Rosa Escarlate - A Dançarina Exótica
img img Rosa Escarlate - A Dançarina Exótica img Capítulo 8 8
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Capítulo 8 8

– Entre aqui e pare de fazer papel de bobo.

– Eu não estava fazendo papel de bobo – apontou ele. – Você estava fazendo com que eu fizessepapel de bobo.

– Você não precisa de muita ajuda para isso.

Balançando a cabeça e sorrindo, ele murmurou:

– O que aconteceu à Izzie doce, amigável e ansiosa para agradar?

– Ela cresceu.

Ela arrancou o buquê da mão dele, fuçando atrás do balcão e pegando uma jarra para colocar as flores. Enquanto a observava, ele notou a fungada clandestina que ela deu nos botões, e o jeito como aprumou os ombros, como se perturbada pela própria fraqueza.

Nick não a seguiu, por mais tentado que estivesse. Em vez disso, recostou-se no balcão de vidro, apoiando os cotovelos nele.

– As flores são uma oferta de paz.

– Estamos em guerra?

– Para mim, parece que sim desde que fui estúpido o suficiente para não reconhecer você naquelanoite no Santori's.

Ignorando-o, ela terminou de encher a jarra com água, fechou a torneira e enfiou as flores ali.

– Ainda não consigo acreditar que você está me punindo por isso.

– Não se iluda. Não estou punindo você por nada. Só não estou interessada em você, Nick.

– Sim, entendi. – Só que ele não entendia. De jeito nenhum ele estava pronto para admitir aquilo.Algo tinha feito Izzie colocar um muro entre eles... e ele iria descobrir o que era. – Mas não tem motivo para que não possamos voltar a ser amigos, tem? Já fomos amigos.

– Não. Não fomos. Você era o garanhão do universo e eu era a cadelinha com a imensa e humilhante paixonite por você. Você não pode achar mesmo que eu voltaria a esse ponto.

– Eu lhe digo uma coisa, Izzie – falou ele, ouvindo a frustração na própria voz. – Não tenhocerteza do que desejo de você. Eu só sei que não consigo suportar o fato de você nem mesmo olhar para mim.

Ela finalmente fez aquilo. Olhou para ele, encontrou o olhar direto dele. Ele viu uma confusão tempestuosa naqueles olhos castanho-escuros. Foi acompanhada pelo tremor daqueles lábios exuberantes e pela batida da pulsação no pescoço dela.

– Você gostava de mim – disse ele suavemente. – E nós nos saíamos muito bem ajudando um aooutro nas reuniões de fofocas da vizinhança disfarçadas de almoço de domingo. Podemos pelo menos tentar ser amigos?

Ela abriu a boca para responder. Fechou. Então, suspirando enquanto empurrava o vaso de flores para o centro do balcão, assentiu lentamente.

– Acho que sim.

Era um começo. Talvez não o começo que ele queria com ela... mas pelo menos era o começo de alguma coisa.

– Quer café? – Ela não soou particularmente entusiasmada ao fazer o convite.

Ele olhou para a cafeteira industrial, completamente limpa já para a noite, e balançou a cabeça, sem querer dar trabalho a ela.

– Tenho uma cafeteira menor nos fundos.

– Parece bom.

Nick a seguiu pelo pequeno corredor entre a cafeteria e a cozinha, tentando se lembrar de que não era muito educado encarar longa e fixamente o traseiro de alguém que era apenas uma amiga. Não funcionou. Porque, embora usasse uma calça cáqui larga e um avental imenso, a mulher tinha formas incríveis. Cada passo fazia o tecido grudar às curvas, e o requebrado natural dos quadris dela o deixava tonto.

Amigos. É isso. E nada de amizade colorida.

– Gostou de ter voltado a Chicago? – perguntou ele, quando se sentou em um banquinho alto aolado de um balcão de trabalho.

Izzie cultivava grãos frescos. Finalmente... uma mulher que sabia fazer café. Mais uma coisa a se gostar nela, além do jeito bonitinho como seu rabo de cavalo sacudia e do modo como ela cheirava a açúcar, manteiga e tudo de bom.

– Tanto quanto gosto de fazer um tratamento dentário de canal.

– Tão ruim assim? Não gosta de estar de volta aos negócios da família?

Ela olhou ao redor da cozinha, imaculadamente limpa e esticada com todos os suprimentos de confeitaria já inventados.

– Minha prisão tem cheiro de licor de anis.

– A minha tem cheiro de molho marinara – murmurou ele, falando sério.

Ela assentiu, sem pedir a ele para falar mais sobre o assunto. Ela obviamente sabia exatamente o que ele queria dizer.

– Não é fácil voltar para casa, né?

Ele balançou a cabeça.

– Nem um pouco fácil. Meus pais ainda não me perdoaram por me mudar para um apartamento,por não voltar ao meu antigo quarto. Ele ainda está com os pôsteres da época de escola na parede.

Ela riu.

– O meu também. Embora eu não ache que os seus sejam pôsteres de bailarinas e do Ricky Martin.

– Hum... Definitivamente não. – Com um sorriso lhe fazendo cócegas nos lábios, ele admitiu: –Demi Moore e Máquina Mortífera 3.

Izzie riu suavemente. Houve um brilho naqueles olhos castanhos escuros dela e um lampejo de uma covinha da qual ele se lembrava em uma das bochechas. Finalmente. – Você...

– O quê? – perguntou ele.

– Desculpe – disse ela. – Não é da minha conta.

– O que não é da sua conta?

– Acho que eu só estava me perguntando se você se sentiu... um pouco... deslocado da sua família.

– Sinto que pertenço aos Santori tanto quanto Mogli, o menino lobo, pertencia ao universo do ursodançante.

Ela assentiu, como se concordando completamente.

– Mas, se me recordo corretamente, acho que ele queria pertencer ao mundo do urso dançante e não conseguia compreender por que não se encaixava exatamente.

Nick ficou calado. Ela o convencera.

Izzie pareceu perceber.

– Sim. Eu também.

– Mais uma coisa que temos em comum – disse ele.

– Não se empolgue muito – murmurou ela. – Ainda não vou lhe dar meu telefone.– Você deve saber que já tenho.

Ela revirou os olhos, mas não franziu a testa.

– Gloria. Minha irmã vai morrer. – O café havia acabado de ser passado, então ela serviu duascanecas grandes. – Creme ou açúcar?

– Nenhum dos dois. – Pegando a caneca da mão dela, ele inalou o vapor. – Minha mãe faz um caféterrível. Sua irmã também, que parece ter resolvido que até o cheiro de cafeína pode fazer nossos sobrinhos maníacos escalarem paredes.

– Café descafeinado é para molengas – murmurou ela.

Espantado, Nick vociferou uma risada. Aquela não era a Izzie pequenina e doce, a garota da qual ele se lembrava.

– Eu vivia sob o efeito de café em Manhattan – admitiu ela. – Era o único jeito de conseguircumprir minha agenda.

Ele fungou com apreço, permitindo que o aroma rico do café preenchesse sua cabeça. Quando combinado a todos os outros perfumes permeando o cômodo, ele se sentiu fraco e fisicamente desejoso.

Ou ela o deixou assim. Ele honestamente não tinha certeza de quem tinha sido a culpa.

– Acho que eu teria matado por algo tão bom mesmo sob o calor de 50 graus no deserto.

Izzie se sentou em um dos outros bancos, diante dele, a caneca sobre o balcão entre eles. Observando-o atentamente, com um pouco de receio, ela predisse a própria curiosidade antes de as palavras deixarem sua boca:

– Como você aguentava dia após dia?

Era uma boa pergunta, e uma que ninguém havia feito a ele ainda. Ah, ele recebera perguntas sobre a ação e as coisas que vira. Perguntaram se ele havia atirado em alguém, matado alguém, salvado alguém. Perguntaram o que ele fizera para aliviar o tédio, para completar sua missão.

Mas ninguém havia perguntado o que o mantivera firme todo santo dia. Não até agora.

– Desculpe, isso provavelmente não é da minha conta.

– Tudo bem. Se quer saber a verdade, foi isto que me manteve firme. – Ele gesticulou para o cômodo.

Ela franziu o cenho ceticamente.

– Não falo da confeitaria. Falo desse estilo de vida. Um lar, família, toda a segurança e proteçãocom os quais cresci e que pensei que estariam exatamente os mesmos quando eu voltasse. Só que... não estavam.

Encarando-o, Izzie revelou seus pensamentos em seus expressivos olhos castanhos. Ela entendia o que ele queria dizer... compreendia exatamente. Nick não desviou o olhar, apreciando a conexão, embora eles estivessem separados por vários metros de ar perfumado. Mentalmente, no entanto, eles estavam se tocando. Criando um vínculo. Compartilhando a marca única de alienação que cada um estava sentindo com relação ao mundo no qual haviam crescido.

Ela balançou a cabeça finalmente.

– Bem, obviamente você tem algumas coisas a resolver, rapazola.

Ele sorriu, lembrando-se do que havia dito sobre Mogli, o menino lobo.

– Sim, bem, você também, certo? Você não conseguiu o que esperava quando voltou para casa,não é?

Ela balançou a cabeça negativamente.

– O que você fazia em Nova York, afinal? – perguntou ele, sem saber a história toda. Ele sabiaque Izzie tinha um bom emprego lá, mas que havia desistido para voltar para casa e ajudar a família.

– Eu trabalhava... no ramo artístico – murmurou ela, levando a caneca à boca. Ela soprou porcima do café, mandando vapor pelo ar. O calor lhe coloriu as bochechas, já coradas por um tom rosado delicado devido ao calor da agitação na cozinha. – No palco.

Uma atriz. A ideia o surpreendeu por um segundo, embora fizesse sentido. Izzie era bonita e tinha personalidade, e muita autoconfiança. Ele suspeitava que ela fosse sensacional no palco. – Mas eu me machuquei no último inverno e não trabalhei desde então.

Ele baixou a caneca, aguardando.

Uma pequena ruga surgiu entre os olhos dela quando explicou:

– Rompi meu ligamento cruzado anterior no joelho esquerdo e precisei ser operada. Foi necessário um longo período de reabilitação.

– E você passa o dia inteiro trabalhando em pé na cozinha? – perguntou ele, estarrecido ao pensarem quanta dor ela deveria ter experimentado. Ele conhecia sujeitos que haviam tido tais lesões durante sua vida esportiva na escola. Não era nada divertido.

– Estou melhor. – Ela apontou para o banquinho onde estava sentada. – E trabalho bastante sentada.

Nick queria saber mais. Muitas coisas. Como o tipo de vida que ela levava em Nova York e se alguém havia compartilhado aquela vida com ela. E o sabor do pescoço dela. E o que ela planejava fazer uma vez que o pai estivesse bem o suficiente para retornar à confeitaria. E o que ela havia comido hoje que tinha deixado seus lábios tão vermelhos. E por que ela estava resistindo a algo que estava acontecendo entre eles.

E quando ela iria estar na cama dele.

Porém, o telefone interrompeu antes que ele pudesse perguntar, muito menos conseguir respostas. Pedindo licença para atender, Izzie revelou frustração em todas as palavras trocadas com seu interlocutor. Nick ouviu o suficiente para compreende o que estava acontecendo: a pessoa responsável pelas entregas que trabalhava em meio período telefonava para avisar que estava doente.

– Não consigo acreditar nisso – murmurou ela, depois de desligar o telefone. – Todos estes pedidos, e ele deixa por minha conta. – Quase resmungando, ela acrescentou: – Os Cubs vão jogar hoje? Parecia que o filho da mãe estava no estádio.

Feroz. Ele gostava disso.

– Não xingue, Iz. Eu vou ajudar.

Piscando, ela respondeu:

– Hein?!

– Vou ajudar você a realizar as entregas. – Saltando do banco, ele foi até um carrinho alto carregado com caixas de papelão rotuladas com os nomes de diversos restaurantes locais. – Afinal – disse ele, oferecendo um sorriso pueril por sobre o ombro –, para que servem os amigos?

AMIGOS SERVIAM para ir ao cinema. Para compartilhar desastres sobre encontros românticos. Para enfrentar reuniões chatas. Para chorar depois de terminar namoros. Para fazer dieta. Para beber. Para festejar.

Amigos não serviam para fazer sexo. Ou para cobiçar. Ou para inspirar cobiça simplesmente pelo modo como pousavam algumas caixas pesadas e preenchiam a calça jeans gasta.

Nick Santori não era amigo dela. Porque, ai, deus, ela já havia quebrado todas as regras da "amizade" do manual e só havia concordado com as condições dele há algumas horas.

Quando conversaram na cozinha, ele fora amigável e caloroso. Aquele sorriso pueril que ele lançara para ela quando oferecera ajuda com as entregas o fizera parecer tão charmoso e cativante. O completo oposto do macho bonitão, pensativo e quente que ela observara através de olhos cobiçosos na boate no último fim de semana. Era como se ele fosse duas pessoas em um só corpo.

E ela desejava ambas desesperadamente.

Izzie não conseguia acreditar que havia pensado ser capaz de lidar com a coisa de ser meramente amiga dele. Agora, isolada em uma van de entrega com ele pelas últimas duas horas, ela definitivamente estava com segundas intenções.

Ele estava sendo tão malditamente maravilhoso. Não apenas oferecendo ajuda, mas ele havia se recusado a permitir que ela erguesse uma única caixa. Eles foram a dezenas de lojas e restaurantes, entregando bolos, tortas e doces para oferecer aos comensais noturnos, e bolinhos e bolo de café a outros, para os clientes que tomariam café da manhã no dia seguinte. Ele cativara os clientes dela, e a ela. Ele até mesmo dirigira, já que Izzie odiava lidar com o tráfego. Ela se sentou no banco do carona da van da confeitaria, lendo a lista de lojas, tentando não notar como ele era grande e como a van parecia pequenina com ele dentro.

Ela também tentou não notar como ele estava maravilhosamente cheiroso. Como a risada grave a invadia, mais cálida e sensual do que uma brisa de verão. Como os cabelos curtos se curvavam um pouquinho atrás da orelha. Como o queixo levemente projetado dele era sólido e como o corpo era denso sob a camiseta apertada. Como ele a aquecia a um metro de distância.

E como ela o desejava muito, muito.

Especialmente depois da bomba folhada de creme. Foi a maldita bomba de creme que pôs o último prego sobre o caixão dela... e a umidade na calcinha.

Eles tinham uma caixa extra. Izzie estava tão exausta por trabalhar tantas horas, tanto na confeitaria de terça a sábado, e na boate no fim de semana, que errou a conta. Ela empacotou uma caixa extra com duas dúzias das iguarias decadentes recheadas de ricota e creme. Assim que terminaram as entregas, graças principalmente às costas fortes de Nick – ai, Deus, aquelas costas fortes –, ela notou a caixa extra e percebeu seu erro.

Então, quando retornaram à confeitaria e pegaram o pequeno lote particular na traseira, ela lhe ofereceu um doce. Ele aceitou imediatamente, sem nem mesmo sair da van antes de pegá-lo. E vê-lo comer com tamanha estima visceral e sensual transformou Izzie em uma trapalhona trêmula.

– Deus, estes são fantásticos. Não é surpresa esgotarem todo dia no Santori's – disse ele, enquantolambia o centro cremoso do doce em forma de tubo.

Izzie se remexeu no assento. Lambendo. Não era bom observar um homem fazer isso se você queria fazer sexo com ele e não podia.

Ele mordiscou um pouco da massa folhada.

Mordiscar. Também era ruim. Ela acrescentou o ato à sua lista mental de coisas a não observar.

Então ele mordeu e fechou os olhos num deleite extasiado. Ai, Deus. Morder... qualquer coisa que colocasse aquele olhar de prazer intenso no rosto dele estava absolutamente fora de questão.

Felizmente, ele terminou de comer a coisa tão rapidamente, devorando em três dentadas, que ela não teve tempo de fazer algo tolo como, digamos, oferecer a ele a língua para ser lambida, o seio para ser mordiscado e a parte interna da coxa para ser mordida.

– Você vai me deixar comer outro, não vai? – perguntou ele. Sem esperar por uma resposta, elelevantou do banco e se abaixou para alcançar a traseira da van. Havia prateleiras de metal presas a cada lado, com uma ilha no meio. Abrindo a única caixa remanescente na prateleira, ele a estendeu em direção a Izzie.

– Vamos lá, coma um.

Ela não havia comido uma bomba folhada de creme voluntariamente desde a décima série do Ensino Médio, um dia depois de rasgar a calça enquanto tentava fazer um agachamento na aula de educação física. Ela rasgara com um som flatulento retumbante e ela quase abandonara a escola na época.

– Tsc, tsc.

Ele sorriu, os olhos brilhando sob a escuridão iminente. O crepúsculo havia caído enquanto eles estavam fazendo as entregas, e agora já passava das 20h. A livraria ao lado também estava fechada, as vagas particulares de estacionamento estavam vazias, e o pequeno terreno estava totalmente silencioso e deserto. Muito privativo.

Ela deveria sair do veículo e entrar na confeiteira. Ficar lá fora, numa quase escuridão, a sós com Nick, não era uma ideia muito boa. É claro, ficar dentro da loja fechada, sob a luz, a sós com Nick, provavelmente não seria muito mais seguro.

– Só uma provadinha. Como você sabe o quanto é boa na hora de fazer o negócio se nunca dá nemuma provadinha?

Quase engasgando, ela repetiu:

– O quanto sou boa na hora de fazer o negócio?

– Você entendeu. Fazendo os doces.

Sim. Claro. Foi isso que ela achou que ele queria dizer.

Um sorrisinho continuou a brincar naqueles lábios incríveis dele enquanto ele a observava, como se soubesse no que ela estava pensando. E tivesse colocado tais pensamentos na cabeça dela de propósito.

Saia. Agora.

Mas ela não segurou a trava da porta. Em vez disso, como uma criança atraída pelo vendedor de sorvete, ela se enfiou na traseira da van com ele. Não havia espaço para ficar de pé, mas Nick já havia se sentado no piso acarpetado. Uma perna estava esticada diante do corpo; a outra, dobrada e levantada. Ele estava escolhendo seu trajeto cuidadosamente por entre as caixas abertas de doces, como se buscando pela correta para satisfazer seu desejo.

Izzie se sentou diante dele, as pernas cruzadas, perguntando-se se a temperatura da van havia subido uns cinco graus ou se era a imaginação dela. Considerando que era uma noite arejada de verão e que as janelas da frente estavam abertas, ela de algum modo duvidava que o ar tivesse ficado mais quente... apenas ela havia esquentado. Na verdade, ficar tão perto assim de Nick a estava fazendo pegar fogo.

– Vai permitir que eu seduza você com um? – perguntou ele, ainda olhando para a caixa, não paraIzzie.

Eles pareciam bons. Tão bons.

– Eu realmente não deveria.

– Só uma provadinha – sussurrou ele. Sem aguardar a resposta dela, ele pegou um doce, entãocolocou a caixa de volta na prateleira. Ele deslizou para frente... perto, tão perto que ela sentiu o calor dele lhe dominar a cabeça, e o perfume cálido e masculino lhe preencher os pulmões. Então passou uma das pernas sobre as pernas cruzadas dela, até o joelho direito dela roçar o quadril sensual e coberto pelo jeans dele.

Ela não se mexeu. Nem um centímetro.

– Não quer uma lambidinha? – murmurou ele, levando o doce aos lábios dela.

Olhando para o doce nas mãos dele, para a massa fresca de cor viva, para creme claro de ricota escorrendo pela extremidade, de repente ela percebeu o quanto a coisa parecia fálica. A boca encheu d'água de desejo... ela queria lamber, provar, devorar.

Não o doce. Ele.

Quase gemendo, ela levou a boca ao doce, passando a língua pela massa folheada, roçando no dedo dele quando o fez. Ele se remexeu um pouco em reposta, como se não mais estivesse confortável com o jeito como havia se sentado. Pelo jeito como ambos haviam se sentado, ela rapidamente percebeu o porquê.

Ele estava duro como uma rocha, a ereção densa e longa de encontro à perna dela. Ela quase encolheu as duas pernas, a pressão em seu sexo exigindo alívio.

Izzie mal conseguia pensar ou respirar. Incapaz de resistir, ela mexeu a perna um pouco, roçando de encontro a ele, e recebeu um gemido baixinho em resposta.

– Prove, Izzie.

Ela provou. Imaginando que era ele que ela estava experimentando, mordiscou o recheio, roçando os lábios nele.

Não precisou convidar Nick para compartilhar um pedaço. Ele já estava lá, beijando-lhe o canto da boca, a língua passando rapidamente para limpar um pouco da doçura dos lábios dela. – Gostoso – sussurrou ele.

Ah, muito gostoso.

Ela lambeu outra vez, mergulhando a língua dentro da concha de massa para sentir mais o sabor. Nick também foi mais além. Ele cobriu os lábios dela com os dele, roubando um pouco do creme da boca de Izzie, as línguas se enredando por um instante longo e delicioso.

– Pegue o seu – sussurrou ela, com uma risada delicada quando ele se afastou para lhe oferecermais uma lambida.

– Eu prefiro o seu – murmurou ele, levando a boca ao rosto dela, e então mais abaixo. Ele mordiscou o maxilar dela.

            
            

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