Tarde Demais Para Amar: O Arrependimento do Magnata
img img Tarde Demais Para Amar: O Arrependimento do Magnata img Capítulo 5
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Capítulo 5

Não sei quanto tempo fiquei naquele depósito.

Horas, talvez um dia inteiro.

Em algum momento, a porta se abriu.

Uma fresta de luz invadiu a escuridão.

Ricardo estava parado ali, a silhueta recortada contra a luz.

Ele me ouviu delirar? Ouviu meu arrependimento?

Eu não sabia, não me importava.

Acordei num quarto de hospital.

Limpo, branco, silencioso.

Ricardo estava sentado numa poltrona ao lado da cama, me observando.

Quando viu que eu estava acordada, ele se aproximou.

"Sofia... como se sente?"

Eu me encolhi. Não queria que ele me tocasse.

"Minha caixa de música," foi a única coisa que consegui dizer. Minha voz era rouca.

Ele pareceu surpreso.

Ricardo saiu do quarto e voltou minutos depois.

Em suas mãos, a caixa de música.

Estava remendada, colada. Mas as rachaduras eram visíveis.

A melodia nunca mais tocaria.

Ele colocou na minha mesinha de cabeceira.

"Mandei consertar. Sinto muito pelo que aconteceu."

Sente muito? Ele destruiu uma parte de mim e achava que colar os pedaços resolveria?

"Não foi nada," ele disse, minimizando. "Um pequeno acidente."

Um pequeno acidente. Minha dignidade esmagada, minha confiança traída.

"Nosso relacionamento," eu disse, a voz fria, sem emoção. "Era apenas um acordo, Ricardo. Eu sou sua acompanhante. Você me paga, eu cumpro meu papel. Nada mais."

Eu olhei nos olhos dele.

"Eu aceito minha posição. Não tenho mais expectativas."

Ricardo me olhou, chocado.

Ele esperava lágrimas? Súplicas?

A indiferença no meu rosto pareceu irritá-lo.

"O que você quer dizer com isso?" ele perguntou, a voz subindo.

Ele estava perdendo o controle sobre mim. E não gostava disso.

Antes que eu pudesse responder, o celular dele tocou.

Ele olhou para a tela. Isabella.

Seu rosto suavizou instantaneamente.

"Isa? Sim, estou aqui... Já estou indo."

Ele desligou, olhou para mim rapidamente.

"Preciso ir. Fique bem."

Ele saiu, me deixando sozinha no quarto de hospital.

Abandonada novamente.

Mas desta vez, não doeu tanto.

Eu estava anestesiada.

Olhei para a caixa de música remendada.

Ser uma "mulher mantida". Era isso que eu era.

Ele me dava presentes, cuidava de mim quando eu estava doente.

Mas não era amor. Era posse. Era conveniência.

Eu nunca fui amada de verdade por ele.

Apenas desejava, talvez. Usada, com certeza.

A diferença entre ser cuidada por obrigação e ser amada por sentimento era um abismo.

Um abismo que eu finalmente entendia.

Recebi alta no dia seguinte.

Voltei para o apartamento. Isabella estava lá, reinando absoluta.

Eu a ignorei.

Faltavam apenas dois dias para a minha partida.

Dois dias para a minha liberdade.

                         

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