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A Vingança Suprema da Esposa Rejeitada
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Capítulo 7

A escuridão do meu quarto parecia um cobertor sufocante, espelhando o desespero que me envolvia. As Empresas Moreno, o legado do meu pai, estavam à beira do colapso. A campanha implacável de Eduardo nos havia aleijado. Investidores estavam se retirando, contratos estavam sendo rescindidos, e a campanha de difamação pública continuava a todo vapor. Cada jornal, cada canal de notícias, ecoava a narrativa que Eduardo havia construído com tanto cuidado: Beto, o criminoso, e Laura, a esposa desonrada.

Uma intimação chegou de Otávio Monteiro, o avô de Eduardo. O patriarca da família Monteiro. Meu ex-avô por afinidade. Meu coração batia com uma mistura de pavor e uma tênue esperança. Ele era um magnata da velha guarda, acreditava em dívidas de honra. Talvez, apenas talvez, ele interviria.

Entrei em seu escritório, uma sala cavernosa cheia de móveis antigos e o cheiro de dinheiro velho e poder. Otávio sentou-se atrás de uma enorme mesa de mogno, seu rosto sombrio, seus olhos cansados. Ele me olhou com um olhar que continha um lampejo de algo parecido com pena.

"Laura," ele começou, sua voz surpreendentemente gentil. "Sinto muito pelo que você passou."

Suas palavras, tão inesperadas, trouxeram uma nova ardência aos meus olhos. "Obrigada, senhor. Mas parei de esperar por pena há muito tempo."

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos prateados. "Eduardo foi longe demais desta vez. Ele está cego por aquela mulher Salles. Ele sempre foi um menino difícil, mas isso... isso está além dos limites."

"É tarde demais para desculpas, Sr. Monteiro," eu disse, minha voz monótona. "O casamento acabou. Irreparavelmente. Não há como voltar atrás."

Ele assentiu lentamente. "Eu vejo isso. E lamento o papel que desempenhei em arranjá-lo. Acreditei que era para o melhor, para ambas as famílias." Seus olhos continham uma tristeza genuína. "Mas também sei que Beto é inocente. A narrativa de Eduardo é... falha. O rapaz não machucaria intencionalmente ninguém, muito menos roubaria segredos da empresa sem justa causa."

Uma onda de alívio me invadiu. Alguém acreditava em mim. Alguém via a verdade. "Ele simplesmente tentou expor Carla Salles pela fraude que ela é, senhor. Ele estava protegendo a empresa de Eduardo, ironicamente. E pagou um preço alto por isso."

"De fato." Otávio bateu os dedos na mesa. "O que me leva ao motivo de tê-la chamado aqui. A reputação da minha família também está em jogo. E a sua. Não permitirei que a tolice do meu neto manche ainda mais o nome Monteiro." Ele olhou para mim, seu olhar afiado. "O que você quer, Laura? O que será necessário para você retirar as acusações contra Eduardo e cessar toda ação legal em relação às Empresas Moreno?"

Senti uma onda fria de cálculo. "Eu quero que as Empresas Moreno sobrevivam. Quero seus ativos descongelados. Quero linhas de crédito restauradas. E quero que a campanha de difamação contra meu irmão e minha família termine."

Ele se recostou, seus olhos me examinando. "E em troca?"

"Eu retirarei todas as acusações contra Carla Salles por sua tentativa de homicídio contra Beto. Assinarei um acordo de não divulgação sobre os assuntos de Eduardo e suas... excentricidades. E deixarei a cidade, deixarei o país se necessário, e nunca mais incomodarei a família Monteiro." Olhei diretamente em seus olhos, minha voz firme. "Eu vou desaparecer."

Ele ficou em silêncio por um longo momento, pesando minhas palavras. Eu conhecia seu cálculo. A reputação de seu neto, a imagem de sua família, contra a sobrevivência de uma empresa menor e sitiada. Um sacrifício doloroso da minha parte, mas necessário. Ele não se importava com justiça, apenas com reputação e controle.

Finalmente, ele assentiu. "Muito bem. Garantirei que as Empresas Moreno sejam estabilizadas. E a narrativa pública mudará. Mas entenda isso, Laura. Esta é uma oferta única. Uma vez que você partir, não haverá volta."

"Eu entendo, senhor." Senti uma vitória oca. Um futuro, mas a um preço terrível.

Ao sair do escritório de Otávio, quase colidi com Eduardo. Ele estava no corredor, encostado na parede, um sorriso predatório no rosto. Ele devia estar ouvindo.

"Então, a esposa obediente vem implorar ao avô," ele zombou. "Que patético."

Minha mandíbula se contraiu. "Vim salvar o que você tentou destruir, Eduardo. Minha família. Meu irmão."

"E o que você prometeu a ele em troca? Seu silêncio eterno? Sua devoção patética?" Ele riu, um som curto e sem humor. "Eu já destruí sua família, Laura. Seu irmão é um aleijado, um pária. Sua empresa é uma piada. E você? Você é um brinquedo descartado."

"Você está errado, Eduardo," eu disse, minha voz perigosamente calma. "Você não nos destruiu. Você apenas me mostrou que monstro você realmente é. E meu irmão, aleijado ou não, tem mais integridade em seu dedo mindinho do que você jamais terá."

Seus olhos arderam de fúria. "Não me tente, Laura. Eu ainda posso esmagar o pouco que lhe resta. Ainda posso garantir que seu irmão apodreça em uma prisão federal. Ainda posso garantir que as Empresas Moreno entrem em colapso total."

"Você pode tentar," retruquei, meu olhar inabalável. "Mas eu tenho fé nas pessoas, Eduardo. Algo que você nunca entenderá. E eu tenho fé na verdade."

Ele zombou. "Verdade? Que verdade? Que Carla tentou matar Beto? Ele me contou tudo, Eduardo! Ela confessou trabalhar com Perez. Ela roubou seus dados. Ela tentou incriminar Beto por isso!"

Ele olhou para mim, um lampejo de algo em seus olhos, mas foi rapidamente mascarado pela raiva. "Carla nunca faria tal coisa. Ela é inocente. Você está apenas tentando desviar."

Dei-lhe um sorriso frio e amargo. "Você é tão cego, Eduardo. Tão total e irremediavelmente cego. Você escolhe acreditar nas mentiras porque é mais fácil do que enfrentar a verdade. Mas um dia, a verdade virá atrás de você. E quando vier, eu estarei assistindo."

"Você estará bem longe, Laura," ele zombou. "Desaparecida. Esquecida."

"Talvez," eu disse, virando-me para sair. "Mas a memória da sua crueldade o assombrará, Eduardo. Sempre."

Afastei-me, deixando-o ali, seu rosto uma nuvem de tempestade. Meu coração era uma pedra no peito. Eu tinha que me concentrar. Beto. As Empresas Moreno. Meu futuro.

Nas semanas seguintes, trabalhei incansavelmente com a equipe jurídica de Otávio. Os ativos das Empresas Moreno foram descongelados. Linhas de crédito foram restabelecidas. A narrativa pública lentamente começou a mudar, pintando Beto como uma vítima das circunstâncias, não um criminoso. Eduardo, surpreendentemente, ficou de fora. Ele provavelmente estava muito ocupado com Carla.

Beto, embora ainda se recuperando, era implacável. Ele estava trabalhando em algo, um backup oculto. "Laura," ele sussurrou uma noite, sua voz fraca, mas animada, "eu encontrei. Uma gravação. A confissão de Carla. A conversa inteira com Perez, detalhando o roubo de dados, a armação, tudo."

Meu coração saltou. "Você conseguiu, Beto! Você encontrou a prova!"

Imediatamente trabalhamos para divulgar a gravação. Não diretamente, mas estrategicamente. Um vazamento para um jornalista independente e de confiança. A gravação vazou online, anonimamente. Tornou-se viral. A internet explodiu.

A gravação era devastadora. A voz de Carla, clara como cristal, detalhando seu plano malicioso. Seu desprezo casual por Eduardo. Sua admissão alegre de incriminar Beto. Sua risada arrepiante ao descrever como empurrou Beto da varanda, fazendo parecer um acidente.

O mundo cambaleou. O público ficou indignado. A reputação de Eduardo, já abalada, despencou. Carla Salles tornou-se uma pária da noite para o dia, seu império de mídia social desmoronando.

Mas quase tão rapidamente quanto apareceu, a gravação foi removida da internet. Eduardo, com seus vastos recursos e poder, a havia silenciado. Outra vitória, fugaz e arrancada.

A polícia, no entanto, tinha ouvido. E eles tinham suas próprias provas. Uma investigação completa foi lançada sobre Carla Salles. Os resultados foram rápidos e inegáveis. Beto Pena foi oficialmente exonerado. Carla Salles foi acusada de múltiplos crimes, incluindo tentativa de homicídio e espionagem corporativa. A justiça, ao que parecia, não podia ser totalmente comprada.

Fui ao escritório de Eduardo, segurando uma cópia do relatório policial. Ele estava andando de um lado para o outro, seu rosto abatido. Carla, desafiadora e com o rosto manchado de lágrimas, estava com ele, agarrada ao seu braço.

"Eduardo Monteiro," eu disse, minha voz fria e firme. "Acabou. Beto está livre. Carla está acusada. E estou aqui para garantir que ela enfrente as consequências."

Ele se virou, seus olhos ardendo para mim, depois para Carla. "Você não pode fazer isso, Laura! Você não pode acusar Carla de assassinato! Foi um acidente! Beto a atacou!"

"A polícia discorda," eu disse, segurando o relatório. "E a gravação também. Ela confessou, Eduardo. Ela o empurrou. Ela tentou matá-lo."

Carla gritou: "Não! Eduardo, não a escute! Ela está mentindo! Ela sempre me odiou!"

Eduardo olhou de Carla para mim, seu rosto dividido. Ele finalmente estava vendo a verdade, mas ainda se agarrava à sua ilusão.

"Você vai deixar ela colocar a Carla na prisão?" ele exigiu, sua voz tremendo com uma mistura de raiva e medo. "Depois de tudo? Depois que ela confessou? Depois que ela salvou minha vida?"

"Ela não salvou sua vida, Eduardo," eu disse, minha voz monótona. "Ela te usou. Ela te manipulou. Ela quase destruiu tudo o que você tinha. E ela quase matou meu irmão." Olhei para Carla, meus olhos cheios de desprezo frio. "Ela merece pagar pelo que fez."

"Não!" Eduardo rugiu, parando na frente de Carla, protegendo-a. "Você não vai tocá-la, Laura! Eu não vou deixar!" Ele deu um passo em minha direção, seus olhos ardendo. "Farei tudo ao meu alcance para impedi-la. Destruirei as Empresas Moreno novamente. Farei com que você se arrependa disso."

Encontrei seu olhar furioso, meus próprios olhos frios e inabaláveis. "Tente, Eduardo. Porque desta vez, não tenho mais nada a perder. E tudo a ganhar."

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