Seu Amor Imprudente, o Amargo Fim Dela
img img Seu Amor Imprudente, o Amargo Fim Dela img Capítulo 3
3
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
Capítulo 23 img
Capítulo 24 img
Capítulo 25 img
Capítulo 26 img
img
  /  1
img

Capítulo 3

Lucas correu para frente, empurrando Laura para o lado sem pensar duas vezes.

- Laura!

Ela tropeçou, suas costas batendo com força na quina de uma cadeira da sala de espera. Uma dor aguda e lancinante atravessou sua lombar, e pontos pretos dançaram em sua visão. Ela ofegou, incapaz de se levantar.

Lucas nem sequer olhou para ela. Ele já estava no chão, embalando Kássia em seus braços.

- Lucas - Kássia soluçou, enterrando o rosto em seu peito. - Ela... ela disse coisas horríveis. Disse que eu era uma vagabunda, que o bebê não era seu. Depois ela me bateu! - Ela agarrou sua barriga. - Ah, o bebê... estou com tanto medo, Lucas. E se acontecer alguma coisa com o nosso bebê?

O rosto de Lucas, que estava suave de preocupação por Kássia, tornou-se uma pedra ao olhar para Laura. Ele gentilmente deitou Kássia de volta e se levantou, seus olhos queimando com um fogo frio.

Ele caminhou em direção a Laura e, sem uma palavra, deu-lhe um tapa no rosto.

A força do golpe a fez cambalear. Seu ouvido zumbiu, e o gosto metálico de sangue encheu sua boca. Por um momento, ela estava de volta ao pátio do orfanato, observando um jovem Lucas, com os punhos machucados e ensanguentados, depois de ter lutado com meninos mais velhos que a provocavam. Ele pegou a mão dela então e jurou: "Eu nunca vou deixar ninguém te machucar, Laura. Nunca."

A memória era tão vívida, tão dolorosa, que levou um segundo para ela registrar que a pessoa que acabara de golpeá-la era aquele mesmo menino, agora um homem que a olhava com nada além de ódio.

A dor em seu coração era muito pior do que a ardência em sua bochecha. Ela lentamente levantou a cabeça, seus olhos se encontrando com os dele.

Por um momento fugaz, ela viu algo piscar em seu olhar. Um lampejo de dúvida, de dor. Sua mão, levantada para um segundo golpe, congelou no ar enquanto ele observava seu rosto pálido e o filete de sangue no canto de sua boca.

Mas então Kássia soltou um gemido de dor do chão, e o momento se foi.

O rosto de Lucas endureceu novamente. Todos os vestígios de suavidade desapareceram, substituídos por uma fúria fria.

- Nunca mais toque nela - ele rosnou. - Se algo acontecer com ela ou com meu filho, eu te mato.

Ele pegou Kássia nos braços e se afastou, deixando Laura no chão. Ao passar, Kássia, aninhada em seus braços, virou a cabeça e lançou a Laura um olhar de pura e triunfante malícia.

Laura tentou se levantar, mas a dor em suas costas era excruciante. Ela se ergueu com os braços, apenas para desabar de volta no chão frio de linóleo. Tentou de novo, e de novo, seu corpo se recusando a obedecer.

As pessoas no corredor começaram a olhar, a sussurrar.

- Aquele não é o Lucas Almeida?

- Quem é a garota no chão? Ela parece patética.

- Ouvi dizer que ela é a ex obcecada dele. Uma maluca perseguidora tentando separar ele e a namorada grávida.

Os sussurros ficaram mais altos, cheios de desprezo e nojo. O peso do julgamento deles era sufocante. Laura cobriu os ouvidos, mas não conseguiu bloquear o som. Não conseguiu bloquear a dor.

Um soluço escapou de seus lábios, depois outro. As paredes cuidadosamente construídas que ela havia erguido ao redor de seu coração desmoronaram, e ela desabou, seu corpo tremendo com lágrimas viscerais e sem esperança.

Dois dos seguranças de Lucas apareceram. Eles agarraram seus braços, seus apertos rudes e impessoais, e a arrastaram para fora do hospital, ignorando seus gritos de dor.

Eles não a levaram para casa. Eles a jogaram em um freezer de um dos restaurantes dos Almeida. A porta se fechou com um estrondo, mergulhando-a em uma escuridão gélida.

- O chefe disse que você precisa esfriar a cabeça - disse um dos guardas através da porta.

Ela se encolheu em uma bola no chão congelado, o frio se infiltrando através de sua fina camisola de hospital. Mas o frio em seu coração era muito pior. Ela pensou em Lucas, o menino que uma vez largou seu emprego de meio período e arrumou mais dois só para que ela pudesse pagar seus livros da faculdade. O menino que segurou sua mão e prometeu que nunca a deixaria sofrer.

Agora, ele era a fonte de todo o seu sofrimento.

O frio, a dor e o desespero absoluto eram demais. Seu corpo finalmente desistiu, e ela mergulhou na inconsciência.

Ela acordou na mesma cama de hospital. Estava se tornando um ciclo deprimentemente familiar.

O rosto do médico estava ainda mais grave desta vez.

- Seus rins estão falhando, Senhorita Santos. A exposição ao frio extremo acelerou o processo. Além disso, suas costas estão gravemente feridas. - Ele a olhou com pena. - Você está usando uma sonda urinária. Sinto muito. Seu corpo está sob imensa pressão.

Sua vontade de viver se fora. Parecia que ninguém no mundo queria que ela sobrevivesse. Nem Lucas, nem sua família. Talvez fosse melhor assim.

Ela ficou no hospital por uma semana. Lucas nunca veio. Ele nunca ligou.

Quando finalmente recebeu alta, ela voltou para a casa. Ele estava sentado no sofá, olhando para o telefone. Ele ergueu o olhar quando ela entrou, seus olhos percorrendo sua figura esquelética e as olheiras sob seus olhos. Não havia pena em sua expressão, nem remorso.

Ele apenas parecia irritado.

- A Kássia vai dar uma festa de aniversário na próxima semana - disse ele, sua voz casual, como se estivesse discutindo o tempo. - Eu preciso que você esteja lá.

Laura o encarou, sua mente lutando para compreender a crueldade de seu pedido.

- Você vai subir no palco - ele continuou, seu tom não deixando espaço para discussão - e vai pedir desculpas a ela na frente de todo mundo.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022