A Refém do Capo - Tudo por uma família "feliz"
img img A Refém do Capo - Tudo por uma família "feliz" img Capítulo 9 Vigie a minha ex
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Capítulo 11 Divergências conjugais passadas img
Capítulo 12 Mulher ardilosa img
Capítulo 13 Ponto fraco img
Capítulo 14 Uma madrasta exemplar img
Capítulo 15 Uma família feliz img
Capítulo 16 Ela roubou img
Capítulo 17 Um momento a sós img
Capítulo 18 Não roubei nada! img
Capítulo 19 O atrevimento de Giovanna Harrison img
Capítulo 20 As duas amigas img
Capítulo 21 A briga na cozinha img
Capítulo 22 Saia da minha casa img
Capítulo 23 Assuntos da minha família img
Capítulo 24 Uma fera img
Capítulo 25 Desejo proibido img
Capítulo 26 A raiva de Eros img
Capítulo 27 A autoridade de Eros img
Capítulo 28 Você me protege img
Capítulo 29 Limpe essa bagunça img
Capítulo 30 Grávida img
Capítulo 31 A verdadeira culpada img
Capítulo 32 Bisbilhotando img
Capítulo 33 Motivos egoístas img
Capítulo 34 Plano diabólico img
Capítulo 35 Assassina img
Capítulo 36 Veneno img
Capítulo 37 Condenada img
Capítulo 38 O pai desesperado img
Capítulo 39 Submissão img
Capítulo 40 Rendição img
Capítulo 41 Inocência img
Capítulo 42 A sua ex fugiu img
Capítulo 43 Não toque nela! img
Capítulo 44 Salve o nosso filho img
Capítulo 45 O monstro img
Capítulo 46 Minha prioridade img
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Capítulo 9 Vigie a minha ex

Carina virou o rosto para a janela, recusando-se a responder. Lá embaixo, a cidade se afastava, com suas cúpulas renascentistas, ruas estreitas e vielas históricas. A beleza de Florença diminuía até tornar-se um conjunto de formas e cores vistas do alto.

A viagem se prolongou em silêncio. O ruído constante das hélices preenchia o espaço entre eles. Carina mantinha os olhos fixos no horizonte, tentando controlar a respiração. Ao lado, Ryan se mostrava que sabia o que fazia com a postura ereta e a mão firme no manche.

Quando sobrevoaram a região da Toscana, ela não resistiu a observar as colinas suaves, os vinhedos intermináveis e as vilas antigas que pontuavam a paisagem. A beleza era inegável, mas nada atenuava a saudades que sentia do seu filho.

Depois de algum tempo, o verde ondulado deu lugar a áreas mais urbanizadas. O helicóptero avançava em direção à Lombardia, a região mais rica e industrializada do país. A partir do alto, Carina viu fábricas, rodovias movimentadas e cidades que se expandiram como tentáculos modernos sobre terras antigas.

- Castello di Brianza - Ryan anunciou, inclinando o queixo para a paisagem à frente.

Carina acompanhou o olhar dele. Abaixo, surgia uma área vasta, marcada por propriedades muradas e campos cuidadosamente cultivados. No coração daquela região, uma imensa fazenda se destacava.

A aterrissagem foi precisa, sem sobressaltos. Ryan guiou a aeronave com maestria até que pousaram num heliponto cercado de ciprestes altos. O som das hélices foi diminuindo até cessar por completo.

Carina respirou fundo, tentando recompor-se. Desprendeu o cinto e aguardou. Ryan saiu primeiro, estendendo a mão para ela. Por um instante, pensou em recusar, mas a altura da descida a obrigou a aceitar o gesto. Inesperadamente, as mãos compridas seguraram em sua cintura firmemente, sustentando-a até colocá-la no chão.

O ar da Lombardia era diferente. Mais seco, impregnado de cheiro de terra e metal, como se a proximidade das indústrias convivesse lado a lado com os campos férteis. Carina ergueu o olhar e contemplou o cenário à frente.

A propriedade que Ryan agora chamava de lar era imponente. Uma casa senhorial erguia-se no centro, em estilo tradicional, com muros altos que protegiam a estrutura.

Em volta, tinha hectares de terras cultivadas, vinhedos alinhados, oliveiras centenárias. Ao fundo, armazéns modernos e galpões denunciavam a presença de negócios que iam além da agricultura.

Não era apenas uma fazenda. Era um feudo, um território dominado por um reino privado, onde Ryan exercia poder absoluto.

- Bem-vinda a Castello di Brianza - ele anunciou, sem tirar os olhos dos seus.

- Parece mais um império cercado de grades. - A resposta veio cheia de ironia.

Ryan não reagiu de imediato. Só ergueu uma sobrancelha e avançou alguns passos à frente, com as mãos nos bolsos, como se fosse dono não apenas da terra, mas também do ar que respiravam.

- É um lugar seguro para Giulio. - A afirmação dele soou como sentença. - E para você, enquanto permanecer sob o meu teto.

Carina contraiu o olhar, absorvendo cada detalhe do que via. O jardim principal bem cuidado. Os guardas discretos circulavam, atentos, disfarçados entre trabalhadores. Não havia dúvida: aquele espaço era mais que uma residência; era um reduto da máfia, protegido por uma rede de lealdades e medo.

- Quero ver o meu filho!

- Vamos. - Ryan foi na frente.

Imersa na vegetação e tranquilidade dos bosques a suntuosa mansão ampla tinha um jardim privativo e piquete para cavalos.

- Giulio já viu os cavalos? - Perguntou, sem olhar para o ex.

- Não... ele só sabe fazer pirraça e chorar.

Ao virar o rosto para a varanda, ela notou o grupo de seguranças que tomavam conta de uma das entradas. Se Carina quisesse alcançar o filho, teria que passar não apenas Ryan, mas todo o mundo que girava em torno dele.

- Se ele não se adaptar em trintas dias, eu posso levá-lo comigo, certo? - questionou o homem com os ombros erguidos que seguia na sua frente.

Ryan deteve os passos e voltou-se para ela.

- Não tente nenhuma gracinha, Carina... - proferiu, antes de sinalizar para Otávio, que aguardava a alguns metros. - Já conheço suas artimanhas e por isso, tenho alguém que vai monitorar os seus passos.

Não era muito diferente da maneira como ela vivia na villa de Don Gambino em Florença.

- Otávio, vigie a minha ex.

O segurança aproximou-se em silêncio, pronto para conduzi-la para dentro. Carina respirou fundo, tentando reunir coragem. Estava no coração da Lombardia, mas ainda permanecia sob o domínio do homem que ela amava e, ao mesmo tempo, odiava.

Passando pelo hall, ela observou a mulher de cabelos castanhos avermelhados no espelho acima do aparador clássico. Estava abatida, com mas de olheiras profundas em volta do olhar caído. O semblante abatido exibia a sua batalha interior para engolir o orgulho e continuar se submetendo ao ex-marido que por anos conseguia roubar a sua alegria sempre que a afastava do filho.

Mal tinha chegado à sala de estar, quando foi recebida pela voz esganiçada da mulher que se achava a rainha da casa.

As sobrancelhas bem feitas da noiva de Ryan se juntavam na altura do nariz, deixando óbvio que não estava feliz com a sua presença.

- O que faz aqui, insolente? - Verônica perguntou.

            
            

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