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A Vingança Suprema da Esposa Rejeitada
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Capítulo 9

Eduardo, preocupado com um iminente acordo de aquisição, mal registrou o pacote. Ele olhou para a caligrafia elegante do endereço do remetente, um nome familiar que fez seu estômago se contrair, depois o jogou descuidadamente em sua mesa em meio a uma pilha de documentos. Laura. Sempre dramática. Ele descartou como outra tentativa de criar problemas, talvez um último esforço para extrair mais dele. Ele já havia lhe dado suas ações, seu capital. O que mais ela poderia querer?

Ele pegou sua caneta, pronto para assinar um novo contrato, mas sua mão vacilou. O nome no pacote, Laura, parecia se destacar, puxando um fio de inquietação que ele não conseguia identificar. Ele se lembrou do rosto dela quando ela se afastou da delegacia, uma máscara fria e dura que ele nunca tinha visto antes. Suas palavras, "Eu me arrependo do dia em que te conheci, Eduardo," ecoaram em sua mente. Um pequeno tremor percorreu seu corpo.

Ele alcançou o pacote, seu coração fazendo um estranho palpitar. Sua caneta, ainda em sua mão, escorregou. A ponta de metal afiada rasgou o papel branco e nítido de um relatório, deixando uma mancha feia e escura. Um mau presságio, talvez. Ele balançou a cabeça. Bobagem.

Ele estava prestes a rasgar o pacote quando a porta de seu escritório se abriu com um estrondo. Carla, uma visão em um vestido de grife justo, entrou, as mãos nos quadris, um beicinho teatral no rosto.

"Eduardo, querido! Aí está você!" Ela se jogou em seu colo, seus braços envolvendo seu pescoço, seu perfume, enjoativamente doce, enchendo suas narinas. "Você me prometeu um dia de folga! Uma maratona de compras! E você está preso aqui, sendo chato."

Ele enrijeceu, o contato físico repentino chocante. Seu TOC, que Carla geralmente contornava magicamente, se manifestou por um momento. Ele rapidamente o suprimiu. Era apenas Carla. Sua salvadora. "Carla, tenho uma reunião muito importante em uma hora. Este acordo é crucial." Ele tentou gentilmente afastá-la.

"Não!" ela choramingou, pressionando um beijo em sua mandíbula. "Você sempre diz isso! Trabalho, trabalho, trabalho! Você não se importa comigo? Conosco?" Ela piscou os cílios, sua voz grossa de mágoa fabricada.

"Claro que me importo," ele disse, sua voz tensa. Ele não queria lidar com isso agora. "Mas esta reunião é com o conselho de administração. Não pode ser adiada."

"Apenas adie!" ela insistiu, fazendo beicinho. "Diga a eles que você está indisposto. Diga a eles que sua namorada linda precisa de você! Eles vão entender."

Ele suspirou. "Carla, esta é uma aquisição multimilionária. Afeta milhares de empregos. Não posso simplesmente 'adiar' por uma maratona de compras."

Seu lábio inferior tremeu. "Então, eu não sou importante para você? Minha felicidade não importa?" Lágrimas brotaram em seus olhos, ameaçando transbordar.

Ele sentiu um cansaço familiar. Essa rotina. Era sempre a mesma. Ele pegou sua carteira, extraindo um maço grosso de dinheiro. "Aqui. Vá às compras. Compre o que quiser. Eu te compenso esta noite."

Suas lágrimas secaram instantaneamente. Seus olhos se iluminaram, um brilho predatório em suas profundezas. Ela pegou o dinheiro, seus dedos roçando os dele. "Oh, Eduardo! Você é o melhor! Eu sabia que você me amava!" Ela o cobriu de beijos rápidos e superficiais, depois deslizou de seu colo, agarrando o dinheiro. "Te vejo esta noite, então!" Ela lhe mandou um beijo e saiu do escritório, cantarolando uma melodia alegre.

Eduardo a observou ir, uma estranha mistura de alívio e vazio em seu peito. Ele se virou de volta para o pacote, sua mão alcançando-o novamente.

Nesse momento, sua assistente, Sra. Dantas, apareceu na porta. "Sr. Monteiro, sua reunião do conselho é em cinco minutos. Eles estão esperando."

Ele suspirou, empurrando o pacote para o lado novamente. "Certo. Estarei lá."

A reunião foi um desastre. A empresa adversária, uma poderosa gigante de tecnologia chamada Cygnus Innovations, liderada pelo implacável CEO Domenico Perez, exigia termos exorbitantes. Eduardo sentiu uma dor de cabeça se formando atrás de seus olhos. Ele sentia falta da mente afiada de Laura, sua capacidade de cortar o jargão corporativo e ir ao cerne da questão. Ele sentia falta de sua eficiência silenciosa. Ele suprimiu o pensamento. Ela se foi. E que bom.

De repente, as portas da sala de reuniões se abriram com um estrondo. Carla, agora vestida com uma roupa nova e extravagantemente cara, tropeçou para dentro, um copo de champanhe meio vazio na mão. Seu cabelo estava desgrenhado, seus olhos vidrados.

"Eduardo, querido!" ela arrastou as palavras, indo direto para ele. "Eu senti sua falta! Venha dançar comigo!" Antes que ele pudesse reagir, ela se lançou sobre ele, jogando os braços ao redor de seu pescoço e plantando um beijo desleixado e de boca aberta bem em seus lábios.

Ele recuou, empurrando-a com um empurrão brusco. "Carla! O que você está fazendo? Esta é uma reunião particular!" Seu TOC gritou com a violação, o toque inesperado, o cheiro de álcool e perfume barato.

Os membros do conselho, geralmente estoicos e reservados, trocaram olhares desconfortáveis. Perez, enquanto isso, observava o espetáculo com um sorriso presunçoso e conhecedor.

"Não acho que possamos continuar esta negociação, Sr. Monteiro," disse Perez, sua voz pingando condescendência. "Francamente, suas... distrações... são antiprofissionais. Exigimos parceiros sérios, não espetáculos secundários." Ele se levantou, sua equipe seguindo o exemplo. "Talvez revisitemos isso quando você tiver sua casa em ordem."

"Não! Espere!" Eduardo gritou, mas era tarde demais. Perez e sua equipe já estavam saindo, deixando para trás uma nuvem espessa de julgamento não dito.

A sala de reuniões ficou em silêncio, um silêncio pesado e sufocante. O ar crepitava de raiva e decepção. Eduardo sentiu uma onda de fúria fria. Ele se virou para Carla, que agora chorava dramaticamente no chão.

"Eduardo, sinto muito!" ela lamentou. "Eu só... eu só queria te ver! Eu te amo tanto!"

Ele olhou para ela, realmente olhou para ela, pela primeira vez em anos. E não viu nada além de uma criança mimada e manipuladora. A imagem de Laura, precisa e digna, mesmo em sua fúria, brilhou em sua mente. Laura nunca teria feito isso. Ela nunca teria sabotado seu trabalho, sua reputação, por um capricho mesquinho.

Ele sentiu uma pontada profunda e desconhecida de algo que parecia... arrependimento.

"Saia, Carla," ele disse, sua voz baixa e perigosa. "Saia da minha frente. Agora."

Ela ergueu os olhos, seus olhos arregalados de choque. "Eduardo? Você está bravo comigo?"

"Eu disse, saia," ele repetiu, sua voz se elevando, um tremor de violência suprimida em seu tom. Os membros do conselho, ainda presentes, se mexeram desconfortavelmente.

Carla se levantou cambaleando, seu rosto se desfazendo. "Você está sendo mau! Eu te odeio!" Ela saiu correndo da sala em uma profusão de soluços e bateu a porta.

Eduardo se virou para seu conselho, seu rosto pálido, sua mandíbula cerrada. "Peço desculpas por esta... interrupção antiprofissional. Eu vou lidar com isso." Ele acenou com uma mão displicente. "A reunião está encerrada. Estarei voando para a sede da Cygnus esta noite para salvar este acordo."

Ele voou para o Vale do Silício, perseguindo Perez, desesperado para reparar o dano. Mas Perez foi inflexível. "Sr. Monteiro," ele disse, um sorriso presunçoso no rosto, "valorizamos a estabilidade. Valorizamos parceiros que são focados, profissionais. E, francamente, seus recentes... problemas pessoais... são preocupantes." Ele fez uma pausa, depois acrescentou: "Tínhamos grandes esperanças na Sra. Moreno, no entanto. Ela parecia possuir uma clareza notável, uma força silenciosa. Uma pena que ela não esteja mais com sua empresa."

As palavras atingiram Eduardo como um golpe físico. Sra. Moreno. Laura. Perez sabia sobre ela. Ele estava sutilmente esfregando isso na cara dele, lembrando Eduardo da mulher capaz que ele havia descartado tão descuidadamente.

Um pavor frio e enjoativo começou a se instalar no estômago de Eduardo. Carla. Seu comportamento errático. Suas constantes exigências. Seu desrespeito leviano por seu trabalho. E então, Laura. Sua competência silenciosa. Sua lealdade inabalável, mesmo quando ele não lhe dava nada além de desprezo.

Ele se lembrou do rosto dela no hospital, o fogo frio em seus olhos enquanto ela apresentava a chave criptográfica. Ela havia agido com precisão, com crueldade, para proteger seu irmão e sua empresa. Ela nunca havia recorrido a teatros baratos ou manipulação emocional.

O contraste era gritante, horripilante. Ele havia sido cego. Voluntariamente cego.

A náusea se agitou. Não era apenas seu TOC. Era uma doença mais profunda, uma percepção que estava lenta e dolorosamente surgindo. Ele havia cometido um erro catastrófico. Ele havia jogado fora ouro por purpurina. E o custo estava começando a parecer insuportável.

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