/0/13860/coverbig.jpg?v=a63f4d3463eb7bee14d88e4491ec4c92)
Evangeline sentiu sua respiração acelerar enquanto um arrepio percorria sua espinha. Algo estava ali, no quarto. Algo que parecia carregar um peso invisível, sufocante. Ela virou-se bruscamente para encarar a ameaça desconhecida e congelou ao ver, em pé no canto escuro do aposento, a velha senhora que havia ajudado dias atrás.
A princípio, o choque a impediu de reagir. O rosto enrugado da velha estava iluminado por uma luz tênue que não parecia vir de lugar algum. Seu olhar era sereno, mas carregava um mistério que parecia capaz de enxergar através da alma.
Evangeline recuou, os joelhos tremendo ligeiramente. "O que a senhora está fazendo aqui? Como entrou?", gaguejou, as palavras tropeçando em sua língua enquanto o medo crescia em seu peito.
A velha deu um passo à frente, inclinando levemente a cabeça como se tentasse tranquilizá-la. "Não tenha medo, menina. Eu não estou aqui para lhe fazer mal", disse ela com uma voz suave, porém carregada de mistério.
Evangeline apertou as mãos ao redor do pingente que acabara de recolher do chão, tentando encontrar alguma firmeza em meio ao caos que a invadia. "Por quê?", perguntou em um tom de desespero. "Por que está aqui? O que a senhora quer?"
A velha apenas balançou a cabeça lentamente. "Sua mãe era exatamente como você, minha jovem. Tão cheia de vida..." A voz dela pausou, como se algo muito pesado estivesse prestes a ser dito. "...mas jovem demais para entender como viver."
O coração de Evangeline disparou. "Minha mãe? O que você quer dizer com isso? Você a conheceu?"
A velha não respondeu de imediato, permitindo que um silêncio tenso pairasse no ar. Quando finalmente voltou a falar, sua voz pareceu mais sombria, como se cada palavra carregasse séculos de peso. "A vida não é justa, minha criança. Teu sangue... teu sangue carrega algo que há décadas foi visto como uma maldição. Mas, dependendo do ponto de vista, talvez seja uma bênção."
Evangeline deu mais um passo para trás, a mente girando com perguntas e a tensão em seus músculos clamando por ação. "Eu... o que você está falando? Que maldição? Quem era minha mãe?!"
Antes que pudesse pressionar a velha por respostas, um som firme de madeira ecoou pelo quarto. Evangeline virou-se bruscamente na direção da porta ao ouvir o que parecia ser uma voz feminina, abafada por trás da madeira.
"Quem está aí?!" perguntou, forçando-se a mover em direção ao som. A dúvida dominava seus pensamentos enquanto se dirigia hesitante à porta.
Quando se virou novamente para a velha, esperando por explicações, encontrou apenas o vazio. Ela havia desaparecido.
Evangeline piscou, perplexa. "Mas... ela estava aqui!" Olhou ao redor do quarto, procurando desesperadamente por qualquer sinal de sua presença, mas não havia nada. Era como se a velha nunca tivesse estado ali para começar.
A voz detrás da porta voltou a ecoar, chamando-a de volta à realidade. Ainda atordoada, Evangeline girou a maçaneta devagar, esperando encontrar a origem de mais um mistério. A noite, no entanto, não parecia disposta a aliviar seu coração inquieto. Ela sabia que as respostas que buscava não viriam tão facilmente. Algo grande estava se revelando lentamente à sua vida, mas ela ainda não conseguia ver claramente o que era.
"Senhorita ??" _ chamou Mariah
"Ouvi barulhos no quarto , esta tudo bem ?"
S..sim Mariah obrigada_ respondi ainda encarando a porta incrédula com o que acabara de acontecer.
Enquanto o vento voltava a soprar, ecoando em seu quarto e levantando os fios do seu cabelo, Evangeline sabia que, a partir daquele momento, nada seria o mesmo.