Ele não é meu pai!
img img Ele não é meu pai! img Capítulo 7 O Jantar
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Capítulo 8 Garota Insolente img
Capítulo 9 Provocação Matinal img
Capítulo 10 Minha Casa, Minhas Regras img
Capítulo 11 Consequências dos meus Atos img
Capítulo 13 Ciúmes! img
Capítulo 14 Você vai aprender quem é que manda! img
Capítulo 15 Perdendo o controle img
Capítulo 16 Eu Não Vou Me Render img
Capítulo 17 No Limite img
Capítulo 18 Entre o Passado e a Ruína img
Capítulo 19 Pecado sem Perdão img
Capítulo 20 Linha Tênue img
Capítulo 21 Mulher Ferida img
Capítulo 22 Sentimento que Destrói img
Capítulo 23 O Gosto da Humilhação img
Capítulo 24 O Sabor Amargo da Rejeição img
Capítulo 25 A Sombra de Danuza img
Capítulo 26 Segredos img
Capítulo 27 As Joias da Memória img
Capítulo 28 O Peso da Verdade img
Capítulo 29 Depois do Silêncio img
Capítulo 30  Buscando sentido img
Capítulo 31 O Delicioso Risco img
Capítulo 32 O Silêncio de Lara img
Capítulo 33 O Silêncio Esmagador img
Capítulo 34 Segredos e Confissões img
Capítulo 35 Olhares que Queimam img
Capítulo 36 O Silêncio que Me Desarma img
Capítulo 37 Feridas Abertas img
Capítulo 38 O Peso da Insônia img
Capítulo 39  O Sabor do Café Amargo img
Capítulo 40 O Fogo do Ciúme img
Capítulo 41 A Esposa e o Don Juan img
Capítulo 42 A Toalha, a Ira e o Silêncio img
Capítulo 43 Cego de Ciúmes img
Capítulo 44 Entre Olhares e Silêncios img
Capítulo 45 A Panela de Pressão img
Capítulo 46 O Silêncio e o Pecado img
Capítulo 47 Desejo Profano img
Capítulo 48 A Armadilha Silenciosa img
Capítulo 49 O Medo e o Desejo img
Capítulo 50 Manchada de Desejo img
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Capítulo 7 O Jantar

Marlon Shert

A noite já avançava quando estaciono o carro em frente à mansão. O Pub não me trouxe o alívio que busquei, apenas mais uma camada de silêncio e o peso da culpa reforçado pelo gosto amargo do uísque em minha boca. Por isso demoro para voltar para casa.

Não sei como vou encarar Lara depois do que fiz na noite passada. No fundo desejo que ela esteja dormindo no quarto ao lado, escondida dentro do quarto, longe dos meus olhos. Mas algo me intriga assim que abro a porta principal, a casa está mergulhada na escuridão.

Nenhuma lâmpada acesa, nenhum sinal de vida, apenas a escuridão e o perfume de flores e algo a mais que não sei. Franzo o cenho, fechando a porta atrás de mim.

- Estranho... resmungo, com a voz grave ecoando pelo hall.

- Onde estão os empregados?

Lanço as chaves sobre a mesa de centro que solta um estalo metálico quebrando o silêncio do ambiente, retiro o paletó e o jogo em cima do sofá de maneira displicente e a gravata logo se segue sendo arrancada do meu pescoço como se estivesse me sufocando. Sinto o coração bater acelerado dentro do peito, não é apenas a tensão de reencontrá-la, é como se fosse uma premonição de que algo está prestes a acontecer.

O instinto grita dentro de mim e resolvo caminhar em direção à sala de jantar. É chegando lá que tudo muda. A visão diante dos meus olhos quase me faz ter um sangramento nasal. A respiração falha, o coração dispara como se tivesse sido atingido por um soco certeiro.

A mesa de jantar está posta, impecável, adornada com taças de cristal, pratos alinhados, talheres reluzindo sob o brilho brando das velas. Não há lâmpadas acesas, apenas a dança trêmula da chama iluminando o ambiente em tons dourados e sombrios, criando uma atmosfera íntima, quase profana. E no centro daquela cena...

Lara.

Completamente nua. O corpo dela reflete a luz das velas como se fosse feito de marfim polido, cada curva, cada traço, cada detalhe revelado sem pudor. E, como se a ousadia não bastasse, no pescoço dela pende uma gravata minha. A seda escura desliza entre os sei0s fartos, destacando ainda mais a pele clara.

Os olhos dela brilham ao me ver parado ali, imóvel, hipnotizado. O sorriso se abre devagar, malicioso, carregado de vitória.

- O que... o que você...? Minha voz sai rouca, quase um rosnado.

Ela dá um passo à frente, a nudez realçada pela luz suave.

- Olá, marido... diz, num sussurro aveludado, carregado de veneno doce.

- Fiz um jantarzinho especial para nós dois.

De repente o ar some.

Sinto o corpo inteiro reagir de maneira traiçoeira. Minhas mãos se fecham ao lado do corpo, tentando controlar o instinto, mas minha respiração denuncia a luta perdida. Meu olhar percorre cada centímetro do corpo dela, sem permissão, sem controle, como se fosse arrastado por correntes invisíveis.

As pernas longas, firmes, que terminam no quadril curvilíneo, a cintura estreita que convida ao toque, os sei0s nus firmes, o mamilo rígido denunciando a excitação dela. A gravata caindo como um traço proibido em contraste com a pele clara.

É uma visão erótica demais, uma provocação que nenhum homem de carne e osso suportaria sem tremer.

Respiro fundo, mas o ar não entra por completo. Sinto-me sufocado, dividido entre a raiva e o desejo.

- Lara... digo com a voz arrastada, grave, como se cada sílaba fosse uma luta.

- O que pensa que está fazendo?

Ela inclina a cabeça de lado, deixando os cabelos caírem como uma cascata sobre os ombros.

- Estou sendo sincera. Responde com um sorriso travesso.

- Você queria colaboração, não queria? Pois aqui estou, colaborando como esposa, e como uma boa esposa preparei um jantarzinho especial para o meu maridinho.

Meu coração dá um salto dolorido dentro do peito. Meu corpo reage de imediato, o sangue ferve nas veias, a excitação pulsa com força quase dolorosa. Passo a mão pelos cabelos, como sempre faço quando estou à beira de perder o controle.

- Você não sabe o que está fazendo... murmuro, com a voz rouca.

- Sei muito bem. Ela se aproxima, lenta, como uma felina prestes a atacar.

- Sei o que quero. O perfume dela me atinge, doce e quente, misturado à fragrância da cera das velas.

Fecho os olhos por um segundo, como se isso pudesse afastar a tentação, mas quando os abro, a cena ainda está ali, mais intensa, mais insuportável.

Cada passo dela parece ecoar no chão polido como marteladas em minha sanidade. O sorriso dela não se apaga, e o olhar faiscante diz tudo. Ela sabe o efeito que causa. Sabe que me leva à beira da rendição. Tento recuar, mas meu corpo se recusa a obedecer. É como se estivesse enraizado ao chão, incapaz de me mover. Apenas minha respiração me trai, pesada, arfante, denunciando o turbilhão dentro de mim. Ela para a poucos centímetros de mim, tão perto que posso sentir o calor que emana da pele dela.

- Não vai se sentar, marido?

Pergunta, os lábios tão próximos que o hálito quente toca a minha pele. Fecho os olhos novamente, sentindo a garganta secar. Cada fibra do meu corpo grita para puxá-la contra mim, para ceder, para tomá-la ali mesmo, sobre aquela mesa cuidadosamente posta. Mas minha consciência berra ainda mais alto que ela é a filha de James, a filha do meu melhor amigo e aquele casamento tinha sido apenas para protegê-la. Abro os olhos e encontro os dela. Um duelo silencioso, carregado de tensão, desejo e desafio.

- Lara... digo, com a voz grave, rouca, quase um lamento.

- Você está brincando com fogo.

Ela sorri ainda mais, inclinando-se até que os sei0s rocem de leve no meu peito.

- Então me queime...

Responde atrevida, num sussurro venenoso.

Sinto o sangue ferver. Meu corpo inteiro está em chamas, minha mente prestes a sucumbir. Passo novamente a mão pelos cabelos, olhando-a fixamente, como se buscasse uma saída que não existe.

O silêncio que surge entre nós é sepulcral. Apenas o som das chamas das velas e os batimentos dos nossos corações preenchem o ambiente. E naquele instante, eu sei que a linha entre o certo e o proibido está prestes a ser apagada.

Até onde serei capaz de resistir à tentação quando a inocência e a ousadia de Lara me colocam contra o próprio limite? Será essa noite o início da ruína de um segredo cuidadosamente guardado ou o despertar de uma paixão proibida que ninguém conseguirá deter?

                         

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