DRAGO - UM MAFIOSO IMPIEDOSO SÉRIE MAFIOSOS IMPIEDOSOS LIVRO 8
img img DRAGO - UM MAFIOSO IMPIEDOSO SÉRIE MAFIOSOS IMPIEDOSOS LIVRO 8 img Capítulo 5 5
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Capítulo 8 8 img
Capítulo 9 9 img
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Capítulo 5 5

Sienna

- Uau. - Meu olhar varre a sala circular enquanto aprecio a incrível

visão diante de mim.

As cabines semiprivadas quase cercam a pista de dança no centro do

luxuoso espaço. Paredes de vidro fosco com intrincadas molduras de ferro separam cada cabine. O santuário interno consiste em uma área de estar aconchegante, incluindo um sofá de couro e duas poltronas combinando ao redor de uma mesa baixa com tampo de vidro. Ao lado de cada divisória de vidro, vestido com uma camisa branca imaculada e calça preta, está um garçom pronto para atender a qualquer pedido que lhe seja feito, mesmo ao menor aceno dos clientes que ocupam as cabines designadas. No lado oposto do salão, há um enorme bar de meia volta com vários bartenders atendendo aos clientes reunidos ao longo de sua extensão. Uma dezena de casais está na pista de dança, dançando uma música lenta.

O que eu acho estranho é o fato de haver menos de cem pessoas aqui. Não frequento boates com frequência porque, até ao ano passado, Arturo só me deixava visitar lugares dirigidos por membros da Cosa Nostra, e nenhum deles tinha uma boate de verdade. Meu irmão só recentemente soltou minhas rédeas, e só porque eu disse a ele que ia pirar se continuasse com sua educação super-protetora.

- Achei que seria maior, - murmuro.

Com um preço de quinze mil dólares por cabine por noite, você não

pode esperar ter centenas de pessoas, - diz Nino enquanto leva Luna e eu atrás do anfitrião, que nos conduz à última cabine do lado esquerdo. A única que está vaga no momento.

Enquanto caminhamos, dou outra olhada no espaço e faço alguns

cálculos rápidos em minha cabeça. Doze cabines, quinze mil dólares cada. Isso dá cento e oitenta mil por noite. Se eles ficarem abertos cinco noites por semana, cinquenta e duas semanas por ano, o valor chega a quarenta e seis vírgula oito milhões por ano. Puxa vida!

- Então, você está em uma missão? Deslumbrar e não deixar ninguém para trás? - Luna acena com a cabeça para minha roupa e ri, distraindo-me de minha matemática.

- O quê? Pensei que isso fosse suave. - Dou de ombros e me sento no

sofá branco de pelúcia. Nino se acomoda na poltrona à esquerda, enquanto Luna se senta ao meu lado.

- São alguns milhares de lantejoulas douradas a mais para serem consideradas suaves, Sienna, - diz ela com uma risada. - Pelo menos não é verde fluorescente, ou algo do gênero.

- Eu nunca usaria um macacão verde. Ele me faria parecer um

gafanhoto.

- Graças a Deus pelos pequenos favores. - Luna revira os olhos.

- Mas comprei uma jaqueta amarela de pele sintética na semana

passada. - Eu sorrio só de pensar nisso. - É um arraso.

Ela arqueia uma sobrancelha eloquente para mim. - Não se atreva a vir a lugar algum comigo usando essa coisa. Ainda me arrepio só de pensar em você aparecendo na festa de aniversário da Valéria com aquele vestido vermelho de penas.

- A vida é muito curta para usar roupas chatas. - Eu ri e me inclino

para trás para observar a multidão.

Luna não entende. Ninguém entende. As pessoas veem minhas roupas malucas e meus sorrisos largos e presumem que devo ser uma pessoa superfeliz, sem o menor problema do mundo. E eu sempre me certifico de assegurar-lhes suas convicções.

Quando meus pais morreram, eu não queria falar com ninguém, mas

todos perguntavam se eu estava bem. Arturo. Nossa tia, que veio ficar conosco por um curto período depois disso. Os vizinhos. Até a Asya. Eu não estava bem. Como eu poderia estar bem quando acordava todas as manhãs sabendo que era minha culpa a morte de nossos pais? Se eu não tivesse insistido para que eles nos levassem à festa, eles não teriam ido trabalhar naquela noite. E toda vez que alguém perguntava como eu estava, eles me lembravam desse fato. Eu só queria que me deixassem em paz, mas todos ficavam me provocando até que eu não aguentasse mais. Então, comecei a fingir que estava bem. Eu brincava, ria e agia como se tudo estivesse perfeito. E as pessoas finalmente pararam de fazer perguntas.

Com o passar dos anos, de alguma forma, eu me adaptei ao personagem que criei. Deixei de lado as coisas que me incomodavam, enterrando-as bem no fundo, sem nunca deixá-las sair. Problemas. Medos. Inseguranças. Tudo ficou bem guardado. Se eu não pensar nos problemas, eles desaparecem. Eu gostava muito mais disso do que da alternativa, mas desde que minha irmã foi morar em Chicago com o marido, tenho me sentido tão... perdida. Como um passageiro que foi

deixado para trás, sozinho em uma plataforma de trem abandonada, observando o último trem desaparecer além do horizonte.

Não entendo por que me sinto assim. Meu irmão e minha irmã me amam, eu sei disso. Eles fariam qualquer coisa por mim. Mesmo assim, nunca consegui me abrir com eles por causa de um medo irracional de que eles deixariam de me amar se percebessem que não sou só sol e arco-íris.

- Ei! - Luna me cutuca com o cotovelo. - Você está bem?

Pisco os olhos e dou risada. - É claro. Por que eu não estaria? Ah, já lhe

contei sobre a nova história que estou escrevendo?

- Aquela sobre a noiva por correspondência?

- Não. Atualmente, estou em uma fase de romance com shifters.

Ouça...

            
            

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