Tarde Demais Para Amar: O Arrependimento do Magnata
img img Tarde Demais Para Amar: O Arrependimento do Magnata img Capítulo 4
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Capítulo 4

Isabella continuava com suas exigências.

Móveis novos, tapetes persas, obras de arte caríssimas.

Ricardo atendia a cada capricho, o rosto iluminado de felicidade.

Ele parecia um adolescente apaixonado, bajulando a namorada.

Eu os observava, a dor no peito se transformando em uma fria resignação.

Ele nunca me olhara daquela forma.

Para ele, eu era um objeto. Para ela, ele daria o mundo.

Uma tarde, entrei no meu quarto.

Isabella estava lá, mexendo nas minhas coisas.

Em suas mãos, uma pequena caixa de música de madeira.

Era da minha avó, a única lembrança que eu tinha dela.

Meu sangue gelou.

"O que você está fazendo?" perguntei, a voz trêmula de raiva.

Isabella sorriu, cruel.

"Que coisinha feia. Isso é seu?"

Ela segurou a caixa de música sobre o chão de mármore.

"Devolve. É importante para mim."

"Importante?" Ela riu. "Então, implore."

"O quê?"

"Ajoelhe-se. Peça com jeitinho. Talvez eu devolva."

Eu olhei para ela, para a caixa de música em suas mãos.

Minha avó. As canções de ninar. Minha infância.

Eu não podia perder aquilo.

Engoli meu orgulho, minha raiva, minha dor.

Dobrei os joelhos.

Ajoelhei-me no chão frio, diante dela.

"Por favor, Isabella. Devolva. É tudo o que tenho da minha avó."

As palavras saíram arrastadas, cheias de humilhação.

Isabella me olhou de cima, o desprezo em seus olhos.

"Patética."

Ela abriu a mão.

A caixa de música caiu, espatifando-se no chão.

Pedaços de madeira, pequenas engrenagens, a melodia silenciada para sempre.

Meu coração se quebrou junto.

Antes que eu pudesse reagir, Isabella gritou e se jogou no chão.

"Ai! Meu tornozelo! Sofia me empurrou!"

Ricardo entrou correndo no quarto.

Viu Isabella no chão, choramingando. Viu os restos da minha caixa de música.

"O que aconteceu aqui?" ele rosnou, olhando para mim.

"Ela me empurrou! Ela quebrou minha caixa de música!" Isabella gritou, apontando para mim.

"Não! Ela... ela deixou cair de propósito! E se jogou no chão!" Eu tentei me defender, mas minha voz era fraca, desacreditada.

Ricardo não me ouviu.

Ele se ajoelhou ao lado de Isabella, examinando o tornozelo dela com cuidado.

"Você está bem, meu amor?"

Ele se levantou, o rosto vermelho de fúria.

"Sua selvagem! Como ousa machucar a Isabella?"

Ele me agarrou pelo braço, com força.

"Você vai aprender a não tocar no que é meu!"

Ele me arrastou para fora do quarto, pelo corredor.

Abriu a porta de um pequeno depósito escuro e úmido nos fundos da área de serviço.

Me jogou lá dentro como um saco de lixo.

"Fique aí e pense no que fez!"

A porta bateu, a escuridão me engoliu.

Eu caí no chão frio, soluçando.

A dor da perda, da injustiça, da humilhação.

Era demais para suportar.

Fiquei ali, encolhida, tremendo de frio e de dor.

A febre voltou, mais forte.

Comecei a delirar.

"Ricardo... por que... eu te amei tanto... me arrependo... me arrependo..."

As palavras saíam da minha boca, perdidas na escuridão.

            
            

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