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Estevão saiu de casa como se fosse um automato, não estava pensando na hora e não queria pensar agora, só queria caminhar e se afastar daquilo tudo, de todo aquele furacão que revirara sua vida inteirinha – nem mesmo sua mãe, que havia sido seu porto seguro aqueles anos todos escapara à grande devastação!
Por mais que se esforçasse não conseguia clarear a mente e, sendo assim, não respondia quando o cumprimentavam e quase foi atropelado ao cruzar algumas ruas. Seguia em frente como se fosse a única coisa de que era capaz no momento, andou por tanto tempo que de repente começou a sentir os músculos das pernas reclamarem, mas ainda não se sentia capaz de parar – alguma coisa o empurrava para a frente como se, ao parar, tudo desmancharia diante de si e ele próprio seria engolido junto.
De repente ouviu o som estridente e insistente de buzina, mas era incapaz de desviar o olhar ou parar, até que, de repente, um carro vermelho o fechou, impedindo que continuasse
"-Mas que diab..."- começou a dizer desviando os olhos para o motorista infeliz que ousava atrapalhar sua jornada em busca de paz, mas as palavras morreram em sua garganta quando contemplou aqueles olhos calorosos, dourados como um raio de sol, que tinham o poder de o aquecer por dentro: Carol.
Sentada ao volante, ela o encarava com ar sério e preocupado, as sobrancelhas franzidas em uma interrogação silenciosa.
"- Não me ouviu chamando-o? Está surdo de repente? - Indagou, sem obter nenhuma resposta. Estevão continuava com o olhar perdido, como se acabasse de despertar de um sonho perturbado e nem soubesse onde estava. Viu-o olhar ao redor, sem conseguir identificar o lugar e ela teve certeza de que ele realmente precisava de alguma ajuda. Suspirando ela acenou para o acento a seu lado e disse – Entra. Eu te dou uma carona."
Estevão tornou a olhá-la nos olhos, deu a volta e entrou no carro. Não pensou muito, só reagiu. Precisava de qualquer coisa que fosse real e que o trouxesse de volta ao mundo dos vivos.
Carol esperou ele entrar no carro e colocar o sinto de segurança, o que ele fez sem lhe dirigir o olhar e sem dizer palavra. Feito isso ele fixou o olhar em algo a sua frente e parecia tão perdido quanto no momento em que o encontrara caminhando feito zumbi pela rua, nem mesmo reagira quando buzinara e foi então que ela percebera que algo estava acontecendo e decidira ajudá-lo.
Com um suspiro de resignação Carol perguntou a ele:
"- Precisa que eu te leve em algum lugar, para casa...? - Carol não tirava os olhos dele, captando as mais sutis reações e ainda estranhando imenso tudo aquilo. Nunca o vira daquele jeito antes na vida! - Estevão! - chamou – Vamos me diga alguma coisa?" - Pediu ela.
"- Só me tire daqui, está bem? - olhou-a de verdade pela primeira vez naquela noite e percebeu que ela tinha os olhos muito abertos e o cenho franzido, sinal claro de preocupação e Estevão se odiou por fazê-la se preocupar, então disse – Lembra daquele lugar, o mirante - que tem aquela vista magnífica da cidade? - perguntou ele e emendou – poderia me deixar ali?"
Carol fez que sim com a cabeça e ligou o carro. Colocou uma música alegre no rádio, numa tentativa de melhorar o humor dele, mas foi em vão. Estevão voltou a se focar na estrada e não disse palavra.
Minutos mais tarde ela estacionou o carro, de frente para a o mirante e mesmo dentro do carro podiam desfrutar da belíssima paisagem do local e também a magnífica vista da cidade, no vale mais abaixo. Carol assobiou. O lugar tinha mesmo seu encanto e não era a toa que se tornara o ponto de encontro preferido dos casais de Greensborough. Ela mesma já havia tido alguns encontros ali.
Estevão respirou fundo e disse-lhe:
"- Carol, eu agradeço muito pelo que fez por mim, e - fez uma pequena pausa, curvou um pouco a cabeça, envergonhado - gostaria de pedir que não dissesse nada do que houve a ninguém, sabe como é cidade pequena?"- pediu. E olhou-a nos olhos.
"-Não se preocupe."
Ele lhe fez um gesto com a cabeça antes de sair do carro dela .
"-Obrigado." - disse da janela, dando as costas, se virou e foi até a beirada do mirante e sentou-se no chão, olhando sem ver de verdade, a bela vista que se descortinava diante de si.
Enquanto isso, no carro, Carol se debatia internamente, tentando decidir o que fazer: descia e ia se juntar a ele e tentar descobrir o que o havia posto naquele estado, voltar pra casa e esquecer o que acontecera, ligar para Marina e avisá-la onde ele estava? Carol não conseguia se decidir. Seu instinto a mandava ir embora, o mais longe possível daquele homem viril a sua frente, mas sua consciência a impelia a se certificar que ele estaria bem e dessa vez, sua consciência levou a melhor, só dessa vez. Mas não precisava ficar, talvez ligar para Marina fosse suficiente... no entanto, talvez eles houvessem brigado e uma interferência assim atrapalharia mais que ajudaria...mordendo o lábio inferior, ela se decidiu.
"- Droga."- praguejou baixinho descendo do seu utilitário vermelho e indo juntar-se a ele. Ao menos a vista era compensatória, pensou.
Sentiu que ela se aproximava e sorriu tristemente; instintivamente ele sabia que precisava dela e ficara feliz ao ouvir a porta do carro sendo aberta e fechada, e ao ouvir os passos leves de Carol atrás de si. Ergueu a cabeça para olhá-la quando ela parou do seu lado, olhando as luzes da cidade abaixo – Deus! Como ela era linda! Sua pele parecia o luar; seus olhos de um tom âmbar dourado chamejava sob o brilho das estrelas; os cabelos estavam presos num rabo de cavalo de onde pendiam cachos tão sedosos, que ele precisou fechar as mãos para resistir a tentação de enrolá-los em seus dedos. Carol usava um jeans claro e camiseta num tom pastel de rosa com um lindo filhote fofo de gato, que o fez sorrir de leve. A curva dos seios e do bumbum perfeitos o fez perder um pouco o ar. Voltou a olhá-la nos olhos e viu um brilho divertido neles – ela o pegara em flagrante, observando-a. Por um momento ele esqueceu de tudo, mas a dor lacinante no peito voltara com força total.
Carol sentou-se a seu lado na relva e olhou para a frente. Estevão fez o mesmo.
Ficaram um tempo enorme assim, em silêncio, desfrutando a companhia um do outro, sem a necessidade de palavras entre eles. Carol tomou coragem finalmente e quebrou o silêncio entre eles dizendo:
"- Trouxe alguma garota aqui, nos velhos tempos?" - e sorriu de leve ao olhar para ele, esperando fazer com que ele aos poucos falasse e se abrisse com ela.
Estevão deu de ombros em resposta e acrescentou:
"- Uma ou duas. Mas elas nada significaram para mim. Acontece que a garota que eu desejava trazer aqui era jovem demais..." - disse, olhando-a nos olhos, com um ar muito profundo e voz carregada. E devolveu:
"- Aquele seu noivo já a trouxe aqui?" - os olhos eram duros, bem como a voz, quando Ele lhe fez essa pergunta.
"- Oh, não. Simon não. Ele não é exatamente romântico." - disse olhando para o vale. Virou-se para ele e perguntou: "- Você por acaso é romântico? Nunca o imaginei capaz de ser romântico... acho que sempre o vi como um irmão mais velho, um protetor enquencreiro ..."- e sorriu, com os lábios e com os olhos,de um jeito tão meigo que Estevão por pouco não a tomou nos braços.
Um detalhe não lhe passou despercebido e Carol gemeu quando ele falou subtamente
"- Certo. Simon não. Mas alguém trouxe.Quem foi?" - seu rosto era impassível, o olhar feroz.
Carol até mesmo temeu que ele fosse capaz de alguma retaliação física aos seus pretendentes de um encontro só: Jim, Peter e David. E também houvera Richard, mas com ele foram pelo menos 3 encontros, pensou.
Ela o encarou desafiadora e disse secamente: "-Não é da sua conta." - e se voltou novamente para o vale. Quem ele pensava que era e que direitos achava que possuía sobre ela para exigir que lhe falasse da sua intimidade? Se queria ajudá-lo precisava focar no que o levara até aquele lugar e por que estava perambulando pela rua a pé e tão tarde? Será se ele ainda vivia em dificuldade? Uma rápida olhada para a figura emburrada a seu lado era suficiente para riscar esse possível problema de sua lista. Não cheirava a alcool, tabaco e nem havia sinais de estar drogado. Então ele possivelmente devia estar brigado com a mãe. Sentiu-se aliviada por não ter telefonado a ela e contado sobre o estado em que o encontrara. Marina já tinha uma certa idade, poderia se assustar e as coisas poderiam terminar mal.
"- Ouça, sei que já faz muito tempo e, apesar do modo como você me tratou antes de ir-se embora, costumávamos ser amigos e você sempre falava comigo. - fez uma pausa, esperando que ele absorvesse suas palavras e ponderasse a respeito e, quando percebeu sua expressão suavizar-se, continuou – Estevão fale comigo agora. O que aconteceu que foi capaz de deixá-lo tão abalado? Confie em mim? - pediu.
"- É complicado. Muito, muito, muito complicado. Nem eu sei se entendi bem o que aconteceu. - dobrou a perna direita e começou a remexer na grama com a mão esquerda. Olhou para o lado esquerdo por um longo momento; depois voltou-se para Carol, a voz falhava às vezes: Eu acabo de conhecer o meu pai e de saber que tenho uma irmã, dois anos mais nova que eu."
Carol abriu a boca, sem conseguir emitir palavra. Estava chocada!
Agora compreendia muito bem o estado de espírito de Estevão. Abriu e fechou a boca várias vezes sem conseguir encontrar algo adequado que pudesse lhe dizer.
"-Caramba! - e assoviou baixinho – Como foi que você descobriu? Foi um mero acaso ou Marina lhe contou?" - Estevão lhe deu um olhar de poucos amigos, de quem havia encerrado o assunto; um olhar que ela conhecera bem aqueles anos todos e que, como ele deveria se lembrar bem, ela nem sempre respeitara. "- Que foi? Você solta uma bomba atômica dessas e espera que eu não pergunte nada? Que não exija mais respostas? Já se esqueceu com quem está falando?" - Perguntou apontando os indicadores para si mesma e erguendo as duas sobrancelhas tão alto, que o fez rir ao se recordar de como ela era mesmo muito curiosa e irreverente, um dos muitos traços de Carol que faziam com ele jamais pensasse em mulher alguma exceto ela.
Ele suspirou, exasperado e vencido e fez-lhe um resumo de toda a história.
Carol ouvira com atenção e depois ficara muito calada. Quieta demais.
Estevão então se levantou e foi até uma pequena fonte que fora instalada ali recentemente; bom, ela não estivera lá anos atrás. Percebeu que havia alguns peixinhos ali e ficou observando-os enquanto Carol digeria tudo aquilo.
Estevão pensou nos pais, no amor juvenil e desesperado de ambos, pensou na mãe e em como realmente deveria ter sido dificílimo para ela; pensou na dor e no abandono do pai, mas não parava de pensar em si próprio, na infância dura que vivera, e, além das muitas privações materiais, descobrira que fora privado do amor do pai e de ter uma irmã. Sua pobre irmãzinha deve ter sido a que mais sofrera naquela história toda! Estevão nem podia imaginar como deveria ter sido difíl para Tereza crescer sem a mãe e com um pai tão magoado.Será se ela teria irmãos mais novos? Se tivesse, eles poderiam ter suprido essa parte de sua vida. Estevão não tivera irmãos. Nem padastro. Crescera sozinho e sem ninguém com quem partilhar o fardo de uma infância pobre e sem pai; ninguém que o comprendesse ou se importasse, ninguém além de Carol.
Estevão ainda pensava na irmã e já havia tomado uma decisão: pegaria o primeiro vôo para Nova York e procuraria a irmã. Maria Tereza Donahill.
Estevão se lembrou da primeira vez que a vira, uma mulher atraente, 1,75 de altura, pelo menos, uma pele morena que lembrara a sua mãe, precisava admitir, mas seu cerebro não registrara essa semelhança até então; Tinha os mesmos olhos verdes que ele e o pai, e cabelos castanho dourados, quase louros, como os do pai. Ela se apresentara como gerente de projetos da firma do pai, e assim os dois trabalhariam lado a lado naquela obra.
Tereza era sempre jovial, expansiva, gostava de abraçar e conversar com todos, mas ela o tratava de uma maneira muito especial, quase com adoração. Um dia ela lhe convidara para jantarem juntos e Estevão gelou – gostava muito dela, mas não a via como namorada. E se dissesse simplesmente que não e ela fosse embora e levasse a chance da vida dele consigo? Ele não permitiria aquilo, então decidiu que a única maneira seria sendo absurdamente sincero com ela e então ele disse que estava lisonjeado, mas que seu coração pertencia a outra. Ela o encarou com olhos arregalados por um segundo e depois desatou numa gargalhada, que o deixara desconcertado. Então ela simplesmente dissera;
" Não se preocupe, Estevão. Jamais o verei com esses olhos! Só quero sair, me divertir e não conheço ninguém aqui com quem possa sair, além de você. - sorrira, gentilmente, com um brilho diferente nos olhos. - Você é mais que um simples colega. Você é um amigo!"
E estevão sentia que era mesmo um amigo, mas algo no fundo do seu coração se inquietava – não gostava que outros homens se aproximassem, ficava preocupado quando ela saía para se divertir com as amigas que acabara fazendo na cidade – ninguém resistia ao seu jeito expansivo e caloroso de ser.
Quando a obra finalmente acabou e Estevão estava quase certo que se apaixonara por ela. Agora ele sabia que todo esse sentimento de posse era decorrente do sangue – eram irmãos. E ela sabia. Não conseguia entender por que não abrira o jogo com ele, por que o enganara por tanto tempo?
Céus! Por quê?
Estava tão perdido em seus pensamentos que não ouvira Carol se aproximar e abraçar-lo por trás, numa tentativa de consolá-lo, supunha. Estevão foi pego totalmente de surpresa com o contato inesperado e perdeu o ar, o corpo macio e quente estava quase colado ao seu e seu rosto repousou em suas costas, a respiração quente fazendo sua pele se arrepiar inteira. Passado o choque inicial, Estevão percebeu algo úmido em suas costas e entendeu que eram as lágrimas de Carol. Comovido, ele agarrou seus braços e fechou os olhos, incapaz de quebrar esse momento. Deus! A pele era ainda mais macia do que se lembrava! O perfume de Carol era como um entorpecente que o inebriava os sentidos!
Sem conseguir se conter, Estevão se virou e a tomou nos braços e sentiu o corpo de Carol estremecer suavemente. Bom. Isso era bom, era essa a resposta que ele precisava.
Estevão a abraçou tão forte, que Carol pensou que fosse quebrar;mas ela não conseguia evitar, não enquanto ele estava ali, tão ferido, precisando tanto se curar...ou será se era ela quem precisava de cura? Balançou a cabeça afastando os maus pensamentos e tentou se afastar, mas ele a segurou firme e a manteve onde estava. Por um momento ela sentiu como se pertencesse aquele lugar; como se fosse certo estar nos braços de Estevão; seus corpos se encaixavam e parecia que algo mais se encaixava; parecia que ... suspirou horrorizada e paralisada de medo de tais pensamentos! Afinal de contas ela era noiva de outro homem, pelo amor de Deus!
Estevão percebeu que ela despertara e queria fugir, mas ele não permitiria. Não senhor! Ele sentira sua entrega, a conexão que se formara entre ambos. Então, quando Carol tentou se libertar, ele tomou seu rosto em uma das mãos e fez com que o encarasse, de forma firme, mas muito gentil. Mergulhou de cabeça naquele lago quente e profundo dos olhos de Carol e viu que ela estava confusa e envergonhada e compadecida dos seus sofrimentos e isso novamente o comoveu. Ele repousou a testa na dela e pediu, o halito quente e fresco roçando seu rosto
"-Não me abandone também, Caroline. Fique aqui comigo,sim? Só você pode curar as feridas do meu passado; só você me acolheu antes...por favor, me acolha de novo e me deixe sentir vivo uma vez mais? - Pediu ele, num sussurro tão envolvente, que ela não tinha forças para resistir e se pegou dizendo a ele
"- Eu nunca fui embora. Eu sempre estive aqui" – Mesmo com os olhos dela fechados, Estevão percebeu a dor e a mágoa em suas palavras e praguejou em silêncio – Droga! Ela realmente sentira sua partida? Será se esperara por ele até desistir?
Sem pensar em mais nada, Estevão a beijou. Não um beijo suave, cheio de amor ou promessas. Não. Um beijo carregado de mágoas, ressentimentos, saudade, necessidade...um beijo tão profundo que Carol sentia-se tragada por um oceano de emoções contraditórias; mágoa, culpa, atração, desejo, e, apesar da força que os arrastava, havia tanta ternura e carinho que ela sentia-se afogar...mas não conseguia se separar de Estevão. Seus braços o envolveram pelo pescoço e suas mãos se enfiaram em seus cabelos. Como ele tinha cabelos tão macios? O perfume dele a embriagava e sua boca era possessiva sobre a de Carol.
Se beijaram, uma, duas, três...dez vezes...ela não sabia mais dizer.
Tão de repente quanto começou, ele pôs fim ao beijo, mas a estreitou mais em seus braços, a testa tornando a repousar sobre a sua, a respiração muito ofegante.
Carol tremia toda, inspirou profundamente, na tentativa de normalizar a respiração e os batimentos cardíacos e recuperar um pouco o controle. Tão logo abriu os olhos, se deparou com os olhos de Estevão sobre seu rosto, seu olhar estava escuro e profundo, mas havia um fogo que queimava-a por dentro; um calor que a fizera se sentir viva, como nunca havia sentido até agora. No momento em que se preparava para se afastar dos braços dele, ele a beijou na fronte, com um suspiro profundo.
Mas ela tinha de por um espaço entre ambos ou nem sabia o que mais poderia acontecer e não podia sequer pensar sobre isso. Não agora, com o casamento tão perto...
Reunindo toda sua coragem e força de vontade, Carol o empurrou, gentil,mas firmemente, e Estevão cedeu.
Embora não quisesse soltá-la nunca mais, sabia que precisava de tempo e paciência. No momento tinha muitas coisas para resolver, assuntos familiares para processar...Se Carol precisava de espaço, então ela teria espaço.
Mas nem morto ele iria se desculpar e se ela ousasse começar com alguma desculpa, ele a beijaria de novo e de novo e de novo...até ela admitir que ele, Estevão, era o homem certo pra ela.