A Pérola Negra
img img A Pérola Negra img Capítulo 4 A mansão
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Capítulo 6 A carta dos vigaristas img
Capítulo 7 O charme do meu tutor img
Capítulo 8 Uma nova Equipe img
Capítulo 9 A Universidade Waltz img
Capítulo 10 Dezoitos anos img
Capítulo 11 O meu primeiro beijo img
Capítulo 12 Brincando com fogo img
Capítulo 13 Ela mexia comigo, já não podia negar. img
Capítulo 14 Um balde de água fria img
Capítulo 15 O resfriado img
Capítulo 16 A muralha img
Capítulo 17 Ansiedade inesperada img
Capítulo 18 Eu não preciso de fugir de ninguém img
Capítulo 19 Preocupação exagerada img
Capítulo 20 O desejo de um abraço img
Capítulo 21 Uma conexão intima img
Capítulo 22 A nova Alana img
Capítulo 23 O reencontro com o meu tutor img
Capítulo 24 Quatro anos depois img
Capítulo 25 Um soco no estômago img
Capítulo 26 Ela desobedeceu-me img
Capítulo 27 Uma noite fora do vulgar img
Capítulo 28 Ciúmes img
Capítulo 29 Ela me desarmava completamente img
Capítulo 30 Um beijo apaixonado img
Capítulo 31 Um segredo img
Capítulo 32 Humilhação img
Capítulo 33 Calúnia img
Capítulo 34 Solidão img
Capítulo 35 Mudança de planos img
Capítulo 36 O dia da Formatura img
Capítulo 37 O dia da Formatura 2 img
Capítulo 38 O dia da Formatura 3 img
Capítulo 39 Ele veio... img
Capítulo 40 O Reecontro Escaldante img
Capítulo 41 O testamento img
Capítulo 42 O testamento 2 img
Capítulo 43 Noivado Invulgar img
Capítulo 44 Era apenas um contrato img
Capítulo 45 O Casamento img
Capítulo 46 Dançando com a Sra. Waltz img
Capítulo 47 A lua de mel img
Capítulo 48 Amargura img
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Capítulo 4 A mansão

Nigel era um homem discreto e estava impecavelmente vestido, com um terno escuro e luvas brancas. Era mais agradável do que parecia à primeira vista. Tinha uma postura elegante e movia-se com precisão e discrição pela casa. Nas horas a seguir, levou-me a conhecer a casa, recitando as regras como se estivesse recitando um poema. Era como se eu estivesse visitando um museu de finas artes.

Era uma mansão com um interior grandioso que exalava elegância e opulência. Ao entrar, um vasto hall de entrada recebe os visitantes, com pisos de mármore polido que brilham sob uma grande cúpula de vidro, deixando a luz natural entrar. No centro do hall, havia uma escada em espiral feita de madeira escura e corrimãos dourados, conduzindo aos andares superiores.

As paredes, adornadas com obras de arte emolduradas em ouro fino, exibiam uma coleção de quadros de grandes mestres e artistas contemporâneos. Havia retratos clássicos com expressões imponentes e paisagens ricas em detalhes e cores vibrantes, espalhadas ao longo dos corredores e salas. Esculturas em mármore e bronze se destacavam, representando figuras mitológicas e formas abstratas.

Nos salões principais, grandes janelas emolduradas por cortinas de seda oferecem vistas deslumbrantes dos jardins. Os móveis eram de madeira nobre, combinando sofás estofados em veludo e poltronas de couro, dispostos em torno de lareiras de mármore. Lustres de cristal pendiam dos altos tetos abobadados, refletindo a luz em padrões cintilantes por todo o ambiente.

Cada cômodo foi cuidadosamente decorado, desde a biblioteca com prateleiras de mogno até a sala de jantar com uma imponente mesa de mármore, cercada por cadeiras esculpidas à mão. A mansão emanava uma atmosfera de sofisticação, arte e riqueza, onde cada detalhe era um testemunho de bom gosto e exclusividade.

Nem sei como foi que o Nigel conseguiu decorar cada aspecto da casa, parecia um palácio. Pensando bem, ele já devia trabalhar nesta casa há muitos anos. Tinha idade suficiente para ser meu avô, mas tinha a vitalidade de um jovem. Subiu e desceu as escadas sem dificuldades e eu bocejei de tão cansada que fiquei.

Ele olhou-me com empatia:

- Deves estar cansada. Vamos escolher o teu quarto e depois vamos até a cozinha para comeres um lanche. O que é que preferes? Perguntou - Temos quinze quartos à tua disposição, todos eles decorados finamente.

Sorri pensativa.

- Posso ter o quarto mais simples da casa, desde que tenha a vista para aquele jardim lindo que vi, ficarei satisfeita. Desde que não seja ao lado do quarto do Evan, é claro! – mordi o lábio inferior.

Ele sorriu para mim, com um brilho no olhar que não consegui decifrar.

- Então já sei qual quarto escolher para ti, vamos.

A casa tinha 3 andares. O quarto estava no primeiro andar. Quando entrei, fiquei feliz, porque o Nigel escolheu exatamente um que se adaptou aos meus gostos. Para quem já partilhou o quarto com mais quinze meninas no orfanato, qualquer cômodo que fosse só meu era perfeito. Sorri contente ao entrar.

O quarto era elegante e, ao mesmo tempo, jovem, decorado em tons de branco, verde e dourado. As cores criaram uma atmosfera fresca e sofisticada para uma adolescente. As paredes eram predominantemente brancas. O dourado aparece em toques sutis, como os puxadores do roupeiro, os pés da mesa de trabalho e molduras decorativas.

O roupeiro, enorme e embutido, ocupa uma parede inteira. As portas são brancas com detalhes em molduras douradas, davam um toque luxuoso e moderno. Por dentro, o roupeiro estava bem organizado, com várias seções e roupas penduradas, gavetas e prateleiras iluminadas por luzes, que com certeza facilitarão a escolha de roupas. De repente, virei-me para o Nigel:

- De quem são estas roupas? O quarto está ocupado por outra pessoa?

Ele balançou a cabeça.

- O jovem mestre já havia ordenado que preparássemos este quarto para a senhorita Alana. Parece que ele acertou. Esta manhã, a estilista acabou de personalizar o seu guarda-roupa para se adequar às suas novas circunstâncias. Afinal de contas, agora será uma universitária, não é mesmo? Além disso, estará sob os cuidados da família Waltz– Como não houve resposta da minha parte, continuou - mas se não for do seu agrado, podemos ver outro quarto.

Estava fascinada com o quarto e perdida a reparar os detalhes.

- Por favor, trata-me por tu, tio Nigel, tenho idade para ser tua neta – sorri, e vi espanto e afeto no seu rosto.

- Só o jovem mestre me trata assim, obrigado, Alana. – Disse com sinceridade.

Fiz um sinal de OK com a mão.

Ao lado, uma ampla mesa de trabalho em branco brilhante estava posicionada junto à janela, aproveitando a luz natural. A mesa tinha gavetas douradas e uma cadeira estofada em verde-claro, criando um espaço de estudo elegante e confortável. Sobre a mesa, havia itens de organização, como porta-canetas dourados e cadernos decorativos, além de um laptop e pequenas plantas em vasos dourados que adicionavam um toque natural e vibrante.

O piso era de madeira clara, com um tapete verde macio ao lado da cama, que tem uma estrutura estofada em verde suave, complementada por almofadas brancas e douradas. Acima da cama, o quadro abstrato em tons de verde e dourado deu um toque artístico ao ambiente. Prendi a respiração quando abri as cortinas e olhei para o jardim, era absolutamente magnífico. Não tinha palavras para descrever o pôr do sol, era de cortar a respiração.

Virei-me emocionada e disse.

- Muito obrigada, tio Nigel, eu amei o meu quarto novo. O verde é a minha cor preferida. Amo a natureza. – Enquanto falava, o meu estômago roncou, e fiz uma careta envergonhada.

- Está na hora de conheceres a Madeleine - disse, se forçando para não rir. – Vamos?

Assenti.

Quando chegamos à cozinha, uma senhora de uniforme preto e branco dava instruções a uma empregada. De repente, o tio Nigel limpou a garganta e ela virou-se na nossa direção.

- Oh! - Levou a mão à boca e caminhou lentamente até mim, emocionada com olhos marejados. – Minha menina, seja bem-vinda, tu tens os olhos e a postura do Ronald, és deslumbrante. Posso dar-te um abraço?

Eu assenti e ela não hesitou em me dar um abraço cheio de carinho, que aqueceu o meu coração. Tinha dificuldade em criar laços com estranhos, mas senti-me bem no seu abraço caloroso.

- Vou preparar um lanche para ti em dois minutos - disse, acariciando o meu rosto com um sorriso afável.

- Então vou deixá-la aos teus cuidados - disse o tio Nigel - Controla-te, Madeleine, ela revirou-lhe os olhos, com cara de poucos amigos.

Um riso escapou dos meus lábios e tive que os apertar. Eles eram engraçados.

Sentei-me numa das cadeiras da ampla cozinha. Tudo fazia jus ao resto da casa. Não havia mais nada a descrever. Por isso, passei a observá-la em silêncio.

A Madeleine era uma mulher de meia-idade, de porte elegante e postura impecável, o seu uniforme discreto estava muito bem ajustado. O seu cabelo estava preso em um coque, refletindo o seu senso de ordem e disciplina. Com um olhar atento e uma expressão serena, ela supervisiona cada detalhe do que fazia. Gostei dela, porque tinha uma presença firme e cordial...

- Come porque senão, não terás apetite à hora do jantar. - Disse enquanto pousava uma bandeja com um

pedaço de quiche, uma fatia de tarde de morango e sumo à minha frente. – O jovem mestre janta sempre às 7:30 e não admite atrasos. Esteja na mesa há horas.

- Obrigada, tia Madeleine - agradeci com um sorriso.

Comi o quiche e bebi o suco. Deixei a tarte, levantei-me e disse-lhe que ia para o meu quarto. À medida que me afastava da cozinha, senti o seu olhar empático nas minhas costas. Esta era a minha nova casa e nova vida. Acho que não teria problemas com o tio Nigel e a tia Madeleine, mas senti um aperto no peito ao me lembrar que iria jantar com o Evan.

Adormeci na banheira e levantei-me confusa, quando olhei em volta e não reconheci a casa de banho.

- Alana... – Chamou Madeleine com urgência na voz, no outro lado da porta.

- Sim, tia Madeleine, desculpa, eu vou já, acho que adormeci na banheira. – disse pulando da banheira, puxei a toalha macia e fui secando o meu corpo às pressas.

- Que susto que me deste, menina! – disse aliviada. - Vou preparar a tua roupa, despacha-te! já são 7:30.

O quê? Estava atrasada. Não podia ser. Desfiz o coque que decidi fazer antes de entrar na banheira, grata por não ter molhado o cabelo, a essa hora seria uma catástrofe lidar com ele. Uma cabeleira farta caiu selvagemmente nos meus ombros, endireitei pequenos cachos na parte de frente, apliquei um batom suave nos lábios.

- Alana, você vai levar um sermão do Evan senão descer agora. - Gritou.

Saí quase a correr da casa de banho, entrei no roupeiro e vesti a roupa íntima. A Madeleine entrou depois com um vestido rosa pastel com um decote em v, até os joelhos, mas como sou alta, ficou um pouco acima dos joelhos.

Ajudou-me a fechar o fecho e eu tentava puxar um pouco mais para baixo, mas não conseguia.

- Está muito curto, não está? - perguntei-lhe, preocupada.

- Não está não, está perfeito, anda, calça-te rápido, menina. – disse com tom de urgência.

Calcei um par de sandália preto com fitas rosa, tinha um salto muito raso. A Madeleine segurou-me pela mão e saímos a correr do quarto, descendo as escadas em segundos. Quando chegamos à sala de jantar com o coração aos pulos, ele já estava sentado à mesa com cara de poucos amigos à minha espera.

- Não digas nada – sussurrou-me a tia Madeleine.

O tio Nigel puxou a cadeira e eu sentei-me, engolindo em seco. Tinha que me atrasar logo no primeiro dia. A tia Madeleine começou a servir o jantar e olhei de esguelha para o Evan. Me observava friamente, senti um arrepio da cabeça aos pés. Começamos a refeição em silêncio, depois de servirem o prato principal, Nigel e Madeleine saíram da sala, deixando-nos a sós.

            
            

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