Ele não é meu pai!
img img Ele não é meu pai! img Capítulo 5 Morrendo na mão
5
Capítulo 8 Garota Insolente img
Capítulo 9 Provocação Matinal img
Capítulo 10 Minha Casa, Minhas Regras img
Capítulo 11 Consequências dos meus Atos img
Capítulo 13 Ciúmes! img
Capítulo 14 Você vai aprender quem é que manda! img
Capítulo 15 Perdendo o controle img
Capítulo 16 Eu Não Vou Me Render img
Capítulo 17 No Limite img
Capítulo 18 Entre o Passado e a Ruína img
Capítulo 19 Pecado sem Perdão img
Capítulo 20 Linha Tênue img
Capítulo 21 Mulher Ferida img
Capítulo 22 Sentimento que Destrói img
Capítulo 23 O Gosto da Humilhação img
Capítulo 24 O Sabor Amargo da Rejeição img
Capítulo 25 A Sombra de Danuza img
Capítulo 26 Segredos img
Capítulo 27 As Joias da Memória img
Capítulo 28 O Peso da Verdade img
Capítulo 29 Depois do Silêncio img
Capítulo 30  Buscando sentido img
Capítulo 31 O Delicioso Risco img
Capítulo 32 O Silêncio de Lara img
Capítulo 33 O Silêncio Esmagador img
Capítulo 34 Segredos e Confissões img
Capítulo 35 Olhares que Queimam img
Capítulo 36 O Silêncio que Me Desarma img
Capítulo 37 Feridas Abertas img
Capítulo 38 O Peso da Insônia img
Capítulo 39  O Sabor do Café Amargo img
Capítulo 40 O Fogo do Ciúme img
Capítulo 41 A Esposa e o Don Juan img
Capítulo 42 A Toalha, a Ira e o Silêncio img
Capítulo 43 Cego de Ciúmes img
Capítulo 44 Entre Olhares e Silêncios img
Capítulo 45 A Panela de Pressão img
Capítulo 46 O Silêncio e o Pecado img
Capítulo 47 Desejo Profano img
Capítulo 48 A Armadilha Silenciosa img
Capítulo 49 O Medo e o Desejo img
Capítulo 50 Manchada de Desejo img
img
  /  1
img

Capítulo 5 Morrendo na mão

Marlon Shert

Fecho a porta do quarto com um estalo mais forte do que pretendia. O som ecoa pelas paredes silenciosas da casa, mas não consegue abafar o tumulto que ferve dentro de mim. Meu coração bate descompassado, acelerado como se tivesse saído de uma luta. Meus músculos estão rígidos, cada veia lateja em fúria e desejo.

A cena se repete sem trégua na minha mente, ela parada diante de mim, provocante, ousadia estampada em cada gesto. Aquele sorriso, mais convite ao pecado do que qualquer outra coisa, o olhar faiscante que desafia minha razão, e, principalmente, o movimento lento, calculado, quando puxa a calcinha fio dental por baixo da camisola transparente, deixando o tecido escorregar pelas pernas e jogando em mim. Assim que ela sai, aproximo a peça do nariz e respiro fundo, sentindo o perfume doce e íntimo dela, misturado ao calor do corpo. Gemo baixinho, cada segundo é um golpe contra minha resistência já frágil.

- Droga... murmuro entre dentes, esfregando as mãos no rosto como se pudesse apagar a imagem.

Mas é impossível. O cheiro dela impregna no ar, intoxicante, provocante, misturado à lembrança da pele macia e quente. Cada respiração me lembra o toque da camisola, a curva da cintura, o perfume inebriante que grita desejo. Meu corpo clama por ela, por alívio que sei que é proibido, e ainda assim, não posso resistir.

Sento-me na beira da cama, cotovelos nos joelhos, respirando fundo, tentando controlar-me. Mas quanto mais tento, mais o desejo cresce, como animal faminto exigindo ser alimentado. Aperto os olhos, mas a escuridão traz ainda mais lembranças.

O jeito que ela parou na porta, olhando por cima do ombro, maliciosa, antes de lançar a calcinha como troféu, faz minha mente incendiar-se. Aproximo o tecido do rosto novamente, cheirando mais fundo, sentindo cada nuance do perfume, misturado à intimidade dela. Imagino o calor da pele ainda impregnado no tecido, o aroma de pele e sex0, provocando minha mente.

- Maldita... rosno em voz baixa, punhos cerrados.

Se Lara continuar me provocando, sei que perderei a batalha. Estou à beira de um abismo do qual não há retorno. Lara não é uma mulher qualquer. É a filha do meu melhor amigo. Um laço proibido, um limite que jamais deveria atravessar. Dei minha palavra, prometi proteger, cuidar, jamais tocar. E ainda assim... aqui estou, latejando de desejo por ela, respirando o cheiro da calcinha e imaginando cada curva de seu corpo sob meus dedos.

Meu corpo reage apesar da mente. A rigidez entre as pernas não dá espaço para racionalidade. Levanto-me de repente, como se o movimento pudesse expulsar o calor que me consome. Caminho até o banheiro em passos largos, abro a porta com força e acendo a luz.

O espelho me devolve o reflexo de um homem que não reconheço, olhos escurecidos, lábios entreabertos, respiração ofegante. Um homem dividido entre dever e desejo. Um homem derrotado pela própria carne.

Encosto-me na pia, dedos trêmulos deslizando pelo abdômen até encontrarem a ereção pulsante, quase dolorida. Fecho os olhos e deixo a lembrança dela me invadir sem piedade. A camisola fina colada ao corpo, revelando mais do que esconde, os lábios úmidos e o olhar desafiador que parece gritar:

"Até quando vai resistir, Marlon?"

Gemo baixo, rouco, involuntário. Minha mão começa lenta, quase torturante, prolongando a agonia. Cada movimento arranca suspiro, cada suspiro vem carregado de frustração e desejo reprimido. Aproximo novamente a calcinha do nariz, inalando profundamente, sentindo o aroma dela, quente, íntimo, quase palpável. Cada inspiração me enlouquece, misturando desejo e culpa.

- Lara... o nome escapa como sussurro proibido, grave, confissão que jamais deveria ser dita em voz alta.

A cada movimento, imagino seu corpo entregue, os gemidos que soltaria se eu tocasse. Fantasio o gosto da pele, o calor das curvas contra minhas mãos. Cada pensamento é uma centelha incendiando ainda mais o fogo.

O suor escorre pelas têmporas, os músculos dos braços e do abdômen se contraem em esforço. Apoio a outra mão firme na pia, a cabeça baixa, como se a própria vergonha me fizesse curvar-me. Mas não consigo parar. O desejo tomou conta de tudo.

A pressão cresce rápido demais. Tento segurar, mordo os lábios, mas é inútil. O ápice me toma inteiro, explodindo em ondas intensas que me fazem gemer rouco, abafado, como homem em guerra comigo mesmo. E sou.

Ofegante, mantenho-me apoiado na pia, peito subindo e descendo em ritmo acelerado. Abro os olhos, encaro meu reflexo no espelho. Vejo um homem acabado, olhos enevoados pelo prazer, mas cheios de culpa.

- Maldição... repito, voz fraca, quase lamento.

Me jogo debaixo d'água, fico minutos, pego toalha, seco-me rapidamente, desligo a torneira, mas a memória do perfume dela ainda queima, como sangue de pecado. Nenhum banho frio apaga aquela marca.

Saio do banheiro arrastando os pés, volto para a cama, afundo no colchão como se o peso da consciência fosse maior que o corpo. O teto gira acima de mim. O silêncio do quarto é julgamento cruel, ecoando apenas a verdade que cedi. Não a ela, a mim mesmo.

Passo as mãos no rosto, sentindo o gosto amargo da vergonha. Respiração descompassada, corpo inteiro, mesmo exausto, pulsa lembrança dela. Fecho os olhos, mas vem o rosto dela. Lábios entreabertos, olhar de escárnio, sorriso vitorioso. Tudo que deveria odiar é exatamente o que me atrai com mais força.

Viro-me na cama, enfio a cabeça no travesseiro, amaldiçoando-me. Sei que aquela noite mudou algo. Sei que não conseguirei fingir que nada aconteceu. Sei, no fundo, que apenas adio o inevitável.

E ainda assim, murmuro promessa para mim mesmo, como reza maldita:

- Ela é minha esposa. Meu dever é protegê-la. Nada além disso.

Mas meu coração, traiçoeiro, bate em resposta, zombando da própria determinação. Porque, no fundo, já sei que não há silêncio capaz de conter esse desejo por muito tempo.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022