Quando o amor é uma mentira
img img Quando o amor é uma mentira img Capítulo 10 Mensagem direta
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Capítulo 11 O que você está fazendo aqui img
Capítulo 12 Lágrimas como tempero img
Capítulo 13 Tudo em excesso faz mal à saúde img
Capítulo 14 Vou visitá-lo com você img
Capítulo 15 Você não vai mentir para mim img
Capítulo 16 Até onde ela seria capaz de ir entre quatro paredes img
Capítulo 17 Senhor A img
Capítulo 18 História sobre cachorros sem-vergonha img
Capítulo 19 Provocações img
Capítulo 20 Tamanho impressionante img
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Capítulo 10 Mensagem direta

Julian soltou uma risada seca, sem sequer esboçar um sorriso. "Então se acontecer alguma coisa com meu pai, a culpa vai ser minha, é isso? Que conveniente esse arranjo que você criou!"

As sobrancelhas de Katherine se uniram num vinco tenso. "Então me diga, qual seria a sua solução?"

"Você é quem está desesperada por um divórcio, não eu. Por que eu deveria me dar ao trabalho de oferecer qualquer alternativa?", ele retrucou, sua voz carregada de desdém.

A frieza dele era como um vento cortante, sufocando o pouco ar que Katherine ainda conseguia puxar. "Talvez devêssemos simplesmente ser honestos com ele."

Julian lhe lançou um olhar estreito, como se estudasse cada palavra.

O escritório era amplo, e Katherine havia se sentado o mais longe possível dele.

Cada gesto, cada silêncio, cada olhar revelava algo óbvio - ela estava decidida a colocar um ponto final no casamento deles.

Lutando contra o impulso de perder a paciência, Julian disse friamente: "Mesmo que você consiga convencer meu pai com alguma historinha bem contada, acha mesmo que isso vai encerrar o circo? Sua mãe, seu irmão, seu pai preso... todos vão simplesmente evaporar do radar da minha família?"

"Eu nunca envolvi você nos problemas deles."

"Isso é verdade. Você nunca pediu ajuda diretamente. Mas tem ideia do que sua mãe anda fazendo por trás enquanto você finge que nada acontece?"

Os olhos de Katherine se arregalaram. "Do que você está falando?"

A voz dele veio cortante, dura como vidro quebrado: "Pergunte a ela. Descubra o tipo de favor que ela tem cobrado por aí."

No fundo, Katherine já desconfiava. As contas do hospital do irmão, os privilégios misteriosos do pai na prisão... tudo isso não vinha do acaso.

"Katherine, caso você não esteja pronta para pagar cada um desses favores, pare de insistir nessa história de divórcio. Você escolheu essa vida. Agora, sustente o papel que aceitou representar", Julian disse friamente.

O estômago dela deu um nó. Julian havia aguentado esse casamento por três longos anos, e agora parecia decidido a cobrar por cada segundo.

Ela soltou uma risada amarga. "E qual é o seu plano, então? Nada de divórcio e, de repente, você decide que quer um filho?"

"Isso."

Katherine o encarou, boquiaberta. O que havia de errado com ele?

A raiva borbulhava dentro dela. "E como exatamente você pretende fazer isso acontecer? Vamos ser realistas - alcançar esse milagre do jeito tradicional seria quase impossível para você."

Julian contraiu o maxilar enquanto um lampejo de curiosidade cruzava seu rosto. A ideia de vê-la tomar a iniciativa parecia diverti-lo.

Com um sorriso torto, ele provocou: "Então mostre do que é capaz. Ou, se preferir, me dopa. Posso mandar entregar umas garrafas."

Katherine congelou, sem palavras.

Ele a mediu de cima a baixo com desprezo e completou: "Pensando bem, é melhor pedir logo um engradado inteiro. Você vai precisar."

Queimando por dentro, ela girou nos calcanhares e saiu do cômodo com passos duros, batendo a porta com força.

No corredor, a governanta, que estava fingindo limpar o chão para ouvir a conversa, comentou com um tom leve: "Vocês dois não vão dormir?"

Katherine nem sequer olhou para ela. Com o rosto fechado e o coração em fúria, seguiu em direção ao quarto.

Na cama, o sono não veio. Os pensamentos se atropelavam, barulhentos e insistentes. Exausta, ela se levantou e começou a recolher, uma a uma, todas as coisas que ainda a lembravam de Julian, como se estivesse limpando-o de sua vida.

Ao abrir uma gaveta, seus dedos tocaram um cartão de visitas esquecido.

Seus olhos se fixaram no número e uma onda de vergonha subiu por seu peito. Ela apertou os lábios, tentando engolir o sentimento.

Um pensamento impulsivo atravessou sua mente, algo que ela não ousara considerar antes.

Julian não a amava, mas a mantinha como se fosse sua posse.

Agora ele queria um filho, e ela deveria fazer isso acontecer por conta própria?

Tudo bem, então. Katherine resolveu aceitar o desafio.

Voltando sua atenção para o cartão, ela não encontrou um nome. Tudo o que o pedaço de papel revelava era o número do homem e o cargo como executivo do Grupo Nash.

Mas ela se lembrava de que ele era alto e jovem, com corpo atlético e músculos bem definidos - difícil de ignorar.

Respirando fundo, Katherine pegou o celular, digitou uma mensagem e enviou.

......

Na manhã seguinte, Julian pulou o café da manhã e foi direto para o trabalho.

Cayson o aguardava, como de costume, segurando uma xícara de café recém-feito.

Julian pegou a xícara, deu um gole e imediatamente fez uma careta. "Que droga é essa? Foi você quem fez essa porcaria?"

Cayson se encolheu, envergonhado, e estendeu a mão para pegar de volta. "Desculpe, senhor. Vou buscar outro."

Porém, em vez de sair, ele ficou parado ali, com o café na mão, como se estivesse tentando criar coragem para dizer algo.

Ainda remoendo a noite anterior, Julian o observou, impaciente. "Vai virar estátua agora ou vai falar?"

Cayson respirou fundo, endireitou os ombros e finalmente soltou: "Senhor, preciso te contar uma coisa."

"Fale."

"É sobre sua esposa."

Julian arqueou uma sobrancelha, esperando o que ouviria a seguir.

Engolindo em seco, Cayson continuou: "Ela me mandou uma mensagem ontem à noite..."

Um músculo se moveu levemente no rosto de Julian. "Ela te mandou uma mensagem? O que exatamente ela disse?"

Sem responder, Cayson simplesmente entregou seu celular para o chefe. "É melhor o senhor ler por conta própria."

Julian pegou o aparelho e olhou para a tela.

Lá estava a mensagem, curta e direta: "Oi. Você está disponível para passar a noite comigo?"

                         

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