O Sangue do Meu Filho: A Mais Cruel Traição
img img O Sangue do Meu Filho: A Mais Cruel Traição img Capítulo 5
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Capítulo 5

O impacto foi brutal. A cabeça de Lia bateu com força no volante, e Vasco gritou, agarrando-se ao braço, que ficara entalado.

Martim começou a chorar, apontando para Lia.

"Foi ela! Ela bateu em nós de propósito!"

Gonçalo saltou do carrinho e correu para Martim, sem sequer olhar para Lia ou Vasco.

"Estás bem, meu filho? Aquela mulher desastrada! Lia, não tens cuidado nenhum?" acusou-a imediatamente.

Beatriz também se aproximou, fingindo preocupação com Martim.

"Oh, meu pobrezinho! Lia, como pudeste ser tão imprudente? O Martim podia ter-se magoado a sério!"

Lia ignorou-os. Vasco chorava de dor. O seu braço estava inchado e com um ângulo estranho.

"Vasco, meu amor, vamos ao hospital." Tentou sair do carrinho, mas Gonçalo bloqueou-lhe o caminho.

"Onde pensas que vais? Primeiro, pede desculpa ao Martim."

"Pedir desculpa? Foi ele que nos atingiu! O Vasco está magoado!"

Gonçalo agarrou-a pelo pulso. "Pede desculpa, Lia. Ou o Martim vai ficar muito triste, e eu não quero isso. E tu não queres que o Vasco sofra mais, pois não?"

Chantagem. Outra vez. Usar o sofrimento do filho dela.

Lia olhou para o braço de Vasco, para os seus olhos cheios de lágrimas e dor.

Tinha de o proteger.

"Desculpa, Martim," disse ela, a voz a tremer de raiva e humilhação.

"De joelhos," sibilou Beatriz, com um sorriso cruel.

Gonçalo não disse nada. Apenas observava.

Lia olhou para o filho. Engoliu o orgulho, a raiva, a dor. E ajoelhou-se.

"Desculpa."

A humilhação era excruciante. Sentia os olhares de todos em cima dela.

Gonçalo pareceu surpreendido com o ato dela. Um lampejo de algo indecifrável passou-lhe pelo rosto.

Lia levantou-se, pegou em Vasco ao colo e correu para fora do parque, em direção ao hospital.

O braço de Vasco estava partido. O médico teve de o colocar no sítio, sem anestesia adequada para crianças pequenas em procedimentos de urgência. Vasco gritava de dor.

Lia segurava-lhe a mão, cantando baixinho para o acalmar, o coração a despedaçar-se a cada grito do filho.

Enquanto esperava que Vasco adormecesse sob o efeito dos analgésicos, ouviu a voz de Beatriz no corredor. Falava ao telemóvel com Gonçalo.

"Sim, querido, o Martim já está melhor. Foi só um susto. Mas, Gonçalo... e se a Lia se divorcia mesmo de ti? Eu não quero que fiques sozinho..." A voz dela era pura manipulação.

A resposta de Gonçalo foi clara, arrogante.

"Não te preocupes, Biazinha. A Lia nunca me deixaria. Ela ama-me demasiado. Um pouco de drama, e ela volta sempre para mim."

                         

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