Traída Pelo Amor, Salva Pelo Sacrifício
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Capítulo 4

Estela caiu para trás, seus pés não encontrando apoio. O mundo se tornou um borrão vertiginoso de movimento e dor enquanto ela caía pela longa e sinuosa escadaria. Ela aterrissou com um baque surdo no chão de mármore do hall de entrada.

Uma umidade quente e pegajosa se espalhou sob ela. Sangue. Ele se acumulou ao seu redor, manchando o mármore branco de um carmesim profundo e horripilante.

Um momento depois, Kátia também veio rolando escada abaixo, aterrissando teatralmente ao lado dela. O rosto de Kátia, no entanto, exibia um sorriso presunçoso e vitorioso.

"Vamos ver quem ele escolhe agora", Kátia sussurrou, apenas para Estela ouvir.

Júlio correu para o topo da escada, o rosto pálido de choque. Ele viu Estela, deitada em uma poça de seu próprio sangue, e suas pupilas se contraíram em alarme.

Por uma fração de segundo, ele se moveu em direção à sua esposa.

"Júlio!", Kátia gritou, a voz fraca e trêmula. "Ela me empurrou! Sinto muito, eu tentei dizer a ela que você a amava, mas ela ficou com tanta raiva..."

Júlio congelou. Seu olhar mudou da forma quebrada de Estela para o rosto manchado de lágrimas de Kátia. A preocupação momentânea por sua esposa desapareceu, substituída por uma fúria fria e dura.

Ele desceu as escadas, passando por cima de Estela sem um segundo olhar. Ajoelhou-se ao lado de Kátia, envolvendo-a em seus braços.

"Você está machucada?", ele perguntou, a voz cheia de pânico.

"Estou bem", Kátia sussurrou, fingindo bravura. "Você deveria ver a Estela. O bebê..."

"Não", disse Júlio, a mandíbula tensa. Ele segurou Kátia mais perto e, sem outro olhar para sua esposa sangrando e inconsciente, ele a carregou para fora.

Deitada no chão frio, Estela os viu partir. Um som estranho e quebrado borbulhou de seu peito. Era uma risada.

Ela riu e riu até que as lágrimas vieram, quentes e amargas, misturando-se com o sangue em sua bochecha.

Ela se lembrou de uma época em que um joelho ralado era tratado como uma ferida mortal. Agora, ele passava por cima de seu corpo sangrando.

Como ela tinha sido tola. Como tinha sido total e devastadoramente tola. As promessas de um homem não valiam nada.

Sua visão embaçou, as bordas escurecendo. A última coisa que ela viu antes de perder a consciência foi o branco imaculado do mármore, agora irrevogavelmente manchado.

Ela acordou em uma cama de hospital, o cheiro de antisséptico enchendo suas narinas. Uma enfermeira estava verificando seus sinais vitais.

Júlio estava perto da janela, de costas para ela, a postura rígida.

"Como está o bebê?", ele perguntou ao médico sem se virar.

O médico olhou para Estela, confuso. "Sr. Monteiro, não tenho certeza do que o senhor está falando. Em relação à gravidez, os registros de sua esposa mostram que há vários dias..."

Os olhos de Estela se arregalaram. Ela tinha que parar isso. Ainda não. O golpe final tinha que vir dela. Ela derrubou um copo de água da mesa de cabeceira. Ele se estilhaçou no chão.

O som quebrou a tensão. Júlio finalmente se virou, seu olhar caindo sobre ela. O breve lampejo de preocupação em seus olhos foi instantaneamente substituído por raiva.

"Você a empurrou", ele acusou, a voz baixa e venenosa. "Você empurrou a Kátia da escada."

Estela olhou para o médico e fez um pequeno, quase imperceptível aceno negativo com a cabeça. O médico, vendo o terror nos olhos de Estela, pareceu entender.

"Sr. Monteiro, sua esposa precisa descansar. Podemos discutir isso mais tarde", disse o médico, rapidamente levando a enfermeira para fora do quarto.

Eles estavam sozinhos.

Júlio caminhou até a cabeceira dela, o rosto uma máscara de fúria fria. "Kátia é tão gentil, tão indulgente. E você... você simplesmente não consegue parar, não é? Você tinha que machucá-la."

"Ela me empurrou, Júlio", disse Estela, a voz fraca, mas firme.

"Não minta para mim!", ele retrucou. "Kátia é uma flor delicada. Ela não machucaria uma mosca. Como ela poderia te empurrar?"

"Verifique as câmeras de segurança", disse Estela, a voz ganhando força. "Elas vão te mostrar a verdade."

Por um momento, ele vacilou. Um lampejo de dúvida cruzou seu rosto. Mas então sua mandíbula se apertou. "Eu não preciso verificar câmera nenhuma! Eu confio no que vejo com meus próprios olhos, e eu vi as lágrimas dela!"

Nesse momento, Kátia apareceu na porta, mancando dramaticamente, o rosto um retrato de inocência chorosa.

"Júlio, não a culpe", ela soluçou, agarrando o braço dele. "A culpa foi minha. Eu não deveria ter vindo. Eu vou embora. Vou deixar vocês dois em paz."

"Não", disse Júlio instantaneamente, puxando-a para um abraço protetor. "Você não vai a lugar nenhum."

Ele olhou por cima do ombro de Kátia para Estela, os olhos cheios de um fogo possessivo.

"Você vê o que fez?", ele disse, a voz escorrendo ameaça. "Você está fora de controle. Você precisa ser punida."

            
            

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