AS FACES DO CEO
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Capítulo 7 7

Tara

O

Por favor, não toque ainda. Por favor, não toque ainda...

Manhãs como as de hoje faziam-me desejar ter acesso a uma máquina do tempo para poder voltar ao passado e me dar um soco na cara por tomar quaisquer decisões que tivessem me trazido a este exato momento. Eram só três horas, mas a chuva não parava de cair sobre a cidade, e eu me esforçava para "aproveitar" o único tempo do dia que tinha para mim mesma.

Estava largada sobre os pufes, meus pés envoltos em sacos de gelo para aliviar a dor de correr por Nova York com saltos altos e caros. Estava com um termômetro entre os lábios, que mostrava uma traiçoeira temperatura "normal", e observava o relógio do alarme com um olhar de águia – esperando o segundo ponteiro bater no cinco para que eu pudesse tomar meu próximo coquetel de medicamentos para estresse e ter que aguentar meu "trabalho dos sonhos" por mais um dia.

Nesses últimos dois meses, encontrei-me em um curso intensivo sobre o mundo dos hotéis, e era bem mais complicado do que eu pensava. Cada dia trazia uma nova rodada de reuniões sobre crises, um novo objetivo de "excelência nível Parker" a ser atingido, e, para os hóspedes que pagavam no mínimo quinhentos dólares por uma noite em alguma das propriedades de Preston, a decepção não era uma opção viável.

Para garantir a perfeição, Preston não media esforços para fazer tudo direito. Ele era definitivamente cruel, e todo mundo sabia que demitiria qualquer um em um piscar de olhos. No curto período em que estive trabalhando para ele, não tirou um dia de folga sequer, tampouco mencionou precisar de férias ou viajou para passar um tempo com a família. Na verdade, os boatos que corriam eram de que ele nem tinha família.

O homem era uma máquina, e eu tinha certeza de que ele nunca dormia. (Também era um babaca, e eu tinha mais do que certeza de que não continuaria sendo funcionária dele por muito mais tempo.)

Pi-li-li-li-lim!

Meu celular soou com o alarme do lembrete do meu remédio de estresse, e engoli os comprimidos com água.

Deslizando a tela pelas mensagens, mandei um recado rápido para o meu namorado, Michael.

Eu: Oi. Já estou de pé pensando em você antes do trabalho. Vai mesmo conseguir me ajudar a procurar um apartamento novo no fim de semana, né?

Ele respondeu na mesma hora.

Michael: Eita, ainda tá viva? kkkk tudo certo, amor. Se seu chefe te deixar ter uma vida além do trabalho no fim de semana, pode contar comigo. Você vem para o meu happy hour hoje à noite?

Eu: Posso tentar, mas não prometo, já que meu chefe vai fazer uma reunião com investidores. Podemos deixar para outro dia caso eu não dê conta?

Michael: Sempre. Te mando um e-mail durante o horário de trabalho para te fazer esquecer dele. (Não vejo a hora de enfim te pegar de jeito quando acabar sua liberdade condicional )

Mandei emojis de beijo em resposta e sorri. Desde que havia começado a trabalhar, mal tínhamos passado mais de algumas horas juntos, e, embora uma parte de mim estivesse triste com isso, a outra parte – para a qual eu não tinha explicação – estava perfeitamente bem com a nova contenção.

Quando olhei para a hora de novo, senti meu sorriso se esvaindo aos poucos.

Em três, dois, um...

O celular vibrou na minha mão, e a caixa de entrada ganhou vida pelo sexagésimo primeiro dia da minha nova carreira.

Assunto: Pedido de café da manhã do sr. Parker: Favor confirmar antes da retirada Assunto: Solicitação de reunião com o sr. Parker

Assunto: Feedback sobre a reunião em Sarasota Assunto: Alteração na agenda: a abertura do Jones foi para segunda-feira

Assunto: Confirmação de cancelamento: jato privado para Roma na próxima quarta? Assunto: Solicitação de entrevista para a

Senhor Nova York

Grunhi e levantei-me dos pufes, tomando um banho rápido e colocando meu vestido nude favorito e um par de saltos altos de solado vermelho.

– Sabe do que eu não vou sentir a menor falta neste apartamento? – Ava se levantou de seu colchão inflável no canto.

– Do quê?

– Do fato de que consigo ouvir cada movimento seu, mesmo quando estou dormindo. – Ela riu. – Por que insiste em levantar tão cedo todos os dias? Você entra às oito.

– Porque, senhorita Lauren – falei, imitando a voz de Preston –,as pessoas de quem não dependo diretamente entram às oito. Meu braço direito precisa estar de pé na mesma hora que eu e precisa sempre chegar antes de mim para dar exemplo. Senão...

– Ele já chegou a concluir esse "senão" ou só deixou no ar? – perguntou ela. – Porque, se tiver a ver com uma punição sexual caliente, acho que devia considerar se atrasar todos os dias. Dei risada.

– Espero nunca descobrir. Decidi oficialmente que só vou trabalhar para ele por seis meses, para ter o suficiente no banco antes de ir atrás de algo menos caótico.

– Tem certeza?

– Cem por cento. – Peguei minha maleta e apaguei as luzes antesde partir. Quando saí, o carro de sempre estava à minha espera, e o motorista segurava a porta aberta para mim.

– Bom dia, Taylor – falou ele.

– É Tara. Já me apresentei para você e todo mundo na empresa, e vocês todos ainda me chamam de Taylor. Dizer qualquer outro nome seria mesmo tão difícil assim?

Ele não me respondeu, só manteve a porta aberta e sorriu.

Entrei no banco de trás, respondendo a cinco e-mails antes de chegarmos ao fim do quarteirão.

– Pode me confirmar verbalmente todas as paradas desta manhã,Taylor? – pediu o motorista.

– Sim. – Não me dei o trabalho de corrigi-lo desta vez. – Precisamos parar na Aldman's para pegar uma entrega, na Tom Ford para buscar os ternos dele, no píer para garantir que o iate novo foi realocado de modo apropriado, na Dean & DeLuca para buscar o café da manhã e, por último, passamos para pegar o café dele.

Ele assentiu e me entregou uma cestinha de chocolate antes de aumentar a música e seguir para a Aldman's.

Na metade do caminho, o nome de Preston – meu chefe babaca – piscou na minha tela. Ponderei se devia atender ou então tentar descobrir a parte do "senão" de uma vez por todas.

Desisti antes que pudesse cair na caixa de mensagens.

– Bom dia, senhor Parker – atendi com uma animação falsa navoz. – Como posso ajudá-lo?

– Estou ligando para garantir que vai chegar ao trabalho na horacerta hoje, já que ontem você se atrasou seis minutos.

– Foram dois.

– Ainda assim, foi um atraso – disse ele com voz grave. – Tanto que não fui o único a perceber. Como responsável principal pela minha assistência, não posso deixar que os outros pensem que a senhorita recebe privilégios; que está em cima de mim, quando está muito claro que sua posição é embaixo de mim. Também não quero que pense que pode chegar quando quiser sem minha permissão, principalmente quando nós dois começarmos a trabalhar no acordo com os Von Strum a sós. Entendido?

Não respondi nada. Não sabia ao certo por que a voz desse homem me deixava molhada em questão de segundos; por que, até mesmo em momentos de ápice da babaquice, suas palavras eram construídas de uma forma que sempre me faziam pensar em sexo.

– Está me ouvindo, senhorita Lauren? – perguntou ele. – Ou estou falando sozinho?

– Não, senhor Parker. Escutei o senhor muito bem.

– Ótimo. Agora, além do fato de precisar chegar quando eu queroe não quando quiser daqui pra frente, eu gostaria de fazer uma alteração no meu pedido de café hoje.

– Vai buscar o senhor mesmo hoje, para variar?

– Como é? – Seu tom de voz ficou seco. – O que foi que disse?

Tossi.

– Nada. Eu me engasguei.

– Humm – respondeu ele. – Vou querer o latte de caramelo da Sweet Seasons Café hoje. E quero que ele esteja a exatamente sessenta e oito graus.

Isso é sério? Revirei os olhos.

– Anotado. Mais alguma coisa, senhor?

– Não parece ter anotado mesmo. – Ele desligou na minha cara.

– Que ódioooo!

– Algum problema, Taylor? – O motorista me olhou pelo retrovisor.

– Precisa que eu pare o carro?

– Não, pode continuar tocando para o inferno, por favor.

Ignorei a grosseria de Preston e fui atrás de resolver as primeiras pendências.

– Sei por que está me ligando, senhora Vaughn, e sinto muito. –Atendi ao telefone assim que ele vibrou. – Não sei direito por que a estilista dele não está entregando os ternos na hora combinada nestes últimos dias, mas vou averiguar assim que possível. – Esperei que ela dissesse algumas palavras e depois atendi à ligação do treinador pessoal dele. Depois do advogado. Depois do piloto. Depois do responsável pelo maldito iate. (Não entrava na minha cabeça por que esse homem precisava de oito iates.)

– São sete e trinta e cinco, senhorita Lauren – falou o motorista. –Ainda vamos parar na Sweet Seasons Café?

– Não. Vamos para o McDonald's.

Ele assentiu e parou no McDonald's logo à frente.

Abri a bolsa e peguei um copo vazio que eu tinha roubado da Sweet Seasons. Fizera disso parte da minha rotina nos últimos dez dias, já que essa loja em questão era um desvio de cinco quarteirões completamente ridículo.

Em uma relação de quinze dólares por trinta mililitros, os baristas preparavam grãos de café colombiano especiais e faziam um copo por vez. Recusavam-se a aceitar pedidos online, e, embora Preston fosse um cliente fiel há anos, recusavamse também a deixar o café dele pronto para retirada. Alegavam que a "experiência" do café preparado na hora era o que justificava o preço e não queriam diluir a marca.

Ainda tinham o costume de perguntar aos clientes em qual temperatura eles desejavam que o café fosse servido – como se alguém realisticamente pudesse perceber a diferença entre sessenta e sessenta e cinco graus.

O gosto é o mesmo...

– Vou querer um café grande normal, por favor – pedi na bancadado McDonald's. – Pode acrescentar caramelo e colocar neste copo aqui?

– É claro.

Com dez minutos de sobra, cheguei ao escritório e arrumei a mesa dele do jeito que ele gostava.

Café à direita, pasta cheia de artigos impressos e relatórios à esquerda, registro de capa dura atual no meio.

Certifiquei-me de que o "sumário" dele – um resumo abrangente de cada e-mail que ele precisava considerar e a agenda do dia – estivesse escrito com capricho. Cheguei a acrescentar algumas anotações e sugestões minhas.

– O chefe chegou ao prédio, pessoal! – gritou alguém no corredor.

– Ele está no saguão.

Derrubei a pasta no chão.

Merda.

Pegando tudo com rapidez, fiz o melhor que pude para organizar os documentos como estavam antes. Quando estava colocando os relatórios de finanças de volta no lugar, notei uma foto antiga de Preston ao lado de outro Preston usando uma bata e uma lapela pretas.

Ao lado da foto, tinha outra com uma dose dupla de Prestons. Desta vez, usavam calças jeans, posando em frente a um telão na Times Square. Tudo sobre os homens na foto era idêntico, inclusive os belos olhos verdes com nuanças de cinza.

Ele tem um irmão gêmeo?

– Agora o chefe está no elevador! – gritou outra pessoa.

Apenas com alguns segundos de sobra, consegui chegar ao meu escritório e troquei os saltos por um par de sandálias baixas debaixo da mesa.

Momentos depois, Preston saiu do elevador usando o terno cinza-escuro da Tom Ford que deixava no chinelo qualquer homem que já tivesse usado um terno. Os botões de punho prateados brilhavam contra a luz do corredor, e as bochechas da recepcionista coraram ao vê-lo.

Ele passou pela minha porta aberta, falou senhorita Lauren e mais nada.

Fechou a porta, e esperei pelo e-mail de sempre, para ter certeza de que minha barra estava limpa.

O ruído do meu e-mail soou alguns minutos depois.

Assunto: Meu sumário

Srta. Lauren,

Li a edição desta manhã, mas me levou mais tempo do que o necessário porque você escreveu

"variedade", "residual" e "inconsequente" errado. Vi que também fez anotações (que eu não pedi) e me forneceu sua opinião sobre determinadas reuniões. Não preciso de nada disso.

Achei que no seu histórico acadêmico constavam algu- mas disciplinas de escrita e gramática.

Estou considerando ligar para Princeton e perguntar se eles possuem uma política de devolução.

Preston Parker

CEO da Parker International

Mordendo a língua, abri meu arquivo intitulado "Busca de novos empregos" e preenchi duas fichas para firmas próximas antes de lidar com mais mensagens da minha caixa de entrada. Enquanto recusava uma entrevista para a Senhor Nova York, Preston entrou na minha sala.

– Senhorita Lauren – disse ele, o semblante impassível –, podemos conversar no meu escritório?

– Está mesmo pedindo, e não mandando? – As palavras voaram da minha boca antes que eu pudesse pensar melhor sobre se devia deixá-las sair.

– Agora, senhorita Lauren. – Ele gesticulou para que eu me levantasse.

Eu o acompanhei até sua sala. Ele fechou a porta depois de entrarmos e esperou que eu me sentasse à frente de sua mesa, depois se reclinou na poltrona.

Encarou-me por vários segundos, com a mesma intensidade com que me olhou nas minhas fantasias da noite anterior, e, em seguida, começou a falar.

– Eu costumava me orgulhar de contratar pessoas boas, senhoritaLauren – disse ele. – Pessoas em quem podia confiar, pessoas que não iriam me roubar nem me trair. Agora, considerando como nosso relacionamento começou, não posso afirmar que pensei que nunca me roubaria de novo, mas torcia para que nunca me traísse.

O QUÊ?

– Senhor Parker, posso garantir que nunca o traí de forma alguma. Sou muito honesta sobre cada reunião de que participei e nunca agi com nada além de sinceridade desde que comecei a trabalhar para o senhor.

Ele levantou a mão, silenciando-me. Depois, como se não tivesse ouvido uma só palavra do que eu dissera, continuou:

– Considerando que já durou mais do que meus últimos dez assistentes...

– Vinte – eu o corrigi.

– Como é?

– Já durei mais tempo do que seus últimos vinte assistentes.

Um sorriso lento se espalhou pelo rosto dele enquanto pegava o café, sorvendo um longo gole.

– Ok – disse ele. – Meus últimos vinte assistentes. Considerando que já está aqui há mais tempo que todos eles, pensei que talvez pudéssemos dar início a uma base sólida de confiança, que talvez este tenha sido um sinal de que você estava pronta para começar a trabalhar comigo em questões mais sérias. No entanto, pelos últimos dez dias, chamou minha atenção o fato de estar me traindo todas as manhãs. – Ele estreitou os olhos para mim. – Não gosto de ter traidores na minha empresa, senhorita Lauren, e costumo demitilos assim que descubro a traição, não importando quanto a ofensa possa ser trivial. Silêncio.

A cor se esvaiu do meu rosto. Não tinha ideia do que ele estava falando e, sendo um chefe horrível ou não, não podia me dar o luxo de perder aquele emprego agora.

– Eu te disse que queria o café colombiano da Sweet Seasons naavenida Park – disse ele, por fim. – Não foi o que lhe pedi?

Mas que merda.

– Sim.

– Interessante. Bem, o que é único sobre as bebidas da SweetSeasons é que eles colocam uma camada grossa de chocolate no fundo de cada copo. – Ele pegou o copo de café e despejou o conteúdo em um copo de vidro vazio. – E sempre tem um pouco grudado no fundo quando eu termino de beber.

Ele virou o copo da cafeteria, agora vazio, para eu ver, e engoli em seco.

– Nenhuma outra cafeteria da cidade faz isso, senhorita Lauren. Émeio que a marca deles, uma piscadela para os clientes leais que estão dispostos a pagar o preço que cobram. É como eu sei que estou bebendo o café deles ou quando meu assistente novo está enchendo os copos com alguma enganação barata.

– Não foi minha intenção...

– Como pode ver – falou ele, sem me deixar concluir a frase –,senhorita Lauren, se não posso confiar a você meu café, vai ser difícil acreditar que posso confiar mais alguma coisa. – Ele abaixou o copo, e um sorrisinho brotou em seus lábios. – Seja como for, sou um homem de segundas chances, então vou lhe dar exatamente trinta minutos para buscar o café correto que lhe pedi.

– Ok. – Levantei, mas ele levantou a mão, gesticulando para queeu não me mexesse.

– Só mais uma coisa, senhorita Lauren – disse ele, fazendome odiar o jeito que falava meu nome. A forma como conseguia me excitar, apesar da arrogância. – Não sei se chegou a ler em detalhes seu manual de funcionária, mas é uma exigência que o suporte técnico sinalize e relate todos os e-mails enviados e recebidos de todos os domínios que pertencem à concorrência. – Ele fez uma pausa. – Bem, os domínios que pertencem às pessoas que acham que são minha concorrência. O endereço de e-mail michael.elliot@marriott.com lhe soa familiar?

– Sim – falei. – É o endereço de e-mail do meu namorado. Ele éestagiário no Marriott, e é só um trabalho temporário para ele. Não é nenhum tipo de espião corporativo.

– Humm – disse ele, olhando-me de cima a baixo. – Bem, agoraque sei que ele não está tentando arrancar informações privilegiadas de você, vou considerar pedir que o suporte técnico desligue o alerta. Dito isso, permita-me fornecer conselhos a você e seu namorado. – Ele pegou um pedaço de papel e chegou mais perto de mim, fazendo meu coração bater mais rápido a cada passo. – Acho que devia tomar cuidado com o que manda pelo servidor da minha empresa, porque alguns e-mails estão longe de serem apropriados.

– Foi só uma vez que eu te chamei de "inacreditavelmente babaca" nos meus e-mails.

– Não é a isso que me refiro. – Ele me encarou, depois olhou parao papel. – Assunto: Deixa que eu te dou um trato. (Sim, estou falando de sexo.).

Arquejei, desejando ardentemente poder entrar em um buraco no chão e sumir.

– E aí tem um problema gigante na própria mensagem. – Prestoncontinuou a ler, sem deixar o sorriso morrer. – "Tara, amor, não se preocupe com o seu chefe terrível. Estou mais do que disposto a te ajudar a desestressar quando tiver uma folga. Quero enfiar meu pau na sua vagina e te lamber pelo tempo que for preciso para te fazer se esquecer desse trabalho. É só me pedir. Está se sentindo...". – Ele parou, arqueando uma das sobrancelhas. – "Emoji de água.

Emoji de água. Emoji de água".

Minhas bochechas estavam pegando fogo.

Preston abaixou o papel e se aproximou mais ainda de mim – olhando bem no fundo dos meus olhos.

– E-mails de trabalho nada apropriados à parte – falou ele –, vocêprecisa pedir ao seu namorado que melhore o vocabulário. Se ele está tão preocupado em te fazer desestressar quando se livrar do seu chefe terrível, devia dizer apenas: "Quero que sente na minha cara para eu chupar sua boceta até você gozar na minha boca, até que a única coisa em que consiga pensar é no quanto minha língua é gostosa lambendo seu clitóris, pingando de tão molhada que está para mim. E, da próxima vez que conseguir uma folga, você devia me chamar para o seu escritório para que eu pudesse te inclinar sobre sua mesa e deixar sua boceta sentir quanto meu pau fica duro só de eu pensar em você".

Ele se afastou, sem tirar os olhos de mim.

– Aí, então, se ele dissesse essas coisas, não teria que perguntar se você está molhada. Ele saberia e talvez, já que com certeza ele é piegas pra caralho, incluísse emoji de guardachuva, emoji de

guarda-chuva, emoji de guarda-chuva...

Nunca senti minha calcinha tão molhada assim.

– Agora – falou ele, voltando à sua persona babaca –, vá buscarmeu café de verdade.

                         

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