. – E além do mais, que mal há em presentear uma amiga? Nós somos amigos ainda, não somos?
- Mas esse anel era a da sua mãe... – Falou Brittany.
- E agora é meu e eu posso dar a quem eu quiser.
- Acho que a Emma deveria ficar com esse anel. – Falou Brittany sem graça.
- Meu deus! Brit, pare com isso! Tá parecendo uma daquelas mocinhas dos livros que leio. – Disse Christopher rindo. – Tenho outras joias de família, e é claro que darei um anel a Emma, também, claro... Quando o pai dela parar com a ideia de querer me matar.
- O pai dela é um bobo porque você é um docinho e a filha dele não poderia ter arranjado namorado melhor. – Brittany apertou a bochecha dele.
- Fala isso para ele... – Christopher revirou os olhos e balançou a cabeça, rindo.
|Agora:
Na manhã seguinte, quando Brittany acordou, Michelle não estava ao seu lado. Ela levantou-se, olhou as horas no despertado sob o criado-mudo, eram 06h10minh. Tirou seu robe e foi direto para o banheiro. Uma ducha morna logo pela manhã era relaxante. Foi aí que os flashes do que acontecera na madrugada começaram. No início, Brittany se recusou a acreditar que fossem reais. Vampiros não existiam, ou, existiam? Não! Não podiam existir. Aquilo era... Não.
Ela voltou para o quarto, pegou seu uniforme no closet e se trocou. Penteou os cabelos, se maquiou. E enquanto descia as escadas, sentindo o cheiro de café e torradas que vinha da cozinha, os flashes voltaram, deixando-a um pouco tonta. Ela se apoiou na parede para não cair. Respirou fundo e foi para a cozinha.
Michelle estava dando papinha a Catrina, e a pequena, gulosa como sempre, batia palminhas, desejando mais comida. Michelle ria, divertindo-se. Ela até parecia a mãe de Catrina.
- Bom-dia? – Disse Brittany sorrindo.
- Oh, bom dia! – Falou Michelle e olhou para ela, sorrindo.
Quando Michelle olhou para Brittany, Brittany teve certeza de que os flashes que tivera até agora foram reais e ela sentiu um arrepio. No entanto, vendo Michelle assim tão dócil naquela manhã, uma parte sua se recusava a acreditar que ela fosse um demônio ou uma vampira, ou o quer que fosse. Brittany conhecia bem Michelle e ela não era má. Não podia ser. Nem... Christopher. Será que existiam "monstros" do bem? De qualquer forma, se aquilo fora mesmo real e Michelle era mesmo uma vampira, poderia apagar a mente dela outra vez, se percebesse que ela sabia. Por isso, Brittany disfarçou rápido e foi servir café para si.
- Você... Tá bem? Parece... Não sei... Estranha. – Disse Michelle desconfiada.
- Estou sim. É que... Tô com dor de cabeça e... Sono. Não sei. Um pouco de café deve me fazer bem. – Falou Brittany.
- Humm. – Michelle veio até onde Brittany estava, a abraçou por trás e beijou seu rosto. – Eu te amo! Sabe disso, né?
- Sim, eu sei. – Falou Brittany sorrindo, um pouco nervosa.
- Sei que não sou perfeita, mas... Sempre tento dar o meu melhor, e...
Brittany virou-se e a encarou.
Michelle virou o rosto como se tivesse perdido a coragem de dizer qualquer coisa.
- Sabe que pode confiar em mim, que... Aconteça o que acontecer, estamos juntas e... Vou tentar apoiá-la como você me apoiou quando mais precisei. Você se lembra? Estava arrasada por causa de Alex e... Você me ofereceu seu ombro amigo. – Falou Brittany mais para si, como se precisasse se convencer de que tinha de pagar Michelle na mesma moeda e permanecer ao seu lado, incondicionalmente, mesmo que ela não fosse quem ela pensava ser.
- Eu queria que pudesse entender certas coisas... – Michelle voltou a encarar Brittany e acariciou seu rosto.
- Que coisas? – Brittany perguntou.
Por um segundo, ela teve a impressão que Michelle diria tudo, mas ela se afastou.
- Esquece. Besteira. – Michelle beijou o rostinho de Catrina. – Tenho de ir. Estou atrasada. Não se preocupe. Liguei para minha mãe. Ela estará aqui agorinha para ficar com a Catrina.
- Mas a sua mãe não está mal por ter brigado com seu pai? Não devia tê-la chamado. Eu podia ter pedido ao Edward para ficar com a Catrina. – Disse Brittany dando furo.
- Fará bem a minha mãe ficar com a Catrina um pouco. Melhor que ela continuar trancada no quarto, chorando. – Michelle não percebeu o furo que Brittany acabara de dar. – Agora, eu tenho de ir. Nos vemos depois.
- Tá. Tchau. – Disse Brittany.
Michelle pegou sua bolsa e saiu apressada. Mas parou no meio do corredor quando a ficha lhe caiu. Então, voltou para trás.
Brittany estava passando geleia em suas torradas.
- Ei, Brit? – Michelle a chamou da porta.
- Hum? – Disse Brittany a encarando.
- Nada não. – Michelle decidiu não falar nada. Se Brittany se lembrava ou não do que acontecera, não importava. De qualquer forma, cedo ou tarde, ela descobriria mesmo, não é? E Michelle teria de lidar com aquilo cedo ou tarde. Por que não agora? Michelle sorriu e saiu.
Brittany suspirou e se voltou a Catrina. A menina a encarava, inocente, sem entender nada do que acontecia ao seu redor.
† † †
Após muita insistência por parte de Luíza, Luciana decidiu voltar ao colégio. Colocou um moletom vermelho de capuz. Não penteou bem seus cabelos e nem se maquiou, mas continuou linda, mesmo que triste. Colocou a saia xadrez do uniforme, meia arrastão e uma bota preta sem salto, de roqueira. Colocou seus fones. Ao som de Shampain de Marina and the diamonds, Luciana parou em frente ao seu armário, fazendo a combinação para abrir a porta.
Nancy veio, pegou Luciana pelo ombro e a empurrou contra os armários. Puxou os fones dela e disse-lhe:
- Passa o dinheiro do lanche, pirralha!
- Que dinheiro? Não trouxe nenhum dinheiro! – Falou Luciana se encolhendo.
- Nossa! Você tá péssima!
- Aí, solta ela!
Nancy virou-se e deu de cara com Emma. Riu.
- Que bonitinho! As gnomas são amiguinhas!
- Você devia se envergonhar por agir como uma vadia! – Falou Emma brava. – Eu devia te ensinar uma lição, mas como estou de bom humor, vou deixar passar essa... Mas fique longe da Lucy! Me entendeu?
- Ou o quê? – Nancy empurrou Emma.
- Vai descobrir com quantos paus se faz uma canoa, minha filha! – Falou Emma se aproximando dela, brava. – Não sei se você sabe quem eu sou, mas não deve brincar comigo!
Nancy riu e a olhou com desdém.
- Vamos? Rala peito! Tá esperando o quê? – Emma elevou a voz, estalando os dedos.
Nancy a encarou com ódio, mas não fez nada. Tinha algumas pessoas por perto e ela não queria chamar mais atenção para si, não quando o rei dos vampiros exigiu discrição de todos de sua espécie, o que significava não violar nenhuma trégua. Mexer com um caçador, era violar uma trégua. Nancy se afastou.
Emma sorriu satisfeita e se aproximou de Luciana.
- Você tá bem, Lucy?
- Hum rum. Obrigada. – Luciana respondeu e virou-se, abrindo seu armário.
- Que bom que você voltou para o colégio. As meninas e eu estávamos com saudades. – Falou Emma.
- Emma! – Disse Christopher se aproximando.
- Oh, Chris! – Emma virou-se e sorriu ao ver Christopher. – Bom dia!
Christopher cumprimentou Emma com um beijo, então, se voltou a Luciana e a cumprimentou, dizendo:
- Oi?
Luciana exibiu um meio sorriso, visivelmente chateada pelo que acontecera a pouco. Pegou seus livros, fechou seu armário e saiu.
- Nossa! O que aconteceu? Ela parece péssima! – Falou Christopher.
- Pois é. A Lucy tá passando por uma fase difícil, mas as meninas e eu vamos ajudá-la.
- Podem contar comigo para qualquer coisa se precisarem.
- Obrigada. – Emma sorriu.
Jordana veio caminhando imponente pelo corredor. Estava tão mais bela e sexy que nem parecia mais a mesma. Parou em frente a Emma e Christopher e olhou para eles de baixo a cima, sorrindo com deboche.
- Jordana? Que bom que você também voltou ao colégio! – Falou Emma feliz e quando ia se aproximar para abraçá-la, Jordana se desvencilhou e se aproximou de Christopher.
- Jordana? Oi? – o vampiro sorriu sem graça pelo clima estranho entre as garotas.
Sem dizer nada, Jordana agarrou Christopher e o beijou.
- Hein? Mas o quê? – Emma levou um tempo para cair em si porque aquilo era surreal demais para acontecer, e pegou Jordana pelo braço e a afastou de Christopher. – Mas o que deu em você, Jordana? Ficou maluca?!
Jordana encarou Emma, rindo, e disse:
- Estamos quites, agora. Sem ressentimentos, tá?
Jordana se voltou a Christopher e piscou para ele, antes de sair rebolando. Emma quase foi atrás dela, mas Christopher a impediu, a segurando. Emma o empurrou, brava.
- Não, Emma. Ela não é a mais a mesma. Jordana nunca faria isso! Pelo menos não a Jordana que conhecíamos.
- Mas... Eu... Ela... Não... – Nervosa, Emma nem soube o que dizer. Estava espantada demais para isso. O que estava acontecendo com Jordana? Será que ela poderia, algum dia, voltar ao que era antes? Por que Emma tinha a impressão que não.
Emma abraçou Christopher, forte. Aborrecida.
† † †
- Sou uma bruxa, mas estou com medo. Isso é normal? – Amanda disse a Mary Ann.
- Sim. Também estou. – Falou Mary antes de empurrar a porta e entrar no porão, com um tabuleiro Ouija enrolado num pano preto, embaixo do braço. – Se há um lugar onde podemos contatar Alex, este lugar é aqui, onde ele morreu.
- Só espero que dê certo porque esse lugar me deixa muito assustada. – Falou Amanda focando a luz de sua lanterna ao redor para ter certeza de que não tinha nada escondido no escuro, como na última vez. Não tinha.
As duas então prepararam tudo para iniciar a sessão.
Segurando a seta no tabuleiro, elas respiraram fundo e concentraram seus pensamentos em Alex para atraí-lo.
- Tem alguém aqui? – Amanda perguntou e sentiu a seta se movendo, até a palavra "sim".
Mary Ann e Amanda se encararam, ambas respirando de forma ofegante.