Capítulo 3 Incoerências

|Hospital Nikesha

- Deixe-me ver se entendi direito... Depois que você cortou a garganta dela, viu uma névoa azul desprendendo-se do corpo dela... E... O que ela disse mesmo antes de morrer? - O detetive Harrisson interrogava Iris.

- Evelise está voltando. - Respondeu Iris.

- E quem seria essa Evelise? - Perguntou o detetive.

Iris deu de ombro e respondeu:

- Não faço a mínima ideia.

- Ok. Acho que tenho tudo o que preciso. - Falou o detetive guardando seu bloco de notas e sua caneta no bolso de seu paletó.

- O que vai acontecer comigo? - Perguntou Iris.

- Não se preocupe? Apesar de seu relato parecer surreal demais, tudo indica que foi legítima defesa.

- Eu não sou louca!

- Claro que não. Não disse isso. Seu comportamento é normal, afinal, acabou de passar por uma experiência traumática. Bem, isso é tudo. - O detetive saiu, apressado, deixando Iris sozinha.

† † †

- Satisfeito, pai?! - Falou Emma depois que Christopher fugiu pela janela.

Jack ainda foi correndo até a janela, mas não viu nem a sombra de Christopher.

- Por favor? Emma, me diz que ele não é um vampiro? - Falou Jack se voltando a ela, bravo. - E nem tente dizer que ele é humano porque, a menos que ele saiba parkour, não conseguiria pular do segundo andar e sumir assim tão rápido.

- Emma? - Disse Angie a encarando, aflita.

Emma abaixou a cabeça e não respondeu.

- Pelo visto, você se esqueceu rápido do que aconteceu ao seu irmão, e por sua culpa! - Falou Jack antes de sair, batendo a porta.

Angie ficou parada, esperando Emma desmoronar, e quando isso aconteceu, ela se aproximou dela e a abraçou.

- Eu sei que o que aconteceu ao seu irmão não foi sua culpa, querida.

- Não! Foi sim! O papai tem razão! – Falou Emma.

- Não, querida. Não. – Falou Angie.

- Mas eu sinto que o Christopher é diferente, mãe. Eu sei disso. - Falou Emma.

Angie recuou e segurando seu rosto entre suas mãos, disse-lhe:

- Confio em você, Emma.

- Obrigada, mãe. - Emma a abraçou.

† † †

- Harriet, o que foi? - Perguntou Jeremy ao ver Harriet parada na porta, chorando.

Ele levantou-se rapidamente e veio ver o que era. Se espantou ao ver um corpo caído no chão. A princípio, ele não percebeu que fosse seu irmão, porque Jake estava com o rosto virado para o outro lado. Só quando se aproximou dele e o virou, é que o reconheceu. - Oh, meu deus! Não pode ser!

- Quem é você? - Harriet perguntou a Jeremy.

Ele olhou nos olhos dela e percebeu que não adiantaria negar porque ela já sabia a verdade.

- Eu sou Jeremy, irmão gêmeo dele. - Ele disse sem ter coragem para continuar encarando-a.

- Mentiu para mim... O tempo todo? Que boba eu fui! - Falou Harriet arrasada e foi correndo para seu quarto.

Jeremy quis ir atrás dela, mas sabia que naquele momento não era uma boa ideia. Ela precisaria de um tempo para assimilar tudo aquilo, e também, Jeremy precisava tirar seu irmão dali e cuidar dele. Com cuidado, Jeremy pegou Jake e levou-o para seu apartamento, deitando-o em sua cama. Pensou em chamar um médico, mas não confiava em ninguém. Então, ligou para a única pessoa na qual podia confiar... Lorena. Ela veio correndo quando Jeremy lhe contara que Jake aparecera.

- Mas como isso é possível? - Falou Lorena surpresa.

- Eu não sei. Ele apareceu de repente. - Jeremy estava sentado numa cadeira ao lado da cama de Jake, aborrecido. Ele deveria estar feliz por seu irmão estar de volta, mas... Não estava. Só conseguia pensar em Harriet, agora, e na dor que lhe causara. Ela o odiaria para sempre.

- Onde será que ele esteve? Ele está muito maltratado. - Falou Lorena passando a mão no rosto dele.

- Isso, ele nos dirá quando acordar. - Falou Jeremy.

- Está assim pela Harriet, não está?! Sinto muito. Posso apagar a memória dela se quiser. - Falou Lorena.

- Não. Melhor deixar assim como está. Cedo ou tarde, ela descobriria mesmo. O que pode fazer pelo Jake? - Falou Jeremy.

Lorena mordeu seu próprio pulso e deixou seu sangue escorrer na boca de Jake. Ele acordou, de repente. Sentou-se, e alternou olhares entre Lorena e Jeremy, confuso.

- Como se sente? - Lorena estalou os dedos diante do rosto dele.

- Eu consegui? Meu deus! Eu consegui! Não acredito que consegui! - Jake começou a chorar.

- O que aconteceu? Onde estava? - Perguntou Lorena.

- Em um chalé, na floresta. - Respondeu Jake. - Era horrível lá. Escuro, frio e fedorento. E eu vivia sedado, o tempo todo.

- Como escapou? - Perguntou Jeremy.

- Quando meus raptores ficaram alguns dias sem descerem ao meu cativeiro e o efeito das drogas começou a passar, percebi que tinha uma chance, então... Forcei as correntes que estavam enferrujadas e consegui me libertar delas. Quebrei o vidro da janela do porão e passei por ela. Me machuquei muito nessa brincadeira. - Ele mostrou as marcas nos pulsos, tornozelos e no abdômen. - Corri feito um doido pela floresta e acho que caí inconsciente umas duas ou três vezes. Quando cheguei à cidade, vim direto para o apartamento da Harriet porque de todas as pessoas que conheço, ela é a mais confiável.

- Obrigada pela parte que me toca. - Falou Lorena magoada.

- Me desculpe, mas não sei se posso confiar mais nos vampiros, afinal, foi um deles que me raptou, ou pelo menos, acho que sim. - Falou Jake.

- Ah, que ridículo! Está me acusando agora? - Falou Lorena quase chorando.

- Eu tenho certeza que a Lorena nunca faria isso a você, Jake. - Falou Jeremy.

- E como sabe? Você não a conhece como eu a conheço! - Falou Jake irritado. - E... O que é isso? Por que está vestido como eu?

- Enquanto você esteve fora, fingi ser você. - Falou Jake.

- Claro... Você não podia perder a oportunidade. E como foi? - Jake sorriu com malícia, mas com os olhos cheios de rancor e mágoa.

- Você acha que tudo é uma brincadeira, né?! - Falou Jeremy. - Eu não estava me divertindo! Estava investigando sobre o seu paradeiro!

- E você se importa? - Perguntou Jake sério.

- Mais do que você possa imaginar. - Respondeu Jeremy. - Nós somos irmãos!

Jake abaixou a cabeça, absorto, sentindo o peso dos olhares de Lorena e Jeremy, levantou a cabeça e disse:

- Me desculpem? Estou feliz que se importem comigo, mas tentem me entender... Estou confuso e com medo. Medo de fechar os olhos e quando os abrir novamente, perceber que, como nas outras vezes, isso foi apenas um sonho. - Ele voltou a chorar.

Lorena e Jeremy se aproximaram dele e o abraçaram.

- Eu amo vocês! - Jake disse.

- Também te amamos. - Disse Lorena.

† † †

- Quando voltarei para a casa? Não quero mais continuar aqui. Esse lugar fede a gente doente. - Falou Iris a Brittany.

- Assim que o médico autorizar. - Respondeu Brittany. - Seu pai está vindo.

- Nosso pai, Brit. NOSSO pai. - Iris a corrigiu.

- Agora que a minha mãe morreu, não sei se ainda posso me considerar parte dessa família. - Falou Brittany.

- O que é isso? Não fale assim. - Disse Iris. - Mesmo que não acredite... Sempre gostei de você. Você que nunca deu muita bola para mim, por causa do Alex.

Brittany suspirou.

- Eu desejo que se recupere logo. - Ela disse.

- Você me odeia? - Iris perguntou.

Brittany a encarou.

- Por que odiaria?

- Não é óbvio? Eu matei sua mãe! - Iris deu de ombros, chorando.

- Ela sempre foi mais sua mãe que minha. - Falou Brittany com rancor profundo, e virou o rosto. - Não te culpo por isso! Eu poderia ter escolhido ser como você, mas não. Preferi ser... Diferente.

- Eu te admiro por isso, sabe? Você sempre foi forte e nunca teve medo de lutar por qualquer coisa que fosse.- Falou Iris. - Talvez, se eu tivesse sido um pouco mais como você...

- Você só fez o que Alex e eu desejávamos fazer a muito tempo. - Falou Brittany apertando a mão de Iris. Iris afastou sua mão, devagar, encarando Brittany com espanto. Brittany saiu do quarto, séria.

† † †

Toda a cidade ficou de luto por causa de Bianca por duas semanas e meia. Aquele tempo foi bom para todos: Para Jake, Jeremy e Harriet. Para Danica, James, Grace e Aaron. Para Emma e Christopher. Para Lizzie. Para Tom e Kátia, e para Anselmo e Mary.

Lucy e Alexander ficaram mais próximos ainda, sempre conversando, rindo e brincando ou com Emilie ou sozinhos. Kimberly ficava cada vez mais deprimida porque via suas irmãs felizes e sabia que cedo ou tarde, Andréa jogaria um balde d'água fria nelas, avisando que iriam se mudar para longe mais uma vez.

Celeste aceitou Anselmo no Clã e ele começou a estudar Wicca com Mary Ann. Os dois estavam tão felizes, juntos, que Nellie e Jacob acabaram aceitando o namoro deles, e voltaram a tratar Anselmo como um membro da família que era.

Lizzie visitava o túmulo de Bianca todas as manhãs e deixava uma rosa para ela.

Amanda contou a seus pais que estava namorando e eles insistiram em organizar um jantar na casa deles para conhecerem melhor Henry. Gostaram dele, o acharam maduro e responsável. Amanda ficou muito contente com isso.

Amanda se aproximou cada vez mais de Tom e Kátia, nas últimas semanas, permitindo que eles a chamassem de Saoirse, e os tratando como se fossem da família. Aquilo deixou James chateado, já que Amanda ainda mantinha certa distância dele. Ele não entendia o porquê, mas começava a ficar com ciúmes e raiva de Tom.

Christopher tentou conversar com os pais de Emma, várias vezes, mas só Angie o ouviu. Jack foi bastante rude, e até ameaçou decapitá-lo se o visse novamente.

Emma e Christopher trocavam mensagens ou se falavam por celular, quando Jack não estava por perto – o que era raro, porque ele era meio paranoico -. Angie tentava abrandá-lo, mas não adiantava muito. No fundo, ele tinha medo de perder a única filha que lhe restara. Ele ainda sentia muita falta de Charlie, e vez ou outra, Angie o flagrava chorando com o retrato do menino na mão. Se ele soubesse que Charlie continuava ali e que estava triste por vê-lo se lamentando...

- Não foi sua culpa, papai. Nem culpa da Emma, também. Eu estou bem agora. Não sinto mais dor nem medo e posso atravessar paredes. - Falou Charlie mesmo sabendo que seu pai não o ouviria.

- Charlie? Se estiver aqui... Me dê um sinal, filho. Por favor? - Jack estava no quarto de Charlie. Em todas as casas que morava, Jack e Angie montavam um quarto para Charlie. Era uma forma de mantê-lo sempre vivo em seus corações, e também, em vez de irem ao cemitério, eles iam ao quarto falar com ele. Era menos triste, de certa forma. Principalmente para Emma que evitava cemitérios a qualquer custo.

Charlie fez uma bolinha vermelha rolar pelo chão. Jack pegou a bola e sorriu, emocionado.

- Eu daria qualquer coisa para vê-lo mais uma vez e abraçá-lo, meu pequeno. - Disse Jack e sentiu quando Charlie apertou a sua mão.

- Eu também, papai. Eu também. - Falou Charlie.

† † †

Harriet não se atreveu a ir até o apartamento de Jake saber como ele estava porque não queria encontrar Jeremy e também, porque não teria cara para encarar Jake depois de ter sido tão estúpida. Também não falou com suas amigas e nem foi às aulas com Celeste.

Jeremy retomou seu antigo visual. Já Jake, logo voltou ao que era.

Jake foi até o apartamento de Harriet quando o pai dela não estava e bateu à porta. Harriet ficou nas pontas dos pés e espiou pelo olho mágico quem era.

- Nem pense em se esconder porque já vi sua sombra, florzinha. - Falou Jake e bateu à porta mais uma vez. - Vamos? Abra logo isso! Estou doido para te dar um abraço!

Harriet recuou e engoliu em seco. Será que era mesmo Jake ou era Jeremy fingindo ser Jake?

- Ah, aposto que está se perguntando se sou eu ou meu irmão. - Falou Jake adivinhando. - Bem, como quer que eu prove que eu sou EU? Quer que eu diga todos os nomes das modelos do Victoria Secrets em ordem alfabética? Ou qual dos boys do MBand tem a bundinha mais gostosa? Talvez, você queira me dar um beijo.... Hum? O meu beijo é inconfundível.

Harriet destrancou a porta. Jake entrou. A abraçou e a beijou na boca. Então recuou e apertou os peitos dela.

- Hum, que saudade de fazer isso, amiga! - Disse ele quase gritando com sua voz estridente e exageradamente alegre. Sim. Dessa vez era ele.

- Jake! - Harriet o abraçou forte, chorando.

- Eu quase morri de saudades de você! - Falou ele.

- Verdade? - Disse ela recuando e o encarando.

- É claro que sim! Eu te amo! - Falou ele tocando o rosto dela. - Você é a minha florzinha. - Ele sorriu.

- Eu... Me perdoe por... - Disse ela nervosa.

- O Jeremy já me contou tudo. E se quer saber? Eu acho que você deveria ouvi-lo. Ele é um cara legal, sabe? Ok que foi MUITO feio mentir para você, mas... Entende ele? Ele deve ter ficado com medo de perder, principalmente por que... Você gosta de mim e não dele. - Jake riu, convencido. - Mas... Ele é um cara legal. Eu pegava se não fosse meu irmão.

- Mas eu não conheço ele. Ele mentiu para mim. É um completo estranho. - Falou Harriet.

- Ah, não faz assim, gata. Fala com ele, pelo menos e ouve a versão dele. E também... Você deveria conhecê-lo melhor, vai por mim. Vai gostar dele. - Falou Jake.

- Eu esperava que você me dissesse outra coisa. - Falou Harriet.

- O quê? - Jake riu. - Oh, você não esperava que eu caísse de quatro por você, não é mesmo? Queridinha... Eu não gosto de garotas, mas, mesmo que gostasse, você não faria o meu tipo. Você é tão... Sei lá... Sem graça. Não. Acho que eu preferiria alguém como a Lorena.

- Como você ousa? - Harriet se estressou e deu um tapa no rosto de Jake, o surpreendendo. - Não é ninguém para vir aqui na minha casa e me dizer essas coisas! Você se acha melhor que eu, não é? Mas novidade... Você não é! Agora, vai embora e nunca mais volte!

- Me desculpe? Eu não... - Jake disse com a mão na face esbofeteada.

- Você tem razão. Seu irmão é um cara legal, porque mesmo tendo mentido para mim, ele nunca me depreciou, nunca! Ao contrário de você, que sempre tentou me deixar para baixo. Por que, Jake?

- Eu sou sincero, você sabe. Não tenho culpa se não aguenta a verdade. - Falou Jake irritado e saiu, batendo a porta ao passar.

† † †

Jody serviu macarrão à bolonhesa a Jordana. A garota provou e não gostou. Então, arremessou o prato na parede.

- Você chama essa droga de macarrão? Está uma "eca"! Limpe essa bagunça e faça um bolo de chocolate com cobertura de creme. Vou buscar sorvete! - Falou Jordana levantando-se.

- Sim, filhinha. - Jody estava hipnotizada por Jordana e faria todas as suas vontades sem nunca reclamar ou se cansar.

- Se a tia Aline aparecer, mande-a esperar por mim. Quero mesmo falar com ela. - Disse Jordana saindo em seguida.

† † †

Lorena e Christopher foram até a floresta e, apesar de procurarem, não encontraram nenhum chalé como Jake descrevera. A não ser uma cabana abandonada de caça, mas ela não tinha porão algum e nenhuma passagem secreta.

- Que estranho! - Falou Christopher. - Vai ver ele se confundiu ou...

- Ou tenha mentido. - Falou Lorena.

- Eu não disse isso. - Falou Christopher.

- Ah, por favor! Essa historinha do Jake está muito mal contada. Eu não sei por que, mas tenho certeza que ele está mentindo. - Falou Lorena.

- O que está insinuando? - Perguntou Christopher.

- Que Jake não fugiu, mas que foi libertado. - Respondeu Lorena. - Talvez, precisem dele aqui fora e o estejam ameaçando. Se for isso mesmo, temos de descobrir.

† † †

Jeremy parou de jogar videogame quando percebeu que Jake voltou nervoso do apartamento de Harriet.

- O que aconteceu, Jake?

- Eu é quem te pergunto! O que fez a Harriet? Ela parece outra! Acredita que ela me bateu e me pôs para fora do apartamento dela?! - Falou Jake se jogando no sofá.

- Eu não imaginava que ela ficaria tão brava a ponto de descontar em você. Talvez, fosse melhor eu ir embora. - Falou Jeremy.

- Talvez seja mesmo melhor, assim. Ao menos, por enquanto. Ela está muito magoada, e não é só com você, mas comigo também. - Falou Jake. - Parece que... Ela não gosta mais que eu seja sincero.

- Vou ligar para os nossos pais e avisar que volto amanhã. - Falou Jeremy levantando-se.

- Não precisa. Eu faço questão de levá-lo, assim, vejo os nossos pais. Estou morrendo de saudades! - Falou Jake.

- Tá. - Falou Jeremy indo para o quarto.

Jake sorriu,satisfeito.

† † †

Aline tocou a campainha, e esperou até que alguém viesse abrir a porta. Foi Jody quem a recebeu, convidando-a entrar.

- A Jordana não está. Foi comprar sorvete, mas agorinha ela estará de volta. Entre e espere por ela? Ela quer falar com você.

- Como Jordana está? - Aline perguntou.

- Bem. - Respondeu Jody. - Você me dá licença? Tenho de terminar de preparar o bolo que ela pediu.

- Bolo? Humm, eu te ajudo. - Falou Aline sorrindo.

- Não. Eu prefiro fazer isso sozinha. Jordana quer que EU faça e não você. - Falou Jody.

- Como assim? - Aline riu. - Minha sobrinha adora qualquer coisa que eu prepare. Sabe disso. Me deixe te ajudar?

- NÃO! - Falou Jody alterada, mas logo se recompôs. Sorriu nervosamente. - Aceita um suco?

- Jody? O que você tem? E o que é isso no seu rosto? - Aline notou uns arranhões na face esquerda de Jody.

- Nada demais. Eu caí! - Respondeu Jody.

- Não, tem algo errado. O que é, Jody? Me conte! - Falou Aline.

- Mamãe... Cheguei! - Disse Jordana sorrindo ao passar pela porta com dois potes de sorvete nas mãos. - Tia Aline? Que bom vê-la!

- O bolo está quase pronto, Jordana. - Falou Jody indo apressada para a cozinha.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou Aline desconfiada.

- Sente-se, por favor? - Pediu Jordana.

- Não! Estou bem assim! Agora, me explique o que está havendo aqui! - Falou Aline impaciente.

- Eu disse para sentar! - Gritou Jordana, e usando seus poderes empurrou Aline no sofá, sem nem tocar nela, obrigando-a a se sentar. Aline tentou se levantar, mas não conseguiu. - Hum, assim está bem melhor. - Jordana sorriu. Veio e se sentou, diante de Aline. - Que tal um joguinho para passarmos o tempo... Titia?

- Jordana... O que significa isso? - Perguntou Aline espantada.

- Sabe tia... Decidi que quero sim, governar. - Jordana piscou para ela.

Aline entendeu tudo. Jordana estava tomada pelas trevas. Agora, talvez, fosse tarde demais para salvá-la.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022