Mas ele não iria desistir. Enquanto, no começo, ela fora uma estranha sexy que captara a atenção dele, agora ela se tornara uma espécie de desafio para ele. Ele queria contornar a barreira protetora dela e ver se a garota divertida e sorridente ainda estava ali, atrás da mulher de aparência altamente desejável.
Talvez fosse bom que Izzie consumisse os pensamentos dele durante o dia. Porque assim seria mais fácil resistir à tentação à noite. Definitivamente tinha ajudado nas noites de sábado e domingo.
Ele havia trabalhado no Leather and Lace num segundo fim de semana. Desta vez, sabendo onde estava se metendo, ele fora cuidadoso para evitar ficar a sós com Rosa, a sensual estrela principal da boate, e não trocara nem mesmo uma palavra com ela. Ainda assim, tinha sido impossível manter os olhos longe dela.
Especialmente quando ela dançava.
Especialmente quando ela ficava olhando para ele enquanto dançava.
Se ela desse em cima dele de novo, ele honestamente não sabia se seria capaz de recusar. Então, assegurar-se de nunca ficar a sós com ela provavelmente era algo bom a se fazer.
Diabos, ele sinceramente não tinha certeza de por que estava resistindo. Contanto que mantivesse a mulher em segurança, não enxergava Harry Black como o tipo de sujeito que teria problemas com isso. Afinal, ele era casado com uma das ex-estrelas da casa.
E liberar um pouco de vapor sexual não precisava ter algo a ver com vida diária normal de Nick. Na verdade, ninguém na família dele precisava saber sobre isso. Não havia lei que dizia que um homem solteiro não podia fazer sexo com uma mulher disposta a fazê-lo só porque ele estava interessado em outra.
Uma que não estava interessada nele.
Droga. Era por isso que ele não tinha feito. Porque o fato de Izzie não estar interessada nele estava enlouquecendo-o.
Francamente, ele nunca havia se esforçado tanto para conseguir a atenção de uma mulher. O fato de Izzie ser a mulher em questão tornava toda a situação muito mais desafiadora.
Ela havia sido louca por ele certa vez. Ele faria com que ela o enxergasse daquele jeito outra vez, mesmo que fosse seu último ato. Mesmo que significasse fazer coisas estúpidas e piegas como aparecer na confeitaria com a mão lotada de flores.
Do jeito como ele estava agora.
Deus, como os caras na unidade dele iriam rir ao vê-lo, parado em uma esquina em um dia quente de agosto segurando um buquê colorido que ele havia comprado de um vendedor na esquina.
– O que você está fazendo? – murmurou ela, do outro lado da vitrine no fim da tarde de quinta-feira, quando ele bateu à porta trancada.
– Estou trazendo flores para você – gritou ele de volta. – Abra.
– Não traga flores para mim.
Dando de ombros, ele sorriu para ela.
– Tarde demais.
– Estou falando sério.
– Como eu disse, tarde demais. Qual é, deixe-me entrar. Elas estão com sede.
Ela olhou para ele. Ao perceber pedestres parando para assistir ao show, ela deu um passo adiante e mostrou os dentes.
Cara, a mulher era picante quando ficava brava.
– Vá embora!
Ele balançou a cabeça, fazendo "tsc, tsc, tsc". Então olhou para a mulher mais perto dele que havia parado para ver o que estava acontecendo.
– Consegue acreditar que ela não quer minhas flores?
Um adolescente e a namorada, que também tinham parado, cantarolaram juntos:
– Vamos ficar com elas!
A mulher mais velha, uma avó de cabelos grisalhos, franziu a testa:
– O que você fez?
Boa pergunta. Ele não estava totalmente certo do que tinha feito.
– Eu não a reconheci depois de passar dez anos sem vê-la.
A vovó arqueou as sobrancelhas. Tirando Nick de seu caminho, ela marchou até a vitrine, esticou o dedo indicador e apontou para Izzie.
– Aceite as flores, garota boba. – Revirando os olhos e bufando sobre a juventude ser desperdiçada pelos jovens, ela saiu andando pela rua.
Izzie, ainda rosnando praticamente, destrancou a porta, abriu-a num tranco e agarrou o braço dele.