Capítulo 8 Funeral

Caterine acordou preguiçosamente depois de ter adormecido pelo cansaço da viagem, foi até ao banheiro, lavou seu rosto, quando olhou no espelho novamente, viu de relance sua amiga chorando encolhida em um canto do quarto. Aquela cena partiu o coração de Caterine, era doloroso perder alguém, ela já havia passado por isso antes, porém sua amiga havia perdido duas pessoas ao mesmo tempo, e o fato de serem os pais piorava muito a situação.

Ela saiu em direção a Luísa, agachou-se e abraçou-a fortemente.

- Calma, vai ficar tudo bem. Eu estou aqui com você para o que der e vier.

Chorosamente Luísa respondeu:

- obrigada...

O quarto estava frio como se ele fosse invadido pelo silêncio que Luísa sentira no dia que soube da tragédia que mudaria a sua vida para sempre.

Do outro lado da cidade, Gabriel olhava para a janela com um olhar de indignação, seu estresse ia aumentando cada vez mais.

- O que você quer dizer com ele não virá mais?

- Senhor, infelizmente o advogado que estava cuidando desse caso da empresa morreu em um acidente.

Gabriel arregalou os olhos negros e frios, quase ficou se palavras.

- Droga! Como isso aconteceu? você já investigou se foi um acidente de verdade?

- Senhor ainda não tive acesso ao resultado da perícia, mas ao que tudo indica não houve interferência.

- Uhaa...

Gabriel deu um suspiro de cansaço e tristeza, aquele advogada fez um ótimo trabalho, desde que começou a trabalhar com ele as negociações da empresa obtiveram sucesso na maioria das vezes.

- Charles você sabe quando será o funeral?

- Parece que hoje. Mas não tenho certeza.

- Verifique isto e me avise, por favor.

- Claro senhor, farei isso imediatamente.

- Também providencie uma ajuda para a família dele, em reconhecimento a todos os serviços prestados a nossa empresa.

- Sim, farei isso também. Precisa de mais alguma coisa?

- Ah tem aquela menina que te pedi para procurar, você já descobriu algo ao respeito dela?

- Ainda não, na verdade ainda não consegui ver isso para o senhor.

- Tudo bem, isso não é tão importante no momento, resolva as nossas prioridades primeiro.

- Claro senhor. Agora eu tenho que ir.

Gabriel apenas assentiu com a cabeça.

Essa semana havia bagunçado sua vida, primeiro sua mãe lhe chateando para se casar, depois o incidente com aquela garota e agora o falecimento do advogado que prestava serviços a sua empresa. No últimos dias tinha sido difícil para ele confiar nas pessoas, ainda quando seu oponente, parecia querer destruir a sua vida, porém isso não o intimidava, apenas reforçava a ideia de que ele devia tomar cuidado, principalmente com as pessoas que o cercavam.

Enquanto Gabriel estava deprimido olhando para o nada, Camélia, a governanta da casa, venho em sua direção lhe comunicar que o café da manhã foi servido, e que a senhora Lord o esperava no primeiro andar da casa. Gabriel, agradece de forma gentil a governanta, em seguida recobra a postura fria, estabelecendo um clima de tensão ao seu redor e por onde passava.

Enquanto desce a escada, resmunga para si mesmo:

- Aposto que ela venho falar de casamento.

Enquanto aquele homem frio se dirige a cozinha, sua mãe já havia se acomodado e tomava o café que Laura, empregada que cuidava das refeições da casa, havia feito.

- Bom dia para meu filho amado. Como você está?

O filho não estava feliz com o objetivo daquela visita, com a cara enfarruscada respondeu de forma seca.

- Bom dia.

- Então é assim que vai cumprimentar a sua mãe. Eu não tive filhos para que me tratassem mal.

A velha não admitia que seu filho, um rapaz sempre cordial e que a mimava tanto lhe tratasse com certo desprezo.

- Isso depende só de você, MÃE.

Lord deu ênfase na última palavra para mostrar que sua postura seria irredutível em conversar sobre casamento naquele momento, não estava com cabeça para aquele assunto.

- Não haja como se eu fosse qualquer pessoa, tudo o que eu faço é para o seu bem. Você já está na idade de se casar meu filho, ter uma família.

- Mãe eu não tenho interesse agora.

- Filho não é uma questão de interesse, mas de ter alguém com quem compartilhar sua vida.

- Claro, desde de que eu tenha um filho né. Eu sei que um dos motivos principais para você querer tanto este casamento, são os netos.

- É óbvio que quero netos meu filho, mas também me preocupo com você, sempre tão sozinho.

- Mãe eu vou fazer a sua vontade, mas a mulher que for se tornar minha esposa tem que ser de acordo com os meus gostos e não com os seus.

- Tudo bem filho, desde que você case com uma boa mulher. Mas por curiosidade quais seriam os seus critério.

- Ser alguém admirável, independente de família ou riqueza, alguém com que me faça sentir bem.

- O que quer dizer? Não estou entendendo?

Gabriel olhou para sua mãe com certo desdém.

- Quero dizer que não importa se o sobrenome da minha amada carrega fortunas e faz parte da alta sociedade.

Senhora Lord pensou em questionar e rebater a afirmação do filho. Mas seu filho considerar o casamento como opção já era algo, as condições da moça ela resolveria depois.

- Por mim tudo bem, desde que você esteja feliz. Me parece que você já tem um alvo, eu a conheço?

- Talvez. Agora vamos tomar o café da manhã e pare de me atormentar com este assunto.

A mãe desdenhosamente sentada a frente daquele filho rebelde, abaixou seus olhos e concentrou-se em sua alimentação. Vários pensamento circundavam sua mente 'Será que meu filho já está apaixonado? ' ' Será que a conheço?' 'Como deve ser a aparência da moça?' 'Será que é de família?'. Esses pensamentos não cessariam até que ela conhecesse sua futura nora. Ela precisar dar seu parecer, era o melhor para seu filho.

            
            

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