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|Antes...
Saoirse estava muito feliz namorando com um jovem camponês, chamado Vladslav. James não gostava muito dele por ele ser humano e também por ser pobre. Saoirse e James discutiram muito por isso, e quando Saoirse disse que se casaria com Vladslav, James ameaçou o pobre rapaz, que, amedrontado, rompeu com Saoirse.
Saoirse desconfiou que James tinha alguma coisa a ver com a decisão de Vladslav e insistiu até que Vladslav confessasse isso. Saoirse fugiu com Vladslav e os dois casaram-se. James a procurou por anos, para pedir-lhe perdão. Celeste ficou muito aborrecida por perder sua filha por causa de James e ficou sem falar com ele por uma década e meia.
Quando James reencontrou Saoirse ela estava numa cidadezinha na Rússia, com o marido e com o filho. Estava mais velha, mas não menos bela.
James tentou convencê-la a voltar para a Irlanda com sua família e tornar-se uma imortal, mas Saoirse estava feliz vivendo uma vida simples como uma mortal, e não aceitou a proposta de James, mas o perdoou.
Celeste mudou-se para Rússia para ficar perto de sua filha e de seu neto.
Quando uma praga surgiu, tirando muitas vidas, Saoirse perdeu seu marido e ficou arrasada. James, novamente lhe ofereceu a vida eterna, mas Saoirse recusou, mas seu filho, Viktor, não. E, mesmo contra a vontade dela, procurou James e pediu para ser transformado em vampiro. Saoirse nunca perdoou James por isso.
- Você não tinha o direito de destruir a vida do meu filho! - Vociferou Saoirse.
- Não destruí a vida dele, ao contrário, irmã, dei-lhe vida eterna. Ele não envelhecerá e nem morrerá. Isso não é bom? - Falou James.
- Os deuses nos fizeram mortais por um motivo, porque queriam que evoluíssemos. Você impediu que Viktor evoluísse espiritualmente, transformando-o em um monstro! - Falou Saoirse.
- É isso que pensa que sou... Um monstro?! - Falou James magoado.
- Você nunca me entendeu. Sempre quis que as coisas fossem do seu jeito, por isso, sempre preferi o Tom a você, porque ele me escuta! Você está morto para mim! Vá embora e esqueça que existo. E não ouse se aproximar de mim em outra vida! Você é desprezível! Não me admira os outros vampiros detestarem você! Você é um péssimo governante, um péssimo marido e um péssimo irmão. - Falou Saoirse.
E a última vez que James viu sua irmã, foi no enterro dela. Pelo que soube, ela morreu numa manhã fria, sentada na varanda, lendo um livro. Já tinha oitenta anos. Fechou os olhos, sorrindo, sentindo uma lufada de ar gélido tocar seu rosto, e nunca mais os abriu. Também foi a última vez que viu Viktor. Ele nunca soube que fim levou o rapaz. Ele disse que rodaria o mundo e só retornaria quando sua mãe reencarnasse novamente.
|Atualmente...
- E então, amiguinho? Você acha que ela aceitaria? - Henry estava parado na sacada, segurando e encarando o gatinho, sorrindo. O felino respondeu com um miado.
- Aceitaria o quê? - Perguntou Amanda rindo, chegando.
- Nada não. - Henry riu e piscou para o gatinho.
- O que você está conspirando com o meu gato de estimação? - Amanda disse, rindo.
- Descobrirá em breve. - Henry passou a mão na cabeça do gato antes de colocá-lo no chão, se aproximar de Amanda e beijá-la e abraçá-la.
- Eu te amo! - Falou Amanda sorrindo.
- Eu te amo mais! - Falou Henry.
O gato se meteu no meio dos dois, querendo colo. Eles riram. Amanda pegou o gato.
- É nosso filho. - Brincou Henry passando a mão na cabeça do gatinho manhoso.
- Claro, sou uma gata! - Falou Amanda.
- Oh! Achei que você fosse dizer que EU era um gato! - Falou Henry rindo.
- Também. - Amanda o beijou.
† † †
Grace abriu a porta do quarto e encontrou a mãe esperando por ela.
- Onde você estava, Grace? Se esqueceu de que tinha de provar seu vestido ou o quê?! - Celine disse a filha.
- Mãe? Por favor? Será que poderia falar mais baixo? Minha cabeça está explodindo! - Grace jogou sua bolsa, sua echarpe e seu sobretudo sobre a cama e tirou seus sapatos.
- É claro que está! Aposto que virou a noite, dançando e transando por aí. - Falou Celine. - Mas, em breve, essa sua vida boa vai acabar, quando o peso do trono for seu.
- Do Aaron, você quis dizer, porque ele não precisa de mim para governar. - Falou Grace indo para seu closet escolher algo mais confortável para vestir.
- Não! Vocês dois governarão juntos como seu pai e eu! Sabe que é assim que tem de ser! - Falou Celine.
- Ah, tá. Fala isso para o babaca do Aaron! Ele não obedece a própria mãe. Como espera que ele me obedeça? - O povo dos Súcubos e Íncubos são muito tradicionais e ligados a família, de forma, que não costumam tomar nenhuma decisão importante sem antes ter a aprovação ou reprovação de sua família. Mas Aaron era um rebelde e inconsequente, que trazia dores de cabeças frequentes a seus pais.
- Você é uma Delevingne deve saber se impor. - Falou Celine.
Grace suspirou, cansada.
- E se eu tiver outros planos? - Grace mordeu o lábio enquanto escolhia as palavras certas. - E se eu me apaixonasse por outra pessoa?
Celine riu, nervosa.
- Não diga besteiras. Você tem de se casar com um Richardson, sabe disso. Por anos, torci para que fosse Michelle, mas vocês nunca... Tentaram. Então, tem de ser Aaron. Sabe disso. É a tradição. Se não se unir a alguém da realeza, teremos sérios problemas.
- Por que não teve outros filhos? - Perguntou Grace com raiva.
- Seu pai e eu tentamos, mas infelizmente, Lilith quis assim, que você fosse nossa única herdeira. Então, cabe a você assumir o trono depois de mim.
- Entendo, mas... Não sei se poderei fazer isso porque estou apaixonada por uma fada! - Falou Grace saindo do closet e encarando sua mãe.
- É o quê?! - Celine disse, espantada.
- Eu... Sinto muito. Tentei não me apaixonar, mas foi mais forte que eu. Sinto muito. - Falou Grace em lágrimas.
Celine se aproximou de Grace, enxugou suas lágrimas e disse-lhe:
- Explique sua situação a ela, e se ela realmente te ama, entenderá e aceitará ser apenas sua concubina. Sabe que pode ter quantas concubinas desejar, mas não pode se casar com ninguém que não seja Aaron.
- Acontece que... Não quero que ela seja só mais uma. - Falou Grace. - Ela é especial, mãe.
Celine deu um tapa em Grace.
- Eu não a criei para ser fraca, Grace! Resista a esse sentimento! Lembre-se, em primeiro lugar, vem suas obrigações com sua família e seu povo. Depois, os seus sentimentos. Esqueça essa fada ou aceite-a como uma concubina. Caso contrário, serei obrigada a tomar medidas drásticas.
- Você não ousaria começar uma guerra com os Fae por minha causa! - Falou Grace colocando a mão na face esbofeteada.
- Ah, seria. Seria sim. Só não pague para ver! - Falou Celine antes de sair do quarto de Grace, batendo a porta ao passar.
Grace foi para a cama, chorando. Estava entre a cruz e a espada. Se enfrentasse seus pais e desistisse de casar com Aaron, por sua causa, começaria uma guerra entre os vampiros sexuais e os Fae. Não. Com todos os vampiros, porque o rei era apaixonado por Danica. E Grace poderia sozinha enfrentar todos os vampiros por seu amor? Ela não sabia.
† † †
Harriet tocou a campainha do apartamento de Jake, umas três vezes, e quando percebeu que não tinha ninguém, virou-se para voltar para seu apartamento quando deu de cara com Lorena. Assustou-se.
- Desculpe? - Falou Lorena. - Só vim falar com os gêmeos.
- Acho que eles não estão. Toquei a campainha e ninguém atendeu. - Falou Harriet.
- Oh! Mas tudo bem, aproveito para falar com você. Tem um minuto? - Disse Lorena.
- Tenho. - Respondeu Harriet e gesticulou para que Lorena a seguisse.
Lorena seguiu-a até seu apartamento. Assim que elas entraram, Harriet encostou a porta.
- Por favor? Sente-se. - Falou Harriet. -Aceita uma bebida?
- Não. Obrigada. - Lorena se sentou.
Harriet também.
Lorena contou a ela que suspeitava de Jake e de Jeremy, Christopher e ela andavam investigando e chegaram à conclusão de que todos os desaparecimentos estavam ligados a um ritual para despertar alguma força maligna, ligada a profecia do fim dos tempos. Ela também disse que suspeitava que Jake sabia mais do que estava contando.
- Mas se Jake não era a décima terceira vítima, então, quem era? A Bia? - Falou Harriet.
- Não. Não faço ideia de quem seja, mas Christopher e eu chegamos a conclusão de que são sempre almas puras de coração, o que excluiu muita gente da nossa lista. De todas as pessoas que desapareceram nos últimos anos, poucas eram boas. A maioria tinha caráter duvidoso.
- Tá, e segundo sua pesquisa... Quantas vítimas ainda faltam?
- Perguntou Harriet.
- Só uma, e há grandes probabilidades de ser ou você ou a Amanda, que são as únicas que imagino que tenham um bom coração. - Falou Lorena.
- Lucy... - Disse Harriet. - Por mais de uma vez, algo tentou atacá-la.
- Talvez não seja só porque ela tenha um bom coração... - Falou Lorena pensativa. - Há uma escolhida para ser nossa salvadora, uma garota que só Celeste sabe quem é. Não seria Lucy?
- Para o próprio bem dela, espero que não. Ser escolhida como salvadora significaria se sacrificar por todos. - Falou Harriet.
- É, eu sei. Uma coisa horrível. Mas temos de descobrir quem é a salvadora e protegê-la, porque só ela pode nos salvar. - Falou Lorena.
- A salvadora não pode salvar a si mesma?
- Eu não sei. Segundo Celeste, a própria salvadora desconhece seu destino. - Falou Lorena.
- Mas você não entende... Se descobrirmos quem é a salvadora, estaremos em perigo. As sombras saberão que sabemos.- Falou Harriet.
- Não. Não saberão. E mesmo se souberem... Não tenho medo! - Falou Lorena levantando-se. - Vamos vencer essa batalha!
† † †
Jake e Jeremy estavam a caminho para a cidade onde seus pais moravam. Jeremy estava com o celular na mão, encarando a tela, ansioso.
- Não adianta, mano. Ela não vai ligar para você. Para de fazer papel de bobo! - Falou Jake irritado.
- Não. Eu não... Não tô esperando a ligação dela.
- De quem, então?
- Ninguém.
Jake tomou o celular da mão de Jeremy, desligou-o e o guardou no porta-luvas. Então, ligou o rádio.
- Esquece a Harriet! Ela não merece que você sofra por ela. Se ela não quis te ouvir, o problema é dela. Quem perdeu foi ela, não você. Mete isso na cabeça. - Jake disse a Jeremy.
Jermey virou o rosto, encarando a estrada.
† † †
Lorena tentou ligar para o celular de Jeremy logo que saiu do apartamento de Harriet, mas caiu na caixa postal. Ela deixou um recado, pedindo para ele retornar a ligação assim que ouvisse a mensagem.
† † †
Andréa e Luíza reuniram Luciana, Emilie e Kimberly na sala de estar para informarem a elas sobre sua decisão de se mudarem de casa.
- Enviei um currículo para uma fábrica na Ilha Brava e... Bem... Vamos nos mudar para uma casa grande, mês que vêm. Já está tudo certo. Não há como voltar atrás. - Falou Andréa.
Kimberly levantou-se e foi para seu quarto, frustrada. Sabia que nada que dissesse, faria suas mães voltarem atrás, então, ao menos aquela vez, se pouparia de discutir.
- Tomou essa decisão sem nos consultar antes? - Falou Luciana desapontada.
- Não podem estar falando sério! Isso não pode acontecer. Emilie? Lucy? Vocês não podem ir embora? Não podem me deixar aqui, sozinho! – Falou Alexander arrasado.
- Eu não quero me mudar daqui! Gosto daqui! - Falou Emilie chorando.
- Oh, meu amor! - Luíza pegou Emilie no colo e a levou para até o jardim.
- Mãe, você prometeu que dessa vez não nos mudaríamos novamente! - Falou Luciana chorando, revoltada. - Não posso deixar meus amigos aqui! Você acha que é fácil recomeçar toda vez? Acha que não me apego?
- Você tem de entender... Quando comprei essa casa... Estava contando que o dinheiro de meu livro pudesse nos salvar das dívidas, mas a editora recusou o original. - Falou Andréa.
- Tente outra editora ou outro original! - Falou Luciana cruzando os braços.
- Não! Meus dias como escritora terminaram! Vou trabalhar em algo fixo que me dê um salário fixo. E dessa vez...
- Não faça promessas que não possa cumprir! - Falou Luciana antes de ir para seu quarto correndo.
Alexander seguiu Luciana e a abraçou.
- Vou sentir muita falta de Emilie e de você, mas se não há outro remédio... - Falou Alexander conformado.
- Não! Eu não vou sair dessa casa! Me mato, mas não saio daqui! - Falou Luciana.
- Não! Isso não! - Alexander segurou o rosto dela entre suas mãos, chorando. - Por favor? Me prometa! Não vai tirar sua vida, nem por mim, nem por ninguém. Lucy... Você ainda é tão jovem. Tem uma vida toda pela frente. Não a desperdice! Estou morto, mas você não! Vá e viva por nós dois! Não sabe o que eu daria para estar vivo!
- Eu não posso deixá-lo, Alex. Não posso! - Luciana o abraçou forte. – Não me imagino longe de você.
- Eu também não me imagino longe de você, mas é assim que tem de ser. - Falou Alexander.
- E se eu levar o seu colar? - Perguntou Luciana com um fio de esperança.
- Isso não me seguraria por muito tempo. Estou preso as lembranças dessa casa. - Alexander suspirou
- Tem de haver um jeito. - Falou Luciana.
- E se... - Alexander disse, tendo uma ideia.
- O quê? - Luciana perguntou, ansiosa.
- Por que não tenta publicar seus originais? - Alexander sugeriu.
- Não acho que sejam bons o bastante. - Luciana admitiu.
- Não custa tentar. - Alexander a encorajou.
Luciana suspirou. Enxugou suas lágrimas e levantou-se. Pegou seu original e levou até sua mãe, jogando na mesa da cozinha.
- O que é isso? - Perguntou Andréa.
Luciana saiu sem responder.
Andréa soltou sua caneca e deu uma olhada no original escrito por Luciana.