A Refém do Capo - Tudo por uma família "feliz"
img img A Refém do Capo - Tudo por uma família "feliz" img Capítulo 4 Faxineira
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Capítulo 11 Divergências conjugais passadas img
Capítulo 12 Mulher ardilosa img
Capítulo 13 Ponto fraco img
Capítulo 14 Uma madrasta exemplar img
Capítulo 15 Uma família feliz img
Capítulo 16 Ela roubou img
Capítulo 17 Um momento a sós img
Capítulo 18 Não roubei nada! img
Capítulo 19 O atrevimento de Giovanna Harrison img
Capítulo 20 As duas amigas img
Capítulo 21 A briga na cozinha img
Capítulo 22 Saia da minha casa img
Capítulo 23 Assuntos da minha família img
Capítulo 24 Uma fera img
Capítulo 25 Desejo proibido img
Capítulo 26 A raiva de Eros img
Capítulo 27 A autoridade de Eros img
Capítulo 28 Você me protege img
Capítulo 29 Limpe essa bagunça img
Capítulo 30 Grávida img
Capítulo 31 A verdadeira culpada img
Capítulo 32 Bisbilhotando img
Capítulo 33 Motivos egoístas img
Capítulo 34 Plano diabólico img
Capítulo 35 Assassina img
Capítulo 36 Veneno img
Capítulo 37 Condenada img
Capítulo 38 O pai desesperado img
Capítulo 39 Submissão img
Capítulo 40 Rendição img
Capítulo 41 Inocência img
Capítulo 42 A sua ex fugiu img
Capítulo 43 Não toque nela! img
Capítulo 44 Salve o nosso filho img
Capítulo 45 O monstro img
Capítulo 46 Minha prioridade img
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Capítulo 4 Faxineira

- Mamãe! - A voz terna chamou da porta do quarto.

Automaticamente, Carina parou como se o chamado do filho fosse um imã, atraindo ela de volta.

- Vai brigar com a bruxa...

A gargalha de Bella ressoou no imenso corredor.

Apreensiva, Carina fitou uma das câmeras que mexia no alto da parede revestida por papel em arabesco.

- Filho, você tem que comer tudo...

- Você também, mamãe.

- Verdade, Carina, precisa se alimentar...

Dando meia volta, ela retomou o caminho. Segurou a mão pequena do filho, mas parou na entrada de seu quarto.

- Não desista! - Bella aconselhou. - Por amor a um filho, somos capazes de tudo. - Enfatizou. - No fim de semana, vou trazer os primos. - Desta vez, ela se agachou enquanto falava com o sobrinho.

Deu uma apertada leve nas bochechas de Giulio.

- Convence a sua mãe a comer tudo... Hai capito?

- Ho capito, tia Bella! - O menino respondeu e então, mostrou os dentinhos de leite num sorriso.

- Arrivederci, bambino... - Bella se despediu e em seguida, deu um beijo no topo da cabeça da criança.

Ao levantar, esticou os lábios num sorriso para a ex-cunhada.

- Até breve, Carina.

Carina entrou no quarto e fechou a porta atrás de si. Lá dentro, o ambiente era carregado de afeto, medo e ternura.

Cada gesto de Carina revelava humanidade, fragilidade e força ao mesmo tempo.

Após o jantar, ela sentou-se na beira da cama, com Giulio nos braços, sentindo cada batida do coração dele contra o seu peito. Seus olhos se fixaram na porta, como se preverem cada passo que poderia acontecer. Ela sabia que cada movimento seu estava sendo vigiado, cada respiração medida pela presença distante e opressiva de Ryan.

Mais tarde, quando a noite se aprofundou e as sombras tomaram conta da casa, Ryan aproximou-se do quarto em passos cautelosos. Ela levantou os olhos, sentindo uma mistura de temor e desespero.

O som da porta sendo destrancada fez seu coração saltar mais rápido. Ela fechou as pálpebras com força e fingiu estar dormindo.

Ao entrar, Ryan parou ao lado da cama, observando Carina e Giulio.

Embora o seu ex-marido não dissesse uma palavra. O simples fato dele estar olhando era suficiente para lhe dar medo. Carina sentiu o peso de sua presença como uma pressão física sobre seu peito. O menino se encolheu levemente nos braços da mãe, mas continuou a dormir.

- Boa noite - disse Ryan num tom quase sussurrante.

Carina manteve-se firme, apesar do temor. Segurou Giulio com mais força, como se seu abraço pudesse criar uma barreira invisível contra o inevitável.

A inquietação perdurou por alguns instantes. Carina respirou fundo, tentando projetar uma serenidade que não sentia.

Finalmente, Ryan desviou o olhar, saiu de perto e foi para a saída.

Quando a porta se fechou, Carina deixou escapar um suspiro contido, fechando os olhos por um instante. O quarto parecia pequeno demais para abrigar tanta tensão, mas era o único refúgio que possuía. Ela acariciou os cabelos de Giulio, sentindo o calor do corpo dele contra o seu, e prometeu silenciosamente que faria tudo para proteger e cuidar do filho, mesmo que o mundo lá fora fosse frio e implacável.

Carina sentou à beira da cama, com os olhos fixos na porta Esperou o som do tropel dos passos desaparecerem até e a certeza de que o ex-marido não voltaria para ronda noturna em seu quarto pela madrugada.

_______________

Na manhã seguinte, o café da mansão estava servido no salão principal, como sempre. O aroma de café forte, frutas frescas e pães recém-assados pairava no ar. Os empregados corriam de um lado para o outro, arrumando os detalhes para o desjejum matinal da família Gambino.

Carina estava com Giulio no colo, tentando fazer o pequeno comer um pedaço de pão com geleia. O menino permanecia calado, o olhar perdido, ainda abalado.

Desde que Bella lhe contou sobre a intenção de Verônica mandar Giulio para o colégio interno, Carina não dormiu direito. Após a visita de Ryan pela madrugada, ela trancou a porta e passou a noite sentada à beira da cama do filho, observando sua respiração, lutando contra o medo de que ele estivesse sendo afetado por tudo aquilo.

Ao longe, ela ouviu os passos pesados. O som grave, marcado, que ela reconheceria até de olhos fechados.

Ryan adentrou no salão com o mesmo ar despretensioso de sempre. Terno italiano preto feito sob medida e calçados oxford da mesma cor. Ele parou na porta e os olhos escuros caíram direto sobre Carina.

Por um segundo, o olhar de Ryan desceu para as mãos dela, ainda com pequenos curativos improvisados nas pontas dos dedos, resultado dos cortes dos cacos de vidro da noite anterior.

Ela disfarçou, escondendo as mãos no colo. Ryan respirou fundo. Não disse nada. Seguiu para o outro lado da mesa, onde Verônica já o esperava com um sorriso largo,

- Buongiorno, amore. Dormiu bem? - A mulher perguntou com a voz açucarada, inclinando-se para beijá-lo.

Ryan não respondeu o suficiente para agradá-la. Deu apenas um aceno vago.

Mas Carina não deixou de notar que os olhos dele continuavam nela.

Quando Giulio deixou escapar um choramingo, Ryan apertou os olhos.

Percebendo o incômodo, Verônica sorriu satisfeita. "Preciso me livrar desse pirralho de uma vez por todas", falou consigo mesma em pensamentos.

- Ouvi dizer que a mamãe do seu filho resolveu brincar de faxineira ontem à noite... - Veronica soltou em tom casual, mexendo o café com movimentos lentos e preguiçosos. - Espero que ela tenha aprendido a não deixar copos caírem mais.

O sangue da carina aqueceu, o rosto ficou vermelho, mas ela se conteve.

- Acho que você devia tomar café na cozinha com os outros funcionários... - Verônica mencionou num tom caçoista.

            
            

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