A Refém do Capo - Tudo por uma família "feliz"
img img A Refém do Capo - Tudo por uma família "feliz" img Capítulo 10 Você me abandanou
10
Capítulo 11 Divergências conjugais passadas img
Capítulo 12 Mulher ardilosa img
Capítulo 13 Ponto fraco img
Capítulo 14 Uma madrasta exemplar img
Capítulo 15 Uma família feliz img
Capítulo 16 Ela roubou img
Capítulo 17 Um momento a sós img
Capítulo 18 Não roubei nada! img
Capítulo 19 O atrevimento de Giovanna Harrison img
Capítulo 20 As duas amigas img
Capítulo 21 A briga na cozinha img
Capítulo 22 Saia da minha casa img
Capítulo 23 Assuntos da minha família img
Capítulo 24 Uma fera img
Capítulo 25 Desejo proibido img
Capítulo 26 A raiva de Eros img
Capítulo 27 A autoridade de Eros img
Capítulo 28 Você me protege img
Capítulo 29 Limpe essa bagunça img
Capítulo 30 Grávida img
Capítulo 31 A verdadeira culpada img
Capítulo 32 Bisbilhotando img
Capítulo 33 Motivos egoístas img
Capítulo 34 Plano diabólico img
Capítulo 35 Assassina img
Capítulo 36 Veneno img
Capítulo 37 Condenada img
Capítulo 38 O pai desesperado img
Capítulo 39 Submissão img
Capítulo 40 Rendição img
Capítulo 41 Inocência img
Capítulo 42 A sua ex fugiu img
Capítulo 43 Não toque nela! img
Capítulo 44 Salve o nosso filho img
Capítulo 45 O monstro img
Capítulo 46 Minha prioridade img
img
  /  1
img

Capítulo 10 Você me abandanou

Carina envolveu os braços em torno do corpo. Tentou falar e não conseguiu. A boca estava seca e os batimentos cardíacos rápidos demais.

- Eu... - tentou se pronunciar, mas foi interrompida pela noiva de seu ex-marido.

- Onde está o Ryan? - Desta vez, Verônica perguntou ao segurança.

- Estou aqui! - Arrogante ao extremo, Ryan respondeu assim que adentrou a sala.

- O que ela faz aqui? - Verônica apontou para Carina, exibindo as unhas bem manicuradas.

- Vamos falar sobre isso em particular...

- Não, Ryan. Mande ela embora! - A voz esganiçada de Verônia exigiu.

Baixando o olhar, Carina suspirou. Mais uma vez, ela continuava sendo a causadora de tumulto na casa de um Gambino.

- Otávio, leve a minha hóspede até o quarto do meu filho.

- Sim, signor! - Resignado, o segurança indicou o caminho para Carina.

Sem olhar para trás, saiu dali, deixando a hostilidade entre o ex e a atual noiva dele no auge.

- Que diabos está fazendo, Ryan? - Ultrajada, Verônica disparou.

- Querida, o meu filho não estava comendo e não para de chorar.

- Não estaríamos passando por essa situação se você tivesse mandando o Giulio para o colégio...

Irritado, Ryan foi para o lado oposto. Através do reflexo do vidro da janela, vislumbrou o vinco na testa.

- Se o meu filho não se adaptar em trinta dias, vou mandá-lo para colégio interno. - Ele tentou dissuadir Verônica do mesmo jeito que fez com Carina.

Ryan virou devagar para a noiva. O olhar de Verônica se prendeu aos lábios carnudos. A boca máscula tinha o poder de seduzir e persuadir com vãs promessas que nem ele mesmo sabia se tinha a capacidade de cumprir.

- E se a sua ex falar mal de mim para o seu filho? - Num tom mais brando, Verônica perguntou enquanto chegava perto de Ryan.

- Otávio está de olho... aliás, a babá dele chega amanhã. - Dando um passo atrás, Ryan mencionou.

Pondo a mão sobre a blusa de linho que se ajustava ao peitoral largo, Verônica acariciou e então repousou a cabeça sobre o ombro do noivo. Não tinha a mínima intenção de ajudar na adaptação do enteado e muito menos de prolongar a estadia de Carina naquela casa.

- Com licença, signor! - O assistente pediu assim que apareceu na sala.

- Fale.

- Os documentos estão prontos. O seu advogado solicitou que lesse atentamente antes de assinar. - O funcionário informou,

Distanciando-se da noiva, Ryan foi até o assistente, apanhou o iPad e tocou na tela enquanto lia cada parágrafo atentamente.

Conforme o noivo se distraía com a leitura, Verônica deixou a sala. Entrou no elevador que a levaria para o andar superior. Ajeitou as madeixas com fios bem hidratados sobre os ombros e analisou o rosto bem maquiado antes que as portas se abrissem no andar superior. Cuidava da aparência externa e, ao mesmo tempo, a sua mente maquinava uma forma de se aproximar do pequeno Giulio longe do olhar dos pais e daquele segurança que foi incumbido de seguir mãe e filho pra todo lado.

No segundo piso, dava para escutar as pirraças da criança.

- Venha, é por aqui, signorita. - Otávio indicou a porta entreaberta com um gesto de mão.

- Quer ver o cavalo?

- Não, quero a minha mamãe... - Birrento, Giulio dizia.

O coração de Karina se apertou e um nó já tinha se formado em sua garganta. Cuidadosa, ela empurrou a porta e então, abriu os braços ao ver o filho choroso.

- Mamãe! - Sorrindo, Giulio levantou os braços e correu em sua direção.

- Oi, amorzinho.

Carina segurou o filho no colo, dando-lhe um abraço caloroso.

- Por favor, não vai embora, mamãe. Me leva com você... - A criança pediu enquanto choramingava.

Então, aquela foi a desculpa patética que deram para o filho. Ela nem ao menos teve a chance de lutar depois que foi dopada.

- Não, meu docinho. Não vou embora. - A voz de Carina estava embargada.

- A bruxa má disse que você me abandanou.

Sentada na poltrona azul ao lado da cama infantil do amplo quarto, Carmela apertou os lábios.

- Meu filho, não diga mais isso. - Com carinho, Verônica repreendeu. - A signorita Martini é a noiva do seu pai e sua madrasta.

Os bracinhos do pequeno Giulio envolveram o pescoço da mãe. O rosto estava encostado no pescoço de Carina.

- Sente aqui! - Ao levantar, Carmela cedeu o lugar. - Trouxe um lanche pro Giulinho, mas ele se recusa a comer.

Pacientemente, a mãe rumou pelo quarto e acomodou-se na poltrona. Ela ajeitou as costas, sentindo a maciez do estofado.

O nariz afilado de Carina afundou nos cabelos do filho, onde depositou um beijo no topo da cabeça. A mão afagava o rosto do menino que, pouco a pouco, ficava mais calmo.

- Vou preparar alguma coisa pra você comer e não aceito não como resposta... - disse Carmela antes de deixar o quarto. - Volto logo!

Sob o olhar atento do segurança, Carina continuava dando conforto ao filho. Os olhos percorreram pelo enorme quarto com paredes azuis claras. As prateleiras exibiam bonecos de super-heróis e carros. Alguns ainda estavam dentro da caixa.

- Tô com fome, mamãe... - disse a criança ao se mover em seu colo.

O segurança de meia-idade notou a mudança súbita no humor da criança. Otávio observou quando Giulio desceu do colo da mãe e foi comer o lanche que Carmella insistia para ingerir minutos atrás.

- Vamos ver o cavalo... - mastigando, o menino sugeriu.

- Filho, não fale de boca cheia, não é educado... - O tom sereno corrigiu.

Pegando o copo, Giulio bebericou o suco de laranja. Depois de engolir, voltou na direção de Carina.

- Vem, mãe, vamos ver os cavalos.

Ela estava a ponto de responder quando viu Otávio mover a cabeça, negando.

- Que tal brincarmos com o lego... - apontou para a maleta amarela.

Sem hesitar, o garotinho foi pegar o brinquedo.

Naquela tarde, não houve choros e birras. Apenas sorrisos infantis que compartilhavam uma boa energia.

Atrás de sua mesa no escritório, Ryan assistia a tudo. O filho era apegado à mãe e isso era inquestionável.

Ryan pegou a taça de cristal. Levou aos lábios e sorveu todo bourbon.

Os olhos escuros se desviaram da tela e se voltaram para as folhas impressas do documento que estavam sobre a mesa.

Leves batidas atraíram sua atenção para a porta. Pegando os documentos, ele jogou sobre a gaveta aberta e depois, fechou.

- Entre.

Espremeu o olhar e passou a mão pela barba que modelava o seu queixo quadrado com uma leve protuberância no queixo.

- Com licença, signor! - Educadamente, Carmela pediu ao passar pela porta.

- Sim, Carmela.

Embora a senhora de meia idade tivesse trabalhado como cozinheira dos Gambino desde que era criança, Ryan decidiu promovê-la como sua governanta de sua casa na fazenda. Precisava de algum rosto conhecido em meio a tantos funcionários novos.

- O jantar está servido. A sua noiva e sua sogra estão te esperando...

- Diga que já vou - disse Ryan friamente.

Ele desviou o olhar de sua nova governanta para a tela de seu computador ao notar o movimento de sua ex pelo quarto do filho. Carina colocava o menino na cama e cobria com um cobertor azul com estampas no Superman.

- Espere. - Ryan pediu antes que a funcionária cruzasse a porta.

- Sí, signor!

- Peça a Carina que venha ao meu escritório.

- Claro. - Resiliente, confirmou com a cabeça.

No corredor, Carmela andava e rezava silenciosamente pela jovem mãe e pela criança antes de transmitir a ordem de seu chefe.

                         

COPYRIGHT(©) 2022