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Inconformado, Apolo estava jogado numa poltrona do convés. Ele continuava bebendo enquanto a garota fazia de tudo para excitá-lo.
- Você queria a outra garota e agora, está desprezando ela? - Harry o condenava com o olhar.
- E você nem deveria estar aqui! - A voz embargada pela bebida alcoólica rebateu.
Apolo era dois anos mais jovem do que seu irmão mais velho. Harry se parecia muito com a mãe, enquanto Apolo parecia uma versão mais jovem de Eros.
- Só vim me divertir com você, irmãozinho! - Harry forçou o sorriso.
Por dentro, sentiu um desejo súbito de levá-lo para a proa do iate e deixá-lo se desequilibrar e cair no mar. Mas havia alguns amigos de Apolo, além de alguns seguranças que circulavam pelo perímetro.
- O meu pai te proibiu de trair sua mulher... - disse Apolo antes de tomar o restante do conhaque.
Inconformado, Harry se levantou. Já tinha feito de tudo para o pai permitir que ele se divorciasse da garota russa. Entretanto, Eros não permitiu.
As mãos de Apolo passaram por suas mechas escuras e volumosas dos cabelos, dando um efeito desgrenhado.
- Não acredito que você vai casar com a gostosa da Giovanna e eu vou continuar casado com aquela garota sem graça...
- Devia ter pensado nisso quando atacou a filha do Don Gambino... - Apolo ajeitou as costas na poltrona quando a bela modelo latina se acomodou ao seu lado.
Apesar de sentir o sangue esquentando, Harry decidiu não discutir sobre aquilo na frente da modelo. A garota de cabelos de biquíni tocou o peitoral definido e os ombros largos de Apolo, que estavam evidentes sob o tecido leve da camisa.
- Vaza! - Apolo deu um fora na garota.
- O que há com você? - Harry estranhou a atitude do irmão caçula. - Parece que não gosta de mulher!
Ficando em pé, Apolo passou as mãos pelo rosto que exibia um maxilar bem definido, maçãs do rosto altas e um nariz reto. Os olhos dele eram tão intensos e profundos, emoldurados por sobrancelhas espessas. Estava prestes a completar vinte e três anos e nem mesmo podia escolher a mulher com quem queria casar. O coração dele pertencia a uma bela jovem grega, mas seu pai nunca aprovaria aquele relacionamento com a neta da governanta de sua casa.
Antes de embarcar naquele iate, Persephone o fez prometer que ele não transaria com outra mulher e, por amor, ele estava disposto a cumprir a promessa.
- Não vai me dizer que continua apaixonado pela filha da empregada? - Harry parecia que tinha lido os pensamentos do irmão. - Sabe que o meu pai vai fazer com a Persephone se você insistir nessa besteira de "amor" - fez sinal de aspas com os dedos ao falar com desdém.
- Vou me casar com a Giovanna Harrison... - Embora as palavras que saíram de sua boca afirmassem, em sua mente, ele só conseguia pensar na deliciosa noite de sexo que teve com sua amada poucas horas antes de entrar naquela embarcação. - Não podemos viver de amor. - Apolo bufou após concluir.
A música dançante com mixagens ao vivo tocava sem parar. Os padrinhos e amigos do noivo curtiam a noite. Todos pareciam se divertir bastante, menos os irmãos Velentzas.
- O papai está há mais de três horas naquele quarto... quem será a garota que está com ele? - Curioso, Harry indagou ao irmão.
- Não faço ideia. - Enquanto conversava, Apolo estendeu a mão e apanhou outra taça de bebida da bandeja do garçom que passou por ali.
Uma garota com traços hispânicos se aproximou e começou a dançar de um jeito sensual perto de Harry. Ele estava há horas olhando as garotas naquele iate e achava injusto o fato de não poder se divertir.
- Vou dançar um pouco.
- Harry, meu pai vai te jogar no mar se você trair a sua esposa...
- O papai está ocupado demais no meio das pernas de alguma ninfeta... - respondeu ao irmão caçula enquanto ia dançar com a modelo.
Desnorteado, Apolo andou pela área com mesas e diversas cadeiras que, de vez em quando, se retraiam para dentro do chão e se tornam invisíveis, deixando o convés livre para servir como um heliporto para a sua família. No caminho, ele esbarrou com um de seus padrinhos que estava conversando com uma das garotas na proa do Atlante.
- Você está bem, amigo?
- Melhor impossível, Ícaro. - Apolo soluçou.
- Quer ajuda?
- Não, vou lá conversar com meu pai... e já volto.
Apolo continuou rumando pelo iate com quatro decks principais com detalhes em aço polido e mármore. Apesar de estar tonto devido a bebedeira, ele lembrava que naquela embarcação havia uma suíte master e quatro cabines. Provavelmente, o seu pai devia estar no cômodo mais luxuoso.
Ele entrou no elevador e espremeu os olhos para apertar o botão certo, mas a visão duplicada o impedia de enxergar claramente.
- Está tudo bem, senhor? - Um dos seguranças, que passava por ali, perguntou.
- O meu pai quer falar comigo... - mentiu.
Entrando, o homem de terno preto acionou o botão e saiu antes que as portas se fechassem.
- O filho do chefe está subindo - o segurança avisou no rádio. - Apolo afirmou que o senhor Velentzas quer falar com ele.
Além de elevador, a embarcação tinha home theater, salas de jantar e de estar, solarium, banho turco e sala de massagem. Na garagem náutica, havia duas lanchas pequenas que Apolo e Harry usaram para encontrar o pai no iate.
As portas abriram na área onde ficava a suíte principal. No caminho, Apolo passou os dedos pelos cabelos curtos e bagunçados e respirou fundo quando um dos seguranças de seu pai bloqueou o seu caminho.
- Sai da frente, imbecíl! - Gritou. - Quero falar com o meu pai.
Do lado de dentro da suíte master, Giovanna se entregava aos beijos incessantes e à luxúria que exalava daquele deus grego. Estava completamente molhada e sua carne sensível pulsava quando escutou os berros que vinham do corredor.
- Apolo! - Erguendo o rosto, Eros disse entre os dentes apertados.
A respiração de Giovanna ficou mais entrecortada quando ela escutou os protestos do noivo que vinham do outro lado da porta:
- Deixe-me entrar ou não vou casar com a filha do Kevin Harrison. - Apolo berrava a todo pulmão. - Está me ouvindo, pai?
O coração de Giovanna errou uma batida quando Apolo mencionou o nome de seu pai,
- Esse estúpido está bêbado. - Saindo da cama, Eros começou a se vestir às pressas. - Fique aqui, já volto.
Puxando os lençóis, Giovanna envolveu o tecido de seda em volta do seu corpo. Deslizou devagar pela enorme cama até firmar os pés no chão.
- Vou ficar no banheiro enquanto você atende o seu filho.
- Não precisa! - A voz de Eros estava mais fria.
- Acho melhor eu me vestir e deixar você conversar com seu filho. - Nervosa, Giovanna tentava encontrar uma desculpa para se safar daquela situação.